De fato, não seguimos fábulas engenhosamente inventadas, quando lhes falamos a respeito do poder e da vinda de nosso Senhor Jesus Cristo; pelo contrário, nós fomos testemunhas oculares da sua majestade. 2 Pedro 1:16

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Paradigmas

"Paradigma" se resume no sistema de princípios e ideias que serve para orientar a busca de conhecimento do indivíduo, como um mapa, dizendo-lhe no que acreditar, o que questionar e como obter as respostas para as suas dúvidas. Em todas as esferas do conhecimento humano e em todo o tipo de cultura e ideologia, há um paradigma dominante, que supera e inibe novas percepções ou teorias - na maioria dos casos, o paradigma ensina o indivíduo a questionar todas as ideologias e percepções que entrem em desacordo com o consenso, mas quase nunca o estimula a verificar a razoabilidade do próprio paradigma, como se o mesmo fosse uma inquestionável e irredutível verdade. O fato é que o paradigma, quase sempre, exclui, deturpa ou censura a ameaça, a verdade que o denigre ou ofende, militando por um comportamento de mente-fechada, de andar tendencioso e parcial, não exortando para uma busca sincera pela Verdade, seja ela inconveniente ou não, mas predefinindo o que é "verdadeiro" e conveniente e, através da meta, do fim, forçar os meios, as formas, impondo viseiras, rédeas, cordas e correntes, levando ao andar por uma trilha cercada de paredões intransponíveis, que obrigam o indivíduo a seguir do modo desejado e para onde o "paradigma" quer que ele vá.
Alguns exemplos de paradigmas são: a Teoria da Evolução, nos ramos científicos, o marxismo, nas ciências sociais do mundo acadêmico, o "Politicamente Correto", nas veredas morais, a tradição católica (um mapa definido pela História), a teologia reformada (especialmente a questão da Predestinação) e o movimento pentecostal (o "falar em Línguas", por exemplo), nos átrios da Igreja. É claro que "Paradigma" não é, necessariamente, algo ruim, uma vez que padrões de conduta, métodos de busca e cercados ideológicos, podem ser obtidos através da tentativa e erro ou com base em experiências iniciais fortíssimas e inquestionáveis, de modo que o mapa serve para se evitar a falta e o sofrimento, porém a abertura para o questionamento e a análise deve ser dada, sem culminar em exclusão, a todos os pensadores, a todos os seres humanos, uma vez que aquilo que os antigos definiram pode ter sido fruto de noções e perspectivas do momento; uma vez que as experiências espirituais podem ter como base apenas a ação do Espírito Santo de determinado modo em um indivíduo específico e uma vez que determinadas teologias podem ter como base o histórico de vida do teólogo e o seu contexto cultural e histórico. É igualmente sabido que teorias naturalistas podem ter se fundamentado no desconhecimento de determinado período histórico e bandeiras políticas podem ter sido hasteadas mediante períodos de desordenada transição - é reconhecido que o início da Revolução Industrial, por exemplo, foi caótico, pois houve uma explosão populacional, grande êxodo rural e um misto da mentalidade do antigo sistema econômico com o novo, coisa que, em um punhado de décadas, foi satisfatoriamente resolvida. Todos nós nascemos envoltos em paradigmas, já inseridos em vários deles, segundo nossos pais almejaram ou o ambiente que nos cerca de antemão definiu, de modo que, aquele que não se interessar em refletir sobre a veracidade e coerência das "verdades" que o cercam, simplesmente seguirá inerte a corrente, mudando de cosmovisão somente decorrência do interesse social e/ou familiar. Devemos, sim, questionar e entender se os paradigmas nos quais estamos inseridos são dignos ou não de aceitação.
Os seres humanos e seus pontos de vista: o problema em analisar e ter a minha perspectiva como definição para o que é verdadeiro está no fato de que eu nunca, jamais, conseguirei ver as coisas por completo, fazer uma análise coerente e coesa, unindo todas a peças e possibilidades, pois a minha personalidade, o meu histórico de vida, as influências derredores e outros diversos aspectos, já me configuraram emocional e intelectualmente para discernir e engolir apenas determinadas coisas e de determinados modos - ninguém é totalmente imparcial e mente-aberta, por mais que tenha sinceras intenções de sê-lo. O desânimo pode levar ao relativismo, que também depende de um paradigma filosófico para ganhar força - o pior é que não se consegue encontrar um paradigma suficientemente eficaz para unir numa coerente cosmovisão os paradigmas religiosos, científicos, morais e políticos, havendo severas dissenções dentro de cada esfera e entre elas. Parece não haver uma verdade única.
Noutro dia, enquanto estava numa das cadeiras da graduação em psicologia, observei o reflexo das lâmpadas do teto na tampa do meu notebook, que é polida e ligeiramente cuva nas bordas: conforme eu movimentava os meus olhos na direção das bordas, as lâmpadas mudavam de lugar, se comprimiam, se esticavam, se afastavam ou aproximavam - é claro que eu já conhecia esse fenômeno, mas dentro do tema "paradigma" refleti melhor sobre ele. De qualquer lugar que eu observasse, qualquer centímetro longe ou para os lados, veria os reflexos de uma forma diferente - e qualquer pessoa, a menos que estivesse exatamente no mesmo lugar que eu e fosse da minha altura, veria o reflexo de uma maneira particular. A luz das lâmpadas estava no todo, mas eu só era capaz de discernir uma forma e um local de reflexo por vez, nunca podendo unir numa mesma imagem todas as possibilidades e analisar a questão segundo aquilo que ela integralmente é, pois eu sou limitado mental e fisicamente. Três eram os absolutos: havia lâmpadas, havia luz e havia reflexo no meu notebook, o mais, porém, estava suscetível aos mais variados pontos de vista - havendo uma óbvia exclusão de qualquer ideia que pregasse não existir lâmpada, nem luz e nem notebook. A análise da História do Mundo, o pensamento filosófico, a observação científica, a bandeira política... tudo é vislumbrado, pelo menos em parte, do ponto de vista exclusivo e sem paralelo do indivíduo. Qualquer cientista que observa uma folha vai afirmar que aquilo é, absolutamente, uma folha, porém a sua interpretação do cenário vai depender de onde ele observa: um pode ver a folha enquanto está próximo do desenho de um esquema evolutivo e outro pode observá-la estando ao lado de uma Bíblia - quem está inteiramente certo e inteiramente errado, só com base nisso não podemos saber, pois, embora o paradigma dominante de antemão exclua o segundo, não existem evidências suficientes nem para sustentar a perspectiva do primeiro.
Existem absolutos: o paradigma existe apenas porque o ser humano, como observador do Universo, se interessa em interpretá-lo e, assim, cada interpretação discrepante, constitui um paradigma. Mas a natureza, por si só, é imparcial - ela existe e acontece, independentemente de qualquer interpretação. A força da gravidade na Terra não depende de interpretação, ela é e acontece; a existência do frio e do calor não é passível de interpretação, pois simplesmente é e acontece; a Lei da Causa-e-Efeito, em termos gerais, não é passível de interpretação: as coisas que surgem são frutos de uma causa maior (em diversos sentidos) do que elas. Existem absolutos: o elemento se desgasta com o tempo, de modo que o Universo material não pode, por si só, ser eterno e, portanto, em sua configuração atual, deve ter tido uma origem, um princípio. Conforme se observa pelo afastamento das galáxias, esse princípio do Universo se deu num lugar específico, num momento específico e de uma só maneira. Esses são absolutos - a observação crua da natureza nos aponta, indiscutivelmente, para isso. Podemos não saber as formas, os meios, mas podemos ter certeza absoluta do "onde" e, com base nisso, sugerir o "fim" - podemos afirmar que as coisas se originaram um dia com a mesma certeza que temos de nossa existência, do fato de eu estar aqui escrevendo e do fato de você estar, nesse exato momento, lendo esse artigo.
Outros absolutos são: as coisas nascem e morrem, todas elas, os seres vivos só surgem de um outros seres vivos, todos os seres vivos se alimentam de alguma forma... Como podemos ter certeza dessas coisas, mesmo sendo ofuscados por nossos paradigmas? Todas as pessoas sãs, independentemente de seus históricos de vida, de suas configurações mental, física e emocional, de seus contextos, entram em consenso indiscutível com base na crua observação e na experiência de vida. Se as coisas surgiram de um único lugar e de uma só maneira inicial, então existe uma Verdade Absoluta, embasada no andamento das coisas desde antes das Origens, Verdade essa que compreende todas as pequenas verdades observadas, de modo que o que é verdadeiro não é relativo, é preexistente, atemporal e maior do que todas as coisas verdadeiras juntas, pois engloba todas as verdades numa só Verdade Absoluta - o que é relativo é o nosso limitadíssimo ponto de vista. Sendo assim, ninguém deve se lançar cegamente em nada que nenhum ser humano tenha pensado (nem nesse artigo) sem questionar, ninguém deve ter como verdade inquestionável nada que parta da mente humana comum - creio eu que, em algum momento da vida, toda pessoa deva sentar e refletir, tentando banir momentaneamente tudo aquilo que simplesmente foi incutido em sua mente e reanalisar todas as coisas. 
Talvez uma das mais seguras fontes da Verdade está na imparcial natureza: o que os seres humanos, desde os tempos mais remotos e primitivos, já incutiam em suas mentes? O que, por natureza instintiva, os seres humanos já consideravam, mesmo que inconscientemente, verdadeiro? Por dezenas de milênios, ou mais (dependendo de quando o ser humano surgiu), a ideia de um mundo espiritual acompanhou-nos: todos os povos, de todos os cantos do mundo e de todas as épocas nutriram uma crença espiritual - nenhum esforço humano pode ser comparado ao esforço religioso. Pouquíssimas pessoas podem ser consideradas realmente ateístas, pouquíssimas, pois mesmo a maioria dos nominados "ateus" crê em algo além do natural e se esforça tremendamente, com base na razão, para tentar afastar de si o instinto, a propensão genética, histórica e cultural, mais do que multimilenar, de uma fé no Desconhecido. O maior problema para o cético é que não se observa nenhuma fonte natural para os "genes divinos" incutidos em nós e que nos incentivam a procurar por algo espiritual, de modo que tal particularidade humana parece ter sido simplesmente colocada em nós. Talvez afirmar que o próprio Sobrenatural o colocou em nós não seja interpretação, uma vez que é verdade absoluta que as coisas que existem não surgem, simplesmente, do nada. O que não é interpretação é que o ser humano, na absoluta maioria, crê em algum ser espiritual. Simples e, assim como a força da gravidade, fruto da imparcial natureza.
Ora, por que mesmo entendemos determinadas questões como verdades inquestionáveis? Observação crua e experiência. Gostaria, então, de fazer uma pergunta: o ser humano é um ser racional e a razão é a força mais eficaz para o controle de nossas vontades ou propensões, de modo que, mesmo havendo influência genética para a crença no divino, sem nenhuma experiência sobrenatural genuína ao longo da História, algo observado e sentido, em nome da coerência, o ateísmo teria crescido exponencialmente há um punhado de milênios. O fato é que coisas inexplicáveis acontecem diariamente, em todo o tipo de ritual religioso, nos quatro cantos do mundo, em todos os povos e de todos os tempos, o que sustenta racional e emocionalmente a perene e universal crença no sobrenatural - só truques, frenesis e ignorância, só emoção e manipulação, não seriam capazes de manter o ser humano de todo o mundo alinhado há dezenas de milênios nas veredas religiosas. Quando o cético diz que é "Deus não existe e isso é inquestionável", ele o está fazendo com base em seu esforço intelectual de não crer, está se baseando na sua falta de experiência e observação da realidade que despreza e repetindo o discurso doutras pessoas, totalmente limitado pelo paradigma que protege a sua descrença. A maioria absoluta crê no espiritual, isso é absoluto - paradigma é a interpretação que cada pessoa dá ao objeto espiritual observado e estudado, culminando em diversidade religiosa.
Até mesmo a moralidade humana está, em essência, além dos pontos de vista - apesar de presenciarmos um atual esforço filosófico para tentar relativizá-la. Independentemente do período histórico, da cultura e do povo, determinados padrões de conduta são aceitos: roubar é errado, assassinar é errado e trair é errado. Mesmo os transgressores desses padrões morais, ao longo de toda a história, reconheciam a sua condição criminosa. A moral, assim como a fé em Deus, é igualmente complicada para o cético, pois não encontra fontes naturais fora do ser humano, parecendo vir do... nada! O mais estranho é que a própria neurociência está estudando uma área física do cérebro que armazena esses elementares padrões morais, de modo que não se trata de uma universal convenção social, mas de algo simplesmente incutido no ser humano - nesse sentido, a própria moralidade é fruto da imparcial natureza, simplesmente existindo em nós, independentemente dos pontos de vista e esforços intelectuais. Você pode perguntar sobre o "amor" pra qualquer pessoa de qualquer lugar do mundo, até nos mais isolados, e, pelo menos em parte, todas irão falar as mesmas coisas - isso se repete ao longo de toda a História, não sendo fruto de influências sociais.
No que acreditar? O ser humano sabe que as coisas não surgem do nada, que a vida não surge da matéria bruta, que existe um mundo espiritual e que os elementos fundamentais da moralidade humana são mais do que aprendizagem. Somente com base nos absolutos imparciais, sem atenção para as pequenas exceções, é que poderemos encontrar a Verdade Absoluta, que poderemos encontrar o "Paradigma do Universo", a interpretação verdadeira de todas as coisas. Some todos esses aspectos citados e tente chegar a uma conclusão. Tentando ser realmente imparcial, podemos concluir que Algo existia antes de nosso Universo, que esse Algo vivo foi o originador da vida, que esse Algo espiritual foi o responsável por nosso universal interesse pelo sobrenatural e que esse Algo moral foi o responsável pela moralidade em nós incutida. Sendo Ele Eterno, Vivo, Espiritual e Moral, está além de todos os politeísmos, está além de todas as religiões que pregam uma eternidade impessoal, está numa religião de um Eterno Deus presente, pois colocou em nós o interesse por buscá-Lo, doador da Vida e da Moral, o único Criador - trata-se de um monoteísmo bastante conhecido, que se encaixa perfeitamente bem na essência bruta, desapegada de interpretações, desses padrões fundamentais e imparcialmente naturais.
Cristo, a Verdade Absoluta: o que torna o cristianismo assombrosamente verdadeiro está, além do caráter monoteísta em concordância com o parágrafo acima, nalguns dos seus fundamentos revelados em Cristo Jesus: trabalha com uma moral absoluta e com a morte sob a análise das mais diferentes perspectivas.
A moral cristã, na essência, concorda com todos os padrões elementares da moralidade universal e, como a religião verdadeira, do Deus Perfeito, apresenta-a de modo mais radical do que todas as demais culturas apresentam, sendo fruto imediato do Elevadíssimo Deus, para além das diluições interpretativas e adaptações culturais: fala de um amor profundíssimo e para além da razão e do instinto humano, um amor que sofre e caminha até a morte pelo outro, um amor que vai além da teoria e, pela influência do próprio Deus, leva o homem a abrir mão dos interesses enraizados de sua sobrevivência em nome do bem comum, em nome da vida do próximo. Foi exatamente isso que o Seu fundador fez, numa perfeitíssima harmonia entre a teoria e a prática, ricamente fortalecidas com sinais inexplicavelmente miraculosos. Quando Cristo fala de moralidade, Ele está pisando em um solo comum a toda a humanidade, citando verdades inquestionáveis e constrangedoras - constrangedoras, pois a radical conduta cristã é impraticável sem o auxílio do próprio Criador.
O cristianismo também caminha em solo seguro quando fala sobre a morte. Todo mundo reconhece a existência da morte, sabe o que pode levar alguém a morrer, sabe o que acontece com o corpo do morto, sabe sobre o caráter irreversível do desligamento do corpo. Quando Cristo morreu na Cruz, inclusive sendo perfurado por uma lança que atingiu-Lhe o coração, todos os espectadores sabiam o que isso significava, todos os judeus de Jerusalém, em frenesi com a presença do Messias, tiveram notícias romanas, judaicas e cristãs da morte de Cristo - ninguém era capaz de duvidar de Seu óbito mediante as severas torturas, a Cruz e a lança. A Verdade Absoluta era, sim, que Jesus estava morto - essa é a natureza e não importa a interpretação. O Messias morreu justamente no lugar onde pregou, onde foi frequentemente visto e largamente conhecido - morreu diante de discípulos que queriam poder duvidar da Sua morte, diante de céticos que engoliram perfeitamente bem o Seu falecimento e diante de inimigos que festejaram e se certificaram de Seu término. Ele morreu e os discípulos se esconderam, desamparados, decepcionados e amedrontados. A morte de Cristo é um evento histórico que nenhum historiador sério há de questionar, pois, independentemente das interpretações e teorias que surgiram ao longo dos últimos dois mil anos, temos em mãos documentos, inclusive de judeus, inimigos de Cristo, de poucas décadas depois da Sua morte, atestando para o Seu julgamento mortal na Cruz. É indiscutível! Cristo morreu, foi enrolado em sufocantes e bem atados metros de tecido e aprisionado num sepulcro selado por uma pesadíssima pedra e vigiado por guardas, onde permaneceu por três dias, tempo mais do que suficiente para reconhecer uma morte como irreversível e absoluta. Jesus morreu, o cristianismo trabalha com isso e os documentos históricos da mais alta antiguidade apontam para o mesmo evento.
Certo, Jesus morreu, mas algo ímpar em toda a História Humana, cooperando com uma série de profecias muito antigas, cooperando com a própria pregação do Messias, aconteceu depois de dada como inquestionável e irreversível a morte de Jesus: Ele ressuscitou! Não há nenhum relato histórico em toda a História Humana que ateste para a ressurreição de um homem e, principalmente, para o fato de alguém ressuscitar sem a interferência de ninguém. Isso está além da interpretação! Esse foi um evento imparcialmente observado e experimentado: Jesus foi vastamente reconhecido como Ressuscitado justamente na cidade na qual Ele foi indiscutivelmente dado como morto! Foi justamente ali que o cristianismo começou e esse começo dependia de uma fortíssima e inquestionável experiência: os discípulos não teriam se permitido martirizar com base numa mentira. Se a pregação da Ressurreição fosse mentirosa, facilmente os inimigos de Cristo encontrariam o corpo que, por sua vez, dificilmente teria sido roubado pelos poucos discípulos que restaram e os judeus que viram o Messias morto - e pediram por Sua morte -, dificilmente acreditariam se não lhes fossem apresentadas evidências concretas, já que a Ressurreição era algo que eles mesmos não queriam. Jesus Ressuscitou, foi tocado pelos discípulos, comeu e bebeu, pregou, apareceu para indivíduos e multidões de até 500 pessoas, sendo elas judias, cristãs ou romanas, e Ascendeu aos Céus diante de várias testemunhas! Lembrando que os judeus teriam algumas dificuldades de aceitar o Cristo Ressuscitado como Messias se não associassem a Sua impecável conduta, a Sua mensagem maravilhosa e os Seus inexplicáveis milagres com a Sua Ressurreição. Jesus Ressuscitou assim como a força da gravidade atrai os objetos para o solo, de modo que isso simplesmente aconteceu, independentemente do ponto de vista.
O mesmo sob todas as perspectivas: a mais magnífica de todas as pregações do livro de Atos dos Apóstolos é a do Apóstolo Pedro, no capítulo 2, que se resume numa das mais poderosas apologéticas cristãs da Bíblia e um dos mais eficazes sermões evangelísticos de que temos notícia:

- Versículos 1-4: um evento espiritual fortíssimo, semelhante à entrega dos 10 Mandamentos no Monte Sinai, sucedeu a pregação de Pedro. Os poucos galileus estavam falando em línguas estrangeiras que desconheciam.
- V. 5: o evento se deu durante o Pentecostes, festa na qual judeus de toda a bacia do Mediterrâneo iam para Jerusalém. O evento foi testemunhado por milhares de pessoas não-cristãs, no caso, judeus - muitos certamente helenizados. Indivíduos de todas as classes sociais, níveis intelectuais e conscientes das mais variadas filosofias, alguns, certamente, influenciados pelo pensamento greco-romano, estavam no local e presenciaram o evento - um punhado deles certamente viu Jesus na Cruz, presenciou-O Ressuscitado ou ouviu notícias fervilhantes do espantoso acontecimento.
- V. 7-8 e 13: o fato de serem os galileus desprezados por viverem no fim do mundo, na maioria camponeses analfabetos, tornou o evento ainda mais miraculoso aos olhos dos demais judeus.
- 14-21: Pedro corajosamente se levanta e inicia o seu discurso associando o evento com uma profecia de Joel conhecida por todos os judeus presentes.
- 22-24: Pedro começa a falar de Cristo Jesus, que era conhecido, pelo menos em notícia, de todos os judeus presentes, assim como os Seus feitos miraculosos, a Sua morte e a notícia da Sua Ressurreição - ele fez questão de apontar os conhecimentos comuns de todos os presentes em relação a Cristo, pois, querendo ou não, todos ali sabiam dessas verdades.
- 25-31: aqui Pedro explica profeticamente os motivos que levaram Cristo, O Filho, a ressuscitar, aludindo a uma profecia de Davi.
- 32-36: unindo a verdade observada, de que Cristo Ressuscitou, ao testemunho profético, Pedro mostrou às multidões que Jesus só poderia ser o Messias e que, Ressuscitado, está assentado à destra de Deus, sendo Ele também Senhor.
- 37-40: unindo a experiência inquestionável, com o evento retumbante ocorrido no Pentecostes, com as sóbrias palavras de Pedro, muitos da multidão se sensibilizaram e, conscientes das suas transgressões, se arrependeram.
- 41: três mil pessoas se converteram naquele dia. Ora, se tal conversão em massa, em Jerusalém, não tivesse de fato ocorrido, seria difícil para Lucas ter desferido tão descarada mentira, uma vez que o evento era do conhecimento de judeus de todo o Mediterrâneo. Todas as pessoas, independentemente dos pontos de vista, dos paradigmas, acabaram reconhecendo a mesma coisa.
O mais interessante na pregação de Pedro é que ele desafiou judeus de Jerusalém, desafiou judeus gregos e romanos, sabendo que o Império Romano iria se opôr, sabendo que as autoridade judaicas iriam persegui-lo, sabendo que os filósofos gregos iriam tentar destruir as suas ideias. Somente com uma certeza inquestionável, de quem viu o que pregou, e na certeza de que muitos outros no local tinham tido experiências semelhantes, isso sem contar com a certeza de que as notícias espalhadas pelos judeus do Mediterrâneo eram carregadas de confiabilidade ocular, é que Pedro poderia ter falado dessa forma e com tal ousadia. O cristianismo se expandiu pelo Império, mesmo perseguido, foi aceito por filósofos gregos, foi largamente aceito por judeus e com relativa facilidade adentrou nas vias pagãs doutras culturas, isso porque o Verdadeiro Deus o esteve acompanhando, isso porque a Mensagem da Cruz é de aceitabilidade universal, mesmo que, num primeiro momento, segundo os paradigmas mais comuns, pareça loucura, e também porque a sua mensagem moral é discernível, mesmo que dura, para quase toda a humanidade - o fato de ser dura indica que ele não foi inventado segundo as conveniências humanas.
O mais interessante é que o cristianismo é a religião que melhor se assenta nos ramos científicos, políticos, morais e filosóficos, como a representação mais clara da Verdade Absoluta.

Conclusão: com base na necessidade da existência de Deus, veracidade moral e no advento da Ressurreição de Cristo, posso entender que o cristianismo é a Verdade Absoluta, independentemente de pontos de vista, de interpretações - são eventos concretos, inquestionáveis, inescapáveis que o constituem, não apenas filosofias e tratados teóricos, o que o torna diferente de todas as demais religiões. Além disso, é a única religião que reconhece a incapacidade humana, com base em suas falhas perspectivas e limitadíssimos esforços, de alcançar por conta própria a plenitude, uma vez que reconhece que Deus, o único que, sendo Eterno, é capaz de ver todas as coisas como elas realmente são, é também o único que pode nos levar à salvação, coisa que também é um anseio universal.
E quanto ao que não entendo sobre Deus e o mundo? Posso continuar procurando respostas, mas sempre lembrando que eu só consigo ver as coisas e interpretá-las limitadamente, com base nos meus pontos de vida, de modo que, se não consigo compreender verdadeiramente nem mesmo um grão de areia, jamais irei compreender integralmente o infinito Deus ou a plenitude do Universo. Deus é o único que vê todas as coisas simultaneamente como elas realmente são e, portanto, o que Deus visivelmente faz ou permite em nosso mundo pode até se interpretado como algo negativo, mas nós só vemos "em parte", não vemos o todo, não sabemos tudo o que se passa na Plenitude Divina, não temos consciência dos planos da Mente de Deus - julgamos pequeno o iceberg apenas observando a sua ponta. 
"Para que os seus corações sejam consolados, e estejam unidos em amor, e enriquecidos da plenitude da inteligência, para conhecimento do mistério de Deus e Pai, e de Cristo, em quem estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da ciência. E digo isto, para que ninguém vos engane com palavras persuasivas." Colossenses 2:2-4

"Mas, quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado.
Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino. Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido. Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor." 1 Coríntios 13:10-13
Resumo:
- Verdades Absolutas: fenômenos ou objetos naturais que observamos e experimentamos (gravidade, frio ou calor). Aqui as coisas são isentas e imparciais.
- Paradigmas: a interpretação que damos ao Universo, segundo nossas configurações mentais e intenções (teorias, filosofias). Tendencioso, parcial.
- Cristianismo: única religião que se baseia essencialmente em eventos, acontecimentos observados e experimentados, como a Ressurreição de Cristo, que foi anteriormente pregada (profetizada) e interpretada pelo próprio Ressuscitado, o que lhe dá ainda mais credibilidade - a pregação tem como base o evento. Sendo Cristo Deus, Ele É o que É, sendo , portanto, a própria definição de Verdade.
- Paradigmas cristãos: teologias mil, movimentos, denominações diversas... Estariam errados todos os paradigmas? Não, pois a maioria se trata de aprendizado, rica maquinação intelectual ou experiências de vida, aptas a proteger a Igreja e os cristãos, validados pela liberdade que a Bíblia nos dá - o problema surge com as heresias, com aquilo que tira a suficiência de Cristo e enaltece o homem.
A Igreja, definitivamente, precisa se preocupar menos com aquilo que é passível de interpretação e suscetível aos mais variados pontos de vista, e fixar-se mais nos eventos históricos e proféticos inquestionáveis que a sustentam!
Natanael Pedro Castoldi

Leia, para complemento, sobre:
A credibilidade da Bíblia:

Sobre Jesus:

Nenhum comentário:

Postar um comentário