Eu escrevi exatamente isso numa passagem do livro um dO Mirante - Um Mirante para Himliche-Welt, em 2009, quando é analisado o espiritual de Caudebec: imagine se pudéssemos, com olhos "espirituais", adentrar nossa própria essência, nossa vida, nosso corpo. Provavelmente iríamos nos horrorizar com o que nos seria revelado. Um mundo inteiro se estenderia diante de nossos "olhos". O que você supõe que encontraria, olhando para si mesmo? Uma floresta escura e densa? Um pântano pegajoso? Uma muralha de montanhas gélidas? Um abismo profundo? Uma costa escarpada e tomada pela névoa? A ruína de algo que já fora magnífico? Um deserto morto? Ou um campo verdejante e ensolarado?
Que maravilha encontrar uma pradaria verde e iluminada, por onde passa um rio caudaloso! Mas não se iluda, por mais que tenhamos sido iluminados pelo Pai, há, sim, um labirinto de cavernas assombrosas no íntimo de nosso ser, nas masmorras de nossa vida.
Ali, nas profundezas, habita um monstro horrendo, uma criatura voraz. Enquanto há luz em nós ela não pode sair de seu covil, enquanto é dia ela dorme. Essa besta é a nossa natureza humana, carnal, que deve adormecer quando no entregamos ao Pai, quando o espiritual cresce em nós. Ela só sobrevive porque não desistimos de alimentá-la vez por outra, praticando algum ato pecaminoso, atirando um pedaço de CARNE para que ela desperte e se alimente, voltando a dormir em seguida. Um pouco arriscado, não?
--Todo esse tempo mal alimentada deve esfomeá-la. Talvez seja por isso que, quando um recém convertido esfria e se desvia, adentra na vida pecaminosa de forma muito mais assustadora do que antes da conversão. Sua carne tem fome e seu monstro despertou do sono, descansado.--
Pense nisso: que tipo de coisa tem entrado em nós? Estamos colocando lixo em nossa vida espiritual, estamos dando CARNE para nosso monstro? Alguns cristãos, infelizmente, são florestas macabras, onde vaga com toda a liberdade seu "eu" carnal... E, quem sabe, outras muitas criaturas horrendas, demônios. Basta vivermos em trevas internas, que as trevas externas e seus habitantes não demorarão para requisitar o domínio sobre nossa vida.
Devemos enfrentar o nosso monstro. Temos que derrubar a muralha de montanhas, cortar a floresta, dissipar o nevoeiro, construir pontes no abismo, deixar brotar um rio no deserto! Esses gigantes internos, que protegem nosso "eu" carnal, nossos pecados, devem ser destruídos, assim o monstro não tem um refúgio seguro e precisa isolar-se, hibernar inerte. Se Deus nos iluminar com Sua glória, a nossa natureza humana simplesmente fica cega e impotente.
Mas precisamos estar atentos, se permitirmos que ela desperte, estando, no mínimo, furiosa com o cativeiro, será em demasia complicado detê-la mais uma vez. O Inimigo gostará de retornar e encontrar um mundo varrido e ornamentado, o que lhe é muito chamativo, já que gosta de destruir coisas belas (Lucas 11:24-26).Natanael Castoldi
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