Ler os 4 Evangelhos em uma semana foi incrível! Ler Mateus e Marcos em dois dias e Lucas e João numa tarde me fez absorver de maneira mais plena a mensagem de Cristo, sem dúvida hoje creio mais do que há duas semanas. A leitura dos Evangelhos, da vida de Cristo narrada à partir de quatro pontos de vista diferentes, me fez repensar muito sobre a minha fé, sobre o quanto compreendo o que Jesus disse e fez, sobre o quanto sou cristão. O que segue é fruto dessa análise.
Uma coisa é certa: ou Jesus não era cristão, se o padrão de cristianismo for a postura geral de nossos dias, ou hoje existem pouquíssimos cristãos, se, de fato, o cristão é um imitador de Cristo. Eu simplesmente não sei onde os evangélicos de nossos dias baseiam sua fé, pois, de modo geral, está muitíssimo longe da realidade sugerida pelo Filho. Quem disse que Deus tem um gráfico onde Ele marca quantas vezes tu orou e por quanto tempo o fez, para saber se tu merece ou não um presentinho -Mateus 6:7? Quem disse que Deus tem um medidor de decibéis pra analisar se você gritou alto o bastante para merecer uma remuneração -Mateus 7:21? Quem disse que Deus elegeu uma comissão julgadora para avaliar o teu desempenho no sapateado, no rodopio ou na dramatização de personagens e, com base nas notas, te dar a devida recompensa -Mateus 7:22-23; Mateus 6:1-6? Quem disse que Deus nomeou banqueiros celestiais para depositar teu dinheiro e, mais tarde, devolvê-lo com juros -Mateus 6:19-21; Marcos 8:36; João 6:26 e 27? Quem disse que Deus dorme até a hora do culto e só te observa durante o teatro dominical -Romanos 12:1-3; 1 Coríntios 10:31? Quem disse que Deus "ama de paixão" o louvor antropocêntrico de nossos dias, que exalta mais o "eu" do que o Eu Sou -"onde eu pisar abençoado será"; "eu comerei o melhor dessa terra"; "eu sou do meu amado e Ele é MEU"-Romanos 7:24, 16:27; Filipenses 3:11-14? Quem disse que louvor é só música e que quanto mais espetacular e orquestral ele for, mais Deus abençoará -Mateus 18:4 e 20? Quem disse que não tem problema algum "abrir uma excessão pro pecado" -Colossenses 3:1-10? Quem disse que Deus tem uma balança onde mede o quanto estamos sendo bons e o quanto estamos sendo maus -Romanos 3:23; Isaías 64:6-7? Quem disse que merecemos algum mérito pela nossa religiosidade e pelas nossas obras -Lucas 17:7-10? Quem disse que nós mandamos em Deus, determinando-O a fazer o que desejamos -Isaías 64:8; 1 Coríntios 10:22; Romanos 9:20, Isaías 45:9; João 15:14? Quem disse que Deus precisa responder a tua oração da forma como tu quer -Isaías 40:12-31, 55:9?! Quem disse que Deus é pequeno o bastante para habitar dentro das quatro paredes do prédio da igreja -2 Crônicas 2:5-6; Atos 17:23-29? Quem disse que Deus age com mais poder em objetos e relíquias, como sabonetes, vassouras e martelos ungidos -Salmos 115:1-7? Quem disse que o pastor é melhor e mais digno do que você -1 Pedro 2:8-10; Efésios 4:4; 1 Coríntios 12:11-27; Mateus 23:11-12? Quem disse que Deus é como uma máquina, que liga ao som do shofar e desliga quando a porta da igreja é fechada ao fim do culto -Lucas 12:1-2? Quem disse que a bandeira de Israel no altar tornará o prédio mais cheio de Deus -1 Coríntios 3:16? Pois é... o que se vê hoje é um grande abandono da fé cristã, apoiado por um retorno à realidade judaica de antes de Cristo e um apego ao paganismo.
Existem três grandes problemas na igreja evangélica de nossos dias: estamos fazendo o Criador menor do que a criatura, estamos tentando chegar ao Pai através de obras, rituais e méritos, numa relação interesseira de trocas, como se fôssemos pagãos -e capazes de salvarmos a nós mesmos- e como se Deus fosse comerciante, e estamos reduzindo o onipresente e onipotente Senhor à matéria, como se Ele dependesse de templos erguidos, de objetos fabricados, do som de instrumentos. Toda essa postura, além de representar um terrível atentado à razão, pode ser considerada blasfêmia, idolatria, pois o homem e a matéria se tornam o centro e Deus apenas um meio de se obter aquilo que é desejado. Em que a igreja evangélica de hoje, de modo geral, crê? Não sei... mas parece que não crê, pelo menos plenamente, no Deus que lemos na Bíblia, já que o rebaixa ao nível dos ídolos de pedra e madeira, O faz menos que o homem. Uma coisa é certa: o modo de culto indica a que deus servimos, por exemplo: oferecer o primogênito como sacrifício nas chamas era ato típico do culto à Moloque, portanto, quem o fazia, adorava à Moloque, não se podia adorar a Deus dessa maneira, mesmo que o indivíduo o quisesse -Deus negou o método de culto egípcio de que os hebreus tentaram usufruir para adorá-Lo, vide Êxodo 32-, da mesma forma, por mais que se queira, não se pode servir à Deus da forma como nos portamos como igreja hoje, os métodos citados anteriormente são típicos do paganismo e o Pai não se agrada deles. O que, então, agrada à Deus? Um "culto racional", que se resume em estar o tempo todo O servindo, de coração, com base numa verdadeira fé, com base no caráter, no conhecimento da Sua vontade e soberania sobre nós, que somos pouco mais que escória - Romanos 7:24 e 25, 12:1. Deus não quer o mero sacrifício, ritualístico, Ele quer misericórdia, santidade, respeito, temor, compromisso -Mateus 9:13; 1 Samuel 15:22-23; Salmos 40:6-8, 51:16-17 e 69:30-31. Com base na postura dos evangélicos, de modo geral, em nossos dias, eu novamente pergunto: de fato cremos?!
Parece que não cremos muito, numa igreja onde a juventude conhece melhor e prefere ler a história do bruxo Harry Potter, por exemplo, do que a história de Cristo. Isso é alarmante!! Parece que não cremos muito, falando de uma grandíssima maioria que dedica, senão todo, 23:45 do dia para seu próprio prazer e 15 exaustivos minutos para um ritualístico "encontro" com Deus, afim de pôr um "Ok" na agenda, no roteiro diário. Parece que pouco cremos quando o frio, a chuva, o calor, um resfriado, a canseira, o estudo ou uma desavença boba nos servem de argumento para conseguirmos ficar o sábado ou o domingo em casa, longe da celebração dos cristãos, da igreja - seis dias são "nossos por direito" e o sétimo é, de preferência, também nosso... quem sabe, se minha carne permitir (?), esse será o dia em que, por 2 horas, me "dedicarei" ao Senhor -sendo que metade desse tempo se resume em ansiedade para a celebração terminar, pois minha carne já está cansada de Deus nessa altura. "Belos" cristãos que somos!! Sem querem exagerar, mas em termos de devoção, por mais legalista que sejam, os muçulmanos dão um banho em nós, que cuspimos na Palavra de Deus, que ignoramos nosso Senhor -se é que O consideramos de fato- o tempo inteiro e lhe damos as sobras de tudo o que temos, isso quando damos. O pecado, seja a perversão sexual, seja a ganância, seja o egoísmo e arrogância, têm tido cadeiras cativas em nossas almas, enquanto Cristo temos, por grande parte do tempo, como inconveniente ou uma peça adicional em nosso viver, que podemos ligar e desligar, conforme a nossa vontade. E Deus? O temor pelo Criador se perdeu, como se Ele não fosse justo e reto Juiz, como se Ele não tivesse poder algum ou não relevasse o pecado e falta de respeito. Nosso "louvor", que hoje só se resume à música e a música cristã só se resume à dita "adoração", tem acompanhado a decadência moral do homem e a sua insubmissão, fruto de uma criatura cada vez mais egocêntrica, individualista, mimada. Vou ser bem sincero: há "louvores" extremamente intrometidos, desrespeitosos, ofensivos para com Deus, onde o "adorador" afirma chegar diante de Deus sem cerimônia, sem temor, sem tremor e, antes de se curvar e tapar os olhos mediante o glorioso Criador, quer logo abraçar-Lhe, acariciá-Lo e, se duvida, beijá-Lo. Eu nem sei o que dizer!! Que vergonha! Ou melhor, que "falta de vergonha"! Quem pensamos que Deus é? Quem pensamos?! Se pensamos que Deus é conforme a maneira que nos portamos e "louvamos", então estamos "adorando" a pessoa errada, pois não me parece possível que Aquele que apareceu à Moisés -Êxodo 3:1-6- e Isaías -Isaías 6:1-5- se alegra com a imagem que estamos fazendo dEle e de Sua Palavra, com a forma com que estamos tentando adorá-Lo. Se assim O tratamos, sem temer o Seu juízo e sem amar o Seu nome, de fato cremos nEle?! Não me parece. Lucas 11:42.
Eu quero que você pense sobre o que acabou de ler e tente responder, com total sinceridade, a pergunta já muito feita: de fato você crê? Isso se mede no quanto você respeita quem Deus é e o que Ele fez, pois falta de temor indica descrença e falta de amor indica descrédito. Mas há um outro aspecto que pode nos ajudar a analisar a veracidade de nossa fé em Cristo: o quanto acreditamos em Sua ação? Em Seu agir? O que vejo atualmente na maioria dos lugares é uma fé extremamente superficial, à ponto de crermos que nós somos mais capazes de agir corretamente por conta própria do que dependendo de Deus, achamos que nós garantimos melhores resultados por nós mesmos do que depositando a questão nas mãos do Criador - o que, além de uma insana irracionalidade, resume-se numa tremenda falta de fé. Jesus, em Marcos 11:20-24, diz que a nossa fé nEle tem o poder, até mesmo, de mover montanhas, da mesma forma que Ele secou a figueira. Uns dizem que isso é apenas figura, algo para exemplificar uma verdade espiritual, como se Deus não fosse capaz de fazê-lo literalmente, outros acham que a questão da figueira até pode se repetir, mas a das montanhas é exagero, mas eu penso que o mesmo infindável poder que pode fazer o impossível, que é secar a tal figueira, no mesmo nível pode fazer outro impossível que é mover montanhas. O fato é que questão da fé na Bíblia tem sido interpretada de uma forma muitíssimo superficial e distante, como se fosse apenas "acreditar", ou melhor, "achar que, quem sabe, Deus, podendo, te ajudará", havendo, portanto, grandíssima dose de dúvida na capacidade do Pai de fazê-Lo, o que não deixa de ser ceticismo. É óbvio que, com base na dúvida, Deus pouco nos fará, pouco responderá nossas orações, pois mal acreditamos que Ele pode e consegue, não temos certeza que Ele, que não vemos, é capaz -Hebreus 11:1 e 6.
Parece insano eu acreditar que é realmente possível, literalmente, fazermos secar figueiras e movermos montanhas? Quem diferença tem isso, que diferença tem a Fonte desse poder, daquela que, por meios de alguns cristãos, ressuscitou mortos? A questão é que ninguém, absolutamente ninguém, senão Cristo, alguns profetas e apóstolos, tiveram fé suficiente para constatá-lo na prática. Todos nós temos certeza absoluta de que é impossível fazermos qualquer coisa como o que fora citado em Marcos 11 e exatamente por isso essas coisas nunca conseguiremos fazer. É claro, há três outros motivos para que não venhamos a fazê-lo facilmente: Deus não pode ser testado, provado, pressionado para fazer algo -Mateus 4:7-, pois nosso mundo não é um picadeiro e Ele, tampouco, um mero mágico, Deus não quer suprir nossos meros caprichos -Isaías 55:9; João 6:26 e 27- e Ele não faz nada inútil, sem uma função, um objetivo -Gênesis 1:31, mas não entremos nesses méritos da questão, quero falar sobre a verdadeira fé, embasada no temor perante Deus, fé esta que impede a supremacia da curiosidade e dos caprichos humanos. Voltemos ao cerne da reflexão: por que duvidamos tanto?! Quem verdadeiramente crê de modo tão profundo quanto Cristo nos orientou? Sim, para Jesus o medo dos discípulos em meio à tempestade, por mais brava que tenha sido, representava falta de fé -Mateus 8:24-27- e, noutra situação, mesmo que Pedro tenha conseguido, pela fé, caminhar alguns metros sobre a água, o fato de ter começado a afundar, o simples fato, indicou que sua fé ainda não era grande o bastante -Mateus 14:28-31. Se Pedro, tendo conseguido, pela fé, andar alguns passos sobre a água e, por ter afundado, indicado uma fé ainda bem pequena, imagina o tamanho insignificante, minúsculo, à ponto de se tornar invisível, de nossa fé, pois jamais acreditaremos que, pela fé, conseguiremos dar um passo sequer sobre as águas... Que bom será se alguns cristãos de nossos dias cultivarem uma fé do tamanho do diminuto grão de mostarda! Lucas 17:5-6. O quanto cremos? Nosso ceticismo quanto ao poder e agir de Deus indica que cremos muito pouco... Bem diferente dos grandes heróis da fé, que citarei abaixo.
Moisés: um homem como eu e você, certamente habitado pelo Espírito Santo, o mesmo que age em nós, foi capaz, por meio de sua fé em Deus, de fazer coisas maravilhosas. É claro que ele foi a ponte para a realização de algo que O Senhor já planejava e também é claro que Moisés tinha tudo para crer profundamente em Deus, já que Ele mesmo se apresentou ao hebreu. Mas pensemos: temos tão menos evidência para crer do que teve Moisés? Que queremos mais, para termos certeza de Deus, do que a visão de um bosque florido? Do céu num noite estrelada? De nossa imagem no espelho? Da leitura da Palavra?! Não, não temos argumento -Romanos 1:20! Moisés não tinha muito mais recursos do que nós temos e não me venha com desculpas. Você, apenas vendo uma sarça ardente e ouvindo Deus falar, teria ousadia de chegar-se diante do Faraó e se impôr? Creio que, pelo menos eu, não, pois já vi demônios, por exemplo, e, mesmo assim, minha fé em Deus continua pequeníssima. Mas Moisés tinha fé, tinha fé do tamanho de um grão de mostarda, e foi com essa fé que, obedecendo as ordens de Deus, lançou as 10 Pragas -Êxodo 7:20-12:29-, abriu o Mar Vermelho -Êxodo 14:21-28- e tirou água da rocha -Êxodo 17:1. O que Moisés tinha de diferente de você e eu? A única diferença é que ele realmente acreditava que Deus era capaz de fazer o que lhe mandava - que certamente iria fazê-lo. Nós não acreditamos, simplesmente isso - se acreditamos, o fazemos para não mais do que coisas muito superficiais.
Josué: o sucessor de Moisés não fez coisas muito menos espantosas do que ele. Moisés abriu o Mar Vermelho e Josué abriu o Rio Jordão, ou melhor, por meio de sua fé no que o Senhor lhe dissera, enviou os sacerdotes com a Arca da Aliança pisarem nas águas e o rio simplesmente parou de correr e parte dele secou-se para as tribos de Israel atravessarem -Josué 3:15-17. Posteriormente, Josué, por meio da fé em Deus e da obediência, derrubou as muralhas de Jericó, uma típica cidade fortificada da Palestina, cujos muros, segundo se têm conseguido analisar atualmente, possuíam 20 metros de altura e, nalguns pontos, 60 metros de comprimento: por 6 dias todos os guerreiros hebreus caminharam ao redor da cidade e no sétimo o fizeram por sete vezes e, ao fim disso, ao som das trombetas e de gritos de guerra, Deus fendeu e ruiu a grandiosa fortificação -Josué 6. A fé. Se Deus, porventura, lhe falasse para ir diante de uma grossa árvore e, com um forte grito, a arrancar do chão, você o faria? Você acreditaria que Deus falara sério e que fosse capaz de fazê-lo? Você acreditaria na possibilidade de isso acontecer? Ou começaria a argumentar consigo mesmo, alegando ter sido coisa da tua cabeça, um desvaneio? Nós sempre estamos cheios de argumentos para ocultar o fato de que nossa fé é extremamente insignificante e é por isso que somos poucos usados por Deus, é por isso que pouca diferença fazemos em nossa sociedade.
Elias: o Grande Profeta para os judeus, foi, de fato, um dos maiores nomes do Antigo Testamento e é uma das grandes figuras da Bíblia. A vida de Elias foi repleta de fatos miraculosos, como ocorreu nos dias em que fugiu para o ermo, afim de manter-se longe da violência de Acabe e, ali, foi sustentado por Deus por meio de corvos -1 Reis 17:2-7-, ou na multiplicação da farinha e do azeite da viúva de Serepta -1 Reis 17:8-16- e a ressurreição do filho desta -1 Reis 17:17-23, mas há um evento em especial que marcou a vida desse profeta: o embate com os profetas de Baal, quando Elias, em nome do Senhor, enfrentou sozinho cerca de 450 profetas pagãos numa disputa para ver qual era o deus verdadeiro, o Eu Sou ou Baal. Após o fracasso dos profetas de Baal, que não conseguiram fazer fogo ascender instantaneamente em seu altar, Elias conseguiu, por meio da fé, fazer grandes labaredas brotarem até mesmo na água, com a qual encharcara seu altar -não há lei natural que possa contra Deus, 1 Reis 18:17-40. Não esqueçamos que, assim como Moisés, Elias era homem como nós o somos, nascido de pais humanos e herdeiro da mesma maldição pecaminosa de que nós somos, o seu único diferencial era a fé, o apego, a confiança em Deus, que o fazia apto para ser usado com mais poder pelo Criador. Imagine-se na situação de Elias: você teria tido fé suficiente para resistir sozinho à perseguição do rei? Você confiaria que Deus o sustentaria de forma tão miraculosa no ermo? Você conseguiria dar certeza à viúva de que Deus multiplicaria seus mantimentos e ressuscitaria seu filho? Você teria ousadia para enfrentar todos os profetas inimigos e realmente acreditaria que Deus faria brotar fogo no altar e, até mesmo, na água?! Eu, sendo sincero, não acreditaria. A prova do quão pouco cremos está no fato de termos os relatos bíblicos como fatos nebulosos, extremamente distantes e impossíveis de se repetirem em nossos dias, como se fossem mitos ou apenas figuras.
Eliseu: assim como Josué fora sucessor de Moisés, Eliseu foi o sucessor de Elias e, assim como Josué manteve o nível de fé de seu senhor, Eliseu o fez. O calvo profeta esteve com Elias até o dia em que ele fora arrebatado aos Céus numa carruagem de fogo e, nesse mesmo dia, tomando o manto de seu mestre, abriu o Rio Jordão para que pudesse atravessá-lo -2 Reis 2:13-14. Pela fé Eliseu repetiu muito do que Elias fizera, multiplicando o azeite de uma viúva -2 Reis 4:1-7- e ressuscitando mortos -2 Reis 4:32-37-, mas também curou leprosos -2 Reis 5:1-6, 9-10, 15-17- e fez a cabeça de um machado flutuar nas águas -2 Reis 6:1-7-, mas o mais assombroso da história de Eliseu está no fato de, mesmo morto, seu corpo ter sido capaz de ressuscitar outro morto -2 Reis 13:20-21-. Elias foi assunto aos céus antes de morrer, Eliseu, mesmo em morte, trouxe a vida, também não se sabe o que aconteceu com o corpo de Moisés, não se sabe nem se de fato morreu. Pessoas cuja fé é do tamanho de um grão de mostarda são realmente especiais, Deus as honra grandemente e, através delas, revela Seu poder, por que? Porque essas pessoas realmente acreditam no Seu poder. Nós pouquíssimo cremos, por isso Ele não revelará uma fração de Sua força através de nós.
Qual o segredo desses grandes heróis da fé? Não foram semi-deuses, como costumamos pensar, foram homens comuns em termos de constituição e fraquezas, mas eles tinham fé, como já disse. Porém essa fé não veio do nada, não era algo inato em sua alma, eles não nasceram crendo tanto quanto criam, mas houve todo um processo para chegarem onde chegaram: eles reconheceram a sua inferioridade perante Deus, como Moisés, quando tapou os olhos diante da face do Senhor, eles reconheceram sua dependência do Criador e desenvolveram um relacionamento verdadeiro com Ele, vivendo em busca de Sua presença e dedicando tudo o que eram e tinham para o serviço do Senhor - sua carne, suas vontades, nada disso falava mais alto do que os planos de Deus em suas vidas. A comunhão produziu temor, o temor produziu obediência e a obediência ampliou a fé - e foi ampliada por ela. Se nós deixamos Deus em último lugar na nossa vida, não honrando-O como Lhe é devido, então não reconhecemos nossa inferioridade e dependência dEle, não procuramos viver em comunhão com a Sua pessoa, pois não O tememos, o que culmina em desobediência e numa fé medíocre - nem ao menos confiamos que, servindo a Deus, Ele nos suprirá plenamente -Mateus 6:25-34. Se não somos o que Deus quer, se O desvalorizamos, então é impossível crermos de fato nEle. O primeiro passo para uma vida de real fé no Criador está na submissão, na entrega, na comunhão com Ele, santificando-se e buscando agradá-Lo, o que falta vem como conseqüência -Mateus 6:33- e é nisso que Josué se apegou para fazer o que fez, vide Josué 1:7-9:
"Tão-somente esforça-te e tem mui bom ânimo, para teres o cuidado de fazer conforme a toda a lei que meu servo Moisés te ordenou; dela não te desvies, nem para a direita nem para a esquerda, para que prudentemente te conduzas por onde quer que andares.
Não se aparte da tua boca o livro desta lei; antes medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer conforme a tudo quanto nele está escrito; porque então farás prosperar o teu caminho, e serás bem sucedido.
Não to mandei eu? Esforça-te, e tem bom ânimo; não temas, nem te espantes; porque o SENHOR teu Deus é contigo, por onde quer que andares."
A conclusão mais óbvia que se pode ter com essa postagem é que a igreja de nossos dias só está como está porque não crê verdadeiramente em Deus - e não crê de fato porque os crentes não mais reconhecem sua posição delicada e miserável perante o Criador e a necessidade de mudarem de vida, de se entregarem por completo ao Eu Sou. Não há mais uma busca por comunhão com Deus, por uma vida com Ele, mas, sim, pelo êxtase que Ele pode proporcionar na hora do culto. Não, não cremos verdadeiramente nEle, pois se acreditássemos, O temeríamos e O buscaríamos em primeiro lugar, se acreditássemos não teríamos dúvidas quanto ao tamanho do Seu poder. "Crer", é isso que nos falta! "Crer" não é algo que se valida apenas pelas palavras de nossa boca, mas pelo que sentimos em nosso coração e pelos nossos atos: não adianta falarmos que cremos, quando há dúvida em nosso ser e quando fazemos exatamente o oposto do que deveríamos. Por isso que a igreja de nossos dias está cada vez mais cheia de descrentes, que vão na onda dos apelos para conversão, sem conhecerem de fato a Deus e a Sua proposta, "aceitando-O" na emoção e afirmando crer quando, no fundo, não têm certeza disso, por isso a entrega é superficial e inválida, por isso não há transformação, por isso a corrupção e a perversidade se alastram nos templos, tomados, cada vez mais, por ímpios travestidos de justos - uns por ignorância e outros por malícia. Dos cristãos, pouquíssimos realmente creem, pouquíssimos!! Logo, parece-me viável dizer que um pequeníssima fração dos que se dizem cristãos são, de fato, filhos de Deus. Lembre-se: Deus nos leva à sério, como ocorreu com Zacarias, que, duvidando da promessa de Deus, ficou mudo por um bom tempo -Lucas 1:11-20. "Crentes", voltemos a crer!! Esse é o meu apelo.
Natanael Castoldi
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-"Ímpio justo"?
Eu quero que você pense sobre o que acabou de ler e tente responder, com total sinceridade, a pergunta já muito feita: de fato você crê? Isso se mede no quanto você respeita quem Deus é e o que Ele fez, pois falta de temor indica descrença e falta de amor indica descrédito. Mas há um outro aspecto que pode nos ajudar a analisar a veracidade de nossa fé em Cristo: o quanto acreditamos em Sua ação? Em Seu agir? O que vejo atualmente na maioria dos lugares é uma fé extremamente superficial, à ponto de crermos que nós somos mais capazes de agir corretamente por conta própria do que dependendo de Deus, achamos que nós garantimos melhores resultados por nós mesmos do que depositando a questão nas mãos do Criador - o que, além de uma insana irracionalidade, resume-se numa tremenda falta de fé. Jesus, em Marcos 11:20-24, diz que a nossa fé nEle tem o poder, até mesmo, de mover montanhas, da mesma forma que Ele secou a figueira. Uns dizem que isso é apenas figura, algo para exemplificar uma verdade espiritual, como se Deus não fosse capaz de fazê-lo literalmente, outros acham que a questão da figueira até pode se repetir, mas a das montanhas é exagero, mas eu penso que o mesmo infindável poder que pode fazer o impossível, que é secar a tal figueira, no mesmo nível pode fazer outro impossível que é mover montanhas. O fato é que questão da fé na Bíblia tem sido interpretada de uma forma muitíssimo superficial e distante, como se fosse apenas "acreditar", ou melhor, "achar que, quem sabe, Deus, podendo, te ajudará", havendo, portanto, grandíssima dose de dúvida na capacidade do Pai de fazê-Lo, o que não deixa de ser ceticismo. É óbvio que, com base na dúvida, Deus pouco nos fará, pouco responderá nossas orações, pois mal acreditamos que Ele pode e consegue, não temos certeza que Ele, que não vemos, é capaz -Hebreus 11:1 e 6.
Parece insano eu acreditar que é realmente possível, literalmente, fazermos secar figueiras e movermos montanhas? Quem diferença tem isso, que diferença tem a Fonte desse poder, daquela que, por meios de alguns cristãos, ressuscitou mortos? A questão é que ninguém, absolutamente ninguém, senão Cristo, alguns profetas e apóstolos, tiveram fé suficiente para constatá-lo na prática. Todos nós temos certeza absoluta de que é impossível fazermos qualquer coisa como o que fora citado em Marcos 11 e exatamente por isso essas coisas nunca conseguiremos fazer. É claro, há três outros motivos para que não venhamos a fazê-lo facilmente: Deus não pode ser testado, provado, pressionado para fazer algo -Mateus 4:7-, pois nosso mundo não é um picadeiro e Ele, tampouco, um mero mágico, Deus não quer suprir nossos meros caprichos -Isaías 55:9; João 6:26 e 27- e Ele não faz nada inútil, sem uma função, um objetivo -Gênesis 1:31, mas não entremos nesses méritos da questão, quero falar sobre a verdadeira fé, embasada no temor perante Deus, fé esta que impede a supremacia da curiosidade e dos caprichos humanos. Voltemos ao cerne da reflexão: por que duvidamos tanto?! Quem verdadeiramente crê de modo tão profundo quanto Cristo nos orientou? Sim, para Jesus o medo dos discípulos em meio à tempestade, por mais brava que tenha sido, representava falta de fé -Mateus 8:24-27- e, noutra situação, mesmo que Pedro tenha conseguido, pela fé, caminhar alguns metros sobre a água, o fato de ter começado a afundar, o simples fato, indicou que sua fé ainda não era grande o bastante -Mateus 14:28-31. Se Pedro, tendo conseguido, pela fé, andar alguns passos sobre a água e, por ter afundado, indicado uma fé ainda bem pequena, imagina o tamanho insignificante, minúsculo, à ponto de se tornar invisível, de nossa fé, pois jamais acreditaremos que, pela fé, conseguiremos dar um passo sequer sobre as águas... Que bom será se alguns cristãos de nossos dias cultivarem uma fé do tamanho do diminuto grão de mostarda! Lucas 17:5-6. O quanto cremos? Nosso ceticismo quanto ao poder e agir de Deus indica que cremos muito pouco... Bem diferente dos grandes heróis da fé, que citarei abaixo.
Moisés: um homem como eu e você, certamente habitado pelo Espírito Santo, o mesmo que age em nós, foi capaz, por meio de sua fé em Deus, de fazer coisas maravilhosas. É claro que ele foi a ponte para a realização de algo que O Senhor já planejava e também é claro que Moisés tinha tudo para crer profundamente em Deus, já que Ele mesmo se apresentou ao hebreu. Mas pensemos: temos tão menos evidência para crer do que teve Moisés? Que queremos mais, para termos certeza de Deus, do que a visão de um bosque florido? Do céu num noite estrelada? De nossa imagem no espelho? Da leitura da Palavra?! Não, não temos argumento -Romanos 1:20! Moisés não tinha muito mais recursos do que nós temos e não me venha com desculpas. Você, apenas vendo uma sarça ardente e ouvindo Deus falar, teria ousadia de chegar-se diante do Faraó e se impôr? Creio que, pelo menos eu, não, pois já vi demônios, por exemplo, e, mesmo assim, minha fé em Deus continua pequeníssima. Mas Moisés tinha fé, tinha fé do tamanho de um grão de mostarda, e foi com essa fé que, obedecendo as ordens de Deus, lançou as 10 Pragas -Êxodo 7:20-12:29-, abriu o Mar Vermelho -Êxodo 14:21-28- e tirou água da rocha -Êxodo 17:1. O que Moisés tinha de diferente de você e eu? A única diferença é que ele realmente acreditava que Deus era capaz de fazer o que lhe mandava - que certamente iria fazê-lo. Nós não acreditamos, simplesmente isso - se acreditamos, o fazemos para não mais do que coisas muito superficiais.
Josué: o sucessor de Moisés não fez coisas muito menos espantosas do que ele. Moisés abriu o Mar Vermelho e Josué abriu o Rio Jordão, ou melhor, por meio de sua fé no que o Senhor lhe dissera, enviou os sacerdotes com a Arca da Aliança pisarem nas águas e o rio simplesmente parou de correr e parte dele secou-se para as tribos de Israel atravessarem -Josué 3:15-17. Posteriormente, Josué, por meio da fé em Deus e da obediência, derrubou as muralhas de Jericó, uma típica cidade fortificada da Palestina, cujos muros, segundo se têm conseguido analisar atualmente, possuíam 20 metros de altura e, nalguns pontos, 60 metros de comprimento: por 6 dias todos os guerreiros hebreus caminharam ao redor da cidade e no sétimo o fizeram por sete vezes e, ao fim disso, ao som das trombetas e de gritos de guerra, Deus fendeu e ruiu a grandiosa fortificação -Josué 6. A fé. Se Deus, porventura, lhe falasse para ir diante de uma grossa árvore e, com um forte grito, a arrancar do chão, você o faria? Você acreditaria que Deus falara sério e que fosse capaz de fazê-lo? Você acreditaria na possibilidade de isso acontecer? Ou começaria a argumentar consigo mesmo, alegando ter sido coisa da tua cabeça, um desvaneio? Nós sempre estamos cheios de argumentos para ocultar o fato de que nossa fé é extremamente insignificante e é por isso que somos poucos usados por Deus, é por isso que pouca diferença fazemos em nossa sociedade.
Elias: o Grande Profeta para os judeus, foi, de fato, um dos maiores nomes do Antigo Testamento e é uma das grandes figuras da Bíblia. A vida de Elias foi repleta de fatos miraculosos, como ocorreu nos dias em que fugiu para o ermo, afim de manter-se longe da violência de Acabe e, ali, foi sustentado por Deus por meio de corvos -1 Reis 17:2-7-, ou na multiplicação da farinha e do azeite da viúva de Serepta -1 Reis 17:8-16- e a ressurreição do filho desta -1 Reis 17:17-23, mas há um evento em especial que marcou a vida desse profeta: o embate com os profetas de Baal, quando Elias, em nome do Senhor, enfrentou sozinho cerca de 450 profetas pagãos numa disputa para ver qual era o deus verdadeiro, o Eu Sou ou Baal. Após o fracasso dos profetas de Baal, que não conseguiram fazer fogo ascender instantaneamente em seu altar, Elias conseguiu, por meio da fé, fazer grandes labaredas brotarem até mesmo na água, com a qual encharcara seu altar -não há lei natural que possa contra Deus, 1 Reis 18:17-40. Não esqueçamos que, assim como Moisés, Elias era homem como nós o somos, nascido de pais humanos e herdeiro da mesma maldição pecaminosa de que nós somos, o seu único diferencial era a fé, o apego, a confiança em Deus, que o fazia apto para ser usado com mais poder pelo Criador. Imagine-se na situação de Elias: você teria tido fé suficiente para resistir sozinho à perseguição do rei? Você confiaria que Deus o sustentaria de forma tão miraculosa no ermo? Você conseguiria dar certeza à viúva de que Deus multiplicaria seus mantimentos e ressuscitaria seu filho? Você teria ousadia para enfrentar todos os profetas inimigos e realmente acreditaria que Deus faria brotar fogo no altar e, até mesmo, na água?! Eu, sendo sincero, não acreditaria. A prova do quão pouco cremos está no fato de termos os relatos bíblicos como fatos nebulosos, extremamente distantes e impossíveis de se repetirem em nossos dias, como se fossem mitos ou apenas figuras.
Eliseu: assim como Josué fora sucessor de Moisés, Eliseu foi o sucessor de Elias e, assim como Josué manteve o nível de fé de seu senhor, Eliseu o fez. O calvo profeta esteve com Elias até o dia em que ele fora arrebatado aos Céus numa carruagem de fogo e, nesse mesmo dia, tomando o manto de seu mestre, abriu o Rio Jordão para que pudesse atravessá-lo -2 Reis 2:13-14. Pela fé Eliseu repetiu muito do que Elias fizera, multiplicando o azeite de uma viúva -2 Reis 4:1-7- e ressuscitando mortos -2 Reis 4:32-37-, mas também curou leprosos -2 Reis 5:1-6, 9-10, 15-17- e fez a cabeça de um machado flutuar nas águas -2 Reis 6:1-7-, mas o mais assombroso da história de Eliseu está no fato de, mesmo morto, seu corpo ter sido capaz de ressuscitar outro morto -2 Reis 13:20-21-. Elias foi assunto aos céus antes de morrer, Eliseu, mesmo em morte, trouxe a vida, também não se sabe o que aconteceu com o corpo de Moisés, não se sabe nem se de fato morreu. Pessoas cuja fé é do tamanho de um grão de mostarda são realmente especiais, Deus as honra grandemente e, através delas, revela Seu poder, por que? Porque essas pessoas realmente acreditam no Seu poder. Nós pouquíssimo cremos, por isso Ele não revelará uma fração de Sua força através de nós.
Qual o segredo desses grandes heróis da fé? Não foram semi-deuses, como costumamos pensar, foram homens comuns em termos de constituição e fraquezas, mas eles tinham fé, como já disse. Porém essa fé não veio do nada, não era algo inato em sua alma, eles não nasceram crendo tanto quanto criam, mas houve todo um processo para chegarem onde chegaram: eles reconheceram a sua inferioridade perante Deus, como Moisés, quando tapou os olhos diante da face do Senhor, eles reconheceram sua dependência do Criador e desenvolveram um relacionamento verdadeiro com Ele, vivendo em busca de Sua presença e dedicando tudo o que eram e tinham para o serviço do Senhor - sua carne, suas vontades, nada disso falava mais alto do que os planos de Deus em suas vidas. A comunhão produziu temor, o temor produziu obediência e a obediência ampliou a fé - e foi ampliada por ela. Se nós deixamos Deus em último lugar na nossa vida, não honrando-O como Lhe é devido, então não reconhecemos nossa inferioridade e dependência dEle, não procuramos viver em comunhão com a Sua pessoa, pois não O tememos, o que culmina em desobediência e numa fé medíocre - nem ao menos confiamos que, servindo a Deus, Ele nos suprirá plenamente -Mateus 6:25-34. Se não somos o que Deus quer, se O desvalorizamos, então é impossível crermos de fato nEle. O primeiro passo para uma vida de real fé no Criador está na submissão, na entrega, na comunhão com Ele, santificando-se e buscando agradá-Lo, o que falta vem como conseqüência -Mateus 6:33- e é nisso que Josué se apegou para fazer o que fez, vide Josué 1:7-9:
"Tão-somente esforça-te e tem mui bom ânimo, para teres o cuidado de fazer conforme a toda a lei que meu servo Moisés te ordenou; dela não te desvies, nem para a direita nem para a esquerda, para que prudentemente te conduzas por onde quer que andares.
Não se aparte da tua boca o livro desta lei; antes medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer conforme a tudo quanto nele está escrito; porque então farás prosperar o teu caminho, e serás bem sucedido.
Não to mandei eu? Esforça-te, e tem bom ânimo; não temas, nem te espantes; porque o SENHOR teu Deus é contigo, por onde quer que andares."
A conclusão mais óbvia que se pode ter com essa postagem é que a igreja de nossos dias só está como está porque não crê verdadeiramente em Deus - e não crê de fato porque os crentes não mais reconhecem sua posição delicada e miserável perante o Criador e a necessidade de mudarem de vida, de se entregarem por completo ao Eu Sou. Não há mais uma busca por comunhão com Deus, por uma vida com Ele, mas, sim, pelo êxtase que Ele pode proporcionar na hora do culto. Não, não cremos verdadeiramente nEle, pois se acreditássemos, O temeríamos e O buscaríamos em primeiro lugar, se acreditássemos não teríamos dúvidas quanto ao tamanho do Seu poder. "Crer", é isso que nos falta! "Crer" não é algo que se valida apenas pelas palavras de nossa boca, mas pelo que sentimos em nosso coração e pelos nossos atos: não adianta falarmos que cremos, quando há dúvida em nosso ser e quando fazemos exatamente o oposto do que deveríamos. Por isso que a igreja de nossos dias está cada vez mais cheia de descrentes, que vão na onda dos apelos para conversão, sem conhecerem de fato a Deus e a Sua proposta, "aceitando-O" na emoção e afirmando crer quando, no fundo, não têm certeza disso, por isso a entrega é superficial e inválida, por isso não há transformação, por isso a corrupção e a perversidade se alastram nos templos, tomados, cada vez mais, por ímpios travestidos de justos - uns por ignorância e outros por malícia. Dos cristãos, pouquíssimos realmente creem, pouquíssimos!! Logo, parece-me viável dizer que um pequeníssima fração dos que se dizem cristãos são, de fato, filhos de Deus. Lembre-se: Deus nos leva à sério, como ocorreu com Zacarias, que, duvidando da promessa de Deus, ficou mudo por um bom tempo -Lucas 1:11-20. "Crentes", voltemos a crer!! Esse é o meu apelo.
Natanael Castoldi
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