De fato, não seguimos fábulas engenhosamente inventadas, quando lhes falamos a respeito do poder e da vinda de nosso Senhor Jesus Cristo; pelo contrário, nós fomos testemunhas oculares da sua majestade. 2 Pedro 1:16

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Retorno

No último domingo, ouvindo meu pai pregando sobre o dia de Pentecostes e a vinda do Espírito Santo, acabei fazendo uma associação com outro evento colossal descrito na Bíblia: a queda da Torre de Babel. "Como assim?" Você logo vai compreender.

Leia Gênesis 11:1-9

E era toda a terra de uma mesma língua e de uma mesma fala.

E aconteceu que, partindo eles do oriente, acharam um vale na terra de Sinar; e habitaram ali.

E disseram uns aos outros: Eia, façamos tijolos e queimemo-los bem. E foi-lhes o tijolo por pedra, e o betume por cal.

E disseram: Eia, edifiquemos nós uma cidade e uma torre cujo cume toque nos céus, e façamo-nos um nome, para que não sejamos espalhados sobre a face de toda a terra.

Então desceu o SENHOR para ver a cidade e a torre que os filhos dos homens edificavam;

E o SENHOR disse: Eis que o povo é um, e todos têm uma mesma língua; e isto é o que começam a fazer; e agora, não haverá restrição para tudo o que eles intentarem fazer.

Eia, desçamos e confundamos ali a sua língua, para que não entenda um a língua do outro.

Assim o SENHOR os espalhou dali sobre a face de toda a terra; e cessaram de edificar a cidade.

Por isso se chamou o seu nome Babel, porquanto ali confundiu o SENHOR a língua de toda a terra, e dali os espalhou o SENHOR sobre a face de toda a terra.

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Preste atenção nos dois fatos: no início do capítulo todos falavam a mesma língua, possivelmente a língua original, que Deus colocara em Adão e Eva já no Éden e, no final, nos três últimos versículos, lemos sobre a confusão das línguas, a lingua original perdida e centenas, milhares, de outras, surgiram, criando o caos naquele povo.

Agora leia Atos 2:1-8

E, cumprindo-se o dia de Pentecostes, estavam todos concordemente no mesmo lugar;

E de repente veio do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados.

E foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles.

E todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem.

E em Jerusalém estavam habitando judeus, homens religiosos, de todas as nações que estão debaixo do céu.

E, quando aquele som ocorreu, ajuntou-se uma multidão, e estava confusa, porque cada um os ouvia falar na sua própria língua.

E todos pasmavam e se maravilhavam, dizendo uns aos outros: Pois quê! não são galileus todos esses homens que estão falando?

Como, pois, os ouvimos, cada um, na nossa própria língua em que somos nascidos?

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Reparou? Com a vinda do Espírito Santo a língua daqueles que foram tocados por Ele poderia ser compreendia por todos, sendo estrangeiros ou não. Houve, ao contrário do caso de Babel, uma unificação da língua. Essa é a relação que fiz entre os dois textos, mas, quais são os fatos e causas que os aproximam?
Babel, há milênios, um período muito próximo ao dO Princípio, retrata os tempos em que o homem ainda guardava algum reflexo do Éden, do contato intenso com o onisciente e sábio Deus do Universo, guardando vasto conhecimento matemático e arquitetônico para a obra colossal que empreenderam e, ainda, a língua original.
O que aconteceu em Babel para que houvesse a repentina quebra de boa parte do que ainda levavam do Éden foi a motivação errada daquele povo: almejaram se igualar à Deus, chegar no Seu nível e Ele, irado com tal prepotência (vale ressaltar que esse período compreende os tempos anteriores ao da Graça) e percebendo que, com todos os atributos originais do homem aquele povo avançaria sem limites e O desafiaria cada vez mais, deu um basta, arrancou-lhes parte das qualidade genuínas, inclusive a língua única, e os fez espalharem-se, tornando o homem mais primitivo. O fato ocorrido em Babel foi um marco: daquele dia em diante Deus, com sua ordem, se retirou de grande parte do enegrecido mundo, cortou relações amistosas com os incrédulos, guiando, então, os poucos filhos que Lhe restaram.
O ocorrido no dia de Pentecostes relatado na passagem de Atos nos mostra um retorno, uma espécie de relativo regresso ao passado antes de Babel, da recuperação de alguns belos atributos do homem genuíno, da vinda, em peso, do poder de Deus para a Igreja, trazendo a unificação, a ordem. Uma renovação daqueles antigos e quebrados laços. É isso que a presença de Deus fazia no homem primordial e faz no homem hoje: o torna mais parecido com Ele, dando-lhe determinados atributos do plano original de Criação.

Agora, o retorno massivo do poder de Deus para com seus filhos só foi possível através da mudança, da vontade, do seu desejo de ter comunhão com o Eu Sou, da busca por larga convivência com Ele. Só a intensa comunhão com o Pai e a o desejo de quebrar com o passado e mudar a situação degrandante em que se encontravam os homens do período citado em Atos, possibilitaram o reaver de parte da natureza original, genuína, do homem - o que é, também, conseqüência da proximidade de Deus. É basicamente isso que o Espírito Santo faz hoje: nos torna mais parecidos com a grande criação que um dia fomos, nos faz retornar, de certo modo, ao passado antes de Babel!
Onde quero chegar com isso? Simples: todo o cristão que se preze DEVE desejar tornar-se o mais parecido possível com o que, como humano, um dia já fora no Éden, o mais parecido possível com Deus. -É claro que, como pecadores, o retorno absoluto é impossível. Mas pense nisso.
Como se torna possível esse relativo retorno ao homem genuíno? Apenas através de uma mudança real de vida, de motivação, de anseios! O que se vê hoje nas igrejas é o inverso: "esqueça as mudanças, pode continuar na libetinagem, pode continuar pecando à vontade, pode continuar caminhando de forma antropocêntrica, não há problema algum, Deus é burro e cego, nem vai perceber se você for visitá-Lo bem arrumadinho na igreja." Mas assim como Deus estava de olho em Babel, Ele está de olho em todos nós. Como me entristece essa concepção errônea que a Igreja de hoje prega, em nome de angariar multidões, apenas. Cristianismo sem mudança não existe! Cristão mais parecido com o velho homem, regido pelo monstro de nossa natureza, do que com o homem genuíno, NÃO EXISTE, pois, se for mais parecido com os mundanos, então nem ao menos é cristão!
A presença de Deus SEMPRE exigirá mudanças, pois Ele vem com a ORDEM varrer o caos. Se um membro de igreja simplesmente não aceita mudanças, quer continuar caminhando como caminhava enquanto mundano, então, obviamente, NÃO CONHECE A PRESENÇA DE DEUS, que afugenta todo e qualquer demônio, que quebra prisões espirituais, que inibe o pecado!
Se Deus não desejasse mudar as coisas, se mudar não fosse necessário, não teria expulsado o homem do Éden, não teria produzido o Dilúvio, não teria derrubado Babel, não teria destruído Sodoma, não teria enviado Jesus para morrer pelos pecados humanos, não teria inspirado a fundação da Igreja e, muito menos, a formação da Bíblia. De que adiantaria ter motivado o escrever de mil páginas se todo o conteúdo fosse inútil, já que a mudança é desnecessária? De nada!! De que adianta a Igreja existir se não for pra ser OPOSIÇÃO ao mundo? Se for pra fazer as mesmas coisas que o mundo? DE NADA ADIANTA, pois assim não faz diferença nenhuma! -Infelizmente a Igreja está se tornando uma verdadeiramente inútil cópia do "mundo".
Da mesma forma que eu só escrevo esse blog porque tenho algo diferente para falar, porque tenho uma oposição à fazer, tenho críticas! Se fosse pra dizer o que todo mundo já diz e ficar acariciando os incrédulos e os cristãos hipócritas, não valeria a perda de tempo! É ASSIM COM O REINO DE DEUS! Ele só está nesse mundo para MUDAR AS COISAS! Não há Sentido o Espírito Santo estar em nosso meio SE NÃO FOR PARA MUDAR REALIDADES e quebrar com o passado! Sejamos sóbrios!! Deus não teria feito essa movimentação toda na história se fosse para NADA e em nome de NADA! É CLARO QUE SE ELE FALA, QUER SE OUVIDO E SE ELE MANDA, QUER SER OBEDECIDO! E boa parte dos "irmãos" de fé finge que não percebe o falar de Deus, afim de não precisar mudar... Peso, verme sugador!
A parte da Igreja que não exige mudança, retorno ao homem genuíno, é a exata definição de uma coisa inútil, de algo imprestável, de algo sem valor algum, cuja maior trabalho é destruir a boa e velha concepção de cristianismo e enevoar a visão que temos de Deus. Da mesma forma é com o "cristão" que não aceita mudar: TAMBÉM NÃO PASSA DE UM INÚTIL! Não faz diferença alguma, "converteu-se" para continuar como era... ou até pior, tornando-se agora o hipócrita de que tanto falo, o mal exemplo, o emissário de Satanás dentro da igreja. -Mateus 5:13-15-
--É claro há cristãos que querem mudar e não conseguem, mas daí é outra situação, envolvendo uma batalha real sendo enfrentada pelo comprometido e honrado indivíduo.--

Que fique bem claro: Deus, em sua sabedoria, NUNCA inspirará algo imprestável, nunca construirá algo efêmero! Então fica muito fácil afirmar que a igreja que caminha como o mundo caminha, a igreja inútil, não tem nada com Deus, assim como o cristão que não quer mudar.

-Como meu pai disse anteontem: a Igreja e o cristão devem fazer, principalmente, aquilo que mais nada nem ninguém consegue: evangelizar!-

Reforço: estar com Deus implica em mudanças vastas e essas mudanças benéficas, automaticamente, nos fazem reaver algo do que já fomos nO Princípio. Deve ser desejo de todo o cristão genuíno ser MAIS EM DEUS, ser mais parecido com ELE! Caso esse desejo não exista, há outro ocupando tal lugar: a vontade de continuar igual ao mundo, igual ao corrompido homem, confuso e caótico de "depois de Babel". Se o indivíduo assim deseja ser, então pertence à outro senhor, aquele que, desde dezenas de milênios tenta tomar o lugar do Eu Sou.

A vida cristã deve ser um constante retorno ao "lar"!
Natanael Castoldi

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