De fato, não seguimos fábulas engenhosamente inventadas, quando lhes falamos a respeito do poder e da vinda de nosso Senhor Jesus Cristo; pelo contrário, nós fomos testemunhas oculares da sua majestade. 2 Pedro 1:16

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Nas Trevas de Moria

Assistindo O Senhor dos Anéis com a Amanda, citada algumas postagens abaixo, inspirei-me mais uma vez. Minas Moria, a face da decadência.
Após criada a Sociedade do Anel e principiada a viagem, após o fracasso pelo topo das montanhas de Caradhras, optaram pelo caminho, até onde sabiam, menos perigoso... E acabaram aprisionando-se no verdadeiro túmulo que se tornara Moria.
É assim durante toda a Saga do Anel, quanto mais a Demanda avança, inimigos piores a cercam e trevas mais densas tentam derrubá-la. Minas Moria, ao meu ver, é um dos desafios mais tenebrosos da Sociedade do Anel, é aqui que descem a um verdadeiro inferno, primeiro de gélida escuridão, depois envenenado pelas setas dos goblins e, por fim, tomados pela sombra incandescente do Balrog. É nesse ambiente caótico que Gandalf mergulha na sua batalha mais brutal e desaparece no Abismo. É nesse ambiente desolado que Frodo é golpeado por um poderoso orc, no livro e por um troll, no filme e, se não fosse a cota de mithril, teria perecido.
A Demanda tentou, de início, passar sigilosa pela escuridão, mas portadora da luz de Gandalf e do Anel, que almejavam destruir, não haveria possibilidade alguma de não ser percebida pelos habitantes das trevas. Em ambiente arruinado, aquele que carrega algo belo chama demasiada atenção -é como passear com um hamburguer do MCDonalds por uma grande periferia de alguma capital africana, caribenha, indiana...
Ao meu ver, Moria seria como o nosso mundo atualmente e a Demanda do Anel, como cristãos sóbrios, cujo objetivo é, sem receio, transpassar a escuridão para o "outro lado", para fora do "túmulo". Assim como a Terra já fora bela, pura e largamente iluminada, fora Moria, como é descrita no livro 1 dO Senhor dos Anéis, com seus vastos salões em demasia iluminados, com milhares de tochas a refletir a rocha polida, e habitados por seres alegres e barulhentos. Quando a Sociedade adentra e se aprisiona nas Minas vê uma realidade assustadora: a luz apagada e todos os bons seres em amontoados de cadáveres, exceto os invasores, os demoníacos goblins, alojados suas tocas fétidas. Assim, exatamente assim, é o nosso mundo.
A grande maioria que não carrega luz alguma, pode estar acostumada com a escuridão e, cauterizada pela convivência com o Mal, não perceber a realidade de sua situação, mas nós, cristãos, que vemos a realidade à partir de uma candeia a iluminar as trevas, temos ciência do caos (temos?). Ao caminhar pela rua sugiro que faça um exercício, um pouco angustiante, mas bem válido: olhe para os lados, para as casas e prédios e tente ver a situação de tudo com olhos espirituais, use a imaginação e tente localizar os ambientes que estão repletos de trevas... verá as sombras exalando das chaminés, das janelas, dos bueiros, das pessoas, verá trevas envolvendo quase que tudo! E olhe para si mesmo... Se as trevas das cercanias se contorcem e dissipam agonizantes com o teu toque, então você é um cristão. Caso contrário, está apenas brincando com o perigo. E QUE PERIGO!
Uma única e mísera tocha acesa pode retorcer e anular trevas alojadas mil anos no mesmo lugar, no mais profundo túnel, no mais macabro túmulo. Não há escuridão pesada e densa o suficiente para desafiar a luz de uma simples vela. E se você, você mesmo, não dissipa as trevas das cercanias, então não emana nem sequer uma fagulha de luz, quando deveria carregar consigo uma candeia inteira.
É isso que aprendemos com os fatos de Moria: não ter a Luz é um problema que os anões da antiga cidade compreenderam bem, quando, ao som de tambores nas profundezas, foram todos envolvidos e abatidos sem, nem ao menos, terem tempo para reagir. Ter a Luz, porém, cria um outro problema: chama a atenção dos seres notívagos há uma grande distância... e começam as batalhas - já que batalhas só ocorrem quando dois inimigos se enfrentam. Jamais quando um simplesmente é emboscado e abatido sem resistência.
--Como os anões citados, acomodados em sua toca de pedra, despreparados e cegos pelo orgulho e pela cerveja, não viram o inimigo infestando seu lar e, quando atacados, a cidade já estava em demasia infestado de goblins, uma verdadeira cólera. Era tarde demais--
Ter a Luz a iluminar as cercanias revela o inimigo antes dele chegar... possibilitando a luta.
Quem está morto não pode mais lutar, mas quem carrega uma frenética chama, está mais vivo do que nunca... e os demônios simplesmente não suportam a vida, como a serpente: dá o bote naquilo que, aos seus olhos, é quente.
É simplesmente impossível passar despercebido num mundo inteiro de trevas quando se porta uma lâmpada. Quanto maior a luz, maiores serão os inimigos a tentar apagá-la, pois os seres da escuridão se incomodam largamente com a luz ofuscante... e os homens que jazem nas trevas e acabam sendo iluminados por ela, percebem sua real situação. O Inimigo não quer perder suas presas.
Daí há o estímulo a alimentarmos bem nosso fogo, pois, assim como lobos, os oponentes não podem contra nossa luz, mas, se for pequena e fraca, como a de uma vela, não tarda e somos laçados para dentro do abismo de negridão. Uma luz fraca é mais uma isca do que um verdadeiro incômodo para o Inimigo.
... Quando Deus fala que repudia mais os mornos do que os frios espiritualmente, fala por amor, não com ódio: de forma alguma é seguro, tendo luz, permití-la ser forte o suficiente para chamar a atenção e fraca o suficiente para não repelir adequadamente o Inimigo. Se é para carregar luz, que seja MUITA LUZ... Se não for forte como um farol, que não seja luz alguma! - Não chame a atenção à noite sem a arma adequada para se defender dos chacais.
Quero que fique bem claro: o mundo está mergulhado num mar profundíssimo, no fundo de uma fossa abissal de escuridão e trevas completas. Nós estamos nesse mundo. O Inimigo habita essa escuridão. Nessa escuridão, como o dragão Samug, d'O Hobbit, que guarda em sua caverna o ouro que roubou...
... o Inimigo guarda uma humanidade inteira de decaídos, amortecida por seu veneno, bilhões de presas já abatidas. Um mar de mortos. São milhões de demônios, bilhões de mortos e profundas trevas.
Esse é o mundo que cruzamos com nossa lâmpada, uma zona de guerra, terras arruinadas e fétidas e um oponente condenado e que não quer abrir mão de seu "tesouro" até o dia em que for, definitivamente, abatido. Nós estamos nas terras desse oponente, ofuscando seus olhos e ameaçando seu "tesouro" de mortos com Nova a Vida, é óbvio como o Sol num dia ensolarado que seremos atacados, brutalmente atacados, devido a tal ousadia!
Mas, bem armados, com uma Luz ABSOLUTAMENTE poderosa, sendo supridos pelo Senhor, caminhando juntos como igreja e somando forças, protegidos, inclusive, pelos anjos a nosso serviço enviados, não há chance de sermos derrotados, a não ser pelo maior de todos os inimigos do homem: a natureza humana. - Ah, a natureza humana... Um bom cristão, por amor aos bilhões de incrédulos que estão fadados à morte eterna, não pode, simplesmente, abrir espaço para prazeres mundanos! Muitos "jazidos" não conhecem a Verdade e, se conhecessem, certamente dariam muito mais valor a ela do que eu ou você!
Natanael Castoldi

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