De fato, não seguimos fábulas engenhosamente inventadas, quando lhes falamos a respeito do poder e da vinda de nosso Senhor Jesus Cristo; pelo contrário, nós fomos testemunhas oculares da sua majestade. 2 Pedro 1:16

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Apologia ao suicídio

Que mundo insano! Quase todos loucos, uma corja de suicidas! Quase nenhum incrédulo escapa e, em mesma quantia, posso afirmar dos cristãos. Estão todos vivenciando o estresse do próprio colapso, com a mente arruinada e agonizante, não mais distinguem o benéfico do malévolo, não mais trabalham em prol do futuro -rumam, hipócritas, para a ladainha de "aquecimento global" e "construir um planeta sustentável", mas esquecem-se completamente de que antes da ruína do mundo, pode chegar sua própria, como seres humanos.
O homem pós-moderno, o mais "poderoso", "sábio" e "evoluído" da história, tem conseguido trabalhar da forma mais estúpida imaginável. Tudo é relativo. O bom é relativo, o benéfico é relativo. Todas as idéias podem trabalhar juntas e se misturar, numa miscelânea caótica. Aquilo que é nitidamente proveitoso, pode ser reprovado e aquilo que escancaradamente se mostra venenoso, pode ser aceito. Todo o fundamento moral e ético de milênios tem sido fragmentado, desfeito, em prol da liberdade e libertinagem absoluta, nesse mundo onde cresce o extremo individualismo e consumismo. "Eu sou o rei, eu devo fazer tudo o que creio me trazer prazer e alegria." Casar com seu cão doméstico, adentrar no incesto, prostituir-se com estranhos toda a semana... tudo isso está, lentamente, sendo bem aceito -minha geração o pratica em larga escala, até mesmo de forma explícita- e incentivado -"somos só animais, aproveitem ao máximo os prazeres insanos de sua natureza suicida!" Sim, libera-se a orgia, a excedência em tudo -nos vícios, na prostituição-, além, é claro, de uma quebra geral de toda a barreira moral e tradicional de bom viver.
Eu tenho certeza que bem mais de 95% dos jovens de minha geração estão caíndo em tudo isso -incluo muito da juventude cristã, também. Leitor, o que se incentiva não é a satisfação extrema nos prazeres instintivos, o que se incentiva é o suicídio geral da sociedade, um genocídio. Conceba como tudo o que foi citado acima leva à morte, quando praticado em demasia. Transforma-se o jovem num cão, movido pela sua natureza, o cérebro é atrofiado pelo desvalorizar da cultura, do conhecimento útil e do pensar, manipulado por uma rede intrincada de chamarizes alucinógenos, mas completamente vazios em bom fruto. A geração anterior a minha padeceu de parte desse problema, mas a minha o constata como "bem-sucedido" em seus intúitos malévolos. Estão feitos em cães e, para se agradarem e distraírem, basta aproximar uma fêmea, lançar um osso ou uma bolinha ou passar a mão na cabeça. Se não surtir todo o efeito desejado, uma coleira bem firme na corrente impedirá a "rebeldia".
Os jovens que vejo por aí sentem-se os reis do universo e os campeões da história humana, mas não passam de vermes perdidos, aniquilados, não passam de seres infelizes e que nunca conseguirão experimentar uma alegria duradoura, um relacionamento genuíno e eterno, a vivência de uma família verdadeira, a satisfação de, na alta idade, olhar para o passado com orgulho. Estão condicionados a pular de parceiro em parceiro, evitar aproximações íntegras, mas, ao mesmo tempo e ironicamente, depositam esperanças e expectativas absurdas nos companheiros, afim de que supram suas carências, o que, sem dúvida, irá terminar em decepção e ruína. É, a mídia, o governo e as massas, manipuladas, fazem apologia ao suicídio.
O mais engraçado dessa história toda é que, se não bastasse a correria insana para o abismo, há um esforço sem medida para a destruição ou desvalorização da Palavra, da Bíblia, atribuindo à ela acusações terríveis, como sendo uma das maiores culpadas das discórdias e da violência ocidental, fonte de preconceitos, divisão, fanatismo e muito do que se vê de alarmante na sociedade. Sim, enquanto rumam insanos e por vontade própria numa libertinagem bestial e vampírica, atribuem à Bíblia um papel de vilã em nossa história. Antes de tudo, eu quero questionar: que moral eles têm de fazê-lo? Já não estão trabalhando por conta em sua auto-destruição? O que a Bíblia tem para com o genocídio intelectual e físico de toda uma nação? Estão com a faca a cortar seus pulsos e gritando bem alto, enquanto o fazem: "Isso é culpa da Bíblia!" Eu, particularmente, acho isso irônico! E, de qualquer forma, se a Bíblia incentivasse algo ruim -o que não faz-, estaria lançando alguma idéia nova de morte para o bando de loucos que já a procuram?
Além da apologia ao suicídio, nossa sociedade vem trabalhando numa destruição geral de tudo o que é bom e efetivo, o cristianismo é uma das pedras no caminho para os que querem correr para o abismo sem tropeçar antes da fenda. Aqui entra uma legião de pseudo-intelectuais, frutos da manipulação das instituições de ensino e da mídia, para servir de bolas de canhão à elite dominante, na luta contra o que é bom, em prol do caos. Existem os anticristãos que tentem mais ao satanismo, idolatrando, de forma até bem infantil e estúpida, as religiões nórdicas como se tivessem algum porte significativo, algum embasamento lógico viável e fossem mais puras moralmente do que o cristianismo. Outros anticristãos fazem parte da militância ateísta, que, por algum motivo, nutrem um desejo insaciável por ver todo o cristianismo em ruínas, esfacelado e pisoteado, desejo bem pouco nobre e bem fundamentado, pois essa sede toda pela destruição completa de algo que trabalha com base num código moral e ético maravilhoso, só pode provir de um insaciável desejo por anarquia e destruição, pela desestruturação da sociedade e, logo, pela própria destruição. Aquele que se encontra em trevas e morte internas, há de expôr e desejar morte, principalmente se for para levar outros tantos para o abismo, afim de amenizar sua dor e culpa insuportável.
Bom, vamos trabalhar com o que for melhor, se quisermos o bem da sociedade. O antricristão, ao maquinar contra o cristianismo pelo âmbito científico, filosófico e moral, há de apresentar uma alternativa que seja mais sóbria e viável científica, filosófica e moralmente. O cristianismo só irá ruir quando esses três pontos forem comprovadamente falhos. Os céticos podem, quem sabe, usar de seus trunfos científicos e filosóficos, mas e sua palavra quanto à moral? Aqui mora um dos grandes problemas da postura do homem moderno: quer destronar algo, mas não tem nada pra pôr no lugar. É como esvaziar um poço: o que ficará no lugar da água? Uma galeria vazia? Então o solo ruirá por sobre o vazio, destruíndo o que estiver na superfície.
Se eu pregar que venho do acaso, sou um animal, sem alma e sem eternidade para construir, não preciso me submeter a nada, não existe barreira moral. O ideal é correr insano para suprir toda a espécie de prazer. Não precisa-se valorizar a vida do próximo, ele não é nada além de uns anos de suspiro, morre e sobra só o limbo -liga e desliga como o faço com este computador. Bom, em moral a alternativa cética ao cristianismo é completamente falha, mas erra aquele que pensa: "pelo menos em ciência e filosofia estamos bem"... é aqui que te peço para ler as seguintes postagens: "Pelo que luto", "Perdidos no pântano" e "Por que se opor?"
É esse o meu pensar: se não tem nada melhor pra colocar no lugar, então não tire o que ali está! Reforme! Se removida uma pedra nos fundamentos de uma construção, imediatamente outra, de mesmas dimensões, deve ser colocada no lugar, afim de que se evite a ruína. Uma sociedade erguida com fundamentos cristãos, não pode, simplesmente, lançar mão da fé cristã sem uma alternativa de igual atuação. Pense! Não faça apologia à algo se for apenas para nutrir sua vaidade, crescer individualmente, passar o tempo ou pôr todo seu ódio para fora. Defender algo engloba muito mais do que o mundo que te cerca e um movimento de apologistas pode mudar drasticamente para pior ou melhor a sociedade conforme aquilo que prega. Largue mão do egoísmo, arrogância! Preste mais atenção nas conseqüências que tuas idéias, por ventura, podem provocar!
Bom, embora, pelo que tenho percebido, o cético não costuma defender com argumentos suas idéias, preferindo atacar o opositor moralmente, eu me darei ao trabalho de provar que a fé cristã é potencialmente benéfica para a sociedade -se ela, a sociedade, desejar sobreviver- e que não deve, sem mais nem menos, ser desmerecida e atacada, é suicídio, mediante o caos filosófico e comportamental atual, jogar às traças a mais bela e profunda fonte de moral, ordem e honra de que se tem conhecimento e acesso.
Os céticos e críticos vorazes da Bíblia usam de alguns argumentos para invalidá-la. Porém, antes de expôr alguns de seus questionamentos, gostaria de ressaltar no que falham ao desferir críticas sobre a moral bíblica: muitas vezes, quando algo errado é descrito na Bíblia, no próprio texto o ato imoral não necessariamente é acusado em versículo como o sendo, o leitor há de ter carga de conhecimento bíblico suficiente para perceber quando isso acontece. Muitas das acusações dos céticos se baseiam nessas precipitações. O crítico, muitas vezes, baseia suas acusações numa exegese ruim -fracassa ao conceber o contexto histórico, cultural e literário do texto que usa-, deve-se analisar toda a passagem em que o versículo se insere. Outro problema está no parco conhecimento teológico da maioria ou em sua maldade e preceito, ao ler já procurando por falhas e com a mente condicionada nisso - assim fica fácil errar o pulo. Há, também, o fracasso hermenêutico, não sabendo trazer e interpretar o texto para nossa realidade atual. E como há falhas de interpretação, deturpando e modificando o texto, muitas vezes com base numa desonestidade cega!
... Vale ressaltar que algumas passagens polêmicas, como as da Lei de Moisés, precisam ser bem compreendidas e interpretadas para se extrair a beleza e a razão ali inserida. Também falham os críticos ao tomar um versículo perdido entre os milhares, picotear a Bíblia e, ao criarem sua heresia, não tentar respaldá-la com outras passagens bíblicas que a comprovem. Por fim, usam de argumentos extra-bíblicos para desmerecer a Palavra, como a Inquisição, as Cruzadas, a pobreza do cristianismo atual e etc, sendo que em tudo contradizem as Escrituras, demonstrando que são falhas de homens, não de Deus. Nenhum argumento embasado nesses traços de completa ignorância pode ser tido como válido.
Vejamos alguns argumentos, tirados das precipitações relatadas acima, que os críticos lançam: "a Bíblia é machista", "a Bíblia incentiva a violência", "a Bíblia é preconceituosa", "a Bíblia estimula a divisão". Alguns lançam essas idéias com base nalgum versículo qualquer, outros tantos as repetem, como papagaios, mas sabem menos do que os primeiros sobre o que estão falando. Vale ressaltar: o absurdo mal exemplo em tudo que são os cristãos de hoje, não invalida as Escrituras, que se mantém imutáveis e incorruptíveis.
A Bíblia realmente é machista? De certa forma sim, não posso negar. Mas quem disse que essa dosagem moderada de machismo é, necessariamente, ruim? Deus criou Adão antes e, por seu pedido, Eva, para auxiliá-lo. É o conceito do Éden e o início da hierarquia familiar, essencial para o bom desenvolvimento da criança, incentivada ao respeito e submissão. Uma sociedade sem líderes desde o seu nível fundamental, a família, facilmente entra em caos e ruínas. É o que está acontecendo hoje, com o avanço do feminismo. E pense mais: um homem submetido à Jesus e mantendo um relacionamento embasado no amor incondicional com sua esposa, não é um fardo, mas um presente para ela. Leia mais: "Onde está a coerência?" E use do mesmo conceito relatado acima: é melhor alternativa para o bem geral uma sociedade feminista ou patriarcal? De qualquer forma, a fé cristã é a única a valorizar, de fato, a mulher.
De qualquer forma, a mulher é muito bem defendida e valorizada na Bíblia, a começar pelo fato de Eva ter tido o privilégio de ser aquela a principiar o andamento da primeira profecia messiânica, em Gênesis 3:15. Deus honrou as mulheres, inclusive as mais marginalizadas, como Rute, viúva e estrangeira em Israel e Raabe, ou estéreis, como as mães de Sansão, de Isaque -Sara-, de Samuel -Ana-, de Jacó -Rebeca- ou dos pais de três tribos de Israel (Benjamim, Efraim e Manassés) -Raquel. Não se deve esquecer de Ester e sua magnífica história, da valente juíza Débora e, em especial, de Maria, mãe de Jesus. Além desses exemplos, há passagens bíblicas que valorizam-na:
Provérbios 31:10-31 - a mulher virtuosa. Mulher virtuosa quem a achará? O seu valor muito excede ao de rubis.
Efésios 5:25-33 - amor à mulher. Assim também vós, cada um em particular, ame a sua própria mulher como a si mesmo, e a mulher reverencie o marido.
Vasculhando a internet percebi que uma grande parcela dos versículos tidos como machistas pertencem aos apócrifos, contidos na Bíblia católica. Acontece que desde antes de Cristo, os judeus definiram o Antigo Testamento exatamente como os protestantes o têm e sempre duvidaram da autenticidade dos apócrifos, até porque a maioria dos do Antigo Testamento foram escritos no Período de Silêncio, os séculos sem profeta algum em Israel antes da vinda de Cristo. Os do Novo Testamento, na maioria, foram escritos tardiamente, até dois séculos depois do período ideal, do padrão. A autoria dos apócrifos é severamente duvidosa, alguns assinaram textos com o nome de algum apóstolo ou profeta famoso, com intenções duvidosas, visto que as obras tratam de determinados assuntos de forma diferente ao restante da Palavra, entrando em contradição. A diferença no padrão da escrita escancara se o autor é o genuíno ou um farsante. Há também livros cuja autoria é transmitida verazmente, indicando não se tratar de um apóstolo ou profeta, alguém sem autoridade suficiente para ter sua obra no cânon.
A Bíblia incentiva a violência? De forma alguma, ainda mais no que se refere ao nosso testamento, a Nova Aliança, o Novo Testamento. Jesus chegou ao ponto de curar a orelha de um soldado romano que fora capturá-lo para julgamento, aquela que Pedro cortou numa reação explosiva de defesa do Mestre. Em nada do que Jesus dissera houve apologia à violência, seus atos, em momento algum a demonstraram -quando expulsou os mercadores do Templo, estava evitando aqueles que "violentavam" maldosamente a Casa de Deus. Em extremo contrário, Jesus incentivou o amor e o respeito. Assim fizeram seus sucessores, os apóstolos e os cristãos da Igreja Primitiva, sendo muito antes mártires do que inquisidores, o que vieram a ser quando baniram Cristo, o exemplo de amor, da igreja.
"Mas Deus não matava muitos?" Eu falo sobre isso nas postagens: "No calor da batalha" e "Por que se opor?", o que tenho a dizer de diferente é: um rei seria hipócrita se, mesmo indo para a guerra lutar pelo seu povo, exigisse ordem e respeito entre seus subordinados? Não é porque ele fora se envolver no caos da batalha, que sua palavra de ordem não deverá ser respeitada. Deus matando não se destrói, o homem, sim.
A Bíblia começa, já no Antigo Testamento, proibindo a violência entre o povo de Israel, mostrando que o padrão moral de Deus é este. A Lei é bem explícita: "Não matarás". Êxodo 20:13; Êxodo 23:7; Deuteronômio 5:17. O Novo Testamento reforça: Romanos 13:9, repare no poder da frase: "amarás o teu próximo como a ti mesmo". Mateus 19:18-19; Mateus 5:21. Veja os conceitos de vida belíssimos de Êxodo 23:1-14 - "Se vires o jumento, daquele que te odeia, caído debaixo da sua carga, deixarás pois de ajudá-lo? Certamente o ajudarás a levantá-lo"; "Não perverterás o direito do teu pobre na sua demanda."; "Também não oprimirás o estrangeiro". E Mateus 5:1:12, que, além de tudo, nos instiga a não oprimir quando somos oprimidos, não devolver na mesma moeda, suportar. Dar a outra face.
A Bíblia, além de ordenanças práticas, exprime os conceitos que devem fundamentá-las, para não matar ou oprimir, é necessário se fundamentar no amor. Passagens que fazem apologia ao amor são extremamente comuns na Palavra, já que o Seu inspirador é o próprio Amor - 1 João 4:8. Analise a perfeição moral que há em 1 João 4:12 - "Ninguém jamais viu a Deus; se nos amamos uns aos outros, Deus está em nós, e em nós é perfeito o seu amor." 2 Coríntios 13:11 - "Quanto ao mais, irmãos, regozijai-vos, sede perfeitos, sede consolados, sede de um mesmo parecer, vivei em paz; e o Deus de amor e de paz será convosco." 2 Tessalonicenses 3:5 "Ora o Senhor encaminhe os vossos corações no amor de Deus, e na paciência de Cristo." Veja mais disso na Bíblia ->aqui<-. Lucas 6:32-35 é bom complemento, mas analise com atenção o maravilhosamente poético texto de 1 Coríntios 13. Não esqueça: O Fruto do Espírito é o amor! - Leia mais na postagem: "O Mandamento".
A Bíblia é preconceituosa? Por que, de uma hora pra outra, conceitos de milênios, pura e perfeitamente bem fundamentados, começaram a ser questionados de forma tão violenta a ponto de serem, tardiamente, tidos como "preconceitos"? Tudo o que proíbe, que bani, que exclui algo, que ataca a liberdade extrema, qualquer privação, qualquer barreira à loucura praticada por alguns, é tido como "preconceito", mesmo sendo um conceito bem fundamentado. Pelo fato de a Bíblia condenar atos como o homossexualismo, é que vejo um futuro negro para ela, sendo, por causa de dois ou três versículos, acusada como opressora, inimiga das minorias e etc. Falo sobre isso na postagem "Por que se opor?". Mas, lembre-se: Jesus veio para os necessitados, foi amável com prostitutas, ladrões, mendigos e outros que eram marginalizados pela sociedade.
A Bíblia estimula a divisão? Estimulando o amor, estimula a união. Mas há outros conceitos na Palavra expressos que conduzem à relacionamentos puros e genuínos, a começar pela transparência e caráter: Êxodo 20:15-17; Êxodo 23:6-9; 1 Samuel 16:7; Mateus 18:21-22 Lucas 6:35-38; Romanos 13:5-8; Tiago 2:11; 2 Coríntios 13:5-9; 1 Timóteo 1:5; 1João2:9. A Palavra estimula a igualdade e união: Colossenses 3:12-13; 2 Coríntios 5:18-19; Efésios 2:14-16; Hebreus 12:15; 2 Coríntios 2:7-11; Efésios 4:16 e 5:4-5 e 1 Coríntios 12; João 3:16 (igualdade); Tiago 1:19.
Leia Salmos, Provérbios, Eclesiastes, leia os evangelhos, leia as cartas de Paulo, encontre a sabedoria, encontre a razão, encontre o ideal mais perfeito de vida e, por fim, se for cristão veja qual o valor que tem dado para algo tão belo e, se for cético anticristão, no que se fundamenta a tua ira para com o cristianismo. Seja sóbrio, seja honesto. Leia a Bíblia para mudar sua visão, para mudar a sua vida!
Não há como negar: o cristianismo detém uma preciosidade de valor imensurável, não há nada mais sábio e benéfico nesse mundo do que aquilo que está contido na Bíblia! Você, cético, tem algo melhor para oferecer para os desiludidos, para os pobres? Hoje mesmo eu voltei de um trabalho social na Ilha das Flores, em Porto Alegre, como parte de meu curso de teologia. Vi a miséria nas casas feitas em tábuas podres, cercadas de lixo, em faces sujas e sofridas. Dois dias, cinco horas de serviço, para mudar a vida de uma família voluntariamente, removendo a sujeira de dentro e fora da casa, pintando as paredes, isolando o interior, reforçando a estrutura. Sim, eu fui movido pelo cristianismo e para o cristianismo, afim de ajudar, de boa vontade, os que precisavam e mostrá-los, com mais clareza, a que Deus eu sirvo, apresentando-lhes a oportunidade de conhecê-Lo melhor. Amigo: quem passa fome não quer saber de tuas teorias mirabolantes, de tua rebeldia, de tua desonestidade intelectual! Quer ter esperança, acima de tudo!
Apesar de toda a condenada hipocrisia dos cristãos de hoje -Mateus 23:29-33- e o individualismo consumista, antropocentrista, que se alastra pelas igrejas, sendo que há muitos ateus a fazer um trabalho social melhor do que cristãos, a Igreja tem conseguido se espalhar pelo mundo e desempenhar a melhor, mas ampla e bem estruturada ajuda humanitária a nível mundial, levando, apenas por Deus e para Deus, a Palavra a locais indesejados, oferecendo algo que só ela pode oferecer à povos esquecidos e oprimidos: a salvação. O que você, cético, tem a mostrar de útil para canibais? Escravos? Me diga!
"Mas, de que isso tudo importa se a Bíblia não for a Verdade? Tudo se fundamenta numa mentira?" Se a Palavra não fosse genuína, seu papel decisivo em prol do bem da humanidade não seria alterado, o fruto de sua existência continuaria o mesmo. Acontece que a Palavra, sem dúvida, é veraz. Já falei sobre isso nas postagens: "Pelo que luto", "Perdidos no pântano", "A Opção", "Desafio profético" e "Por que se opor?", mas trarei algumas evidências novas, que adquiri no curso de teologia, afim de que saiba que, se o próprio Deus inspirou algo, deve ele ser exatamente aquilo que precisamos, como criaturas dEle:
Há uma série de sítios arqueológicos espalhados, em especial, pelo Oriente Médio, que reforçam a verdade inserida no Antigo Testamento, indicando acontecimentos, costumes e, até mesmo, personagens relatados na Bíblia. Alguns desses locais são: Ebla, uma capital cananéia de cerca de 1.300 a.C, onde se encontraram mais de 15 mil manuscritos; Mari, um centro político mesopotâmico com mais de 25.ooo documentos; Nuzi, 1.500 a.C., onde se encontraram mais de 1.000 documentos; Amarna, onde foram achadas mais de 400 cartas relatando uma retumbante agitação na Palestina (chegada dos hebreus com Josué); Ugarite, onde se encontrou resquícios do culto a Baal; Nínive, onde se encontraram documentos referentes ao Dilúvio... E objetos mais específicos: a Pedra Moabita, 900 a.C., fala da terra de Moabe, que um rei israelita a governou e que Iavé era seu deus; o Obelisco Negro relata os ataques assírios a Israel; o Prisma de Senaqueribe, que fala sobre como tal rei conquistou Judá e humilhou Zedequias...
Sobre a transmissão do Antigo Testamento: os Manuscritos do Mar Morto contém porções antiqüíssimas de cada livro do AT e um rolo completo de Isaías, datando de 200 a 135 a.C. A Septuaginta, LXX, fora uma tradução do Antigo Testamento para o grego, promovida por 70 eruditos por volta de 200 a.C. O Texto Massorético provém de um grupo de escribas chamados Massoretas, que se dedicaram à cópia meticulosa e a padronização do texto hebraico entre 500 e 1100 d.C. Eles seguiam um rígido protocolo, sempre escrevendo colunas de 48 e 60 linhas, sendo cada linha formada de 30 letras. Nunca copiavam uma letra sequer do manuscrito em que se baseavam sem analisá-la. Sempre deveria haver um espaço entre uma letra e outra e o espaço de uma letra entre uma palavra e outra. Se houvesse um erro, o manuscrito era destruído. Há relatos de escribas que padeciam de dores terríveis e estresse profundo devido ao desgaste dessa profissão meticulosa. O detalhe mais interessante é que há diferenças ínfimas entre os Manuscritos do Mar Morto e o Texto Massorético, mesmo estando separados por mais de uma dezena de séculos. Isso prova que não houve grande perda ou modificação na Bíblia com o passar do tempo, como alega a crítica.

O Novo Testamento torna-se verídico se o Antigo Testamento o for e, se o Novo Testamento for verídico, o Antigo Testamento também o é. O Novo Testamento é ainda mais bem respaldado de provas arqueológicas:

Fragmentos de papiros: os documentos manuscritos mais antigos que se têm são 76 fragmentos de papiros dos séculos II e III, sobreviventes da destruição massiva de documentos cristãos nos tempos de grande perseguição romana. O mais antigo desses é Papiro John Ryland, P52, datado de 125 d.C, contendo um fragmento do evangelho de João. Os Papiros Chester Beatty ou P45, 46 e 47, contém quase todo o Novo Testamento e datam de cerca de 250 d.C.

Os Unciais: sem perseguição, o número de manuscritos aumenta muito entre os séc IV e IX. Há 297 códices unciais, a maioria provindos de monastérios.

Os Minúsculos: à partir do séc IX, com a introdução do grego, 4,643 manuscritos do NT foram escritos. Há variações entre eles, devido à suas disposições geográficas: alexandrinos, ocidentais e bizantinos.

A Vulgata: em 382 d.C. o Papa Damásio I providenciou a tradução da Bíblia inteira para o latim com base nos melhores manuscritos gregos de que dispunha.

O Novo Testamento grego em comparação com outros documentos gregos, tidos como verdadeiros:

“A Tetralogia”, Platão: fora escrita em 400 a.C, porém a cópia mais próxima dessa data é de 900 d.C, compreendendo um intervalo de 1300 anos. Há apenas 7 cópias disponíveis.

Aristóteles: 384-322 a.C, a primeira cópia de seus documentos data de 1100 d.C, compreendendo um vácuo de 1400 anos. Há 193 cópias disponíveis.

“A Ilíada”, Homero: escrita cerca de 900 a.C, mas copiada pela primeira vez, até que se sabe, no ano 400 d.C. Há um intervalo de 1300 anos. Há 643 cópias.

Heródoto: 480-425 a.C, cuja obra mais antiga copiada data de 900 d.C. 1300 anos de intervalo. Há 8 cópias.

Novo Testamento: 50-90 d.C, sendo copiado pela primeira vez, até onde sabemos, no ano 125 d.C, compreendendo um intervalo menor do que uma vida humana, 35 anos. Há mais de 5000 manuscritos gregos do Novo Testamento. Os outros documentos, todos, são embasados por 851 exemplares manuscritos, um número quase seis vezes menor do que a quantidade de manuscritos contados no cálculo. Uma diferença monstruosa. Por que o NT é tão desafiado e duvidado, se é, pelo menos, seis vezes mais bem respaldado do que uma série inteira de documentos antigos copiados e largamente explorados e valorizados pela nossa sociedade? A larga divulgação do Novo Testamento na sua época de origem mostra o fervor incomparável dos primeiros cristãos, só possível com base numa verdade pela qual valia a pena perder a vida.

Obs: Os Manuscritos do Mar Morto possuem alguns rolos datados de 200 a.C, cerca de duzentos anos mais novos do que os últimos relatos bíblicos do Antigo Testamento, porém, há um reforço histórico e extra-bíblico durante esse intervalo, como diz o Talmude Babilônico, dos tempos do Período de Silêncio, entre o AT e o NT: “Depois dos últimos profetas, Ageu, Zacarias e Malaquias, o Espírito Santo saiu de Israel.” E, sobre a manutenção das Escrituras por parte dos judeus, relatada por Josefo, historiador judeu do séc I: “Quão firmemente nós temos dado créditos a estes livros da nossa nação é evidente pelo que nós fazemos. Pois durante todos esses anos ninguém teve a ousadia de adicionar ou retirar ou adulterar quais quer partes desses escritos. É natural para todos os judeus, desde o seu nascimento, a estimar estes livros que contém as doutrinas divinas, e persistir nelas, e se for necessário estar disposto a inclusive morrer por elas.” No mesmo século desses rolos do Mar Morto, se encontra a Septuaginta, quando os tais 70 eruditos tomaram os rolos em hebraico e aramaico e os traduziram para grego. Os Massoretas, 1.300 anos depois, escreveram manuscritos idênticos aos da Septuaginta, o que você me diz? Existem outras variantes com outros manuscritos, mas 99% delas não interferem em nada na fé cristã. Eu acho que a Bíblia merece mais crédito.

Meu caro leitor: entende agora, mais do que nunca, por que você, se for cristão, deve lutar com todas as forças na defesa da fé cristã? Ou, se for ateu, o por quê de que pessoas como eu dedicam tempo e energia nessa luta?! Algo tão belo e benéfico deve ser preservado, mesmo que a sociedade não o queira! A Palavra do Deus Vivo PRECISA ser defendida, em prol da salvação dos desiludidos e sedentos, em prol da defesa da sociedade como um todo, servindo como última fronteira resistente para o avanço do caos. Sejamos nós, cristãos, como anticorpos no organismo desse mundo, opositores a tudo que concebemos como maléfico e destrutivo. Não nos poupemos! Que honra maior pode haver para o guerreiro do que morrer lutando?!

E você, cético, que me diz? Não é porque discorde de algo que deva tentar destruí-lo. Eu não concordo com a existência da Ilha das Flores, pois preferia que aquelas pessoas estivessem em local e situação melhor, mas nem por isso acharia saudável ir lá, derrubar a vila e expulsar todos. Ficariam em situação ainda pior. Muito melhor é ter planos de reformar a vila ou oferecer algo melhor depois de derrubadas as casas precárias. Se você quer destruir o cristianismo, esteja ciente de que destruirá muito mais do que uma simples ideologia. Se você quer destruir o cristianismo, tome para si a responsabilidade de criar algo melhor para substituí-lo. Eu jamais devo derrubar um muro e deixar as ruínas para trás, esperando que alguém tenha a boa vontade de reconstruí-lo doutra forma. Destruir pode ser mais fácil e divertido, mas, certamente, só produzirá caos se a obra se limitar somente a isso.

Resistamos, cristãos! Não nos querem, mas sabemos que "não sabem o que falam"! Resistamos! Mesmo que pareçamos pouco e nada mediante o caos, mediante o mal arrasador que cresce e se alastra, que se ergue e tenta nos amedrontar! Não, não esqueçamos do Senhor do Universo, que permite que enfrentemos gigantes para que Seu nome seja engrandecido! O que vier nos é lucro, seja vida, seja morte. O legado que deixaremos ecoará. Construamos para a eternidade!

Natanael Castoldi


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terça-feira, 19 de abril de 2011

Natureza selvagem

Há tempos venho pensando sobre Deus e Sua natureza - e não tenho receio de fazê-lo. Bom, minha reflexão culminou uns dias atrás quando, no meio de uma oração, ouvi a seguinte frase: "Perdoa-nos por tentarmos Te colocar numa caixa, pois sabemos que o Senhor é, como outrora dito, como uma criatura selvagem, e não pode ser aprisionado." Para mim, essa pequena frase, representou muito nesse período de facilitação da minha compreensão da fé, cujo princípio fora retratado na postagem "Pequeno detalhe".
O cristianismo sincrético de nossos dias tem transmitido uma idéia um tanto deturpada de Deus. Grandes discussões tidas como paradoxais, têm trabalhado na idéia de que Deus necessariamente faz "dessa ou daquela forma". A fábrica de mentiras no que tem se tornado o cristianismo atual, faz parecer que Deus se amolda ao homem, dá um jeito de se apertar e lançar fora alguns pedaços, afim de caber na caixinha sob medida que preparamos para alojá-Lo e carregá-Lo conosco. Deus então é pregado como dependente do homem, não sendo nada sem ele. Facilmente bajulado e enganado, comprado e vendido, peça de comércio, às vezes de refugo, fonte de renda, oráculo, um tapete para pisar, uma escada para subir, um espelho para se envaidecer. Sua Palavra torna-se um horóscopo diário, dizeres ritualísticos e mágicos - por isso cristãos têm a ousadia de ficar cantarolando por aí promessas abraâmicas e mosaicas como se fossem pra nós. "Deus" -não o meu- também tornou-se fonte da insanidade dos fanáticos - sua anestesia ou alucinógeno, um sentimento ou uma mera emoção. Parece, portanto, mais uma força da natureza, que se pode manipular para auxiliar e que, às vezes, precisa ser respeitada e alimentada com oferendas e trocas, para não se irar. Nesse âmbito, o deus do mundo cristão de hoje, em geral, tem se assemelhando muito mais aos ídolos pagãos e divindades da antiguidade, do que ao Senhor do Universo, compreendido por Abraão, Moiséis e, sem paralelo, transmitido por Jesus. Não, o que vemos por aí não se trata do Deus de Abraão, Isaque e Jacó. O que vemos sendo cultuado em muitas igrejas ditas "cristãs" não é o Deus cristão.
Eu simplesmente não entendo. Por que Deus precisa ser sempre "bonzinho", passar a mão na cabeça do rebelde? Parceiro do pecador enquanto peca? Pai que mima? Por que Deus precisa sempre estar "aqui e ali"? Sempre disposto a correr em função de nossas frescuras? Sempre na cozinha esquentando nosso leitinho ou fazendo o mingau quando temos fome? Por que Ele precisa ser um Deus mutável e sem padrão, que pode fechar um olho para um "pecadinho", modificar-se em prol de nos agradar? O que somos nós, além de pó e sombras, o que somos nós além de morte? De um vapor que sobe e se desfaz? De uma onda no mar? De uma folha seca ao vento? Ora, não somos nada, e, se há alguma coisa que presta em nós, devemos à Deus. Ele nada deve a nós. Ele continuaria sendo tudo o que É sem nós.
Como estamos reduzidos a... nada! O ser humano tem, de fato, se tornado criatura cada vez mais estúpida. O conhecimento, que pode ser bom, tem sido, estranhamente, tido de tal forma a tornar-nos inferiores aos antigos, mais cegos e miseráveis intelectualmente. Onde está o temor? Onde está a razão? Onde está a lógica? O cristão -e a humanidade em geral-, sem cultura bíblica alguma, sem cristianismo algum, padece de um extremo e suicida antropocentrismo que custo a compreender: como pode, esse amontoado de terra ambulante, cujo espírito padece em profunda agonia, achar-se maior e mais precioso do que o Senhor do Universo? O Pai Criador? Achar-se mais inteligente do que o Onisciente Deus? Achar que pode orientá-Lo? Que pode mudá-Lo? Que pode guiá-Lo? Que pode matá-Lo? Prendê-Lo? Discipliná-Lo? Ampliá-Lo? Diminuí-Lo? Fazê-Lo, montá-Lo? Personalizá-Lo? O que vejo por aí também é um politeísmo insano, já que cada um se acha no direito de construir e seguir o próprio deus... Onde está a coerência?! Até o mais atrofiado cérebro há de conceber que Deus há somente um e tal Deus É. Também, tranqüilamente, ver-se como infinitamente inferior ao Senhor do Universo! É mais do que lógico que aquele que personaliza um deus para seguir, não está seguindo o Deus bíblico! Não existe lugar para o relativismo numa realidade de Verdade Absoluta! Logo, tal indivíduo nada mais vive do que uma mentira, uma ilusão mortal... seguindo ao um senhor existente apenas em sua cabeça arruinada, a si mesmo ou ao próprio Satanás. Deus, lembre-se, há somente UM!
No outro oposto, contrário aos cristãos relativistas e politeístas, há os cristãos que colocam na cabeça o que Deus é e essa concepção há de ser imutável e inquestionável. Vêem Deus como alguém estático e regido por um protocolo inviolável. É claro que Ele não irá quebrar Sua Palavra e, em Sua perfeição, torna-se ser impossível esse ato, mas o Senhor do Universo não tem barreira alguma para consumar o que deseja dentro daquilo que não burle Sua natureza.
Os cristãos que vêem Deus como uma máquina que só trabalha de uma forma específica e padronizada, quebram a cabeça e colocam seu cristianismo em cheque com questões irrelevantes: "Deus necessariamente criou o universo 'assim'"; "Deus escolhe só alguns para salvar, predestinando-os"; "O Espírito Santo aparece só às vezes e sempre se manifesta de forma estrondosa"... Agora pergunto novamente: quem somos nós para determinarmos Deus? Como agirá? Conceba algo: o calendário de Deus não é circular e o que Ele fez uma vez, não necessariamente fará novamente e da mesma forma. Deus não se prende à ciclos. Como Rei, sem oponente, sem predador, faz o que QUER!
Leitor, nutra uma imagem sóbria e saudável de Deus! Conceba-O mais como uma imponente fera do campo que, em sua natureza selvagem, chega e sai quando quer, faz do Seu jeito, é indomável e não pode ser capturado e enjaulado, tampouco domesticado. Deus, como o tigre, pode desejar estar perto sem ser percebido e rugir de longe para ser reconhecido. Deus é como o leão, num dia pode alimentar e noutro dia pode destruir. Deus é como o urso, às vezes pode se dar ao direito de afastar-se para Sua caverna. Deus, como a águia, vê tudo de cima, mas só desce onde quiser. Deus, ainda, é como o lobo solitário: pode, se quiser, "caçar" durante o dia, mas também à noite; "caçar" tanto no calor do verão, quanto no frio tenebroso do inverno!
Ora, Deus é Deus, faz o que quiser, como quiser e quando quiser! Sem dar ouvidos à homens, sem seguir nosso cronograma, sem ser barrado pelos muros que erguermos. Deus, se desejou, pode ter usado de dois meios para criar nosso Universo, pode escolher e predestinar alguns, como, também, deixar outros tantos optarem por segui-Lo. Deus pode fazer as coisas de forma bem mais peculiar do que nos limitamos a pensar. O meu Deus, algumas vezes fez-se em teofania para combater, Ele mesmo, os inimigos de Israel; mandou anjos para fazê-lo; lançou pragas e calamidades ou, também, enviou o Seu Espírito para alguns escolhidos o fazerem. O meu Deus apareceu, em Sua glória, dentro de uma núvem de trevas profundas e tempestuosas, fazendo o chão tremer, no Monte Sinai, mas, também, apareceu como uma luz forte à ponto de cegar, para Paulo. O meu Deus exigira, no passado, sacrifícios pelo pecado, mas com a morte de Seu Filho, agora exige apenas que creiamos nEle. O meu Deus castigara com cobras incandescentes os rebeldes de Israel, agora, porém, apenas espera os rebeldes de hoje, nós, optarmos por mudar de postura ou não, para salvarmo-nos ou seremos condenados ao Lago de Fogo. O meu Deus criou a Vida, tirou-a e agora a oferece novamente. Isso é a Nova Aliança. O meu Deus É o que É, age como Lhe parece melhor, faz o que, em Sua sabedoria insondável, concebe como correto, afim de que Seus planos dêem certo. Compreenda isso, leitor! DEUS É DEUS!
Natanael Castoldi

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segunda-feira, 18 de abril de 2011

Necrópolis

Volto novamente e extremamente tocado pela letra de uma música bem conhecida, mas que poucos compreendem, Carmina Burana, Carl Orff. Escute-a e leia a tradução no vídeo abaixo antes de prosseguir.


Necrópolis, a cidade dos mortos. Carmina Burana, Oh Fortuna, vem a exemplificar de forma perfeita a situação do homem em nossos dias, a dor da tristeza, a confusão, o caos, a desilusão. Nada pode ser mais cruel do que tentar viver quando se está morto. Nada pode ser mais decepcionante do que achar-se vivo, quando, na verdade, jaz em podridão. Nada há de mais terrível do que nutrir uma falsa esperança de vida ideal, quando já se está desfalecido para qualquer felicidade duradoura. O esforço do homem, longe de Deus, para encontrar a vida e a alegria é vão, sem dúvida, é como subir uma escada interminável, o que, além de vão, é um esforço vil, já que apenas desgasta e consome. Imagens -> aqui.
Nesse âmbito, para o incrédulo ou falso cristão, até mesmo buscar a alegria mata, até o nutrir de um nobre desejo desgasta e envenena. O ramo arrancado da árvore só consegue persistir algum tempo, aniquilando suas próprias energias e destroçando sua própria matéria. Apenas absorvendo de si mesmo, resiste... mas para quê? Para morrer de sequidão e tornar-se pó em pouco tempo...
... Pensando mais profundamente, um ramo cortado da árvore, já está morto, pois é esse o único resultado dessa situação e, morto, enquanto seca, é levado pelo vento, lançado involuntariamente para os rochedos, para o córrego violento, para às chamas ou consumido por pequenos seres, até nada mais ser. Não se controla, é peça manipulada e que sempre tende aos caos absoluto. Talvez tão triste quando a eternidade caótica, seja a curta vida em agonia esperando-a.
Sim, esse é o homem. Decidiu desprender-se de Deus, mas como criatura dEle, nada é senão morte e caos, sombras e pó, em tal situação. O homem, como ser além de material, espiritual, caminha para o colapso eterno, se desligada sua essência, seu espírito, do Deus Eterno. E assim prossegue a humanidade.
Que terrível dor! Distante de Deus, o homem perdeu os atributos típicos dEle, perdeu muito do que já fora e que só pode ser nEle. E um vazio espectral se abriu no seu interior espiritual. Uma fenda abissal feita de dor, medo e tristeza. Sim, tudo o que movimenta a humanidade se concentra na luta para aniquilar e preencher esse abismo sem fim, o regresso ao Éden -sobre o que já falei nA História do Mundo. O medo leva o homem a buscar segurança e estabilidade em outras pessoas, profissões e riquezas, mas nada disso realmente satisfaz. A dor ele tenta curar nos relacionamentos e na realização de sonhos, os quais não passam de turvas e arenosas perspectivas. A tristeza ele tenta aniquilar em festas e perdição, que o anestesiam, ou projetando um futuro utópico. A vida mostra-se aos olhos como uma pérola alcançável, mas quando o individuo estende a mão para tomá-la, ela não está mais lá, sobra apenas o espectro. Os projetos de futuro, afim de saciar o Vazio, não passam de miragens no deserto e a aridez envereda a vida-morta do homem de seu nascimento ao dia em que conclui sua vã estadia aqui.
Tão triste vida! E não há tempo na história em que o homem estivera tão profundamente abatido. Na matéria Sanidade Integral, pelo professor Werner Haeuser, do curso de teologia que estou fazendo, ATOS, tenho aprendido muito sobre a realidade espiritual do homem. Algo que me chamara muito a atenção na última aula fora sobre as duas facetas de nossa vida que caminham paralelamente e nos definem: a parte externa, que todos podem ver nos define aos olhos de terceiros e a parte interna, que fundamenta a imagem que transmitimos. As duas, necessariamente precisam equilibrar-se e deve haver um cuidado amplo para ambas, atenção especial e tempo de reflexão sobre as duas, pois de nada vale um alicerce oculto sem uma casa por sobre ele ou uma raíz enterrada, mas sem uma árvore a ser vista; da mesma forma, é impossível que perdure uma casa sem alicerces ou uma árvore sem raízes. Como manter-se-á em pé? Como irá se nutrir?
É exatamente isso que tem feito com que o homem moderno caia em dor ainda mais profunda do que seus ancestrais. A sociedade de hoje se desenvolve, mais do que nunca, em nome da imagem, em prol do status, do que pode-se mostrar aos demais. Toda a indústria trabalha em função disso. E o cristianismo tem se enveredado nessa triste realidade. De certo modo, sugar ou diminuir os demais parece uma alternativa "interessante" para o homem que, sem uma perspectiva real de felicidade duradoura, alegra-se vendo que há pessoas em uma situação aparentemente pior.
O mundo frenético e o turbilhão de mudanças que percebemos, aliado ao extremo apego à "imagem", tem levado o homem ao colapso, aniquilando seus alicerces, suas raízes. Sem tempo, mediante as inúmeras novidades e adquirir ou aceitar, os olhos humanos estão sempre mirando algo diferente e não conseguem se focar em nada por algum tempo. Não há mais tempo para reparar em algo, para analisá-lo, para refletir sobre ele. O homem está numa eterna corrida contra seus irmãos, afim de alcançar a "pérola" antes deles. Apenas foca-se o vão objetivo vindouro e não se presta atenção no que há pelo caminho. Onde está o camponês que trata com zelo de cada metro quadrado de sua plantação? Que pára e observa os movimentos delicados de uma borboleta no ar ou de um beija-flor a alimentar-se? Onde está o jovem que pára apenas para ouvir boa música e extrair dela sua beleza, sentir na alma sua mensagem? Onde está a senhora que se senta dias inteiros na sacada bordando uma obra de arte para vestir? Hoje ainda vejo nos mais antigos algumas dessas características, mas a juventude, sem dúvida, irá fazer tudo isso se perder.
A natureza a ser observada, não mais transmite mensagem alguma, não mais toca o indivíduo... um campo belo e ensolarado não representa nada além de um bom local para jogar futebol. Analisar o vôo de uma borboleta ou as cores de uma flor do campo? Hoje isso é tido como algo "feminino demais" para os machões - que já estão vestindo calças feniminas ou ficando uma hora por dia diante de um espelho. A música simplesmente perdeu sua beleza, ninguém mais pára para ouvir, serve apenas de acompanhamento... e se pararmos para ouvir as músicas que circulam por aí, nada além de veneno e caos fazemos penetrar em nossos ouvidos. Parar por algumas horas para desenhar, escrever, refletir, criar... é perda de tempo. Tudo o que toma algumas horas é perda de tempo. Tudo o que realmente constrói, que atinge positivamente o espírito, é perda de tempo. Até o casamento é perda de tempo.
Lembro-me de um filme que vi uns meses atrás, O Guerreiro Silencioso. Sei porque não fez grande sucesso: é monótono, silencioso (como o próprio título diz) e introspectivo. Meu irmão (MinasDraug) comentou, em outras palavras, assim que o assistimos: "Como é bom ver um filme assim, que destoa do comum." E, de fato, tal filme está longe da norma. As emoções das personagens não são explícitas, não há ação e violência ininterrupta, tampouco sexo ou apelo a sensualidade. A trilha sonora não é o foco, ela é simples e pouco chamativa. Nem tudo se explica, é preciso refletir. O que fala mais alto são as ações das personagens, os cenários a observar e o que acontece nas entrelinhas da história. Para quem vê são cerca de duas horas de relativo silêncio e observação em meio ao caos do dia-a-dia. E poucos parariam duas horas de sua vida para algo assim... até porque, tendo tudo explícito, não havendo necessidade de reflexão, o homem moderno está com o cérebro atrofiado demais para conceber a profundidade de coisas assim.
Bom, se a única coisa que o homem hoje consegue reparar é na cor de seu cabelo, na maquiagem, nas sua e na roupa dos outros, há de se esperar que, em hipótese alguma, pare para observar e analisar o âmago de sua alma, o que exige mais tempo, esforço e não tem influência direta no objetivo principal: aparecer. Enquanto o homem antigo passava dias em função de uma única atividade, sem dúvida conseguia e tinha tempo para refletir sobre si mesmo e, também por isso, acabava rumando com fervor os caminhos de alguma religião: pois quem, após se analisar, não teme a si mesmo?
Enquanto o mais belo tende a ser externado, questionamentos e dores são aprisionados e nunca analisados com profundidade. A busca por prazeres momentâneos e status através de atos e da imagem, são como pedras a obstruir a passagem que leva ao interior de nosso ser. Como as raízes apodrecem e são corroídas pelo tempo e pelos vermes da natureza caída, esquecidas nas galerias da alma, nos porões do ser, torna-se cada vez mais difícil e duro mantér uma imagem verdadeira, então se opta pela confecção de máscaras e véus, baseados em mentiras frágeis como seda, mas podres como esterco. Quando alguma situação para o qual a mentira não fora arquitetada, se abate sobre o ser, esse véu se rasga para revelar a monstruosa criatura que se formou no ventre esquecido do indivíduo.
Sim, quando não se olha o interior, inevitavelmente concebemos e deixamos se desenvolver uma criatura terrível, um monstro apto a consumir nossa carne e nos devorar de dentro para fora. Esse ser que se desenvolve no ventre, cresce e se movimenta, agita-se, bagunça nossas entranhas, estraçalha nossa essência, desfragmenta nossos órgãos. Não é mais do que uma grande criatura a vagar e imperar no vazio trevoso, no nebuloso interior da alma desligada de Deus. Seus gritos, seu ódio... sua fome em devorar-nos é o que produz toda a dor absurda e indescritível que nos faz correr insanos atrás de uma cura, que nos faz apostar em infindáveis meios que prometem alegria e paz. Mas é tudo vão. Longe da glória do Pai Criador, não há vida e o caos se alastra no âmago, no cerne da alma. Os cupins não cessam de devorar o interior do tronco de uma árvore se eu mudar a cor da casca, colocar alguns adereços bonitos nos galhos ou pregar uma placa dizendo: "proibido cupins". A questão é interna e está longe do alcance de minhas mãos.
Enquanto o externo é tratado com ouro e perfumes, o interior recebe toda a podridão, tudo o que não presta, tudo o que mata e que deve ficar oculto. Um pântano se forma, um aterro de entulhos e, por sobre o lixo, tenta-se erguer uma casa colossal e bela... que, não tardando, afundará por sobre os falhos alicerces. O homem de hoje, voluntariamente, tem colocado toda a morte para dentro, afim de garantir uma imagem externa livre de rugas ou máculas. Tenta lançar as feridas visíveis para o interior invisível. Envenena as raízes, para evitar que as folhas se enruguem pela peste... mas não percebe que a morte virá de forma inevitável ao destruir seus próprios fundamentos, aquilo que realmente o nutre. De certo modo, essa destruição da essência se reflete nas filosofias relativistas, na arte moderna e nas ciências céticas.
Se vejo uma sociedade desligada de Deus e encadeando seu interior numa masmorra intransponível, vejo uma sociedade de mortos. E padeço de um sentimento profundo de dor pelo que presencio: homens baseados em nada além de sombras e pó, que se esvaiam como areia ao vento. O que é a vida humana? Deveria ser isso? Algo tão grande, deveria ser tido dessa forma?! Valer tão pouco?
... O homem não fora criado para constituir uma necrópole ou a Niflheim nórdica. Não deveríamos habitar o mundo dos mortos! Mas habitamos. E depois desse mundo, há um ainda pior para os incrédulos, que concebemos como Inferno, onde a "folha" tornar-se-á, por fim, em nada, aniquilada completamente. Como cristão, eu conheço a saída, a cura, a Vida e vivo-a. Estou ligado ao Deus Eterno, como ramo na árvore. Recebo dEle o alimento para o espírito, não pratico autólise para sobreviver. A vida em meu espírito, o sol em minha alma, diretamente reflete em vida no exterior, sem precisar de máscaras nem mentiras. Tenho alegria hoje e perspectiva de tê-la no futuro e pela eternidade!
Na vida que levo, na tranqüilidade, fora da corrida insana para o Abismo, tenho tempo para analisar, para reparar e para compreender muito de meu interior. Peço-te, faça isso também. Não te digo para, de imediato, buscar a Deus se você não o deseja, primeiro analise-se, conceba a sua realidade interior e verifique, mediante o caos que encontrar, o que pode considerar como solução - se é que deseja solucionar o problema. O que eu faço por ti é sugerir o que me tem dado vida e que a ti também dará, que é o Senhor do Universo.
Natanael Castoldi

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