Nesses últimos tempos, tenho dado uma olhada mais profunda para o interior da alma humana, não tanto em seus aspectos filosóficos, mas em seus aspectos visíveis... "visíveis"? Pergunta o descrente. Visíveis, sim, porque existe uma relação intrincada entre alma e corpo, matéria e espírito, tendo influência visível da alma sobre o corpo físico e influência invisível do corpo físico sobre a alma. Além de tal questão servir de argumento para a existência real do mundo espiritual, o que nos faz concluir que o Universo fora criado por Deus e, ainda hoje, é regido por Ele, nos leva a ver a Bíblia como verídica, já que nela constam conceitos evidentes sobre essa realidade.
1º) Demônios e matéria:
Parece um pesado tópico e, de fato é, mas a questão não é propriamente entender a natureza demoníaca, pois não nos cabe buscar conhecimento profundo sobre essa realidade evidente, basta-nos, seguindo o exemplo de Cristo, ignorá-los -mas não nos expormos espiritualmente por meio do pecado- e, quando inventarem de aparecer, nada de analisá-los ou entrevistá-los, mas os expulsarmos sem cerimônia. Com Deus do nosso lado, não precisamos, necessariamente, conhecer todos os detalhes do Inimigo, cabendo-nos saber que ele existe, o que o contenta e o que o deixa agoniado - e Jesus nos deu a autoridade de Seu poderosíssimo nome para trazer-lhes agonia.
A questão que quero apresentar aqui, como introdução do pensamento que segue, envolve a interação entre o universo material e espiritual. O primeiro ponto a ser considerado está no fato de que Deus, espiritual, criou de Si mesmo o Universo material, havendo, portanto, no espírito, a raiz, o princípio ativo da matéria. Deus, que é Trino, é elemento, elemento tal constituído dEle mesmo, elemento de natureza espiritual genuinamente divina, de característica exclusiva dO Próprio Criador, diferente e superior, por ser e constituir O Pai da Criação - Deus é, noutras palavras, feito de Si mesmo, como já disse. Desse elemento, que é Deus, todo mais pôde ser criado segundo a Sua vontade. Essa questão dá aval para outra compreensão, a de que a onipresença dO Pai não significa que Ele está e habita o Universo inteiro ao mesmo tempo, mas de que tem conhecimento, onipresença, de tudo o que acontece em Sua área de domínio, que é TUDO, sentindo e concebendo tudo o que ocorre no mundo espiritual e nos cliques que o mundo material emite na esfera espiritual - é por isso, também, que anjos estão a Seu serviço. A questão é: Deus tudo sabe e tudo vê, mas não está em todo o lugar ao mesmo tempo, embora com Suas onipotência, baseada no controle absoluto sobre tudo o que Ele mesmo criou, nenhum milímetro do Universo está longe de Seu toque. Fica evidente o fato de que Deus não está no Universo inteiro, pelo fato de Ele não estar no Inferno, não estar com aqueles que não O querem, não estar na árvore ou pedra - o contrário seria panteísmo, em que tudo é "deus" ou a antiga filosofia chinesa do Yin-Yang, com "deus" sendo a junção do mal e do bem num equilíbrio. Leve em conta que a retirada de Deus do Templo, em Ezequiel 11:23, não foi só apenas simbólica, mas, visivelmente literal; quando O Criador diz que não quer acompanhar Israel no deserto -Êxodo 33:3- evidencia-se essa verdade e quando a Sua presença se identifica, no caso específico, na nuvem de fumaça -Números 9:21-, conclui-se. Jesus disse que O Pai estava esperando-O no Céu, sentado no Seu Trono, o que só pode culminar nessa realidade -João 16:10; Atos 2:33.
Devemos levar em conta mais um ponto: tudo o que Deus criou é corpo, é existência. Tudo o que, sendo tido por Deus não é Deus, tomou forma em dimensão na qual O Pai não habita em plenitude. Os seres espirituais, criados por Deus, possuem, portanto, forma, corpo - constituição e anatomia -, sendo a "matéria" que existe na dimensão espiritual de mundo, sendo seus habitantes e seus formadores, pois se existe o ser espiritual, deve também existir o ambiente espiritual. As descrições de visões espirituais na Bíblia mostram duas coisas: uma forma específica através de imagens simbólicas pela qual Deus quer se revelar e transmitir uma mensagem ou a imagem real da realidade do espiritual, dentro da qual Deus pode ter criado coisas semelhantes, embora separadas, as que vemos em matéria. Pela evidência bíblica e visual, podemos afirmar que as aparições espirituais de demônios em matéria são amostras de que a realidade espiritual é muito mais literal e material, em sua própria natureza, do que costumamos conceber. Talvez os demônios avistados ao longo da história sejam a revelação de sua real imagem, de aparência e constituição típicas de criaturas totalmente desfiguradas pelo afastamento de Deus ou maquinações diabólicas de seres que se materializam em aparências, afim de causar espanto ou adoração pagã da parte dos homens. O fato é que a relação entre o espiritual e o material é quase que plena, com uma coisa profundamente enraizada e ligada a outra, como se ambas constituíssem o mesmo ambiente, o mesmo sistema, que se revela aos homens pela matéria, mas possui as raízes no imaterial - um bosque é constituído de uma parte que vemos, as plantas e o solo exposto, e de uma parte que não vemos, o subsolo, mas a riqueza de ambos depende da inter-relação. Nossos atos influenciam e são influenciados pelo mundo espiritual, do qual volta e meia vemos seres ou sentimos e pelo qual também somos constantemente vistos e sentidos.
Eu acho arrogância e presunção demais atribuir toda a mitologia dos antigos, tudo o que diziam que viam e vivenciavam, a medos, disposições psicológicas, tentativas falhas de explicar o que não compreendiam ou interpretações errôneas de seres e fenômenos naturalmente verificáveis. Os milênios em que a humanidade habitou esse mundo numa situação de rudez não são argumentos para tachá-la de ignorante, totalmente cega e absurdamente errônea, primeiramente porque ela já provou-se sábia, vide o sofisticadíssimo pensamento grego que, de milênios, ainda influencia nossa filosofia, vide as percepções judaicas de mundo espiritual, com o monoteísmo divinamente inspirado e mais revolucionário do que a própria filosofia grega, vide os engenhos à vapor e engrenagens do famoso Heron de Alexandria, a engenharia envolvida na construção do Colosso de Rodes, Farol de Alexandria, pirâmides de Gizé, pirâmides da Bósnia, da América Central, da Muralha da China, de Stonehenge, vide a Biblioteca de Alexandria, com pouco menos de um milhão de documentos manuscritos, vide as percepções matemáticas dos gregos e árabes... Não, eles não eram tão pobres e falhos quanto comumente atribuímos!! E, como já disse outrora, não posso crer que aqueles cuja clareza e solidez da filosofia ainda nos influencia sejam os mesmos que tachamos de ignorantes em relação a uma mitologia mentirosa. Se homens cuja clareza intelectual os levavam às profundezas de um conhecimento que ainda nos é útil, também criam, mesmo com seu senso crítico, na existência de seres estranhos e sobrenaturais, então, provavelmente, esses seres eram reais e não apenas herança de tradições. São dois tipos de testemunhas oculares que podemos levar em conta para dar crédito aos avistamentos de demônios:
Camponeses e pobres em geral: numa realidade em que o título social era imutável e hereditário, como fora na Idade Média, camponeses, ao relatarem avistamentos espirituais não o estavam fazendo em busca de status, até porque pouco crédito se lhes dava e, também, porque avistamentos demoníacos pareciam comuns a todos e, portanto, ninguém se espantava em demasia em virtude deles. O mundo sempre se transformou através de eventos física e espiritualmente poderosos e, pelo que percebo, toda a grande revolução detida na humanidade por conseqüência de catástrofes ou alterações nas filosofias, sempre vem carregada de grande estímulo, em causa e influência, do mundo espiritual, seja da parte de Deus, como a disseminação rápida do cristianismo no mundo gentílico através dos sinais dos apóstolos, seja da parte dos demônios, como aconteceu antes da Peste Negra (séc XVI), na Idade Média européia: antes de a terrível peste bubônica tomar a Europa e matar 1 em cada 3 europeus, totalizando 25 milhões, camponeses relataram inúmeras aparições diabólicas nas plantações e nos campos, descrevendo os seres vistos como humanoides de robe negro empunhando grandes foices -entre outros-, de onde, provavelmente, veio a comum imagem que temos da Morte. Muitos avistamentos, da parte de camponeses honestos em suas intenções, tidos por, certamente, testemunhas solitárias ou em bandos e de modo semelhante em todo o continente, certamente indicam uma verdade histórica a ser levada em conta. Daqui podemos extrair duas informações: primeiramente, demônios se materializam ou, simplesmente, retiram-se de sua dimensão espiritual e, assim como são, se fazem avistar na dimensão da matéria como a concebemos e, em segundo lugar, existe uma influência profunda do espiritual sobre o material, pois se a Peste Negra brotou dos poderes tenebrosos e, ao mesmo tempo, foi causada pelas pulgas de ratos, pode-se entender que o espiritual influenciou o material ou, até mesmo, inseriu o princípio do caos no hospedeiro.
Clérigos e nobres: enquanto o relato dos camponeses provinha de uma mente sincera, a relatar apenas o observado sem intenções gananciosas, embora ignorante e, quem sabe, precipitada, o relato dos clérigos e nobres apresenta-se como as visões aceitas por indivíduos com satisfatório grau de cultura, embora, segundo podem alegar alguns, pudessem ter interesses por detrás de fraudes. A questão é que, por mais que hoje se alegue cegueira total ao pensamento científico da Igreja Medieval, a verdade histórica mostra um antro do conhecimento e desenvolvimento, embora extremamente centralizado e, por isso, pouco evidente. Tanto a primeira sugestão acerca do Big Bang, quanto a verdade do heliocentrismo, provém do pensamento de clérigos. Profundos conhecimentos de acústica, arquitetura -física e matemática-, alquimia -química-, medicina e biologia provém da Idade Média e é por isso que logo após a quebra da supremacia da Igreja Católica no Continente Europeu, o conhecimento já existente em seus fundamentos, pôde sair das salas escuras das universidades ou dos cientistas anônimos, e aflorar no artística e cientificamente belíssimo período do Renascimento, fruto da Reforma Protestante e da queda de Constantinopla, da qual migraram muitos clérigos cheios de manuscritos da Igreja Oriental, fundamentos da revolução do pensamento Ocidental. Vale lembrar que o posterior Iluminismo teve, como uma forte causa, o pensamento pietista, da igreja reformada.
O fato é que os nobres e clérigos eram os únicos letrados e, portanto, partem deles os documentos escritos relatando aparições demoníacas e é aqui que entra a questão: se tais relatos fossem motivados pela sede de poder, amedrontando e fazendo curvar o povo mais pobre, por que descreveriam as aparições como uma verdade observada? Testemunhada? Ora, não seria necessário que uma mentira comum a todos os poderosos fosse relatada entre eles como sendo verdade, pois eles, entre si, reconheceriam-na como mentira e ninguém mais teria acesso aos documentos escritos, já que os únicos alfabetizados eram eles. Isso me leva a crer, de modo inquestionável, que se, entre os nobres e clérigos, únicos letrados, circulavam documentos escritos contendo detalhes de aparições demoníacas e, inclusive, descrições do aspecto visível desses demônios, tendo tudo como verdade absoluta, trata-se do produto de total sinceridade e espanto. Na postagem "Bestiário" eu cito um trecho manuscrito do cronista William de Newburgh, séc. XII, sobre "mortos-vivos": "não seria possível acreditar tão facilmente que cadáveres saem de suas covas, se não houvessem tantos casos apoiados por um número tão amplo de testemunhos". O fato é que a presença demoníaca era tão comum na Idade Média que o estilo de vida moldava-se a isso: ninguém podia sair perambulando por bosques sozinhos, muito menos após o anoitecer. A visão de mortos vagando era tão comum que vendiam-se até quites para caçar vampiros e decapitavam-se os mortos para evitar que revivessem após a morte. Os mosteiros eram construídos como fortalezas contra as trevas e estão recheados de histórias sobre monges que enfrentaram demônios.
Relatos de visões demoníacas são comuns a todas as culturas de nosso mundo e estão presentes, até mesmo, em nossos dias, embora o crescente ateísmo tem feito as corjas satânicas inibirem sua ação visível para manter presos na descrença os incrédulos. Os relatos de avistamentos de criaturas tidas como mitológicas são semelhantes em diversas partes do mundo, principalmente no que se refere aos seres em si: os gregos tinham o humanoide com chifres e cascos como sátiro, os egípcios tinham, em semelhança, o deus Khnum, os europeus medievais o hippopodes e os indígenas brasileiros, o anhanga; os gregos tinham o homem-touro como Minotauro, os egípcios, a mulher-vaca na pessoa de Hator; povos pré-colombianos tinham no deus da morte a figura do mesmo morto-vivo que os europeus medievais viam; os indígenas brasileiros conheciam uma criatura que tinha um só olho e uma boca imensa posicionada no peito, o mapinguari, ou o quibungo, cujo diferencial era possuir uma boca nas costas, enquanto os europeus medievais avistaram seres humanoides com um rosto completo no meio do peito, as blemias, e os gregos professavam a existência de seus famosos ciclopes de um olho só; os ameríndios amazônicos creditavam num humanoide de grossa e farta pelagem vermelha e pés invertidos, o Curupira, enquanto os europeus da Idade Média conhecia a criatura nuli, cujos pés também eram invertidos; os europeus medievais creditavam existência aos cynocephaly, humanoides com face e pelagem canina, enquanto os egípcios tinham o seu deus chacal, Anubis, e a deusa leoa, Bastet, e outras muitas culturas o conhecidíssimo lobisomem; os palestinos tinham seus famosos gigantes, os nefilins, enquanto os gregos professavam os imensos ciclopes e titãs, os nórdicos concebiam os gigantes e trolls e os demais europeus medievais, ogros, os mesmos que davam créditos a existência do gegenes, homem de quatro braços, enquanto os hindus falavam de Shiva, divindade também com quatro braços; no folclores brasileiro temos a sereia Iara, enquanto os gregos falavam de Poseidon, Proteu e os tritões e os europeus medievais, mermaid, merman e o monge do mar. São tantas... "coincidências"? Provavelmente não!! Tratam-se de, creio, demônios específicos, materializando-se em semelhantes formas para diversos povos do mundo inteiro, carregando consigo rituais universais, como o sacrifício de crianças ao "deus sol".
Aquilo que é limitado num corpo, pelo tempo, espaço e que provém de uma fonte criadora precisa se alimentar, contenta-se com o absorver doutra coisa, e é aqui que diferencia-se o culto a Deus, eterno, atemporal, onipresente, onipotente, onisciente e totalmente autossuficiente, do culto aos outros deuses, demônios. Deus criou cada anjo com uma função específica e de uma constituição condizente com ela, portanto, os demônios, anjos caídos, possuem funções distintas, lhes atribuídas por Satanás e advindas do avesso ao que faziam antes - os protetores se tornaram aniquiladores, os que louvavam, passaram a zombar, os que carregavam a mensagem de Deus, passaram a pregar o inverso. Existem, portanto, demônios causadores de diferentes depravações e são, por conseqüência, atraídos e saciados segundo as suas disposições. Após a Queda e o esquecimento dO Pai por parte da descendência de Caim, os demônios apresentaram-se como causadores de confusão e deuses de religiões politeístas, uns emergindo das águas, como divindades do mar, outros saindo das florestas, como deuses dos bosques e outros vindos dos céus, como divindades celestes. Esses "deuses" passaram a exigir culto, aprisionando os homens numa situação de vergonhosa e logrativa servidão, em troca, principalmente, do apaziguar de sua ira destruidora, então os "deuses da guerra" exigiram violência e sacrifícios; os "deuses da morte", também sacrifícios; os "deuses de prosperidade", prostituição ritual e orgias, além de sacrifícios humanos... E cada povo, identificado e dominado por algum príncipe demoníaco específico, adotou determinadas formas de culto, cujas características viessem a atraí-lo e satisfazê-lo, os nórdicos, por exemplo, diziam que Odin se fazia visível no meio das batalhas, os astecas e maias sacrificavam inimigos para, com o sangue, matar a sede do Sol, os cananeus, gregos e romanos tinham nas relações sexuais a satisfação de Baal, Afrodite e Dionísio. O transe nos oráculos, como em Delfos, o poder dos druidas e sacerdotes, como Merlin, o fortalecimento em ira extrema de guerreiros, como os berserkers nórdicos ou os semi-deuses gregos, tudo evidencia a habitação de demônios em resposta aos rituais que tais aberrações determinaram aos seus escravos. - O mito da origem do nome de minha cidade, Encantado, Rio Grande do Sul, desenvolve-se entorno do avistamento de um vulto ou criatura branca de grande estranheza a mergulhar diante dos navegadores pioneiros no rio que ladeia o território.
Dentro dessa relação profunda entre os "deuses" e os homens está outra questão referente às abominações mitológicas: Gênesis 6:4 fala da interação sexual de demônios com seres humanos, de seres espirituais possuindo o corpo de moças e fecundando-as, gerando delas, no caso específico, gigantes -Números 13:33. Existem lendas que tratam de questões que podem ter tido origem nessa verdade, como a rainha do rei Minos que, no conto grego, engravida de um touro e dá a luz a um híbrido, meio homem e meio touro, o Minotauro. Dessa forma, além de fruto de aparições demoníacas, a existência de híbridos humanoides nas mitologias antigas podem ter origem no nascimento de criaturas macabras, resultantes do atrito entre o espiritual e material, numa variação na organização dos genes por meio do demônio intrometendo-se no fruto do relacionamento de um casal ou na real inoculação de uma genética demoníaca em parceria e mescla com a genética humana. Os gigantes relatados na Bíblia, por exemplo, possuem evidências arqueológicas de objetos -fora encontrado nos territórios da antiga Fenícia um artefato contento o nome "Golias"-, pegadas, ossadas e até múmias, como é o caso do famoso Gigante de Londres e, na América do Norte, crânios ruivos de indivíduos pertencentes a uma comunidade de gigantes com uma média de 2,5 metros de altura, mortos, segundo relatos indígenas, quando encurralados pelos inimigos ameríndios nessas cavernas e consumidos pelas chamas. Esses homens não eram como os gigantes que temos hoje, fracos devido a uma série de complicações pela mutação na altura, pois, a exemplo de Golias, eram homens de guerra, conhecidos por sua força, bravura e potencial militar -1 Samuel 17-, levemos em conta que foram os responsáveis por algumas das colossais construções, nos caso, da Palestina -Deuteronômio 1:28 e 9:1.
Para concluir essa parte do raciocínio, vou relatar três eventos especialmente interessantes:
O primeiro eu ouvi da boca de quem esteve no ponto de atrito: um amigo meu, missionário, esteve 40 dias em Guiné-Bissau, África, e ouviu um relato estranho da parte doutros missionários há mais tempo no país: cada pequena vila possui, no centro, uma pequena cabana, construída como morada para o demônio que reina ali e perambulam por entre as cidades guerreiros solitários, pintados de branco e vestindo peças exclusivamente consagradas ao Maligno, invadindo residências para comer - eu vi uma das raras fotos tiradas com alguns desse homens, dotados de uma face embrutecida e olhos esbugalhados, amarelados e com uma íris profundamente negra, resultados da ação de muitos bruxos. Foi numa dessas aldeias em que os missionários foram ameaçados pelo bruxo local, que lhes disse que teriam lugar na vila para pregar Cristo caso insistissem, mas, insistindo, os demônios os matariam em alguns dias - para tal já estavam providenciando rituais. É claro que, protegidos por Deus, não morreram, o que garantiu a aceitação da parte desse povo, menos de uma moça, que lhes revelou a aflição: chegaram tarde. Ela havia perdido seu filho recém nascido poucos dias antes deles chegarem, pois, por intermédio de uma seca terrível, os bruxos receberam dos espíritos, em troca da chuva, a ordem de jorrar o sangue mais puro da comunidade, que era o do bebê, resultando, estranhamente, em chuva no dia seguinte ao sacrifício. Essa história real, que ouvi da boca de quem ouviu daqueles que vivenciaram, é uma demonstração clara da relação extremamente próxima entre o matérial e o espiritual.
A segunda história se deu na Inglaterra, por volta de 138 d.C: os romanos, espantados com os rituais pesados desenvolvidos pelos celtas do Vale de Severn, não precisaram de muito mais do que alguns levantes rebeldes para enviar, a mando de Publios Sula, uma legião da guarnição de Corinium, afim de aniquilar os desordeiros, o que resultou em um conflito. No meio da revolução a mulher e a filha de Publios foram sequestradas e oferecidas pelos rebeldes em sacrifício a um demônio acéfalo, segundo relatos. Diz-se ainda que a legião, em campanha, marchando para o forte de Glevum, fora confrontada por uma enorme criatura invocada pelos druidas locais - cerca de metade dos homens retornou para Corinium, uns feridos e outros em estado de choque, devido aos horrores vivenciados.
A terceira história trata da famosa besta de Gevaudan, uma criatura lupina, mas de tamanho descomunal, que surgiu subitamente das florestas francesas num curtíssimo período de tempo, 1764-67, aparecendo e desaparecendo aparentemente do nada na região de Gevaudan, centro da França. Esse lobo, de peso estimado em 100 Kg, era um assassino de homens, preferindo os pastores antes do gado e, acima de tudo, as mulheres - especialmente cruel e sanguinário. O primeiro caso se deu com a morte de uma menina de 14 anos, seguido, nos três meses seguintes, das mortes de dois meninos, duas meninas e uma mulher. No inverno de 1764 os ataques chegaram a causar duas mortes semanais, resultando em vítimas estraçalhadas e, até mesmo, decapitadas, totalizando, nesse período, a morte de 54 pessoas, chegando ao ponto extremo de o rei Luis XV enviar três batalhões do exército para aniquilar as feras, resultando em fracasso e recompensas altíssimas para quem conseguisse matar um dos cães. A guerra continuou até 1767, ano que terminou com 130 mortes, com o relato detalhado de um camponês armado que enfrentou tal besta e a necrópsia de um cadáver surrado dessa criatura, repleta de cicatrizes. Os lobos, então, desapareceram, produzindo um padrão de análise que deve servir como fundamento para o surgimento de outras muitas criaturas tidas como "mitológicas". Não pude deixar de me lembrar, com essa criatura sanguinária, do grande lobo nórdico de nome Fenrir, do bunyip, colossal canídeo australiano que tem preferências pela carne de mulheres, ou do black shuck inglês, um cão negro de olhos vermelhos reluzentes avistado por mais de duas mil testemunhas andando pelas noites inglesas - muito semelhante ao leucrotta grego. Dessa história podemos extrair três informações: o espiritual pode, pela materialização, mostrar-se como criatura bizarra, o espiritual pode interferir na genética das bestas selváticas e resultar nalgo mais tenebroso ou, ainda, possuir e tornar especialmente mortal determinado ser. Seja qual for a hipótese, em todas vemos a relação entre o espiritual e o material.
Uma antiga tradição palestina afirma que Salomão obrigou demônios a trabalharem, com seu poder descomunal, na construção do Templo, outros afirmam que tal poder veio de Deus, o que me parece mais óbvio, de qualquer forma, não conseguiria imaginar ser tudo resultado do esforço humano, já que escavações nos alicerces da construção arruinada demonstraram a existência de blocos de pedra de 3,35m de altura e 12,8 extensão, sendo o maior de todos da dimensão de 4,57m de altura, 12,8 de comprimento e 4,26 de profundidade, pesando algo entorno de 545 toneladas - o bloco teve que ser removido da mina, carregado e encaixado no ponto mais alto do Monte Sião. Relatos assim não são de exclusividade dos judeus: os cristãos etíopes relatam que a construção dos 11 templos de Lalibela, séc. XIII, esculpidos de cima pra baixo em buracos imensos na rocha, retirando-se, no caso da igreja mais famosa, em forma de cruz, 3,5 mil m³ de rocha do entorno e 500 m³ do interior das estruturas, tenham recebido serviços de dois tipos de mão-de-obra: durante o dia trabalhavam os homens e, enquanto dormiam a noite, supostos anjos -ou o inverso- continuavam trabalhando, lidando com as tecnologias que os homens não sabiam usar -diz-se que eram visíveis luzes vagando dentro das estruturas nesse período. Os gregos da antiquíssima Tróia afirmavam que os muros colossais da cidade tinham tido origem no trabalho dos deuses e os gregos da igualmente antiga Micenas, afirmavam que os ciclopes tinham sido os responsáveis pela construção das suas muralhas, devido a magnitude incompreensível das mesmas. Isso teria sido possível?! O monge medieval irlandês de nome Funsey poderia confirmá-lo, pois narrou uma série de visões que teve de anjos lutando com demônios e, por testemunhar as batalhas, disse ele, acabou ficando com o corpo coberto de cicatrizes.
Eu falo desse assunto como quem, talvez por falar de coisas pesadas assim noutras ocasiões, viu dois demônios na madrugada de sábado, 03/03/12, primeiramente como que uma aranha imensa flutuando diante de minha face, visível, em estranha luz, aos meus olhos abertos, desaparecendo com o ligar da lâmpada e, em seguida, de um indivíduo humano a caminhar do lado da cama e desfigurar a sua face humana no rosto irônico de um porco, também desaparecendo ao ligar da luz. Ambos os casos foram precedidos de uma sensação física no meu corpo e uma angústia de espírito e ambos foram repelidos com fortes orações, em alto e bom tom, à Deus. Não é raro o utilizar de pelo menos três sentidos num momento de manifestação espiritual: lembro-me de uma celebração na Igreja, tida no ano de 2010, na qual apenas algumas pessoas sentiram um fortíssimo e onipresente cheiro de velas de velório, de macumba - eu senti e, inclusive, fui para a rua verificar a fonte, que não se mostrou. Soube, no dia seguinte, que o filho de um casal da conhecido tentou cometer suicídio durante o culto. Esse é o olfato. A visão, pelo que você leu, obviamente capta, assim como o tato, num arrepio que precede a visão - vento, frio gélido localizado. Até agora provou-se a reação física de nosso corpo a aparição espiritual, mas, no momento em questão, sentimos algo indescritível no íntimo de nossa alma, algo totalmente espiritual, uma resposta involuntária ao estímulo externo.
2º) Influência da alma em nosso corpo:
No ponto anterior ficou muito clara a relação entre o material e o espiritual, agora transferirei as conclusões tidas acima para o que se refere ao nosso interior que, há muito, provou-se ser constituído de algo que a matéria não consegue discernir. A questão mais óbvia a ser levada em conta aqui é a seguinte: o espiritual tem poder natural sobre a matéria e a matéria tem poder natural sobre o espiritual, o espiritual, que compreende parte de nós, é, naturalmente, apto em poder, logo, o nosso estado emocional e espiritual afeta diretamente as nossas condições físicas. Nos tornamos mais fortes quando o nosso espírito está forte.
No ano que passou morei em Gramado, cursando um ano de teologia na Missão Janzteam Brasil, através do ministério ATOS. Tendo que cuidar de mim mesmo, provei-me: posso contar nos dedos quantas frutas eu comi e certamente comi menos de um quilo de saladas, sempre alimentando-me fartamente de carnes e massas, ou seja, aos padrões de hoje, tive uma dieta terrível. Não tinha comigo protetor solar nem repelente e posso contar nos dedos de uma mão as vezes que usei-os - mesmo exposto comumente ao sol, em serviço, só me queimei uma vez no ano e, estranhamente, isso se deu na ocasião em que, pressionado por uma colega, passei protetor solar fator 60. Dormi o ano todo num colchão fino, volta e meia em colchonetes, e não tive dor nas costas, das mesma forma que trabalhei pesado -como carregar paralelepípedos por dias- e em momento algum senti dores musculares -sem massagem, coisa que nunca fiz em minha vida, ou qualquer relaxante muscular. Me alimentava, não raramente, apenas três vezes ao dia: um pequeno lanche pela manhã, um almoço gordo e um refeição razoável por volta das 23:15, ou seja, fui totalmente contra a proposta atual de se comer pouco, mas várias vezes ao dia. Quando se abatia sobre mim um resfriado, não tomava remédio algum e na única vez que o resfriado tornou-se gripe, também não me mediquei, resultando numa gripe que desapareceu no tempo devido - foi o ano em que menos fiquei doente, embora tenha me exposto voluntariamente ao frio gramadense. Bom, desde sempre eu não uso hidratante para a pele ou cabelos, e no ano passado não foi diferente, com seus graus negativos. O resultado me espantou: nunca estive tão saudável, de pele corada e íntegra, fisionomia firme, musculatura forte e resistente -claro, trabalhei bastante na limpeza, manutenção e construção do local-, é visível nos olhos a nova disposição. A minha conclusão mais óbvia foi: o homem, de fato, não é tão fraco quanto fazemos parecer. Nós somos fortes e, exceto em questões específicas, não dependemos de 90% das frescuras que nos são apresentadas como necessidades vitais. Pouco incomum foi ver as pessoas que mais se preocupavam com a saúde, adoecendo - não quero dizer que devemos ser negligentes. O fato é que o tamanho de nossa preocupação com o corpo, a saúde, vem de uma raiz de insegurança que brota de nossa alma e a mensagem que assim transmitimos ao nosso cérebro se resume a: "eu sou extremamente fraco, se não me cuidar excessivamente, irei definhar". Essa disposição mental, que brota da alma, enfraquece fisicamente o nosso corpo que, não raramente, aceita essa condição de fraqueza e voluntariamente reduz os seus potenciais de trato com alimentos e imunidade. O medo, insegurança, que nos abate a alma, enfraquece o nosso corpo físico.
É por isso que vemos as pessoas mais preocupadas com a saúde numa condição, muitas vezes, pior do que os moderados -porque os despreocupados são suicidas e não entram em questão: o vegetariano em magra fraqueza; aquele que faz dieta constante, com a face envelhecida precocemente; o que se exercita diariamente e alimenta em prol do emagrecimento, sempre lutando contra o ganho de peso; o que se medica a qualquer mínimo sinal de enfermidade, sempre lutando contra alguma doença. O nosso corpo ganha força, embrutece, se torna resistente quando exposto à fome, às doenças, à sujeira -não digo que devemos viver emporcalhados. A pouca exposição ao nocivo, ao dolorido, com base num excessivo cuidado e proteção, tornam nosso corpo fraco, despreparado, com pouca energia e disposição para combater o mal físico quando ele surge e tudo isso começa com um predisposição espiritual, de medo, baixa estima, fraqueza, receio - "meu corpo é fraco demais". É por isso que os pais de hoje estão aniquilando a vida saudável de seus filhos impedindo-os de se divertirem em atividades relativamente perigosas, entrarem em contato com moderada sujeira, brincarem com insetos, analisarem cadáveres de pássaros, tirarem as entranhas de minhocas, comerem cascudinhos de jardim, fazerem experiências "científicas", aventuras nos bosques... O homem é um ser da natureza, originário de jardins e florestas, vivendo milênios diante de toda a espécie de criatura, limpa ou imunda, padecendo de doenças, fome e dor, portanto, não é um contato parcial com o mundo que fará uma criança morrer, pelo contrário!! Com isso também defendo a disciplina do pais nos filhos que, com base no amor, devem surrar -com consciência e controle da força emitida- a criança mediante a insistência na rebeldia e desonra, para lapidá-la, orientá-la, fortalecê-la! A segurança dos pais em fazê-lo com amor, torna a criança, de fato, mais segura, eu sei por experiência própria - sente-se cuidada, zelada, amada. Por isso eu penso: o melhor remédio para uma vida saudável está num espírito firme e seguro, alimentado por um ambiente propício para tal.
O mau cuidado com o corpo reflete uma baixa estima, numa situação de "morte" da alma e, por conseqüência, o descuido total com o físico, enfraquece o espírito, pois produz mais baixa estima. O cuidado excessivo com o corpo reflete uma insegurança imensa que brota do espírito, a desconfiança total nas capacidades do corpo e da alma, o que também gera mais fraqueza espiritual. Tratam-se de ciclos viciosos, de decadência constante. A pessoa que não se valoriza, cuidando-se terrivelmente ou de modo vulgar, reflete uma idéia enraizada na alma e acaba transmitindo mais deficiências para o seu "coração", da mesma forma é com quem se valoriza exageradamente, em vaidades. O homem natural é mais forte, o homem prudente sabe equilibrar os cuidados com o corpo, refletindo força e segurança para a alma e, por sua vez, uma alma forte e segura insere mais vitalidade ao corpo - o organismo passa a funcionar melhor, pois o cérebro, controlador do corpo, é controlado por outra coisa, que é a alma.
Os conceitos aqui descritos se aplicam numa outra realidade muito observada: os idosos morrem quando se entregam. A morte é, de fato, algo estranho, pois o que leva, do nada, ainda com algum funcionamento e potencial de prosseguir funcionando dos órgãos vitais, a pessoa a morrer? O último suspiro é difícil de entender... até porque a própria morte é um conceito misterioso, mas existe uma relação muito próxima entre a desistência de viver e a morte, quando a alma se retira do corpo morto num suspiro audível. O fato é que quando o idoso precisa, pelas limitações, parar de exercer aquilo que mais lhe dá prazer e motivos de viver, como dirigir, ler, pregar, capinar, costurar... o processo de morrer se aligeira drasticamente, pois, sem motivos para continuar existindo, a disposição espiritual do indivíduo reflete a -e na- fraqueza do corpo, que definha até morrer. É por isso que idosos em asilos ou isolamento tendem a viver menos, pois na tristeza do abandono, sem familiares para lhes motivarem a vida, simplesmente se entregam, em angústia, sentindo-se mais um peso para o mundo do que um aditivo.
Noutro dia, conversando com a minha mãe, ouvi o relato de algo que ocorrera com o meu avô, de quem não me lembro, antes da morte: em suas complicações por bebida e cigarro, viveu os últimos anos em desníveis de saúde, com recaídas e melhoras, mas a recaída mais forte teve um aspecto diferente: seus cabelos, ainda relativamente escuros por não ser muito velho, esbranquiçaram-se de súbito e por completo, juntamente com o ressecar da face, que enrugou-se em expressão de angústia, isso se deu rapidamente durante os momentos de maior dor e, quando a situação se normalizou, os cabelos retomaram a cor e a face enrugada e magra voltou ao que era antes. Ora, essa é uma evidência de que a situação da alma interfere violentamente nas condições do corpo, sendo que um espírito abatido tende a sugar toda a vitalidade que possuímos e um espírito reconfortado é capaz de repôr a condição vivaz. É por isso que pessoas ricas, mas que dedicam-se em agonia e angústia a uma carga de trabalho estressante, são mais infelizes e visivelmente abatidas do que muitos pobres alegres. É por isso que a atual aniquilação de toda a sólida tradição, convenção social, padrão moral, tornando as pessoas totalmente inseguras e frias a relacionamentos profundos -voltando-se mais ao físico ou, desistindo dos humanos, amando excessivamente os animais-, já tem aumentado os problemas psicológicos, disseminado cânceres e doenças diversas e, provavelmente, aniquilará, em parte, a humanidade, pois tudo isso abate a alma e, abatida a alma, abate-se o corpo. A Bíblia, em sua sabedoria, já conhecia essa verdade, por ser ela a verdade, vide muitas das passagens de Provérbios, colocarei em ordem de passagem:
4:23; 12:25; 13:12; 14:30; 15:13, 15 e 30; 17:22; 20:27; 27:9 e 19; 28:14.
"Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida; a ansiedade no coração deixa o homem abatido, mas uma boa palavra o alegra; a esperança adiada desfalece o coração, mas o desejo atendido é árvore de vida; o sentimento sadio é vida para o corpo, mas a inveja é podridão para os ossos; o coração alegre aformoseia o rosto, mas pela dor do coração o espírito se abate; todos os dias do oprimido são maus, mas o coração alegre é um banquete contínuo; a luz dos olhos alegra o coração, a boa notícia fortalece os ossos; o coração alegre é como o bom remédio, mas o espírito abatido seca até os ossos; o espírito do homem é a lâmpada do SENHOR, que esquadrinha todo o interior até o mais íntimo do ventre; o óleo e o perfume alegram o coração; assim o faz a doçura do amigo pelo conselho cordial; como na água o rosto corresponde ao rosto, assim o coração do homem ao homem; bem-aventurado o homem que continuamente teme; mas o que endurece o seu coração cairá no mal."
Essa percepção verdadeira da Bíblia em relação ao poder de nossa alma em relação as nossas condições físicas é, para mim, mais uma evidência de que o cristianismo é A VERDADE. Mas podemos verificar isso com outros raciocínios: primeiramente, entendendo que a alma existe, temos certeza de que Deus existe e, entendendo a existência de Deus, temos certeza de que alguma, exclusivamente uma, das religiões está correta. Como cristão, posso afirmar: eu sou extremamente feliz, mesmo diante das privações e do sofrimento a que, volta e meia, posso me submeter. Eu sou feliz, primeiramente, porque tenho uma certeza indescritível de que estou vivendo A VERDADE, constatada por toda a boa filosofia e ciência, toda a boa observação e experimentação, porque eu vejo e sinto coisas tão maravilhosas que jamais poderia compreender ou viver fora dessa esfera. Toda essa certeza gera segurança e eu, então, encontro um propósito, uma razão de ser, de existir, tendo, portanto, um motivo para estar aqui, sinto-me valorizado, minha estima se levanta, compreendendo que tenho um valor, que sou mais do que um pedaço de carne ambulante e efêmero. Eu sinto e vejo Deus agindo, eu tenho propósitos, eu tenho uma causa pela qual existir e lutar e, no final das contas, seja qual for o sofrimento que venha a se abater sobre mim, vejo uma perspectiva eterna de existência no Paraíso que O Criador arquitetou para o eterno relacionamento com a Sua obra-prima redimida do Pecado. Isso tudo me faz construir a vida de modo durável, almejando a eternidade, isso tudo me faz apegar-me pouco ao que é material, ao que é traiçoeiro, ao que é moda, ao que se desfaz, portanto, ainda não conheço a frustração, já que me apego ao que nunca muda, a uma alegria que é eternamente durável e que, mediante qualquer desafio, não poderá ser arrancada de mim, sendo uma certeza de vida e vitória vindoura. Tendo a quem prestar contas, Deus, e um senso de respeito e compromisso com as pessoas que me cercam, com a Criação, também me privo de vícios, relacionamentos passageiros e o alimentar insano e imediato de prazeres bestiais, logo, o meu corpo, o meu psicológico e o meu espírito mantém-se íntegros, prolongando a vida. Sim, eu sou muito feliz e tenho uma segurança, uma paz em minha alma que se reflete numa face vívida, num sorriso espontâneo, em olhos que brilham, não sendo opacos, como comumente vejo. E é também assim com muitos cristãos de meu convívio.
Vários estudos têm comprovado a verdade que eu experimento na prática, de uma vida cheia e estável, em oposição aos incrédulos, que correm loucamente atrás do preencher de um nítido vazio interior, confusão, caos, para o qual, em desespero, abrem mão de toda a moral, ética e razão: entre 2005 e 2009, um estudo realizado na Universidade de Illinois, com base em dados do Gallup World Poll, coletados em 150 países, concluiu que pessoas religiosas são mais felizes e enfrentam melhor situações ruins, 68% dos entrevistados consideram a religião a parte mais importante de suas vidas; outra pesquisa, desenvolvida pelos professores Andrew Clark e Orsolya Lelkes, apresentado na conferência anual da Royal Economic Society, no Reino Unido, afirmou que os crentes lidam melhor com problemas, são mais felizes e, quanto mais vão à igreja e oram, mais felizes se encontram; outra pesquisa, realizada pela Universidade da Colúmbia Britânica, no Canadá, diz que a felicidade das crianças depende de um estímulo ao desenvolvimento de forte senso de valor e propósito, ambos podendo ter origem na religião. 320 crianças responderam a um questionário e as mais religiosas se disseram mais felizes, sendo a religiosidade responsável por 27% do desnível entre a felicidade das crianças.
Aqui falamos de religiões, mas há aspectos estudados que são propriamente cristãos e que resultam em maior felicidade: um estudo inglês realizado pela Understanding Society com cerca de 14.000 famílias determinou que crianças que vivem com os pais naturais são mais felizes, também foi determinado que crianças que comem uma refeição noturna juntamente com os pais, pelo menos três vezes por semana, geralmente são mais felizes do que as crianças que não possuem tal privilégio. Segundo o estudo, 60% dos jovens alegaram plena satisfação com sua família, enquanto crianças que vivem somente com com parentes são menos suscetíveis a tal satisfação. O mesmo estudo também determinou que casais que se relacionam sexualmente desde antes do casamento são mais infelizes do que os que esperaram para promover relações sexuais somente depois do casamento e, para completar, revelou que adultos casados têm um sono muito melhor do que os divorciados ou separados; um outro estudo, encomendado pelo Instituto Kinsey de Sexualidade Humana, Estados Unidos, entrevistou 207 casais americanos, 207 casais japoneses, 198 casais brasileiros, 198 casais alemães e 199 casais espanhóis com o objetivo de determinar o quão satisfeitos se encontravam os homens de casais heterossexuais em casamentos longos. Foram entrevistados homens entre 40 e 70 anos, numa média de 55 anos, unidos a uma parceira há pelo menos um ano - a idade das mulheres variou de 25 a 76 anos, com média de 52-, sendo que 90% dos casais tinham filhos. O resultado é que os homens se dizem mais satisfeitos quando estão casados há mais de vinte anos, ou seja, são mais felizes em relações duradouras, enquanto as mulheres se sentem mais plenamente satisfeitas sexualmente em relacionamentos longos e estáveis - ao contrário, os homens que tiveram muitas parceiras sexuais ao longo da vida se dizem menos satisfeitos. Outro estudo refere-se à espera sexual do casal para depois do casamento: uma pesquisa publicada pela revista científica Journal of Family Psychology, da Associação Americana de Psicologia, confirmou que os casais que esperam para ter relações sexuais depois do casamento acabam tendo, por conseqüência, relacionamentos mais estáveis e felizes, além de uma vida sexual mais satisfatória - os casais que esperaram deram notas 20% mais altas em relação a satisfação com o casamento do que os que não esperaram, 15% mais altas em relação a qualidade da vida sexual e 12% mais altas em relação a comunicação entre os cônjuges. Os casais que tiveram relações sexuais antes do casamento, tiveram, em média, perda de metade dos benefícios alegados pelos que esperaram mais. Mais de 2 mil pessoas participaram do estudo. Uma última pesquisa revelou que casais que têm filhos são mais felizes -quanto mais, melhor-, isso segundo o estudo realizado pela Universidade de Glasgow, Reino Unido. O coordenador da pesquisa, Luis Angeles, explica o critério utilizado: a maioria dos casais considerou os filhos como sendo a coisa mais importante de suas vidas.
Assim como os judeus tiveram uma mortalidade bem menor durante a Peste Negra na Idade Média devido aos cuidados com a Lei, o padrão de vida sugerido pelo cristianismo também é atemporal em termos de validade para a vida. A ciência, então, está comprovando que aquilo que Deus nos instruiu a fazer vai além de meras ordens, mas se fundamenta num código de conduta com potencial imenso de produzir felicidade, satisfação física e espiritual e demonstra-se fruto de um conhecimento muito superior ao que se via disponível na época em que as escrituras foram confeccionadas, revelando-se como nítida vontade dO Criador. O cristianismo trabalha a luta contra vícios, o casamento heterossexual eterno, a castidade até depois do casamento e a geração de filhos biológicos, vide Gênesis 2:23-24; Marcos 10:2-12; 1 Coríntios 6:12 e 7:2-5; Êxodo 22:16; Hebreus 13:4; Salmos 127:3-5.
Enquanto o cristianismo trabalha com conceitos nitidamente vitais, temos religiões, como o hinduísmo, que incentivam o sexo em toda a circunstância, sendo um ato religioso, além do manutenção de pragas nocivas, como ratos, por serem figuras celestiais. O hinduísmo também oprime quase todos os seus adeptos, que precisam se contentar com uma condição de quase escravidão, em pobreza, por pertencerem a uma imutável e hereditária classe social fundamentada na religião. O ateísmo provou-se, pelo vazio e confusão que gera, alternativa infeliz para a vida dos que creem. O islã oprime as mulheres, promovendo a angústia de suas almas aflitas, isso por incentivo do Alcorão, enquanto os homens são mais violentos, em nome de Alá, ódio que brota de uma situação de peso em seu espírito. As filosofias de Nova Era, em parceria com as religiões orientais, tem alimentado muito a sede pelo crescimento do "eu", pela ampliação do "ego", o que resulta em egoísmo, busca por prazer imediato, sexo antes do casamento ou, pior, a abolição dessa aliança conjugal, o que, pelo egoísmo, também inibe a natalidade, uns não querendo se incomodar com crianças e outros, querendo crianças, mas não querendo "destruir" o corpo, adotando filhos - raízes da infelicidade. Nada disso coopera com a verdadeira alegria! Alegria essa que só Deus pode dar e, estando em nós, na segurança espiritual que temos, incentivar o cumprimento, por vezes sacrifical, daquilo que entende-se como benéfico. De tudo o podemos analisar, o cristianismo, quando seguido com seriedade e entrega, só pode ser A VERDADE, pois é a única fonte plena de alegria, evidenciando a fortíssima ação do Deus Vivo através do cumprimento de Seus estatutos, começando pela entrega aO Filho.
Como conclusão dessa grande postagem, fica a idéia de que a verdadeira felicidade só pode ser encontrada em Deus e que Deus só pode ser encontrado no cristianismo, por ser a verdade compatível com a real alegria. O meu apelo, no final das contas, é que entenda a necessidade de se entregar a Jesus e, por fim, compreenda que dentro de ti existe uma força maior do que imagina, capaz de influenciar tua parte física para melhor ou pior. Cuide, portanto, com o que entra em ti -Lucas 11:34-, já que a disposição de tua alma determina a disposição de teu corpo.
Natanael Castoldi
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Parece um pesado tópico e, de fato é, mas a questão não é propriamente entender a natureza demoníaca, pois não nos cabe buscar conhecimento profundo sobre essa realidade evidente, basta-nos, seguindo o exemplo de Cristo, ignorá-los -mas não nos expormos espiritualmente por meio do pecado- e, quando inventarem de aparecer, nada de analisá-los ou entrevistá-los, mas os expulsarmos sem cerimônia. Com Deus do nosso lado, não precisamos, necessariamente, conhecer todos os detalhes do Inimigo, cabendo-nos saber que ele existe, o que o contenta e o que o deixa agoniado - e Jesus nos deu a autoridade de Seu poderosíssimo nome para trazer-lhes agonia.
A questão que quero apresentar aqui, como introdução do pensamento que segue, envolve a interação entre o universo material e espiritual. O primeiro ponto a ser considerado está no fato de que Deus, espiritual, criou de Si mesmo o Universo material, havendo, portanto, no espírito, a raiz, o princípio ativo da matéria. Deus, que é Trino, é elemento, elemento tal constituído dEle mesmo, elemento de natureza espiritual genuinamente divina, de característica exclusiva dO Próprio Criador, diferente e superior, por ser e constituir O Pai da Criação - Deus é, noutras palavras, feito de Si mesmo, como já disse. Desse elemento, que é Deus, todo mais pôde ser criado segundo a Sua vontade. Essa questão dá aval para outra compreensão, a de que a onipresença dO Pai não significa que Ele está e habita o Universo inteiro ao mesmo tempo, mas de que tem conhecimento, onipresença, de tudo o que acontece em Sua área de domínio, que é TUDO, sentindo e concebendo tudo o que ocorre no mundo espiritual e nos cliques que o mundo material emite na esfera espiritual - é por isso, também, que anjos estão a Seu serviço. A questão é: Deus tudo sabe e tudo vê, mas não está em todo o lugar ao mesmo tempo, embora com Suas onipotência, baseada no controle absoluto sobre tudo o que Ele mesmo criou, nenhum milímetro do Universo está longe de Seu toque. Fica evidente o fato de que Deus não está no Universo inteiro, pelo fato de Ele não estar no Inferno, não estar com aqueles que não O querem, não estar na árvore ou pedra - o contrário seria panteísmo, em que tudo é "deus" ou a antiga filosofia chinesa do Yin-Yang, com "deus" sendo a junção do mal e do bem num equilíbrio. Leve em conta que a retirada de Deus do Templo, em Ezequiel 11:23, não foi só apenas simbólica, mas, visivelmente literal; quando O Criador diz que não quer acompanhar Israel no deserto -Êxodo 33:3- evidencia-se essa verdade e quando a Sua presença se identifica, no caso específico, na nuvem de fumaça -Números 9:21-, conclui-se. Jesus disse que O Pai estava esperando-O no Céu, sentado no Seu Trono, o que só pode culminar nessa realidade -João 16:10; Atos 2:33.
Devemos levar em conta mais um ponto: tudo o que Deus criou é corpo, é existência. Tudo o que, sendo tido por Deus não é Deus, tomou forma em dimensão na qual O Pai não habita em plenitude. Os seres espirituais, criados por Deus, possuem, portanto, forma, corpo - constituição e anatomia -, sendo a "matéria" que existe na dimensão espiritual de mundo, sendo seus habitantes e seus formadores, pois se existe o ser espiritual, deve também existir o ambiente espiritual. As descrições de visões espirituais na Bíblia mostram duas coisas: uma forma específica através de imagens simbólicas pela qual Deus quer se revelar e transmitir uma mensagem ou a imagem real da realidade do espiritual, dentro da qual Deus pode ter criado coisas semelhantes, embora separadas, as que vemos em matéria. Pela evidência bíblica e visual, podemos afirmar que as aparições espirituais de demônios em matéria são amostras de que a realidade espiritual é muito mais literal e material, em sua própria natureza, do que costumamos conceber. Talvez os demônios avistados ao longo da história sejam a revelação de sua real imagem, de aparência e constituição típicas de criaturas totalmente desfiguradas pelo afastamento de Deus ou maquinações diabólicas de seres que se materializam em aparências, afim de causar espanto ou adoração pagã da parte dos homens. O fato é que a relação entre o espiritual e o material é quase que plena, com uma coisa profundamente enraizada e ligada a outra, como se ambas constituíssem o mesmo ambiente, o mesmo sistema, que se revela aos homens pela matéria, mas possui as raízes no imaterial - um bosque é constituído de uma parte que vemos, as plantas e o solo exposto, e de uma parte que não vemos, o subsolo, mas a riqueza de ambos depende da inter-relação. Nossos atos influenciam e são influenciados pelo mundo espiritual, do qual volta e meia vemos seres ou sentimos e pelo qual também somos constantemente vistos e sentidos.
Eu acho arrogância e presunção demais atribuir toda a mitologia dos antigos, tudo o que diziam que viam e vivenciavam, a medos, disposições psicológicas, tentativas falhas de explicar o que não compreendiam ou interpretações errôneas de seres e fenômenos naturalmente verificáveis. Os milênios em que a humanidade habitou esse mundo numa situação de rudez não são argumentos para tachá-la de ignorante, totalmente cega e absurdamente errônea, primeiramente porque ela já provou-se sábia, vide o sofisticadíssimo pensamento grego que, de milênios, ainda influencia nossa filosofia, vide as percepções judaicas de mundo espiritual, com o monoteísmo divinamente inspirado e mais revolucionário do que a própria filosofia grega, vide os engenhos à vapor e engrenagens do famoso Heron de Alexandria, a engenharia envolvida na construção do Colosso de Rodes, Farol de Alexandria, pirâmides de Gizé, pirâmides da Bósnia, da América Central, da Muralha da China, de Stonehenge, vide a Biblioteca de Alexandria, com pouco menos de um milhão de documentos manuscritos, vide as percepções matemáticas dos gregos e árabes... Não, eles não eram tão pobres e falhos quanto comumente atribuímos!! E, como já disse outrora, não posso crer que aqueles cuja clareza e solidez da filosofia ainda nos influencia sejam os mesmos que tachamos de ignorantes em relação a uma mitologia mentirosa. Se homens cuja clareza intelectual os levavam às profundezas de um conhecimento que ainda nos é útil, também criam, mesmo com seu senso crítico, na existência de seres estranhos e sobrenaturais, então, provavelmente, esses seres eram reais e não apenas herança de tradições. São dois tipos de testemunhas oculares que podemos levar em conta para dar crédito aos avistamentos de demônios:
Camponeses e pobres em geral: numa realidade em que o título social era imutável e hereditário, como fora na Idade Média, camponeses, ao relatarem avistamentos espirituais não o estavam fazendo em busca de status, até porque pouco crédito se lhes dava e, também, porque avistamentos demoníacos pareciam comuns a todos e, portanto, ninguém se espantava em demasia em virtude deles. O mundo sempre se transformou através de eventos física e espiritualmente poderosos e, pelo que percebo, toda a grande revolução detida na humanidade por conseqüência de catástrofes ou alterações nas filosofias, sempre vem carregada de grande estímulo, em causa e influência, do mundo espiritual, seja da parte de Deus, como a disseminação rápida do cristianismo no mundo gentílico através dos sinais dos apóstolos, seja da parte dos demônios, como aconteceu antes da Peste Negra (séc XVI), na Idade Média européia: antes de a terrível peste bubônica tomar a Europa e matar 1 em cada 3 europeus, totalizando 25 milhões, camponeses relataram inúmeras aparições diabólicas nas plantações e nos campos, descrevendo os seres vistos como humanoides de robe negro empunhando grandes foices -entre outros-, de onde, provavelmente, veio a comum imagem que temos da Morte. Muitos avistamentos, da parte de camponeses honestos em suas intenções, tidos por, certamente, testemunhas solitárias ou em bandos e de modo semelhante em todo o continente, certamente indicam uma verdade histórica a ser levada em conta. Daqui podemos extrair duas informações: primeiramente, demônios se materializam ou, simplesmente, retiram-se de sua dimensão espiritual e, assim como são, se fazem avistar na dimensão da matéria como a concebemos e, em segundo lugar, existe uma influência profunda do espiritual sobre o material, pois se a Peste Negra brotou dos poderes tenebrosos e, ao mesmo tempo, foi causada pelas pulgas de ratos, pode-se entender que o espiritual influenciou o material ou, até mesmo, inseriu o princípio do caos no hospedeiro.
Clérigos e nobres: enquanto o relato dos camponeses provinha de uma mente sincera, a relatar apenas o observado sem intenções gananciosas, embora ignorante e, quem sabe, precipitada, o relato dos clérigos e nobres apresenta-se como as visões aceitas por indivíduos com satisfatório grau de cultura, embora, segundo podem alegar alguns, pudessem ter interesses por detrás de fraudes. A questão é que, por mais que hoje se alegue cegueira total ao pensamento científico da Igreja Medieval, a verdade histórica mostra um antro do conhecimento e desenvolvimento, embora extremamente centralizado e, por isso, pouco evidente. Tanto a primeira sugestão acerca do Big Bang, quanto a verdade do heliocentrismo, provém do pensamento de clérigos. Profundos conhecimentos de acústica, arquitetura -física e matemática-, alquimia -química-, medicina e biologia provém da Idade Média e é por isso que logo após a quebra da supremacia da Igreja Católica no Continente Europeu, o conhecimento já existente em seus fundamentos, pôde sair das salas escuras das universidades ou dos cientistas anônimos, e aflorar no artística e cientificamente belíssimo período do Renascimento, fruto da Reforma Protestante e da queda de Constantinopla, da qual migraram muitos clérigos cheios de manuscritos da Igreja Oriental, fundamentos da revolução do pensamento Ocidental. Vale lembrar que o posterior Iluminismo teve, como uma forte causa, o pensamento pietista, da igreja reformada.
O fato é que os nobres e clérigos eram os únicos letrados e, portanto, partem deles os documentos escritos relatando aparições demoníacas e é aqui que entra a questão: se tais relatos fossem motivados pela sede de poder, amedrontando e fazendo curvar o povo mais pobre, por que descreveriam as aparições como uma verdade observada? Testemunhada? Ora, não seria necessário que uma mentira comum a todos os poderosos fosse relatada entre eles como sendo verdade, pois eles, entre si, reconheceriam-na como mentira e ninguém mais teria acesso aos documentos escritos, já que os únicos alfabetizados eram eles. Isso me leva a crer, de modo inquestionável, que se, entre os nobres e clérigos, únicos letrados, circulavam documentos escritos contendo detalhes de aparições demoníacas e, inclusive, descrições do aspecto visível desses demônios, tendo tudo como verdade absoluta, trata-se do produto de total sinceridade e espanto. Na postagem "Bestiário" eu cito um trecho manuscrito do cronista William de Newburgh, séc. XII, sobre "mortos-vivos": "não seria possível acreditar tão facilmente que cadáveres saem de suas covas, se não houvessem tantos casos apoiados por um número tão amplo de testemunhos". O fato é que a presença demoníaca era tão comum na Idade Média que o estilo de vida moldava-se a isso: ninguém podia sair perambulando por bosques sozinhos, muito menos após o anoitecer. A visão de mortos vagando era tão comum que vendiam-se até quites para caçar vampiros e decapitavam-se os mortos para evitar que revivessem após a morte. Os mosteiros eram construídos como fortalezas contra as trevas e estão recheados de histórias sobre monges que enfrentaram demônios.
Relatos de visões demoníacas são comuns a todas as culturas de nosso mundo e estão presentes, até mesmo, em nossos dias, embora o crescente ateísmo tem feito as corjas satânicas inibirem sua ação visível para manter presos na descrença os incrédulos. Os relatos de avistamentos de criaturas tidas como mitológicas são semelhantes em diversas partes do mundo, principalmente no que se refere aos seres em si: os gregos tinham o humanoide com chifres e cascos como sátiro, os egípcios tinham, em semelhança, o deus Khnum, os europeus medievais o hippopodes e os indígenas brasileiros, o anhanga; os gregos tinham o homem-touro como Minotauro, os egípcios, a mulher-vaca na pessoa de Hator; povos pré-colombianos tinham no deus da morte a figura do mesmo morto-vivo que os europeus medievais viam; os indígenas brasileiros conheciam uma criatura que tinha um só olho e uma boca imensa posicionada no peito, o mapinguari, ou o quibungo, cujo diferencial era possuir uma boca nas costas, enquanto os europeus medievais avistaram seres humanoides com um rosto completo no meio do peito, as blemias, e os gregos professavam a existência de seus famosos ciclopes de um olho só; os ameríndios amazônicos creditavam num humanoide de grossa e farta pelagem vermelha e pés invertidos, o Curupira, enquanto os europeus da Idade Média conhecia a criatura nuli, cujos pés também eram invertidos; os europeus medievais creditavam existência aos cynocephaly, humanoides com face e pelagem canina, enquanto os egípcios tinham o seu deus chacal, Anubis, e a deusa leoa, Bastet, e outras muitas culturas o conhecidíssimo lobisomem; os palestinos tinham seus famosos gigantes, os nefilins, enquanto os gregos professavam os imensos ciclopes e titãs, os nórdicos concebiam os gigantes e trolls e os demais europeus medievais, ogros, os mesmos que davam créditos a existência do gegenes, homem de quatro braços, enquanto os hindus falavam de Shiva, divindade também com quatro braços; no folclores brasileiro temos a sereia Iara, enquanto os gregos falavam de Poseidon, Proteu e os tritões e os europeus medievais, mermaid, merman e o monge do mar. São tantas... "coincidências"? Provavelmente não!! Tratam-se de, creio, demônios específicos, materializando-se em semelhantes formas para diversos povos do mundo inteiro, carregando consigo rituais universais, como o sacrifício de crianças ao "deus sol".
Aquilo que é limitado num corpo, pelo tempo, espaço e que provém de uma fonte criadora precisa se alimentar, contenta-se com o absorver doutra coisa, e é aqui que diferencia-se o culto a Deus, eterno, atemporal, onipresente, onipotente, onisciente e totalmente autossuficiente, do culto aos outros deuses, demônios. Deus criou cada anjo com uma função específica e de uma constituição condizente com ela, portanto, os demônios, anjos caídos, possuem funções distintas, lhes atribuídas por Satanás e advindas do avesso ao que faziam antes - os protetores se tornaram aniquiladores, os que louvavam, passaram a zombar, os que carregavam a mensagem de Deus, passaram a pregar o inverso. Existem, portanto, demônios causadores de diferentes depravações e são, por conseqüência, atraídos e saciados segundo as suas disposições. Após a Queda e o esquecimento dO Pai por parte da descendência de Caim, os demônios apresentaram-se como causadores de confusão e deuses de religiões politeístas, uns emergindo das águas, como divindades do mar, outros saindo das florestas, como deuses dos bosques e outros vindos dos céus, como divindades celestes. Esses "deuses" passaram a exigir culto, aprisionando os homens numa situação de vergonhosa e logrativa servidão, em troca, principalmente, do apaziguar de sua ira destruidora, então os "deuses da guerra" exigiram violência e sacrifícios; os "deuses da morte", também sacrifícios; os "deuses de prosperidade", prostituição ritual e orgias, além de sacrifícios humanos... E cada povo, identificado e dominado por algum príncipe demoníaco específico, adotou determinadas formas de culto, cujas características viessem a atraí-lo e satisfazê-lo, os nórdicos, por exemplo, diziam que Odin se fazia visível no meio das batalhas, os astecas e maias sacrificavam inimigos para, com o sangue, matar a sede do Sol, os cananeus, gregos e romanos tinham nas relações sexuais a satisfação de Baal, Afrodite e Dionísio. O transe nos oráculos, como em Delfos, o poder dos druidas e sacerdotes, como Merlin, o fortalecimento em ira extrema de guerreiros, como os berserkers nórdicos ou os semi-deuses gregos, tudo evidencia a habitação de demônios em resposta aos rituais que tais aberrações determinaram aos seus escravos. - O mito da origem do nome de minha cidade, Encantado, Rio Grande do Sul, desenvolve-se entorno do avistamento de um vulto ou criatura branca de grande estranheza a mergulhar diante dos navegadores pioneiros no rio que ladeia o território.
Dentro dessa relação profunda entre os "deuses" e os homens está outra questão referente às abominações mitológicas: Gênesis 6:4 fala da interação sexual de demônios com seres humanos, de seres espirituais possuindo o corpo de moças e fecundando-as, gerando delas, no caso específico, gigantes -Números 13:33. Existem lendas que tratam de questões que podem ter tido origem nessa verdade, como a rainha do rei Minos que, no conto grego, engravida de um touro e dá a luz a um híbrido, meio homem e meio touro, o Minotauro. Dessa forma, além de fruto de aparições demoníacas, a existência de híbridos humanoides nas mitologias antigas podem ter origem no nascimento de criaturas macabras, resultantes do atrito entre o espiritual e material, numa variação na organização dos genes por meio do demônio intrometendo-se no fruto do relacionamento de um casal ou na real inoculação de uma genética demoníaca em parceria e mescla com a genética humana. Os gigantes relatados na Bíblia, por exemplo, possuem evidências arqueológicas de objetos -fora encontrado nos territórios da antiga Fenícia um artefato contento o nome "Golias"-, pegadas, ossadas e até múmias, como é o caso do famoso Gigante de Londres e, na América do Norte, crânios ruivos de indivíduos pertencentes a uma comunidade de gigantes com uma média de 2,5 metros de altura, mortos, segundo relatos indígenas, quando encurralados pelos inimigos ameríndios nessas cavernas e consumidos pelas chamas. Esses homens não eram como os gigantes que temos hoje, fracos devido a uma série de complicações pela mutação na altura, pois, a exemplo de Golias, eram homens de guerra, conhecidos por sua força, bravura e potencial militar -1 Samuel 17-, levemos em conta que foram os responsáveis por algumas das colossais construções, nos caso, da Palestina -Deuteronômio 1:28 e 9:1.
Para concluir essa parte do raciocínio, vou relatar três eventos especialmente interessantes:
O primeiro eu ouvi da boca de quem esteve no ponto de atrito: um amigo meu, missionário, esteve 40 dias em Guiné-Bissau, África, e ouviu um relato estranho da parte doutros missionários há mais tempo no país: cada pequena vila possui, no centro, uma pequena cabana, construída como morada para o demônio que reina ali e perambulam por entre as cidades guerreiros solitários, pintados de branco e vestindo peças exclusivamente consagradas ao Maligno, invadindo residências para comer - eu vi uma das raras fotos tiradas com alguns desse homens, dotados de uma face embrutecida e olhos esbugalhados, amarelados e com uma íris profundamente negra, resultados da ação de muitos bruxos. Foi numa dessas aldeias em que os missionários foram ameaçados pelo bruxo local, que lhes disse que teriam lugar na vila para pregar Cristo caso insistissem, mas, insistindo, os demônios os matariam em alguns dias - para tal já estavam providenciando rituais. É claro que, protegidos por Deus, não morreram, o que garantiu a aceitação da parte desse povo, menos de uma moça, que lhes revelou a aflição: chegaram tarde. Ela havia perdido seu filho recém nascido poucos dias antes deles chegarem, pois, por intermédio de uma seca terrível, os bruxos receberam dos espíritos, em troca da chuva, a ordem de jorrar o sangue mais puro da comunidade, que era o do bebê, resultando, estranhamente, em chuva no dia seguinte ao sacrifício. Essa história real, que ouvi da boca de quem ouviu daqueles que vivenciaram, é uma demonstração clara da relação extremamente próxima entre o matérial e o espiritual.
A segunda história se deu na Inglaterra, por volta de 138 d.C: os romanos, espantados com os rituais pesados desenvolvidos pelos celtas do Vale de Severn, não precisaram de muito mais do que alguns levantes rebeldes para enviar, a mando de Publios Sula, uma legião da guarnição de Corinium, afim de aniquilar os desordeiros, o que resultou em um conflito. No meio da revolução a mulher e a filha de Publios foram sequestradas e oferecidas pelos rebeldes em sacrifício a um demônio acéfalo, segundo relatos. Diz-se ainda que a legião, em campanha, marchando para o forte de Glevum, fora confrontada por uma enorme criatura invocada pelos druidas locais - cerca de metade dos homens retornou para Corinium, uns feridos e outros em estado de choque, devido aos horrores vivenciados.
A terceira história trata da famosa besta de Gevaudan, uma criatura lupina, mas de tamanho descomunal, que surgiu subitamente das florestas francesas num curtíssimo período de tempo, 1764-67, aparecendo e desaparecendo aparentemente do nada na região de Gevaudan, centro da França. Esse lobo, de peso estimado em 100 Kg, era um assassino de homens, preferindo os pastores antes do gado e, acima de tudo, as mulheres - especialmente cruel e sanguinário. O primeiro caso se deu com a morte de uma menina de 14 anos, seguido, nos três meses seguintes, das mortes de dois meninos, duas meninas e uma mulher. No inverno de 1764 os ataques chegaram a causar duas mortes semanais, resultando em vítimas estraçalhadas e, até mesmo, decapitadas, totalizando, nesse período, a morte de 54 pessoas, chegando ao ponto extremo de o rei Luis XV enviar três batalhões do exército para aniquilar as feras, resultando em fracasso e recompensas altíssimas para quem conseguisse matar um dos cães. A guerra continuou até 1767, ano que terminou com 130 mortes, com o relato detalhado de um camponês armado que enfrentou tal besta e a necrópsia de um cadáver surrado dessa criatura, repleta de cicatrizes. Os lobos, então, desapareceram, produzindo um padrão de análise que deve servir como fundamento para o surgimento de outras muitas criaturas tidas como "mitológicas". Não pude deixar de me lembrar, com essa criatura sanguinária, do grande lobo nórdico de nome Fenrir, do bunyip, colossal canídeo australiano que tem preferências pela carne de mulheres, ou do black shuck inglês, um cão negro de olhos vermelhos reluzentes avistado por mais de duas mil testemunhas andando pelas noites inglesas - muito semelhante ao leucrotta grego. Dessa história podemos extrair três informações: o espiritual pode, pela materialização, mostrar-se como criatura bizarra, o espiritual pode interferir na genética das bestas selváticas e resultar nalgo mais tenebroso ou, ainda, possuir e tornar especialmente mortal determinado ser. Seja qual for a hipótese, em todas vemos a relação entre o espiritual e o material.
Uma antiga tradição palestina afirma que Salomão obrigou demônios a trabalharem, com seu poder descomunal, na construção do Templo, outros afirmam que tal poder veio de Deus, o que me parece mais óbvio, de qualquer forma, não conseguiria imaginar ser tudo resultado do esforço humano, já que escavações nos alicerces da construção arruinada demonstraram a existência de blocos de pedra de 3,35m de altura e 12,8 extensão, sendo o maior de todos da dimensão de 4,57m de altura, 12,8 de comprimento e 4,26 de profundidade, pesando algo entorno de 545 toneladas - o bloco teve que ser removido da mina, carregado e encaixado no ponto mais alto do Monte Sião. Relatos assim não são de exclusividade dos judeus: os cristãos etíopes relatam que a construção dos 11 templos de Lalibela, séc. XIII, esculpidos de cima pra baixo em buracos imensos na rocha, retirando-se, no caso da igreja mais famosa, em forma de cruz, 3,5 mil m³ de rocha do entorno e 500 m³ do interior das estruturas, tenham recebido serviços de dois tipos de mão-de-obra: durante o dia trabalhavam os homens e, enquanto dormiam a noite, supostos anjos -ou o inverso- continuavam trabalhando, lidando com as tecnologias que os homens não sabiam usar -diz-se que eram visíveis luzes vagando dentro das estruturas nesse período. Os gregos da antiquíssima Tróia afirmavam que os muros colossais da cidade tinham tido origem no trabalho dos deuses e os gregos da igualmente antiga Micenas, afirmavam que os ciclopes tinham sido os responsáveis pela construção das suas muralhas, devido a magnitude incompreensível das mesmas. Isso teria sido possível?! O monge medieval irlandês de nome Funsey poderia confirmá-lo, pois narrou uma série de visões que teve de anjos lutando com demônios e, por testemunhar as batalhas, disse ele, acabou ficando com o corpo coberto de cicatrizes.
Eu falo desse assunto como quem, talvez por falar de coisas pesadas assim noutras ocasiões, viu dois demônios na madrugada de sábado, 03/03/12, primeiramente como que uma aranha imensa flutuando diante de minha face, visível, em estranha luz, aos meus olhos abertos, desaparecendo com o ligar da lâmpada e, em seguida, de um indivíduo humano a caminhar do lado da cama e desfigurar a sua face humana no rosto irônico de um porco, também desaparecendo ao ligar da luz. Ambos os casos foram precedidos de uma sensação física no meu corpo e uma angústia de espírito e ambos foram repelidos com fortes orações, em alto e bom tom, à Deus. Não é raro o utilizar de pelo menos três sentidos num momento de manifestação espiritual: lembro-me de uma celebração na Igreja, tida no ano de 2010, na qual apenas algumas pessoas sentiram um fortíssimo e onipresente cheiro de velas de velório, de macumba - eu senti e, inclusive, fui para a rua verificar a fonte, que não se mostrou. Soube, no dia seguinte, que o filho de um casal da conhecido tentou cometer suicídio durante o culto. Esse é o olfato. A visão, pelo que você leu, obviamente capta, assim como o tato, num arrepio que precede a visão - vento, frio gélido localizado. Até agora provou-se a reação física de nosso corpo a aparição espiritual, mas, no momento em questão, sentimos algo indescritível no íntimo de nossa alma, algo totalmente espiritual, uma resposta involuntária ao estímulo externo.
2º) Influência da alma em nosso corpo:
No ponto anterior ficou muito clara a relação entre o material e o espiritual, agora transferirei as conclusões tidas acima para o que se refere ao nosso interior que, há muito, provou-se ser constituído de algo que a matéria não consegue discernir. A questão mais óbvia a ser levada em conta aqui é a seguinte: o espiritual tem poder natural sobre a matéria e a matéria tem poder natural sobre o espiritual, o espiritual, que compreende parte de nós, é, naturalmente, apto em poder, logo, o nosso estado emocional e espiritual afeta diretamente as nossas condições físicas. Nos tornamos mais fortes quando o nosso espírito está forte.
É por isso que vemos as pessoas mais preocupadas com a saúde numa condição, muitas vezes, pior do que os moderados -porque os despreocupados são suicidas e não entram em questão: o vegetariano em magra fraqueza; aquele que faz dieta constante, com a face envelhecida precocemente; o que se exercita diariamente e alimenta em prol do emagrecimento, sempre lutando contra o ganho de peso; o que se medica a qualquer mínimo sinal de enfermidade, sempre lutando contra alguma doença. O nosso corpo ganha força, embrutece, se torna resistente quando exposto à fome, às doenças, à sujeira -não digo que devemos viver emporcalhados. A pouca exposição ao nocivo, ao dolorido, com base num excessivo cuidado e proteção, tornam nosso corpo fraco, despreparado, com pouca energia e disposição para combater o mal físico quando ele surge e tudo isso começa com um predisposição espiritual, de medo, baixa estima, fraqueza, receio - "meu corpo é fraco demais". É por isso que os pais de hoje estão aniquilando a vida saudável de seus filhos impedindo-os de se divertirem em atividades relativamente perigosas, entrarem em contato com moderada sujeira, brincarem com insetos, analisarem cadáveres de pássaros, tirarem as entranhas de minhocas, comerem cascudinhos de jardim, fazerem experiências "científicas", aventuras nos bosques... O homem é um ser da natureza, originário de jardins e florestas, vivendo milênios diante de toda a espécie de criatura, limpa ou imunda, padecendo de doenças, fome e dor, portanto, não é um contato parcial com o mundo que fará uma criança morrer, pelo contrário!! Com isso também defendo a disciplina do pais nos filhos que, com base no amor, devem surrar -com consciência e controle da força emitida- a criança mediante a insistência na rebeldia e desonra, para lapidá-la, orientá-la, fortalecê-la! A segurança dos pais em fazê-lo com amor, torna a criança, de fato, mais segura, eu sei por experiência própria - sente-se cuidada, zelada, amada. Por isso eu penso: o melhor remédio para uma vida saudável está num espírito firme e seguro, alimentado por um ambiente propício para tal.
O mau cuidado com o corpo reflete uma baixa estima, numa situação de "morte" da alma e, por conseqüência, o descuido total com o físico, enfraquece o espírito, pois produz mais baixa estima. O cuidado excessivo com o corpo reflete uma insegurança imensa que brota do espírito, a desconfiança total nas capacidades do corpo e da alma, o que também gera mais fraqueza espiritual. Tratam-se de ciclos viciosos, de decadência constante. A pessoa que não se valoriza, cuidando-se terrivelmente ou de modo vulgar, reflete uma idéia enraizada na alma e acaba transmitindo mais deficiências para o seu "coração", da mesma forma é com quem se valoriza exageradamente, em vaidades. O homem natural é mais forte, o homem prudente sabe equilibrar os cuidados com o corpo, refletindo força e segurança para a alma e, por sua vez, uma alma forte e segura insere mais vitalidade ao corpo - o organismo passa a funcionar melhor, pois o cérebro, controlador do corpo, é controlado por outra coisa, que é a alma.
Os conceitos aqui descritos se aplicam numa outra realidade muito observada: os idosos morrem quando se entregam. A morte é, de fato, algo estranho, pois o que leva, do nada, ainda com algum funcionamento e potencial de prosseguir funcionando dos órgãos vitais, a pessoa a morrer? O último suspiro é difícil de entender... até porque a própria morte é um conceito misterioso, mas existe uma relação muito próxima entre a desistência de viver e a morte, quando a alma se retira do corpo morto num suspiro audível. O fato é que quando o idoso precisa, pelas limitações, parar de exercer aquilo que mais lhe dá prazer e motivos de viver, como dirigir, ler, pregar, capinar, costurar... o processo de morrer se aligeira drasticamente, pois, sem motivos para continuar existindo, a disposição espiritual do indivíduo reflete a -e na- fraqueza do corpo, que definha até morrer. É por isso que idosos em asilos ou isolamento tendem a viver menos, pois na tristeza do abandono, sem familiares para lhes motivarem a vida, simplesmente se entregam, em angústia, sentindo-se mais um peso para o mundo do que um aditivo.
Noutro dia, conversando com a minha mãe, ouvi o relato de algo que ocorrera com o meu avô, de quem não me lembro, antes da morte: em suas complicações por bebida e cigarro, viveu os últimos anos em desníveis de saúde, com recaídas e melhoras, mas a recaída mais forte teve um aspecto diferente: seus cabelos, ainda relativamente escuros por não ser muito velho, esbranquiçaram-se de súbito e por completo, juntamente com o ressecar da face, que enrugou-se em expressão de angústia, isso se deu rapidamente durante os momentos de maior dor e, quando a situação se normalizou, os cabelos retomaram a cor e a face enrugada e magra voltou ao que era antes. Ora, essa é uma evidência de que a situação da alma interfere violentamente nas condições do corpo, sendo que um espírito abatido tende a sugar toda a vitalidade que possuímos e um espírito reconfortado é capaz de repôr a condição vivaz. É por isso que pessoas ricas, mas que dedicam-se em agonia e angústia a uma carga de trabalho estressante, são mais infelizes e visivelmente abatidas do que muitos pobres alegres. É por isso que a atual aniquilação de toda a sólida tradição, convenção social, padrão moral, tornando as pessoas totalmente inseguras e frias a relacionamentos profundos -voltando-se mais ao físico ou, desistindo dos humanos, amando excessivamente os animais-, já tem aumentado os problemas psicológicos, disseminado cânceres e doenças diversas e, provavelmente, aniquilará, em parte, a humanidade, pois tudo isso abate a alma e, abatida a alma, abate-se o corpo. A Bíblia, em sua sabedoria, já conhecia essa verdade, por ser ela a verdade, vide muitas das passagens de Provérbios, colocarei em ordem de passagem:
4:23; 12:25; 13:12; 14:30; 15:13, 15 e 30; 17:22; 20:27; 27:9 e 19; 28:14.
"Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida; a ansiedade no coração deixa o homem abatido, mas uma boa palavra o alegra; a esperança adiada desfalece o coração, mas o desejo atendido é árvore de vida; o sentimento sadio é vida para o corpo, mas a inveja é podridão para os ossos; o coração alegre aformoseia o rosto, mas pela dor do coração o espírito se abate; todos os dias do oprimido são maus, mas o coração alegre é um banquete contínuo; a luz dos olhos alegra o coração, a boa notícia fortalece os ossos; o coração alegre é como o bom remédio, mas o espírito abatido seca até os ossos; o espírito do homem é a lâmpada do SENHOR, que esquadrinha todo o interior até o mais íntimo do ventre; o óleo e o perfume alegram o coração; assim o faz a doçura do amigo pelo conselho cordial; como na água o rosto corresponde ao rosto, assim o coração do homem ao homem; bem-aventurado o homem que continuamente teme; mas o que endurece o seu coração cairá no mal."
Essa percepção verdadeira da Bíblia em relação ao poder de nossa alma em relação as nossas condições físicas é, para mim, mais uma evidência de que o cristianismo é A VERDADE. Mas podemos verificar isso com outros raciocínios: primeiramente, entendendo que a alma existe, temos certeza de que Deus existe e, entendendo a existência de Deus, temos certeza de que alguma, exclusivamente uma, das religiões está correta. Como cristão, posso afirmar: eu sou extremamente feliz, mesmo diante das privações e do sofrimento a que, volta e meia, posso me submeter. Eu sou feliz, primeiramente, porque tenho uma certeza indescritível de que estou vivendo A VERDADE, constatada por toda a boa filosofia e ciência, toda a boa observação e experimentação, porque eu vejo e sinto coisas tão maravilhosas que jamais poderia compreender ou viver fora dessa esfera. Toda essa certeza gera segurança e eu, então, encontro um propósito, uma razão de ser, de existir, tendo, portanto, um motivo para estar aqui, sinto-me valorizado, minha estima se levanta, compreendendo que tenho um valor, que sou mais do que um pedaço de carne ambulante e efêmero. Eu sinto e vejo Deus agindo, eu tenho propósitos, eu tenho uma causa pela qual existir e lutar e, no final das contas, seja qual for o sofrimento que venha a se abater sobre mim, vejo uma perspectiva eterna de existência no Paraíso que O Criador arquitetou para o eterno relacionamento com a Sua obra-prima redimida do Pecado. Isso tudo me faz construir a vida de modo durável, almejando a eternidade, isso tudo me faz apegar-me pouco ao que é material, ao que é traiçoeiro, ao que é moda, ao que se desfaz, portanto, ainda não conheço a frustração, já que me apego ao que nunca muda, a uma alegria que é eternamente durável e que, mediante qualquer desafio, não poderá ser arrancada de mim, sendo uma certeza de vida e vitória vindoura. Tendo a quem prestar contas, Deus, e um senso de respeito e compromisso com as pessoas que me cercam, com a Criação, também me privo de vícios, relacionamentos passageiros e o alimentar insano e imediato de prazeres bestiais, logo, o meu corpo, o meu psicológico e o meu espírito mantém-se íntegros, prolongando a vida. Sim, eu sou muito feliz e tenho uma segurança, uma paz em minha alma que se reflete numa face vívida, num sorriso espontâneo, em olhos que brilham, não sendo opacos, como comumente vejo. E é também assim com muitos cristãos de meu convívio.
Vários estudos têm comprovado a verdade que eu experimento na prática, de uma vida cheia e estável, em oposição aos incrédulos, que correm loucamente atrás do preencher de um nítido vazio interior, confusão, caos, para o qual, em desespero, abrem mão de toda a moral, ética e razão: entre 2005 e 2009, um estudo realizado na Universidade de Illinois, com base em dados do Gallup World Poll, coletados em 150 países, concluiu que pessoas religiosas são mais felizes e enfrentam melhor situações ruins, 68% dos entrevistados consideram a religião a parte mais importante de suas vidas; outra pesquisa, desenvolvida pelos professores Andrew Clark e Orsolya Lelkes, apresentado na conferência anual da Royal Economic Society, no Reino Unido, afirmou que os crentes lidam melhor com problemas, são mais felizes e, quanto mais vão à igreja e oram, mais felizes se encontram; outra pesquisa, realizada pela Universidade da Colúmbia Britânica, no Canadá, diz que a felicidade das crianças depende de um estímulo ao desenvolvimento de forte senso de valor e propósito, ambos podendo ter origem na religião. 320 crianças responderam a um questionário e as mais religiosas se disseram mais felizes, sendo a religiosidade responsável por 27% do desnível entre a felicidade das crianças.
Aqui falamos de religiões, mas há aspectos estudados que são propriamente cristãos e que resultam em maior felicidade: um estudo inglês realizado pela Understanding Society com cerca de 14.000 famílias determinou que crianças que vivem com os pais naturais são mais felizes, também foi determinado que crianças que comem uma refeição noturna juntamente com os pais, pelo menos três vezes por semana, geralmente são mais felizes do que as crianças que não possuem tal privilégio. Segundo o estudo, 60% dos jovens alegaram plena satisfação com sua família, enquanto crianças que vivem somente com com parentes são menos suscetíveis a tal satisfação. O mesmo estudo também determinou que casais que se relacionam sexualmente desde antes do casamento são mais infelizes do que os que esperaram para promover relações sexuais somente depois do casamento e, para completar, revelou que adultos casados têm um sono muito melhor do que os divorciados ou separados; um outro estudo, encomendado pelo Instituto Kinsey de Sexualidade Humana, Estados Unidos, entrevistou 207 casais americanos, 207 casais japoneses, 198 casais brasileiros, 198 casais alemães e 199 casais espanhóis com o objetivo de determinar o quão satisfeitos se encontravam os homens de casais heterossexuais em casamentos longos. Foram entrevistados homens entre 40 e 70 anos, numa média de 55 anos, unidos a uma parceira há pelo menos um ano - a idade das mulheres variou de 25 a 76 anos, com média de 52-, sendo que 90% dos casais tinham filhos. O resultado é que os homens se dizem mais satisfeitos quando estão casados há mais de vinte anos, ou seja, são mais felizes em relações duradouras, enquanto as mulheres se sentem mais plenamente satisfeitas sexualmente em relacionamentos longos e estáveis - ao contrário, os homens que tiveram muitas parceiras sexuais ao longo da vida se dizem menos satisfeitos. Outro estudo refere-se à espera sexual do casal para depois do casamento: uma pesquisa publicada pela revista científica Journal of Family Psychology, da Associação Americana de Psicologia, confirmou que os casais que esperam para ter relações sexuais depois do casamento acabam tendo, por conseqüência, relacionamentos mais estáveis e felizes, além de uma vida sexual mais satisfatória - os casais que esperaram deram notas 20% mais altas em relação a satisfação com o casamento do que os que não esperaram, 15% mais altas em relação a qualidade da vida sexual e 12% mais altas em relação a comunicação entre os cônjuges. Os casais que tiveram relações sexuais antes do casamento, tiveram, em média, perda de metade dos benefícios alegados pelos que esperaram mais. Mais de 2 mil pessoas participaram do estudo. Uma última pesquisa revelou que casais que têm filhos são mais felizes -quanto mais, melhor-, isso segundo o estudo realizado pela Universidade de Glasgow, Reino Unido. O coordenador da pesquisa, Luis Angeles, explica o critério utilizado: a maioria dos casais considerou os filhos como sendo a coisa mais importante de suas vidas.
Assim como os judeus tiveram uma mortalidade bem menor durante a Peste Negra na Idade Média devido aos cuidados com a Lei, o padrão de vida sugerido pelo cristianismo também é atemporal em termos de validade para a vida. A ciência, então, está comprovando que aquilo que Deus nos instruiu a fazer vai além de meras ordens, mas se fundamenta num código de conduta com potencial imenso de produzir felicidade, satisfação física e espiritual e demonstra-se fruto de um conhecimento muito superior ao que se via disponível na época em que as escrituras foram confeccionadas, revelando-se como nítida vontade dO Criador. O cristianismo trabalha a luta contra vícios, o casamento heterossexual eterno, a castidade até depois do casamento e a geração de filhos biológicos, vide Gênesis 2:23-24; Marcos 10:2-12; 1 Coríntios 6:12 e 7:2-5; Êxodo 22:16; Hebreus 13:4; Salmos 127:3-5.
Enquanto o cristianismo trabalha com conceitos nitidamente vitais, temos religiões, como o hinduísmo, que incentivam o sexo em toda a circunstância, sendo um ato religioso, além do manutenção de pragas nocivas, como ratos, por serem figuras celestiais. O hinduísmo também oprime quase todos os seus adeptos, que precisam se contentar com uma condição de quase escravidão, em pobreza, por pertencerem a uma imutável e hereditária classe social fundamentada na religião. O ateísmo provou-se, pelo vazio e confusão que gera, alternativa infeliz para a vida dos que creem. O islã oprime as mulheres, promovendo a angústia de suas almas aflitas, isso por incentivo do Alcorão, enquanto os homens são mais violentos, em nome de Alá, ódio que brota de uma situação de peso em seu espírito. As filosofias de Nova Era, em parceria com as religiões orientais, tem alimentado muito a sede pelo crescimento do "eu", pela ampliação do "ego", o que resulta em egoísmo, busca por prazer imediato, sexo antes do casamento ou, pior, a abolição dessa aliança conjugal, o que, pelo egoísmo, também inibe a natalidade, uns não querendo se incomodar com crianças e outros, querendo crianças, mas não querendo "destruir" o corpo, adotando filhos - raízes da infelicidade. Nada disso coopera com a verdadeira alegria! Alegria essa que só Deus pode dar e, estando em nós, na segurança espiritual que temos, incentivar o cumprimento, por vezes sacrifical, daquilo que entende-se como benéfico. De tudo o podemos analisar, o cristianismo, quando seguido com seriedade e entrega, só pode ser A VERDADE, pois é a única fonte plena de alegria, evidenciando a fortíssima ação do Deus Vivo através do cumprimento de Seus estatutos, começando pela entrega aO Filho.
Como conclusão dessa grande postagem, fica a idéia de que a verdadeira felicidade só pode ser encontrada em Deus e que Deus só pode ser encontrado no cristianismo, por ser a verdade compatível com a real alegria. O meu apelo, no final das contas, é que entenda a necessidade de se entregar a Jesus e, por fim, compreenda que dentro de ti existe uma força maior do que imagina, capaz de influenciar tua parte física para melhor ou pior. Cuide, portanto, com o que entra em ti -Lucas 11:34-, já que a disposição de tua alma determina a disposição de teu corpo.
Natanael Castoldi
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