O Poder da Vontade!

Há uns tempos recebi um e-mail que explicava os motivos do fracasso do comunismo (por ser obrigado, o povo fazia o menos possível pelo estado) e já brotou alguma inspiração. A idéia se desenvolveu subitamente quando, assistindo Tróia, conversava com meu irmão sobre os gregos. Pronto, abaixo está o resultado. -Abaixo minha sugestão de música-

Quando nos remetemos ao passado, mais precisamente voltando pra Antiguidade, a fim de procurar algum conflito de colossos interessante, certamente lembraremos das Guerras Médicas, que envolveram gregos e persas, dois grandes pólos bélicos do Mundo Antigo. Alguns dos heróis reais da história e alguns dos fatos mais épicos que me vêm a mente aconteceram nos momentos antecessores e durante essa guerra - como a resistência dos 300 de Esparta, ao lado de outros mil aliados, que suportaram mais de setenta mil inimigos por cinco dias, entrincheirando-se nas escarpas de Termópilas. A inferioridade numérica sempre assombrou o lado grego durante esse conflito, mas, mesmo assim, vencerem. Sobre isso acabei refletindo... Qual fator foi determinante para a vitória grega?

Os gregos, de fato, eram mais bem preparados, tinham armamento melhor e lutavam em suas terras, tendo a vantagem do conhecimento geográfico. Mas isso não pode ter sido o fator chave da vitória épica... Os chineses não conseguiram repelir Gengis Khan abaixo da Grande Muralha nem os romanos conseguiram proteger Roma eternamente. Havia algo mais na resistência grega e que os persas não tinham.

Vejamos: é bem simples... a grande massa do exército da Pérsia era feita de escravos, a dos gregos, homens livres. Pronto! Esse foi o diferencial! Por quê? Porque os escravos simplesmente não lutavam com vontade, com ânimo, eles eram obrigados, pressionados, possuíam um carrasco chicoteando suas costas e um exército inimigo a frente, faltava-lhes perspectiva. Os homens livres lutavam com entusiasmo, com vontade, tinham o ímpeto de proteger seu lar, suas famílias, seus companheiros de armas. A vontade e a determinação é que garantiram a independência escocesa em 1328.

A 'vontade' é tão poderosa assim? Os escravos eram quase que despejados no campo de batalha e largados a própria sorte, não havia uma poderosa estratégia e eles próprios não tinham motivação para pôr alguma em prática, lutavam de forma individual, sem grandes preocupações pelos próximos ou com sua vida... Muito menos se importavam em honrar o império que os escravizou. Não tinham causa alguma.

Os livres não, eles, tendo vontade e perspectiva, uniam-se em suas falanges poderosas, como um só corpo, todos protegendo todos, buscando evitar a morte de compatriotas e garantir a vitória. Milhares em sincronia, pensando juntos, buscando a mesma coisa. Não podia haver nenhum homem fraco na falange - um único ponto frágil colocava em risco algumas dezenas de vidas ou a formação inteira do exército. Assim que os livres derrubaram o titã persa e estagnaram sua expansão tirânica e ambiciosa. A VONTADE foi fundamental.

É assim que o cristão deve ser. Deve ter vontade! Para ser cristão deve-se estar disposto a enfrentar vários titãs, a enfrentar o fluxo contrário desse mundo inteiro, e, por mais que isso seja difícil, evitar o pessimismo, tendo plena consciência e conhecimento daquilo que defende e do que se busca no final. Um cristão deve buscar crescimento, estagnado ele não servirá na batalha, ignorante ele irá fragilizar a falange. E, jamais, em hipótese alguma, o cristão deve sentir-se um escravo, sentir-se preso, sentir-se obrigado a seguir o cristianismo, daí ele nada mais faz do que rituais infundados, rituais vãos.

O cristianismo não pode ser praticado sem vontade. Um cristão que se sente escravo não é um cristão completo e NÃO PERTECE ao exército do Reino. Pior se o cristão gosta de confraternizar às escuras com o Inimigo, daí ele nada mais é do que um traidor e um atraso, como foi Efialtes, o famoso espartano que traiu os seus compatriotas nas Termópilas, sendo fundamental para sua derrota. Ele se interessou em conhecer seu Inimigo e foi seduzido. Isso, inevitavelmente, sempre acontece com o curioso... e quase sempre pode ter conseqüências dramáticas. É assim que a imagem do cristianismo fica manchada, é assim que o cristianismo fracassa nesse mundo.

Nossa “falange” está repleta de pessoas sem vontade, que se vêem escravos e, também, traidores. Assim ela está fraca, os poucos que querem defender o que conhecem e valorizam não estão conseguindo segurar o poder da corja desse mundo, que os empurra com força descomunal. Mas persistem firmes no seu objetivo, pois a vitória está garantida pela Vida Eterna (Mateus 25:46) e o galardão (Mateus 5:12) que merecem aqueles que vestem a Armadura (Efésios 6:13-17) até O Fim.

--Pseudo-escravos e traidores são verdadeiros atrasos.--

Poxa, se o cristianismo passa a ser um peso para determinado cristão, então ele não é mais um homem livre e seu lugar está ao lado dos escravos, do lado de 'lá'. Se um cristão gosta de ter uma vida dupla, então desista do cristianismo, pois o cristianismo é, sim, perda de tempo para esses - melhor jogarem sua vida fora do “outro” lado do que viverem uma mentira a vida toda e ainda servirem de mau-exemplo. Deus só aceita ser senhor absoluto, não divide um corpo com o Inimigo. Já estando em trevas, o falso cristão deve largar o cristianismo vão e hipócrita que segue, parar de profaná-lo... No cristianismo quem não ajuda, certamente atrapalha... Um corpo não pode ser saudável se possuir muitos órgãos debilitados e errantes.

-- Depois que 'amputado' do 'corpo' (Mateus 5:29-30), o cristão errante verá o quão escravos em tudo são os homens do “mundo” e aquela curiosidade e inveja toda de outrora pode vir a cair por terra perante esse cenário agonizante. --

Busquemos o bem do 'corpo' (Efésios 4:4), o bem da falange! Esqueçamos as inimizades, os gregos eram inimigos entre si, mas acabaram se unindo contra o inimigo comum, em favor do dever comum, pelo 'bem maior'... Um cristão só ‘sobrevive’ ao lado de outros (Mateus 18:20), ajudando seus irmãos e se deixando ajudar. Que sejamos agentes de um corpo bem ajustado, um corpo que conhece o que defende, que sabe contra quem luta e que tem bem definido o que deseja no final, enfim: um corpo que lute pela mesma causa! (I Coríntios 12:12-27) Começando pela vontade podemos mudar muitas coisas. Ainda há tempo.

Natanael Castoldi

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