De fato, não seguimos fábulas engenhosamente inventadas, quando lhes falamos a respeito do poder e da vinda de nosso Senhor Jesus Cristo; pelo contrário, nós fomos testemunhas oculares da sua majestade. 2 Pedro 1:16

terça-feira, 26 de outubro de 2010

"Poucos são os escolhidos"

Quem não é comigo é contra mim; e quem comigo não ajunta, espalha. -Mateus 12:30
Olhando a situação da Igreja e da grande maioria dos cristãos, percebe-se um gigantesco descomprometimento com a essência da Palavra, com a Obra, com o Reino. Perdeu-se muito do temor de Deus, um legalismo demasiado e insano adentrou as portas do templo, aliado à repulsiva libertinagem, às vezes escancarada, noutras muitas camuflada, mascarada por detrás da vergonha, do medo ou de uma fatal e perigosa falsidade, baseada num duplo interesse: aproveitar-se da perdição mundana, enquanto se busca status na congregação.
O que leva a esse ponto lamentável e tão largamente disseminado nas igrejas nacionais e mundiais? Uma imagem completamente deturpada de Deus é uma das causas. A ignorância na teologia e na vida espiritual, a tradição, a perda do real sentido e objetivo da existência da Igreja e seus membros. Outra causa está puramente no desinteresse dos cristãos que, mesmo sabendo, mesmo tendo os olhos abertos para a realidade, simplesmente não querem fazer o que é certo, preferem o comodismo, serem salvos no limite, apenas para não serem condenados ao Inferno -como se Deus fosse burro, facilmente enganável.
O cenário para tal desolação espiritual só é tão vasto, pois pouquíssimas pessoas realmente pensam profundamente sobre Deus, tentando vê-lo de forma mais sóbria e, também, porque pregar a favor dessa reflexão não é proveitoso fisicamente para as grandes igrejas, já que a questão abrange as estratégias de crescimento e suas motivações. Passagens como a de Juízes 7 falam de algumas questões não vantajosas aos "empresários da fé" e retratam o Eu Sou como um deus muito mais seletivo, sério e comprometido com Sua obra do que estamos acostumados a conceber. Segue a passagem.
Então Jerubaal (que é Gideão) se levantou de madrugada, e todo o povo que com ele havia, e se acamparam junto à fonte de Harode, de maneira que tinha o arraial dos midianitas para o norte, no vale, perto do outeiro de Moré.

E disse o SENHOR a Gideão: Muito é o povo que está contigo, para eu dar aos midianitas em sua mão; a fim de que Israel não se glorie contra mim, dizendo: A minha mão me livrou.

Agora, pois, apregoa aos ouvidos do povo, dizendo: Quem for medroso e tímido, volte, e retire-se apressadamente das montanhas de Gileade. Então voltaram do povo vinte e dois mil, e dez mil ficaram.

E disse o SENHOR a Gideão: Ainda há muito povo; faze-os descer às águas, e ali os provarei; e será que, daquele de que eu te disser: Este irá contigo, esse contigo irá; porém de todo aquele, de que eu te disser: Este não irá contigo, esse não irá.

E fez descer o povo às águas. Então o SENHOR disse a Gideão: Qualquer que lamber as águas com a sua língua, como as lambe o cão, esse porás à parte; como também a todo aquele que se abaixar de joelhos a beber.

E foi o número dos que lamberam, levando a mão à boca, trezentos homens; e todo o restante do povo se abaixou de joelhos a beber as águas.

E disse o SENHOR a Gideão: Com estes trezentos homens que lamberam as águas vos livrarei, e darei os midianitas na tua mão; portanto, todos os demais se retirem, cada um ao seu lugar.

E o povo tomou na sua mão a provisão e as suas buzinas, e enviou a todos os outros homens de Israel cada um à sua tenda, porém os trezentos homens reteve; e estava o arraial dos midianitas embaixo, no vale.

E sucedeu que, naquela mesma noite, o SENHOR lhe disse: Levanta-te, e desce ao arraial, porque o tenho dado na tua mão.

E, se ainda temes descer, desce tu e teu moço Purá, ao arraial;

E ouvirás o que dizem, e então, fortalecidas as tuas mãos descerás ao arraial. Então desceu ele com o seu moço Purá até ao extremo das sentinelas que estavam no arraial.

E os midianitas, os amalequitas, e todos os filhos do oriente jaziam no vale como gafanhotos em multidão; e eram inumeráveis os seus camelos, como a areia que há na praia do mar.

Chegando, pois, Gideão, eis que estava contando um homem ao seu companheiro um sonho, e dizia: Eis que tive um sonho, eis que um pão de cevada torrado rodava pelo arraial dos midianitas, e chegava até à tenda, e a feriu, e caiu, e a transtornou de cima para baixo; e ficou caída.

E respondeu o seu companheiro, e disse: Não é isto outra coisa, senão a espada de Gideão, filho de Joás, varão israelita. Deus tem dado na sua mão aos midianitas, e todo este arraial.

E sucedeu que, ouvindo Gideão a narração deste sonho, e a sua explicação, adorou; e voltou ao arraial de Israel, e disse: Levantai-vos, porque o SENHOR tem dado o arraial dos midianitas nas nossas mãos.

Então dividiu os trezentos homens em três companhias; e deu-lhes a cada um, nas suas mãos, buzinas, e cântaros vazios, com tochas neles acesas.

E disse-lhes: Olhai para mim, e fazei como eu fizer; e eis que, chegando eu à extremidade do arraial, será que, como eu fizer, assim fareis vós.

Tocando eu a buzina, eu e todos os que comigo estiverem, então também vós tocareis a buzina ao redor de todo o arraial, e direis: Espada do SENHOR, e de Gideão.

Chegou, pois, Gideão, e os cem homens que com ele iam, ao extremo do arraial, ao princípio da vigília da meia noite, havendo sido de pouco trocadas as guardas; então tocaram as buzinas, e quebraram os cântaros, que tinham nas mãos.

Assim tocaram as três companhias as buzinas, e quebraram os cântaros; e tinham nas suas mãos esquerdas as tochas acesas, e nas suas mãos direitas as buzinas, para tocarem, e clamaram: Espada do SENHOR, e de Gideão.

E conservou-se cada um no seu lugar ao redor do arraial; então todo o exército pôs-se a correr e, gritando, fugiu.

Tocando, pois, os trezentos as buzinas, o SENHOR tornou a espada de um contra o outro, e isto em todo o arraial, que fugiu para Zererá, até Bete-Sita, até aos limites de Abel-Meolá, acima de Tabate.

Então os homens de Israel, de Naftali, de Aser e de todo o Manassés foram convocados, e perseguiram aos midianitas.

Também Gideão enviou mensageiros a todas as montanhas de Efraim, dizendo: Descei ao encontro dos midianitas, e tomai-lhes as águas até Bete-Bara, e também o Jordão. Convocados, pois, todos os homens de Efraim, tomaram-lhes as águas até Bete-Bara e o Jordão.

E prenderam a dois príncipes dos midianitas, a Orebe e a Zeebe; e mataram a Orebe na penha de Orebe, e a Zeebe mataram no lagar de Zeebe, e perseguiram aos midianitas; e trouxeram as cabeças de Orebe e de Zeebe a Gideão, além do Jordão.

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A opinião geral não muda a Verdade, não importa para Deus o fato de a maioria dos cristãos não levarem a sério Sua vontade - Ele continua levando-a com a mesma seriedade com que levou no Princípio. Em um mundo tão enegrecido, só os cristãos mais entusiasmados, dispostos e firmes persistem no serviço.

... A verdade é que cristianismo nunca existiu para ser seguido pela metade, mas o livre arbítrio, que permite o homem de se relacionar ou não com o Pai, conforme quiser, possibilita a criação dessa doutrina mentirosa de vida - dividir a Verdade ao meio é como criar duas mentiras. Se o homem quer enganar-se a si mesmo, assim fará... Mas dizer que segue à Deus através de uma mentira não tem validade alguma, Ele, certamente, reconhece falsos servos e falsos servos são os que não querem servir - aquele que não serve não O tem como senhor. Não O tendo como Senhor, então se submete à outros: si mesmo, o mundo e Satanás. Aquele que não quer servir -trabalhar-, logo, não pode ser salvo... Estando nas mãos doutros senhores, Deus nada tem para com ele.

Romanos 10:9 diz: "Se com a tua boca confessares a Jesus como Senhor, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos serás salvo."

Reforço, agora com base no versículo: quem não obedece à Deus, quem não quer compromisso com Ele e na Obra dEle, não sendo Seu servo, não o tem como Senhor e, logo, não necessariamente será salvo. Servir à Deus é uma decisão diária e a salvação de um dia pode ser perder, caso a servidão seja anulada pelo orgulho. Infelizmente a maioria dos cristãos busca, mais do que tudo, a salvação e pouco atenta para o serviço. Antes é preciso ser servo, para, assim, ser salvo. Seria ousadia em demasia dizer-se servo do Senhor do Universo, mas, deliberadamente mentindo, não agir como tal e, ainda por cima, exigir um espaço no Paraíso. No Céu só haverá lugar para os que, por livre vontade, trabalharam de todo o coração em nome do Pai!

Mateus 22:14 é bem direto ao dizer que "são muitos os chamados, mas poucos os escolhidos". Deus, em sua onisciência e onipresença, reconhece os cristãos realmente convertidos à Obra, dispostos, de verdade, a trabalhar, a servir naquilo que Ele desejar, onde Ele achar necessário. Sim, toda a humanidade foi convidada para ser salva, mas apenas uma mísera parte, ao ter ciência dos critérios para a salvação, não nega o convite -sim, os cristãos que não seguem um cristianismo íntegro, mesmo sem ter ciência disso, negaram o convite, pois "cristão" não é só nomenclatura, é postura. São os que sobram, aqueles que estão dispostos a servir ao Senhor da Eternidade, que Ele escolhe. Analise bem e perceba o quanto é óbvio. Quem, conhecendo à Deu e dizendo-se convertido, não quiser dedicar-se verdadeiramente ao Reino e abrir mão doutros senhores, não se converteu de fato.

Jesus e o jovem rico (Marcos 10:17-30)

O texto de Juízes 7 é essencial para compreendermos o quanto nosso Deus é rígido, seletivo e sério em relação às Suas leis e Seus planos. Dos 32mil guerreiros iniciais, sobraram, após a filtragem, apenas 300.

A verdade é que Deus tem tudo sob controle e nós não somos essenciais nem imprescindíveis para que Ele faça Sua vontade. Mas Deus decidiu usar o homem como meio de atingir esse mundo, afim dar-nos algum serviço em Seu nome, como prova de nossa entrega e devoção - se você não se dispuser ao serviço que Deus preparou pra ti, Ele simplesmente o designará para outro, mais dispoto. Esse é o primeiro ponto. Por esse motivo, exatamente por ele, Deus não quer o número acima da qualidade, pois Ele é capaz de abrir um mar com apenas um único homem disposto - e nisso a Igreja falha, visando mais número do que consistência. O problema com o demasiado número e a parca experiência sólida com Deus é o mesmo que se lê no primeiro versículo de Juízes 7: é comum vermos pastores atribuíndo os milagres presenciados ao poder da "sua igreja", ao deus da "nossa igreja" e vêem a obra realizada ali como fruto exclusivo de seu esforço e dedicação, Deus perde o posto. Outros deuses sentam no trono.

Por esse motivo, para que Israel não se achasse o exclusivo vencedor da batalha, Deus preferiu abrir mão de 31.700 soldados para usar apenas os 300 que, de coração, estavam dispostos, aptos a recebê-Lo e serem largamente usados. A filtragem foi simples:

*"Quem for medroso e tímido, volte". Deus quer coragem, ousadia, segurança. Quem tem fé nEle, certamente não teme o inimigo, como Davi que, mesmo antes de atacar Golias, desafiava-o, dando certeza de que o mataria com o poder de Deus.

*"Qualquer que lamber as águas com a sua língua, como as lambe o cão, esse porás à parte". O valor desse ato indica dois atributos essenciais para o cristão que anseia pela Obra: atenção e simplicidade. Como o cão, predador, sempre atento, aquele que bebeu levando a água com as mãos até a boca não precisou curvar-se inteiramente perante do rio, mantendo-se em posição de alerta e, ainda, pôde manter o olhar para frente, isso é vigilância. Simplicidade, pois não houve frescura alguma, fez-o de forma prática e sem artifício.

O que não constou na peneira:

*"Todo o nobre seja escolhido". Sim, o nobre, além de valor político, tendo mais bens, portava armadura e armas de melhor qualidade e, certamente, era mais bem alimentado. Porém, esse não foi um critério usado por Deus, o que prova que beleza e fartura material não estão nos quisitos divinos para sermos usados. Da mesma forma, não deve ser alvo primordial da Igreja e seus membros.

*"Aquele que tiver maior força física, seja selecionado". Um bom guerreiro deveria aguentar horas de manuseio incessante de pesadas armas e suportar o peso da armadura, a força também seria essencial para abater mais rapidamente o inimigo. Mas Deus não levou em conta esse atributo, pois Ele poderia tornar o mais fraco dos guerreiros o mais forte, bastava tal desejar isso. Como diz Paulo: quando sou fraco, então é que sou forte. Não esqueçamos de Sansão, a quem Deus deu toda a força!

A única coisa que Deus quer é serviço, vontade. A diposição de ir até o lugar certo, no tempo certo e com a fé suficiente é tudo o que um cristão precisa fazer, Deus faz o resto, tornado o fraco como o mais forte de todos (IICoríntios 12:10), fazendo fogo brotar na água (1Reis18) e gigantes serem derrubados com fundas (1Samuel 17). Apenas se submeta, ouça e sirva. Assim Deus trabalhará contigo, assim Deus poderá cumprir em tua vida todos os Seus planos! E olha que não são pequenos e poucos!

E você, do jeito que está se portando, de acordo com teu entusiasmo, merece ser um escolhido? Pense nisso. Não ser um escolhido, é um passo muito próximo de não se nem ao menos salvo, como o homem que, indo vestido de forma incoerente nas bodas do senhor, fora amarrado e lançado nas trevas, para fora da festa. Mateus 22. -Facilita se usada a Bíblia Online ->aqui<-

João 6:37 - "Aqueles que o pai me der em minhas mãos, jamais lançarei fora"

--Como está fraco o cristianismo de nossos dias! Às vezes os cristãos precisam de argumentos teológicos para não cometerem o que sabem ser errado, pois MAIS DO QUE TUDO querem pecar! Isso é um absurdo. Isso é uma vergonha!--

Natanael Castoldi

Leia também:

-No calor da batalha

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