O fardo é o pecado que o homem carrega desde seu nascimento, pois o homem nasce pecador, nasce fadado ao abismo. O pecado é o peso que se escora em nossas costas e vai nos curvando cada vez mais, vai nos tornando corcundas, dilacerando nossa coluna dorsal até que não consigamos mais andar e morramos no deserto, amassados pelo seu peso, tal fardo, então, torna-se nossa sepultura. Esse é o salário do pecado, a morte (Romanos 6:23).
Isso é uma questão de lógica. Quem vive da bebedeira, dificilmente não morre por ela. Quem vive do vandalismo, dificilmente não morre por ele. Quem vive de adultério, é quase impossível não definhar como conseqüência dele. Mas não é tão simples. Quem vive do pecado, na incredulidade, optou por não trilhar o Caminho da Vida, não trilhar o mais difícil Caminho Estreio, negou a segunda chance, negou a salvação e, logo, padecerá eternamente... Caso não aceite Deus em sua vida, é claro.
O livro O Peregrino, de John Bunyan, retrata a busca do homem para ocupar o vazio e livrar-se do fardo incômodo. E como conhecemos incrédulos que, embora não conheçam O Caminho, sentem-se incomodados com o peso que carregam e buscam em todos os lugares, em todas as religiões e ideologias, uma maneira de se livrar do peso, do destino mortal. Na verdade, duvido que exista incrédulo nesse mundo que não se incomode nenhum pouco com o peso que carrega, que não sinta-o. O problema é que, enquanto vivo, o homem tende a não trilhar a difícil tarefa de se livrar do peso, prefere continuar seguindo com ele.
Os livros dO Senhor dos Anéis, Tolkien, assim como os filmes, retratam algo interessante sobre o fardo. O Um Anel é o fardo que Frodo precisa carregar, o fardo herdado de seu tio, Bilbo, e que só persistiu devido à negligência e corrupção de Isildur.
O Um é um objeto sedutor, supostamente possui alguns dons, como invisibilidade. Ele faz a cabeça e definha aquele que o possui. Como aconteceu com Smeagol, uma bela criatura, que tornou-se Gollum, um monstro, tomado pelo Um e, por séculos, tendo sua mente dizimada, completamente deturpada, seu corpo surrado e desfigurado como conseqüência. É isso que o pecado faz. Esse é o monstro que ele aflora em nós.
Frodo precisa, apoiado por oito companheiros, cada um com um dom especial, assim como é com cada cristão, seguir o caminho tortuoso de Mordor para se livrar do Um...... Ele precisa enfrentar a raiz do problema para acabar com ele. O Um foi forjado em Mordor e deve ser destruído lá.
No caminho Gollum faz de tudo para Frodo não destruir o Anel. Os espectros do anel perseguem aquele que carrega o Um com o intuito de destruí-lo, precisam capturar o Anel. Sauron só sobrevive enquanto o Anel existir e precisa dele para alimentar-se e tornar-se maior...... Da mesma forma, Satanás se alimenta dos nossos pecados. Seu Olho malicioso está sempre atento.Quanto mais perto Frodo chega de Mordor, mais o Anel pesa em seu pescoço, mais difícil é carregá-lo, maior ele fica, mais tentador é usá-lo e "ficar invisível". Quanto mais ele adentra as trevas, mais inimigos o cercam, mais investidas lhe são desferidas...... É assim conosco, quando estamos tentando nos livrar do pecado, mais ele cresce, mais ele nos tenta, mais o Inimigo nos ataca. Muitos desistem de lutar a acabam cedendo, usando o Anel. Parece que o Inimigo lhes atacará menos se o fizerem.Jesus, quando morreu pelos nossos pecados, se disponibilizou a carregar nosso fardo, o peso desse mundo. Só Ele pode levar esse peso por nós, pois Ele venceu a morte! (Mateus 11:29-30).
O problema é que não valorizamos isso tudo nos é dado sem merecimento. Eu acho estranho como se fala que fardo é coisa de incrédulo apenas, enquanto tenho certeza que muitos cristãos ainda não abriram mão do seu fardo, não abriram mão do pecado, não o entregaram a Jesus. Cristãos que gostam de "ficar invisíveis" de vez em quando, dar uma passadinha pelo Caminho Largo pra rever uns velhos amigos, uns velhos pecados.Que postura suicida! Sabemos que o pecado se resume na morte e ainda temos a ousadia de sentar e conversar com ele! Isso é uma estupidez sem tamanho!!
Nós, cristãos, ao invés de perambular por aí com uma tonelada de bagagem nas costas, como o mundo, devemos nos mostrar pessoas livres, leves, alegres! Assim será bem mais fácil converter os sofredores, os condenados.
Natanael Castoldi
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