De fato, não seguimos fábulas engenhosamente inventadas, quando lhes falamos a respeito do poder e da vinda de nosso Senhor Jesus Cristo; pelo contrário, nós fomos testemunhas oculares da sua majestade. 2 Pedro 1:16

sábado, 7 de abril de 2012

Quadro negro

O título "Quadro negro" me pareceu apropriado, pois, passível de duas interpretações, consegue introduzir bem os dois últimos artigos de meu pai no jornal local, o primeiro relativo a santidade, a mudança, a transformação, tal produzida por Cristo que, como num quadro negro, é capaz de apagar o triste passado humano e recomeçar, é capaz de apagar a nossa velha e deprimente realidade e reescrever uma nova história. O segundo artigo trabalha com a outra interpretação para "quadro negro": a situação de depravação humana, tendo-nos, na foma de criaturas caídas, como verdadeiros predadores, sanguessugas, consumidores de tudo e todos - inclusive sere que tentam, sem sucesso, obviamente, consumir o próprio Deus. Leia, reflita e coloque algumas idéias no lugar durante esse tempo de páscoa. Boa leitura!
Natanael Castoldi

A HISTÓRIA AO REVERSO
Por: Pr. Armando Castoldi
29/03/2012

Ao olhar para as incoerências do ser humano, incluindo as minhas, lógico, chego à conclusão que se eu fosse ou estivesse no lugar de Deus, provavelmente já teria posto  um fim nesse lamentável destino que o homem tem dado a si mesmo.    
Nesta semana eu estava relendo o livro de Levítico. O Livro de Levítico pertence ao conjunto dos primeiros cinco livros da Bíblia, que se chama “Pentateuco”. Os judeus chamavam simplesmente de Lei. O termo “Levítico” é uma derivação da tradução grega que significa “assuntos pertencentes aos levitas”, uma classe de homens encarregados de exercer o sacerdócio dentro da nação de Israel. O título original na língua hebraica, no entanto, é “Vayikra” que significa “E ele chamou”.
A expressão hebraica traduz melhor o conteúdo do livro, pois seu teor básico pode ser resumido numa mensagem elementar: O Deus santo chama um povo para viver seu padrão de santidade. E falando em semântica, a palavra santidade significa literalmente “separar” ou “ser separado para Deus”.   Dentro da terminologia do culto do Antigo Testamento tudo o que era separado para Deus, era considerado santo.
Então, lendo o livro de Levítico, tive mais uma vez essa terrível sensação de que pelo padrão de santidade de Deus eu já teria sido morto “umas quantas vezes”.  Mas foi exatamente por isso Deus nos deu a Sua lei, para que pudéssemos ter um parâmetro para aferir a nossa conduta; para que não perdêssemos a referência de quem somos; para que pudéssemos compreender o grau de responsabilidade que pesa sobre nós.   
De fato, há algo errado conosco e, das tantas formas que poderíamos descrever essa condição talvez ninguém tenha sido mais exato que o Rei Salomão: “Visto como se não executa logo a sentença sobre a má obra, o coração dos filhos dos homens está inteiramente disposto a praticar o mal” – Eclesiastes 8.11.   
E não é assim? Não somos exatamente como crianças teimosas que insistem em colocar a mão sobre a chapa quente do fogão? Essa provocação, aliás, não é privilégio daqueles que não conhecem a Deus, porque infelizmente a trajetória do cristianismo continua sendo manchada por exemplos bem concretos desse abuso.
Você pode perguntar: Como isso pode acontecer? Bem, essa é a grande prova da nossa inclinação maligna; essa é a grande prova que estamos todos à beira de um abismo sem fim; essa é prova de que nas mãos do homem as coisas mais sagradas podem ser corrompidas. E isso prova enfim, que a Bíblia é verdadeira!
Por isso, eu leio a Bíblia toda e não somente aquilo que parece ser mais conveniente.  E  quando a leio, me deparo com três realidades: Primeiro, encontro a realidade de Adão, o homem decaído, a minha própria natureza que sempre quer me induzir a transferir a culpa e me esconder de Deus.  Depois encontro a lei, que me desafia, me apavora e me condena, pois não consigo cumpri-la.  Mas finalmente, se prossigo, encontro a Jesus. Diante dEle, não tenho outra coisa a fazer senão me curvar em reverente submissão.
Jesus, sob todos os aspectos, é tão diferente: “O qual não cometeu pecado, nem dolo algum se achou em sua boca; pois ele, quando ultrajado, não revidava com ultraje; quando maltratado, não fazia ameaças, mas entregava-se àquela que julga retamente, carregando ele mesmo em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados, para que nós, mortos para os pecados, vivamos para a justiça; por suas chagas, fostes sarados” – 1 Pedro 2.22-24.
Prezado leitor: Veja que fato extraordinário! Sendo Jesus quem é, e tendo feito o que fez, criou uma ponte sobre esse abismo instransponível entre a nossa natureza corrompida e a perfeita lei de Deus.  Por sua vida, morte e ressurreição, Jesus realizou o inconcebível feito de escrever a história humana ao reverso, tornando possível, por exclusiva graça , o nosso retorno ao Pai.  Isso define a Páscoa!
JESUS, A OPÇÃO DA VIDA!
Armando Castoldi


CONSUMIDORES
Por: Pr. Armando Castoldi
04/04/2012

Nos últimos tempos tenho feito algumas viagens de avião, o que já não é mais algo fora do comum, pois em muitos casos está bem mais em conta voar do que andar de ônibus ou de carro. Porém o extraordinário, se já não está mais no privilégio ao acesso, continua presente no simples ato de voar.  
Semana retrasada fui para Londrina-PR, com escala em Campinas-SP.  Sendo assim, por voar mais que o necessário,  passei bastante tempo no ar.   Na ida o avião enfrentou muitas turbulências, tendo que atravessar uma tempestade de botar medo, porém na volta o dia estava muito lindo, com o céu parecendo mais um campo de algodão. E foi na volta, voando bem acima das nuvens que fiquei meditando na singularidade da vida.  
Incrível, mas subindo apenas alguns quilômetros, tudo aquilo que conhecemos como vida, fica abaixo de nós. Ali, nesse ínfimo espaço entre as nuvens e a terra é que tudo acontece. Acima de nós, ainda algumas camadas invisíveis da atmosfera e depois apenas o espaço infinito. Em poucos minutos deixamos para trás o maior milagre conhecido do universo, a vida! 
Não é nenhuma novidade o que estou dizendo, porém é assustador pensar na insignificância e ao mesmo tempo na grandeza daquilo que representamos. Sob um aspecto, somos quase um nada, sob outro aspecto, somos praticamente tudo. Digo praticamente tudo, pois eu creio que o mundo espiritual subsiste em outra dimensão e que Deus, seja onde for o lugar de Sua habitação, vive além da Sua própria criação. 
Mas voltando ao foco, é de fato um grande privilégio poder vivenciar uma experiência assim; ver as coisas de cima, ter uma perspectiva completamente diferente do mundo como normalmente o percebemos.
Porém um outro impacto de voar, é perceber o quanto o ser humano tem sido insensível ao milagre da vida.   Lembro de outra viagem que fiz há alguns anos, ao sobrevoar o Nordeste brasileiro em época de seca. O que temos feito com a Terra é absolutamente incompreensível e inominável. Que espécie de seres somos afinal? Que inteligência é essa que não permite perceber questões tão elementares?  
O que somos? Evidentemente que somos pecadores. Mas talvez esse termo já não soe bem aos ouvidos contemporâneos. Então eu vou usar outra palavra, esta mais palatável talvez.  Somos consumidores! Tudo se consome em nossas mãos, até que nós mesmos acabamos consumidos na nossa insaciável compulsão de consumir.
Para muitos, o relato da criação pode não fazer sentido, mas olhando a Terra de cima, podemos compreender os motivos pelos quais a Bíblia relata que ao nos criar, Deus colocou-nos num Jardim, o qual deveríamos cultivar e guardar. (Gn. 3.15) Infelizmente com o pecado,  perdemos também essa perspectiva.
E o que não consumimos? Consumimos a Terra, consumimos nosso próprio corpo, nossas emoções, consumimos totalmente a nós, aos outros e a tudo aquilo que nos cerca. Consumimos, consumimos, consumimos. No que retribuímos mais do que usamos? Nossa espiritualidade é consumista. Dificilmente procuramos um lugar de culto para dar alguma coisa. Queremos apenas receber. A Igreja boa é aquela que satisfaz nosso padrão e nossos caprichos. Não é de estranhar que tantos se curvam diante de imagens ou de falsos profetas, porque aquelas nada dizem e estes, dizem apenas aquilo que queremos ouvir.  
Mas como Jesus foi diferente! Ele nada tomou para si. Apenas deu e deu-se, sempre, sempre, até a morte. Tudo o que Ele tocou, ficou melhor; tudo o que Ele tocou ganhou vida! Como não crer que Ele é o Filho de Deus?  Por que razão não segui-Lo?
Prezado leitor: Pense nisso, pois Páscoa sem Jesus, é simplesmente mais um ato de consumo! Eu lhe desejo então, uma FELIZ PÁSCOA!
JESUS, A OPÇÃO DA VIDA!
Armando Castoldi

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