Meu pai, Armando Castoldi, de quem me orgulho, está escrevendo artigos cada vez mais profundos e tocantes. Os últimos fizeram, confesso, meu coração palpitar, compreendendo uma mensagem bem forte e pertinente, exposta com uma simplicidade genial. Eu quero te convidar a ler o que segue e repensar, se for cristão, no teu cristianismo e, se não for, na tua conduta incrédula. Boa leitura.
A HONRA, NA CONFUSÃO DAS PALAVRAS
Por: Pr. Armando Castoldi
29/09/2011
No meu velho Dicionário de Língua Portuguesa LISA, editado no longínquo ano de 1974 a palavra honra possuía o seguinte significado: “Sentimento de dever, ou de dignidade própria; probidade; virtude; glória; culto; graça; dignidade; castidade; virgindade; título honorífico; honraria”. Honra era uma palavra forte e indispensável. Honra significava a pedra fundamental da boa cidadania.
Foi debaixo do peso dessa palavra que aprendi desde criança a pensar duas vezes antes de fazer uma besteira. Lembro-me que de tudo quanto vinha embutido nos sermões do meu pai uma advertência inevitavelmente repetida era: Nunca desonre o nome da tua família. Isso para mim era algo forte; algo que eu deveria observar como um mandamento sagrado. E era!
Porém, olhando para essa definição com os olhos da presente geração, não é de estranhar que essa palavra seja mais uma das tantas que vem sendo eliminadas do nosso vocabulário e quando usada sabe-se lá o que quer significar. Ora, no senso comum de nossos dias, o que sobraria dessa definição? Em muitos aspectos aquilo que era tido por honra hoje soa como ridículo, ultrapassado ou até mesmo vergonhoso. Sentimento de dever? Dignidade própria? Probidade? Virtude? Glória? Dignidade? Culto? Graça? Castidade??? Virgindade??? Será que tudo isso ainda tem a ver com honra? Mas é exatamente tudo isso que a palavra honra deveria significar.
Confesso que tenho andado contrariado ultimamente porque para transmitir algum conceito eu preciso da ajuda das palavras. Como somente podemos fazer cálculos matemáticos por que cada número ou símbolo tem seu valor e significado exatos, assim também a comunicação de conceitos exige uma padronização da linguagem. É uma lei que vale para todas as esferas do conhecimento. Porém, quando as palavras já não significam aquilo que deveriam significar, então perdemos com o significado, o senso de responsabilidade que elas deveriam nos impor. Quero colocar alguns exemplos: Quando a Bíblia diz que devemos honrar a Deus, está implícito que só a Ele devemos glorificar e prestar culto; Quando dizemos que um político deve ser um homem honrado, está implícito que ele deve agir com probidade, que deve estar imbuído de um senso de dever para com aqueles a quem representa; se digo à minha filha que ela deve ser uma moça honrada, ela felizmente compreende que isso tem a ver com graça, dignidade, castidade, virgindade.
Alguém dirá: Ah! Mas as palavras com o tempo mudam de sentido. Sim, isso é possível, mas não se trata somente de palavras em si, mas do conteúdo que elas carregam. Se encontrarmos outra palavra para transmitir de maneira suficientemente forte o mesmo conteúdo, tudo bem. Mas o problema é que com perda do sentido da palavra honra, vai se perdendo junto a própria honra! Vou colocar alguns exemplos: Os velhos se sentem desonrados pelos jovens, mas muitas vezes são eles que desonram a si mesmos com uma conduta inadequada à sua idade; os pais se sentem desonrados pelos filhos, mas muitas vezes são eles que desonram os filhos com uma vida irresponsável e promíscua; as autoridades se sentem desonradas pelos cidadãos, mas elas mesmas desonram o cargo que ocupam com sua falta de probidade e senso de dever; Muitos líderes religiosos se sentem desonrados pelos seus fiéis, mas que modelo de honra transmitem? É lógico que há exceções, mas não há como negar que estamos a caminho de uma nova Babel, onde na busca de uma falsa honra própria, acabamos todos confundidos por uma linguagem vazia de sentido, como sinos badalando ao acaso.
Prezado leitor: Há dois livros que precisam voltar para a cabeceira da nossa cama: a Bíblia e um bom dicionário, este, tão antigo quanto, se possível! Juntos, eles nos ajudarão a recolocar a honra em seu devido lugar: “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. O segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo” – Mateus 22.37-39.
JESUS, A OPÇÃO DA VIDA!
TRANSFORMAR A SOCIEDADE?
Por: Pr. Armando Castoldi
24/09/2011
Tenho notado nos últimos tempos que essa frase ou esse tema tem se tornado cada vez mais popular. Qualquer produção artística, por mais bizarra que seja a sua mensagem, tem como finalidade “transformar a sociedade”. Os partidos políticos, sem exceção, usam o mesmo discurso. A mídia, que no mesmo propósito lança campanhas contra a exploração sexual, a pedofilia e o abuso de crianças, impregna de sensualidade as suas programações. O governo federal, no discurso de “reduzir a violência”, desarma o cidadão de bem e deixa as armas nas mãos dos delinquentes. Ironicamente, tudo é feito com o fim de “transformar a sociedade”. Ora, transformar como? Transformar no quê? Onde estão os critérios? Onde estão as referências? Como poderemos abolir preconceitos, se já não queremos falar em conceitos?
Terminei de ler nesta semana o livro “Teologia do Antigo Testamento”, de Ralph L. Smith, publicado pela editora Vida Nova e, me chamou atenção a abordagem que o autor faz sobre a questão do pecado. Coloco abaixo algumas citações extraídas do referido livro: (Pgs. 264-270)
“Em si, a palavra “pecado”, que parece ter desaparecido, era uma palavra orgulhosa. Era uma palavra forte, ameaçadora e séria. Descrevia um ponto central do plano de vida e do estilo de vida de todo ser humano civilizado. Mas a palavra foi embora. Desapareceu quase totalmente – a palavra e a noção”.
“No Antigo Testamento, o pecado é erro, fracasso, rebelião contra Deus. É desobediência, tolice, infidelidade, ganância, opressão, violência, orgulho,imoralidade. Pecado é fazer coisas erradas, agir mal e mal em si”.
“Além dos termos hebraicos formais e técnicos referentes ao pecado, os profetas hebreus fizeram uso de toda a sua experiência e vocabulário para mostrar a Israel o alcance da sua falta de retidão. Na linguagem da lavadeira, eles estavam imundos e precisavam ser limpos ( Jr. 2.22); na linguagem do médico, estavam desesperadamente doentes e careciam da cura de Deus (Is. 1.5,6); na expressão do pastor, Israel era uma ovelha perdida, que se desgarrara do aprisco ((Jr. 23.3); na linguagem do agricultor, eles eram como trigo cheio de palha, que Deus iria peneirar (Am. 9.9); para o que trabalhava nas minas, eles estavam cheios de impurezas e precisavam ser refinados na fornalha (Ez. 22.18-19); na linguagem do construtor, Israel era uma parede torta (Am.7.8); na linguagem doméstica, eles eram um chão sujo que seria varrido (Is. 14.23); na linguagem do oleiro, eram barro com pedras (Jr. 18.1-4); no jargão do mercado, eles tinham sido vendidos como escravos por causa das suas iniqüidades e transgressões (Is. 50.1).”
“É da natureza do pecado não atingir um alvo; pecado é o natural do que é tortuoso, em comparação com o que é reto; é o natural do que é irregular, em comparação com o que é nivelado; é o natural do que é sujo, em comparação com o que é limpo”.
Prezado leitor: Se queremos reverter o caminho suicida no qual estamos enveredando, precisamos desesperadamente, como indivíduos e como sociedade, rever nossos conceitos e conduta. Precisamos compreender que tudo aquilo que erra o alvo, tudo aquilo que dói, corrói e destrói é pecado sim, e que “O salário do pecado é a morte” – Romanos 3.23. Não é eliminando palavras que iremos mudar os fatos. Uma sociedade somente poderá ser verdadeiramente e positivamente transformada quando individual e coletivamente, dermos as costas ao pecado e retornamos para Deus. Num tempo de alarmante corrupção Deus disse à nação de Israel: “Se o meu povo, que se chama pelo me nome, se humilhar, e orar, e me buscar, e se converter dos seus maus caminhos, então, eu ouvirei dos céus, perdoarei os seus pecados e sararei a sua terra” – 2 Crônicas 7.14. Portanto, ainda há esperança!
JESUS, A OPÇÃO DA VIDA!
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