Assistindo O Senhor dos Anéis com a Amanda, citada algumas postagens abaixo, inspirei-me mais uma vez. Minas Moria, a face da decadência.
Após criada a Sociedade do Anel e principiada a viagem, após o fracasso pelo topo das montanhas de Caradhras, optaram pelo caminho, até onde sabiam, menos perigoso... E acabaram aprisionando-se no verdadeiro túmulo que se tornara Moria.
É assim durante toda a Saga do Anel, quanto mais a Demanda avança, inimigos piores a cercam e trevas mais densas tentam derrubá-la. Minas Moria, ao meu ver, é um dos desafios mais tenebrosos da Sociedade do Anel, é aqui que descem a um verdadeiro inferno, primeiro de gélida escuridão, depois envenenado pelas setas dos goblins e, por fim, tomados pela sombra incandescente do Balrog. É nesse ambiente caótico que Gandalf mergulha na sua batalha mais brutal e desaparece no Abismo. É nesse ambiente desolado que Frodo é golpeado por um poderoso orc, no livro e por um troll, no filme e, se não fosse a cota de mithril, teria perecido.
A Demanda tentou, de início, passar sigilosa pela escuridão, mas portadora da luz de Gandalf e do Anel, que almejavam destruir, não haveria possibilidade alguma de não ser percebida pelos habitantes das trevas. Em ambiente arruinado, aquele que carrega algo belo chama demasiada atenção -é como passear com um hamburguer do MCDonalds por uma grande periferia de alguma capital africana, caribenha, indiana...Ao meu ver, Moria seria como o nosso mundo atualmente e a Demanda do Anel, como cristãos sóbrios, cujo objetivo é, sem receio, transpassar a escuridão para o "outro lado", para fora do "túmulo". Assim como a Terra já fora bela, pura e largamente iluminada, fora Moria, como é descrita no livro 1 dO Senhor dos Anéis, com seus vastos salões em demasia iluminados, com milhares de tochas a refletir a rocha polida, e habitados por seres alegres e barulhentos. Quando a Sociedade adentra e se aprisiona nas Minas vê uma realidade assustadora: a luz apagada e todos os bons seres em amontoados de cadáveres, exceto os invasores, os demoníacos goblins, alojados suas tocas fétidas. Assim, exatamente assim, é o nosso mundo.
A grande maioria que não carrega luz alguma, pode estar acostumada com a escuridão e, cauterizada pela convivência com o Mal, não perceber a realidade de sua situação, mas nós, cristãos, que vemos a realidade à partir de uma candeia a iluminar as trevas, temos ciência do caos (temos?). Ao caminhar pela rua sugiro que faça um exercício, um pouco angustiante, mas bem válido: olhe para os lados, para as casas e prédios e tente ver a situação de tudo com olhos espirituais, use a imaginação e tente localizar os ambientes que estão repletos de trevas... verá as sombras exalando das chaminés, das janelas, dos bueiros, das pessoas, verá trevas envolvendo quase que tudo! E olhe para si mesmo... Se as trevas das cercanias se contorcem e dissipam agonizantes com o teu toque, então você é um cristão. Caso contrário, está apenas brincando com o perigo. E QUE PERIGO!
Uma única e mísera tocha acesa pode retorcer e anular trevas alojadas mil anos no mesmo lugar, no mais profundo túnel, no mais macabro túmulo. Não há escuridão pesada e densa o suficiente para desafiar a luz de uma simples vela. E se você, você mesmo, não dissipa as trevas das cercanias, então não emana nem sequer uma fagulha de luz, quando deveria carregar consigo uma candeia inteira.É isso que aprendemos com os fatos de Moria: não ter a Luz é um problema que os anões da antiga cidade compreenderam bem, quando, ao som de tambores nas profundezas, foram todos envolvidos e abatidos sem, nem ao menos, terem tempo para reagir. Ter a Luz, porém, cria um outro problema: chama a atenção dos seres notívagos há uma grande distância... e começam as batalhas - já que batalhas só ocorrem quando dois inimigos se enfrentam. Jamais quando um simplesmente é emboscado e abatido sem resistência.

--Como os anões citados, acomodados em sua toca de pedra, despreparados e cegos pelo orgulho e pela cerveja, não viram o inimigo infestando seu lar e, quando atacados, a cidade já estava em demasia infestado de goblins, uma verdadeira cólera. Era tarde demais--
Ter a Luz a iluminar as cercanias revela o inimigo antes dele chegar... possibilitando a luta.
Quem está morto não pode mais lutar, mas quem carrega uma frenética chama, está mais vivo do que nunca... e os demônios simplesmente não suportam a vida, como a serpente: dá o bote naquilo que, aos seus olhos, é quente.
É simplesmente impossível passar despercebido num mundo inteiro de trevas quando se porta uma lâmpada. Quanto maior a luz, maiores serão os inimigos a tentar apagá-la, pois os seres da escuridão se incomodam largamente com a luz ofuscante... e os homens que jazem nas trevas e acabam sendo iluminados por ela, percebem sua real situação. O Inimigo não quer perder suas presas.Daí há o estímulo a alimentarmos bem nosso fogo, pois, assim como lobos, os oponentes não podem contra nossa luz, mas, se for pequena e fraca, como a de uma vela, não tarda e somos laçados para dentro do abismo de negridão. Uma luz fraca é mais uma isca do que um verdadeiro incômodo para o Inimigo.

... Quando Deus fala que repudia mais os mornos do que os frios espiritualmente, fala por amor, não com ódio: de forma alguma é seguro, tendo luz, permití-la ser forte o suficiente para chamar a atenção e fraca o suficiente para não repelir adequadamente o Inimigo. Se é para carregar luz, que seja MUITA LUZ... Se não for forte como um farol, que não seja luz alguma! - Não chame a atenção à noite sem a arma adequada para se defender dos chacais.
Quero que fique bem claro: o mundo está mergulhado num mar profundíssimo, no fundo de uma fossa abissal de escuridão e trevas completas. Nós estamos nesse mundo. O Inimigo habita essa escuridão. Nessa escuridão, como o dragão Samug, d'O Hobbit, que guarda em sua caverna o ouro que roubou...
... o Inimigo guarda uma humanidade inteira de decaídos, amortecida por seu veneno, bilhões de presas já abatidas. Um mar de mortos. São milhões de demônios, bilhões de mortos e profundas trevas.
Esse é o mundo que cruzamos com nossa lâmpada, uma zona de guerra, terras arruinadas e fétidas e um oponente condenado e que não quer abrir mão de seu "tesouro" até o dia em que for, definitivamente, abatido. Nós estamos nas terras desse oponente, ofuscando seus olhos e ameaçando seu "tesouro" de mortos com Nova a Vida, é óbvio como o Sol num dia ensolarado que seremos atacados, brutalmente atacados, devido a tal ousadia!
Mas, bem armados, com uma Luz ABSOLUTAMENTE poderosa, sendo supridos pelo Senhor, caminhando juntos como igreja e somando forças, protegidos, inclusive, pelos anjos a nosso serviço enviados, não há chance de sermos derrotados, a não ser pelo maior de todos os inimigos do homem: a natureza humana. - Ah, a natureza humana... Um bom cristão, por amor aos bilhões de incrédulos que estão fadados à morte eterna, não pode, simplesmente, abrir espaço para prazeres mundanos! Muitos "jazidos" não conhecem a Verdade e, se conhecessem, certamente dariam muito mais valor a ela do que eu ou você!
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