ENCRUZILHADAS
De fato, as encruzilhadas criam essa estranha sensação de que naquele momento que passamos por elas, de alguma forma colocamos os pés em todos os caminhos ao mesmo tempo. Sem dúvida, a encruzilhada é a passagem obrigatória do bem e do mal, mas logo em seguida, cada um deverá seguir a sua própria direção.
Existem épocas na História humana, nas quais o bem e mal são dois caminhos absolutamente distintos e por isso, as “encruzilhadas” são estreitas e solitárias. Todos passam muito rápido por elas, para não dar de cara com uma presença indesejável. Aqueles que são de Deus passam “voando” para não topar com o diabo e vice-versa. Em tempos assim, não há como errar o caminho, pois as diferenças são óbvias.Porém, há períodos nos quais as pessoas lentamente começam a se aproximar das encruzilhadas. Quando passam por elas, caminhantes de todas as direções começam a se deter e andar mais lentamente. O cheiro de enxofre já não assusta tanto os santos e o incenso contaminado já começa a atrair os demônios.
Aos poucos acontecem as trocas de olhares e os acenos. Num próximo encontro talvez um tímido “bom-dia” e no seguinte um curioso “como vai?” Nesse ponto, as encruzilhadas já não são mais vistas como um lugar de se passar correndo e sim como um centro de novas possibilidades.
Então ali, parados e receptivos no ponto zero de todos os caminhos, torna-se cada vez mais abominável que alguém faça qualquer afirmação absoluta, que alguém assuma posicionamentos claros ou que entre em questões polêmicas. Assim à própria encruzilhada, aos poucos já não lhe soa bem o nome, pois afinal, quem disse que temos que ir para um lado ou para outro? Quem disse que não podemos ficar todos ali? Afinal, não somos todos “filhos de Deus”? E se somos todos “irmãos”, por que viver separados? Quem disse que eu estou certo e que você está errado ou vice-versa? Quem disse que precisamos ter posições definidas?Nesta semana me veio às mãos um jornal da região, contendo uma entrevista com um grupo de travestis que migraram da grande Porto Alegre para a nossa região. Eles agora fazem ponto numa das principais avenidas de Lajeado. Porém o que me impressionou não foi o fato em si, mas o tom da matéria, onde esses “profissionais” da prostituição relatavam detalhes de sua atividade com tanta naturalidade, como se uma dona de casa estivesse passando uma receita de bolo em suas minúcias.
Confesso que fiquei pasmo e comentei com minha esposa: Mas o que é isso? Onde estamos? Depois, refletindo melhor compreendi: Nossa sociedade decidiu simplesmente viver nas encruzilhadas. Mas por quanto tempo isso será possível?
Prezado leitor: Esse papo de tolerância, de respeitar todas as opiniões, de evitar qualquer julgamento ou preconceito pode parecer muito atraente, porém é o grande ardil que o diabo tem usado para arrastar lentamente consigo a todos os que acham que é possível viver desse modo.
adorei a sua explicação sobre as encruzilhadas! e eu não sou cristã! sou bruxa!e antes q vcs pensem q somos ruins não somos quase nada do que dizempor ai e algumas de nós não somos satanistas! vwl!
ResponderExcluirCompreendo. Fico feliz que tenha lido!! Obrigado pela presença aqui. Abraço!
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