Perante O Senhor do Universo

Como podemos imaginar Deus? Está acima de qualquer concepção humana. Como podemos não temê-lo? Parcial ceticismo, grande prepotência de nossa parte... estupidez humana. O fervilhante vulcão, brotamento do voraz núcleo de nosso pequeno mundo. As tempestades brutais, os cones de ar que dilaceram até o aço, o movimento das massas continentais. As explosões solares, as supernovas no espaço distante, os buracos negros, que distorcem até o "tempo". Tudo isso está dentro dos domínios de nosso Deus, tudo isso é representação inquestionável de Sua força inconcebível, a força do que está sentado no trono desse vastíssimo universo!

... E não temos temor... Sim, ainda falta temor a mim.

Ah, o temor! Meu corpo não suporta nem o peso do tempo e eu quero desafiar aquele a quem o tempo nada faz e que pode torcê-lo como um lenço de seda! Meu corpo mal suporta o dobro de sua massa e quer se fazer maior do que aquele que simplesmente é capaz de explodir estrelas inteiras. Prepotência. Tolice.

Não temos tempo para o Senhor do Tempo. Não temos lugar para o Senhor do Universo. Não temos coragem de falar do Senhor dos Exércitos. Não queremos nos submeter por completo e nos relacionarmos de forma consistente com Ele. Devemos tudo ao que nos dá tudo por amor! Mesmo assim, não somos nem perto da metade do que podemos e devemos ser. Olhe para a vastidão do céu diurno... E, com mais atenção, ao vasto céu noturno. Teu senhor é maior e tu não é nada perante Ele. Só pode vir a ser ALGO com ELE!

Olhe para o mar, para as montanhas, para as florestas, para o rio a corroer os pés do monte. Preste atenção, fixe o olhar nos grandes e brutos seres, depois nos diminutos e graciosos. Veja outros dos seres de maior valor nesse universo, olhe para os homens que te cercam. É tudo tão grande, tudo tão complexo, tudo tão belo! ... E, mesmo perante a escancarada face criativa do nosso Pai, esquecemos dEle, vemos Sua obra de forma fria e desprovida de Seu selo, O colocamos fora de nosso meio, tentamos expulsá-lo - indireta ou diretamente - da Sua própria Criação, achando-nos donos absolutos daquilo que nos cerca e senhores de nós mesmos. Eu, infelizmente, acostumei-me a ver a esse mundo por ele mesmo, não é natural olhar um belo vale e logo focar-me no seu artista. Infelizmente, preciso regrar-me para mantér comunhão com o Pai, por falta de vergonha... preciso definir horários para me encontrar com O Senhor de TUDO!

Como posso ser assim?! Vivo cercado da Criação do meu Pai, eu mesmo, como humano, sou Sua maior obra... Falta-me fé depois de ter enfrentado demônios, depois te ter enfrentado a morte! Eu conheço a Verdade, eu sei como é maravilhoso caminhar com o Senhor desse Universo, sei que não há nada mais seguro, nada mais poderoso, nada maior do que isso e enfrento, assim como muitos, uma dificuldade vergonhosa. Como posso, depois de tudo, deixar o feio me parecer bonito e o belo, colocado de lado para ser lembrado só... depois? Minha natureza humana...

... Mas isso não é argumento. Não existe argumento para, tendo O Senhor do Universo diante de mim, não me abrir completamente à Ele, não me humilhar como um todo, não reconhecer que sou um... um NADA! De fato, não posso desvalorizar o pouco que já fiz de bom em relação a isso, mas deveria ter feito cem vezes mais! Hoje eu lamento pelo pequeno e estagnado cristão que eu sou. Hoje eu lamento pelo descrédito, pelo desvalorizar de tudo que tenho recebido desde o nascimento. Eu perdi a chance de já ser grande, pois não busquei constante crescer. Eu perdi a chance de conhecer mais do Senhor de toda a sabedoria, o Senhor de todo O PODER! Por quê?! Carpe diem? Aproveitar o momento... Mas não deveria ser "proveitosa" a troca de um momento de comunhão com MEU SENHOR por um tempo de sono a mais! Eu lamento... lamento tanto! Lamento por ainda dar, volta e meia, ouvidos ao lobo que uiva dentro de mim, ao lobo de minha natureza, deixando o meu elo fraco se cutucado pelo Inimigo.

... Sei que aquele que quer me matar desde o nascimento me olha atento e se alegra com o "momento a mais de sono" e eu, sem temer o punhal envenenado que ele carrega em suas mãos, deixo-me deitado, exposto. Não mereço a proteção que os anjos do Pai ainda exercem sobre mim. Não mereço!

Às vezes penso... E me entristeço em demasia. Se eu pensasse mais! Se eu pensasse mais, talvez nem teria coragem de escrever esse blog! Prepotente... por cutucar o Inimigo e depois deixar-me "dormir um pouco mais". Me envergonho... E, finalmente, estou me humilhando.

-Quando eu pensei que estava bom, que ter me recuperado da frieza de uns anos atrás já bastava, eu olho e vejo que não faço nem sequer a metade do que deveria. Isso é repulsivo! Isso é uma vergonha!-

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Senhor, MEU DEUS, perante a ti, agora me prostro. Curvo-me, minha nuca exposta, crave nela sua espada de justiça se eu não me tornar o que devo vir a ser! Sou TEU SERVO e, se rebelde continuar a seguir, me castigue severamente. Eu preciso te temer MAIS! Eu preciso TREMER ao ouvir Teu retumbante nome!! E peço que, se necessário, amarre-me uma bola de ferro no pescoço para que, humilhado, eu não me levante mais e te encare face-a-face, para que, humilhado, fique prostrado perante TEU trono até meu último dia!

Isaías6

Natanael Castoldi

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