De fato, não seguimos fábulas engenhosamente inventadas, quando lhes falamos a respeito do poder e da vinda de nosso Senhor Jesus Cristo; pelo contrário, nós fomos testemunhas oculares da sua majestade. 2 Pedro 1:16

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

O Grande Inverno

Sempre fui fascinado pelos contos nórdicos, primeiro devido a'O Senhor dos Anéis, depois, um pequeno livro ilustrado sobre vikings que comprei aos 11 anos. Há dois anos, por fim, adquiri um ótimo livro sobre o assunto, As Melhores Histórias da Mitologia Nórdica, começei a lê-lo ansioso pelo seu final e, dia-a-dia avançava um conto almejando o tal ápice de todas as lendas, a grande Batalha do Ragnarok, uma espécie de fim do mundo viking, quando todos os homens e monstros do mundo se enfrentam num vasto campo até ninguém mais restar...... O que sempre me chamou a atenção nessa história é o tempo que a precede: um rigoroso inverno, mais longo e gélido do que todos os invernos anteriores... Um inverno que acompanharia os anos antes da batalha final e todo o período da batalha em si. Andei refletindo sobre isso e acho interessante fazer uma analogia do evento com nosso mundo atual.
Não há estação mais morta do que o inverno - eu gosto do inverno, mas devo ser realista. As aves preferem não cantar com freqüência, há uma quantidade consideravelmente menor de folhas nas árvores, o que as silencia perante o vento, não há borboletas, também não há uma infinidade de outros insetos. Animais de todos os tipos se ocultam. Os dias nublados, chuvosos, cobertos de névoa ou o frio gélido, que impedem as pessoas de perambular muito na rua, proporcionam o cenário ideal para melancolia. Na Idade Média era muito pior: o camponês dificilmente saia de casa durante meses, pois com o campo branco, as plantas adormecidas, nada crescendo, tudo estatizado ou corroído no frio, o que poderia fazer? Passar fome.
O inverno a preceder o Ragnarok, ao meu ver, é como o silêncio antes da tormenta, quando as criaturas todas, alarmadas, se refugiam. A história humana, dos mais diversos povos, conta e reconta a mesma ladainha: guerra, guerra, guerra, paz, guerra, guerra, guerra, paz. Perante a malícia humana, perante a malícia de nossos líderes maiores, não podemos confiar nos tempos de paz. Não podemos. O homem é maligno o suficiente para usufruir dos dias de descanso exclusivamente para armazenar material bélico e arquitetar mais uma investida. Não confie nas promessas de paz mundial, pois ela, em demasia, só pode preceder um conflito proporcionalmente destruidor - quanto mais tempo sem armas em mãos, mais tempo para arquitetar o que fazer quando o dia de lutar retornar. Hoje estamos num vastíssimo período de "paz", isso é alarmante... esse inverno está se tornando longo e gélido demais.
... E que inverno! O frio dos sinais de rádio, TV, internet, celular. O frio dos relacionamentos à distância. Troca de calor humano? Só se for na frieza de um relacionamento exclusivamente sexual. O inverno nas emoções, o inverno nos laços afetivos, o inverno na mente, cauterizada pela pornografia, sensualidade, libertinagem. A mente inerte, o corpo morto, os olhos estáticos perante uma tela ou outra. O frio na língua, de bocas fechadas, trocadas pelos dígitos ou minadas de um palavriado chulo e destrutivo. Frieza no respeito, na honra...
... Frieza em relação ao belo, abatido e trocado pelo repulsivo. O frio do sedentarismo, de uma sociedade de suicidas. O frio do medo, de casas muradas, de vidas enjauladas. A frígida depressão, opressão social. O frio de relacionamentos incertos, de corações estilhaçados pela efemeridade de tudo. A frieza mental, de cérebros congelados e corroídos pelos ares da ignorância, estimulada por uma mídia absolutamente manipuladora, que financia um "pão e circo" imundo, vazio de qualquer bom conteúdo.O frio no pensamento, de massas congeladas em seus sofás, escritórios, salas de aula e automóveis. De uma massa encoleirada, amordaçada, ensurdecida e vendada, isolada de qualquer perspectiva de real liberdade. O frio na razão, esquecida nas entranhas do gelo e substituída pelo insóbrio, pelo incompreenssível. O frio nas gerações, que se nivelaram, dos jovens fazendo o que fazem os adultos, dos velhos fazendo o que fazem os jovens...... O frio na infância, que está morrendo, abatida pela moda no vestuário, pela mídia, pela música, pelo cinema e terrível exemplo e incentivo dos irmãos e pais. A frieza na família, que não se senta mais junta para almoçar, que não mais conversa, em casas tomadas pela rebeldia, adultério e valores invertidos. O frio, por fim, na fé, de um crescente ateísmo, da hipocrisia da maioria dos cristãos e do avanço de filosofias enganosas e vazias. O FRIO. Que inverno terrível!
Ao lado dessa frieza geral, ainda há o pregar constante da paz mundial (1Tessalonicenses5:3), que nada mais fará do que tornar o homem um simples ratinho preso numa gaiola. O homem é guerreiro por natureza, o homem é inquieto e ativo na essência, precisa plantar, cortar, serrar, escrever, pintar, PRODUZIR. Ao permitir que o frio das máquinas e dos computadores faça todo o serviço, deixa sua tal essência humana se abater e também esfria como ser, se estatiza na dependência do inumano.
Pense bem, analise. Não preciso delongar-me muito mais, dê uma aquecida em sua mente e reflita sobre todos os pontos comentados. Sim, estamos vivendo um doloroso inverno... Infelizmente a humanidade, congelada, já nem sente mais o frio e, cauterizada, tornou-se incapaz de perceber em que grande geleira se meteu. -Mateus 24:12-
Nós, cristãos de verdade, salvos e aquecidos pelo Espírito Santo (Atos 2:2-4), carregamos, além de uma tocha iluminada na escuridão invernal, seu fogo fumegante. Façamos algo... Enquanto há "paz" temos um tempo razoavelmente bom para tentar quebrar o gelo de alguns que perecem jazidos nele - ainda prefiro não imaginar a dimensão do caos que virá a suceder esse terrível inverno! Mas tenho uma certeza: não haverá mais nenhuma primavera para esse mundo. - Porém os salvos, bem aventurados que são, terão seus dias ensolarados para a eternidade!
Agora leia: Guerreiros do gelo

Natanael Castoldi
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O que segue é o vídeo de introdução da segunda expansão do RPG online, World of Warcraft. A personagem principal, Arthas, após seduzido pelo poder maligno de uma espada que deveria ter destruído, isola-se numa geleira e congela, para, como morto-vivo, retornar anos mais tarde e, após erguer da neve um exército terrível, conquistar o mundo, conquistar Azeroth. -Nessa postagem ->aqui<-, ao final, comento o fato anterior ao seu ressurgir-

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