O título dessa postagem foi o melhor que encontrei para nominar de modo coerente a compilação de dois dos últimos artigos do meu pai, Armando Castoldi, que tratam de um assunto em comum e muitíssimo relevante para os dias de incerteza nos quais estamos imersos: queda, corrupção, ruína. Sim, a humanidade está ruindo. Os seguintes artigos bastam-se para uma compreensão mais ampla dessa realidade.
Natanael Castoldi
ENGANOS DA CONSCIÊNCIA
Que o ser humano necessita de limites, não precisamos argumentar. A nossa saúde psicológica depende de uma avaliação honesta que fazemos de nós mesmos. Ainda que talvez fora de moda, a grande maioria das pessoas continua fazendo seu exame de consciência para continuar se sentindo bem consigo mesma. Mas a questão é: O que nos fala a consciência? Podemos apelar para a consciência como se fosse um “deus interior”? Não, pois normalmente o que forma a consciência são as leis morais aceitas pelo senso comum do seu próprio tempo.
A não ser aqueles que estabelecem para si mesmo um padrão mais elevado, a grande maioria das pessoas se contenta em viver o padrão comum e, de preferência apenas num nível médio: -se sou melhor que alguns e pior que outros, está tudo bem comigo! O problema é que essa forma de pensar acaba sempre afrouxando o padrão. Aos poucos, sem que nos damos conta, mudaram-se os conceitos. Então, dentro do novo padrão a tendência é descer mais um pouco. Num mundo decaído, não há qualquer possibilidade que mudanças “naturais” de comportamento criem um padrão mais elevado. Se eu deixo de limpar o jardim, logo as ervas daninhas tomam conta. É assim!
Se de tempos em tempos não houver algum evento impactante como uma guerra, uma grande catástrofe natural, alguma epidemia de grandes proporções, ou um avivamento de fé, o espaço entre os absolutos, entre o certo e o errado, entre o bem e o mal, vão se distanciando tanto, que acabarão se tornando tão difusos como quando ao andar numa grande planície, já não conseguimos mais distinguir as montanhas ao fundo do próprio horizonte. Nesse ponto, será difícil apelar para as consciências. Aos poucos, sem perceber caímos todos ou quase todos, num sono tão profundo que quando acordamos, sonho e realidade se misturam de tal modo que já não conseguimos mais lembrar quem de fato éramos antes de dormir.
Estamos hoje vivendo esse momento estranho, como se estivéssemos caminhando numa interminável planície cuja extensão vai além dos próprios limites do horizonte. Adiante de nós, por tanto tempo quanto tivermos tempo de andar, independentemente da direção que tomarmos, tudo será sempre uma grande e interminável planície. Temores e assombros, já não existem. E, ainda que a lógica mais elementar iria pensar na dor, na velhice, na morte, nada disso mais nos afetará, porque simplesmente permitimos que nossas consciências alargassem tanto o horizonte, que a própria morte é vista apenas uma extensão natural dessa planície imaginária - nem será um salto, apenas mais passo!
A pessoa mais simples compreenderia que a vida não pode ser assim. Entretanto, é ridicularizado aquele que fala das montanhas e dos abismos. Contudo, eu continuarei falando. Às vezes eu afrouxo um pouco o discurso. Procuro alguma forma mais amena, mais poética, mais divertida de dizer as coisas; tento enfim abrir alguma janela por onde o “Sol da justiça” possa penetrar com Sua luz. Contudo, Deus não poderá falar a consciências endurecidas.
Prezado leitor: A Bíblia não deixa qualquer dúvida: “Assim como aos homens está ordenado morrer uma só vez, vindo, depois disto o juízo, assim também Cristo, tendo-se oferecido uma vez para sempre para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o aguardam para a salvação” – Hebreus.9.27-28. Seja pelas montanhas do sofrimento, seja pelo abismo da morte, ou seja pela vinda de Jesus, entenda que a vasta planície que talvez você vislumbra diante dos seus olhos, é apenas uma ilusão. Se for este o seu caso, meu sincero desejo é você possa acordar desse sono com a clara consciência de sua condição e venha se juntar àqueles que, crendo em Jesus, “aguardam para a salvação”.
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CORRUPÇÃO
Como já tenho falado em crônicas anteriores, vivemos hoje um tempo de desconstrução sem precedentes. Sabemos que a História é dinâmica; sabemos que cada geração busca construir seu próprio modo de vida, porém o homem é parte de um sistema que obedece leis. O mundo é um sistema fechado: ou funciona como deve funcionar ou então entrará fatalmente num processo de autodestruição. Por isso, há limites críticos que não devemos ultrapassar!
Como um sistema fechado, tudo aquilo que existe no mundo, seja no plano que for, funciona através da interdependência: a folha que cai da árvore é decomposta pelos microorganismos do solo, que a transformam em alimento para as minhocas, que produzem o húmus, que é absorvido pela raiz, que produz a seiva, que alimenta a árvore, que gera novas folhas, que realizam a fotossíntese e depois também caem. Quando um desses elementos falha ou é retirado, todo o processo é comprometido e, o comprometimento do processo vai gradualmente desativando o processo todo, até que o próprio sistema morre.
Ora, isso não é nenhuma novidade, porém é exatamente por ser algo que todos podem compreender, que as grandes verdades ensinadas por Jesus tiveram como ilustração esses aspectos óbvios da criação. Seus ensinos envolveram os processos naturais exatamente para demonstrar que o mesmo Deus que governa o mundo físico governa também o mundo espiritual. Portanto, assim como a quebra das leis físicas corrompe e destrói a natureza, a quebra das leis espirituais corrompe e destrói o homem.
O que é portanto a corrupção? É tudo aquilo que faz decair as coisas do seu estado ou função original, transformando uma força criativa numa força destrutiva. Veja porém que a corrupção não é elemento definível em si mesma e nem age por si mesma. A corrupção somente se manifesta quando houver algum elemento que a desencadeie. No mundo físico esses elementos são chamados de fungos, bactérias, vírus e até mesmo ervas “daninhas”. No mundo espiritual esse elemento se chama pecado, em suas mais variadas manifestações. Tanto no mundo físico quanto no mundo espiritual, esses fatores que geram a morte estão latentes, mas podem ser controlados. Porém, quando o controle não é exercido, eles espontaneamente entram em ação, chegando a um ponto que seu poder destrutivo se tornará incontrolável: “E, por se multiplicar a iniqüidade, o amor se esfriará de quase todos. Aquele, porém, que perseverar até o fim, esse será salvo. E será pregado este evangelho do reino por todo o mundo, para testemunho a todas as nações. Então virá o fim” – Mateus 24.12-14.
Ora, quando já é difícil encontrar pessoas honestas nos poderes constituídos, quando já é difícil encontrar um casal que se respeite, quando já é difícil encontrar uma criança bem educada, quando já é difícil encontrar jovens que tenham um namoro saudável, quando é difícil encontrar alguém que não esteja dependente de remédios para dormir ou acordar, quando já é difícil encontrar alguém que não tenha sido contaminado pela pornografia, quando o sexo natural começa ser visto como algo ultrapassado; quando o fascínio pelo ocultismo, pela violência, pelo sinistro, pelo bizarro domina a mente das novas gerações; quando a sociedade como um todo vai perdendo o pudor e a vergonha, quando as leis protegem mais os delinqüentes do que os cidadãos de bem, quando o amor por animais e árvores começa a ser mais forte do que o amor pelo próximo, quando o conceito de Deus é reduzido à mera projeção da mente humana, quando enfim tudo isso salta aos olhos, o que dizer: Que está tudo bem? Que somos bonzinhos? Que estamos saudáveis?
Prezado leitor: Num mundo interdependente e assim corrompido, todos pagarão a conta. Há porém dois modos imensuravelmente diferentes de fazê-lo: “Quem quiser, pois, salvar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a vida por causa de mim e do Evangelho, salvá-la-á” – Marcos 8.35.
JESUS, A OPÇÃO DA VIDA!
Armando Castoldi
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