No título está uma das falas de Barbárvore no segundo filme dO Senhor dos Anéis, quando, após dar uma pausa do entebate -raro encontro de ents (pastores de árvores) para discutir algum assunto importante-, se dirige aos hobbits que o acompanham -Merry e Pippin. Nessa noite escura os ents conversavam sobre a traição de Saruman e a Guerra do Anel, os hobbits teriam dado o estímulo para tal, já que, mais do que nunca, desejavam lutar, como lutavam seus amigos naquele exato momento.
Como chegamos a esse ponto da história: quando a Sociedade do Anel fora desmembrada nas margens do Grande Rio, Merry e Pippin deixam-se capturar pelos uruk-hai de Saruman, fazendo-os crer que um deles se tratava do portador do anel. Raptados, rumam pelas terras de Rohan, quase que completamente dominadas pelo Mal, porém, uma divisão inteira de cavaleiros errantes, expulsos da Corte por Gríma, Língua de Cobra, intercepta os malignos e mata todos, possibilitando, no meio do caos, a fuga dos pequenos que, adentrando a floresta de Fangorn, acabam despertando Barbárvore. Não tarda e se vêem no entebate, ansiosos para entrar na Guerra.

E nesse ponto, ao fim da reunião dos ents, que quero chegar. Quando os seres anscestrais terminam sua longa conversa, seu líder, Barbárvore, aproxima-se dos pequenos e lhes informa, iniciando o diálogo:
"-Os ents não podem impedir essa tempestade. Devemos suportar o mau tempo como sempre fizemos." Merry questiona, decepcionado:
"-Como podem tomar essa decisão?!" Barbárvore prossegue:
"-Essa guerra não é nossa." Logo sendo retrucada pelo pequeno:
"-Mas vocês fazem parte desse mundo! Não fazem?! Vocês precisam ajudar, por favor! Precisam fazer alguma coisa."-E Merry escuta algo que eu mesmo já ouvi, devido às minhas palavras ousadas:
"-Você é jovem e corajoso, Sr. Merry. Mas seu papel nessa história já acabou. Volte para sua casa."
O entebate termina com um silêncio perturbador. O que segue na história é interessante. Barbárvore se prontifica a levar os pequenos para fora da floresta e eles lhe induzem a seguir para o sul, onde veria com os próprios olhos o caos que Saruman já tinha instalado. É vendo a parte sul da floresta desolada, as árvores que ela cultivara todas cortadas e feitas lenha para a indústria da guerra, que, tomada de fúria, chama seus companheiros e principia um brutal ataque na casa do traidor.

Bom, o ponto principal dessa postagem é baseado numa fala de Barbárvore: "-Os ents não podem impedir essa tempestade. Devemos suportar o mal tempo como sempre fizemos." Vi, claramente, um cristão falando isso. Sim. É mais do que comum em nossos dias, estimulados pela idéia moderna de Estado, em que a religião deve ser colocada de lado, independente de todas as outras questões, ouvir a seguinte frase: "Não acho que deve-se misturar religião com política." Ou essa: "Isso não é assunto em que devemos nos meter." Sim, isolar a religião e se proibir de, como cristão, envolver em determinados assuntos, é cômodo... "Deus vai fazer o que acha melhor nessa questão", também é cômodo. Bom, é mais do que necessário esperar em Deus, mas Ele não vai fazer por nós o que podemos fazer em nome dEle. Deixar que Ele vá primeiro resolver TODAS as coisas é PURO comodismo, já que Ele escolheu nos usar para atingir esse mundo.


... Querendo ou não, a questão política envolve, e muito mais do que pensamos, a Igreja que, sendo parte da nação, é regida pelo governo.
"Esperar até a tormenta passar", na maioria das vezes, não termina bem. O fogo de Saruman teria consumido toda a floresta de Fangorn se todos lá tivessem prosseguido irredutíveis na postura de "espera". Esse fogo, por fim, consumiria também os tais acomodados. Não sobraria nada pelo que lutar. Não sei o que pensam esses cristãos que "não querem se envolver". Seu cristianismo é cômodo, de fato, não merecendo ser defendido - o cristianismo NUNCA pode ser cômodo. Regredindo ao Antigo Testamento, tendo como exemplo Israel: os inimigos de Israel eram impuros, como a política, mas, nem por isso, Israel desistiu de enfrentá-los, não deixou de resistir aos filisteus, enfrentas babilônicos, romanos, egípcios, assírios. Deus não destruiria os inimigos de Israel com raios e terremotos, como, certamente, muitos israelitas desejavam. Deus queria ver a atitude do Seu povo, que, com fé nEle, caminhou para os campos de batalha. Ali Ele agiu largamente. 1Samuel 17; Juízes7, 15; Josué6.

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Como diz o Pr. Silas Malafaia, noutras palavras: há o tempo de orar e o tempo de lutar. Orar, sim, já oramos e ainda estamos orando. Mas, quando a falange inimiga está há poucos metros de nossas tropas, temos, acima de tudo, o dever de lutar, ou seremos todos dominados. Nesse mundo darwinista...

... onde o mais forte domina o mais fraco em todas as áreas imagináveis, uma Igreja dormente logo será cercada pelos chacais e, não tarda, abocanhada na jugular e asfixiada. Acima de tudo, esse mundo quer destruir a Igreja... e tal não deve, em hipótese alguma, deixar os abutres se aproximarem!

Pesemos em algo além da Igreja. Somos luz para esse mundo enegrecido. Se nós, que vemos o Mal crescendo, não fizermos nada, tornamo-nos, além de egoístas, assassinos desse mundo. Aquele que vê alguém sendo assassinado e nada faz, também é culpado pela morte. Quanto mais permitirmos que a cegueira do mundo se amplie e que a Igreja seja amordaçada, mais dificuldades de levar a Palavra aos incrédulos enfrentaremos, o que colocará muitos desses, sem uma boa oportunidade de ouvir sobre Deus, no Inferno.

Acima de tudo, devemos lutar. A luta começa desde o momento em que nos preparamos. Lutemos com o que podemos. Um levante de oposição às pútridas idéias de nosso mundo atual, baseado em protestos e palavras, depois da oração, é claro, é uma ótima forma de lutar. Evitemos, como conseguirmos, que um Estado decididamente anticristão se forme, para não precisarmos nos esconder em porões para pregar a Palavra. Para que não precisemos, quem sabe, montar uma resistência que vá além das palavras escritas. Bom, se não houver mais como viver nessa suposta liberdade, se for proibido levar o nome de Deus ao mundo, então é que o faremos... Mas muita coisa perderá o sentido caso sejamos aprisionados. Se não for pra cumprir devidamente nosso papel como cristãos, nosso papel de vida aqui, não vale a pena continuar vivendo.



-Observação: não digo para profanar o bom cristianismo levando-o a mergulhar em ideologias e práticas horrendas desse mundo, mas, sim, digo para, protegidos pelo Pai, tentarmos dar um jeito na sujeira que nos atinge e atinge os incrédulos próximos, que não têm culpa de não conhecerem, devidamente, a Verdade. Nós que temos tal culpa, pois sentimos "nojinho" de entrar no pântano pútrido em que se encontram para resgatá-los.
Natanael Castoldi
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Vc acha mesmo que vai haver perseguiçoes a Igreja? Acha que cabe uma coisa destas na era da web conectando o mundo?... Vai haver liberdade para todos cada um com sua fé... pois a Igreja... é o Coração!
ResponderExcluirSai dessa!
A cultura do medo não leva a nada.!
Perde-me ser intrometido...!
Mas vc tem futuro... e aqui começa tão bem... falando dos Ets... compreendendo os ents!
Quero dizer tbm que eu já "viajei" muito nisto quando tinha a sua idade...
O Novo Mito está surgindo!
Cristianismo e cristandade... são coisas diferentes...
pense nisto!
Fui!
Rapaz, obrigado pelo comentário. Mas preste atenção... Também não sei o quanto você compreendeu dessa postagem, a profundidade do texto. O foco dela não é a perseguição em si, mas o levante dos cristãos em defesa da Palavra.
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