De fato, não seguimos fábulas engenhosamente inventadas, quando lhes falamos a respeito do poder e da vinda de nosso Senhor Jesus Cristo; pelo contrário, nós fomos testemunhas oculares da sua majestade. 2 Pedro 1:16

domingo, 13 de novembro de 2011

Evidente

Volta e meia me deparo com o anseio de escrever sobre assuntos polêmicos e incertos, o que, confesso, produz em mim grande anseio, porém, como este ano, em especial, tenho usado para desbravar o universo do conhecimento teológico, deparar-me com questões problemáticas é inevitável e eu, que tenho alguns problemas em conviver com a dúvida, coisa que com a qual tenho aprendido a lidar -"Está em oculto"-, não consigo fugir do desafio de enfrentá-los e, sem temer, talvez até ousadamente demais, o faço. O que segue nessa postagem trata-se de um aprofundamento de conceitos já bem desenvolvidos nesse blog, mas, como já faz tempo que não falo do assunto, meu pensamento se desenvolveu e estudei o Novo Testamento, creio que seja interessante dar uma resposta mais conclusiva - falo de predestinação e perseverança na salvação, coisa bem fundamentada nas postagens "Anticristianismo cristão", "Pedindo pra morrer" e "Ímpio justo?".
Nos últimos meses, principalmente depois da últimas postagens, um conceito tem se fortalecido em mim e no qual me baseio para desenvolver meus pensamentos teológicos: o cristianismo é o apogeu de toda a lógica, razão e verdade, pois na profundidade de todo o pensamento e conhecimento, Deus é inescapável. Sei que a simples observação da natureza criada não só mostra que Deus existe, mas deixa escancarado todo o Seu poder e padrão moral, a natureza evidencia o Deus cristão, como você pode ler em "Inescapável". Ora, se Deus é logicamente inescapável, se o cristianismo é totalmente viável, lógico, óbvio, bem alicerçado na razão, então por que temer desenvolver conceitos teológicos segundo o que meu pensamento conceber como a questão mais lógica, razoável? Se o meu pensamento estiver baseado em genuína razão, certamente não estará indo contra a verdade bíblica. O que quero dizer, leitor, é que, havendo questões problemáticas dentro da fé cristã, como o assunto que seguirá, parece-me que o caminho mais coerente é resolvê-lo pelo crivo da mais pura lógica, pelo crivo daquilo que se observa, que se percebe nesse mundo já que, convenhamos, a Bíblia, sendo a verdade, nunca irá negar as realidades. Com isso não quero dizer que a razão deve ser colocada antes das Escrituras como autoridade sobre nós, até porque isso é impossível, já que a plenitude da razão está na Palavra, quero, sim, dizer que é viável, após fundamentar-se bem na Bíblia, utilizando-a como mecanismo máximo para se compreender o mundo, encontrar, através da lógica, que ela tão bem nos ensina a usar, as peças que faltam - ou melhor, que não faltam, apenas são difíceis de encontrar. Não, não creio que existam paradoxos na Palavra.
Valendo-se desse raciocínio, o que me parece mais óbvio, concebendo um Deus perfeito em amor -1 João 4:16- e justiça -Salmos 7:9-,  o que se percebe pela análise da criação e leitura das Escrituras, é que Deus não selecionou uns poucos para a salvação, pois Seu amor pleno, podendo permitir a salvação a todos, não O faria reduzir a oportunidade à alguns e, também, a Sua justiça, perfeita, não pode abrir excessões: seria justo destruir toda a humanidade, mas, havendo a justa oportunidade de reconciliação com O Pai, tornar-se-ia injusto que, num mundo inteiro de pessoas igualmente caídas, apenas uma parcela dos iguais pudesse chegar-se ao Pai, enquanto todo o restante, sem chance alguma, fosse condenado eternamente. Isso não combina com um Deus relacional e motivado para reconstruir a humanidade perdida com a Queda. Não quero dizer que a predestinação incondicional não possa ser a verdade, pois, também, não parece-me tão distante a possibilidade de Deus ter escolhido alguns para salvar e recomeçar a humanidade perdida, enviando servos Seus para a procura destes, mas quero deixar claro que, numa análise de questões inquestionáveis, enquadra-se bem melhor a idéia da livre escolha e de uma oportunidade universal de salvação, que é o que prega João 3:16. Esse primeiro ponto se conclui assim: se duas questões avessas entram em atrito, aparentando paradoxo, o meu crivo em prol do desempate, que é a lógica, a razão fundada sobre conceitos invioláveis, como os atributos de Deus, é ferramenta viável e segura. Ora, havendo versículos determinantes sobre duas realidades opostas -predestinação ou livre arbítrio-, mas ambos passíveis de interpretação, me sinto bem mais seguro em interpretar os relativos a predestinação à luz do livre arbítrio, já que do lado deste há todo o peso da lógica, da razão. Se temos um Deus que dá liberdade porque nos ama plenamente, além de ser justo, então a percepção mais óbvia está na verdade de que temos o direito ou não de escolhê-Lo - que TODOS têm esse direito. Só estamos nesse mundo para termos a oportunidade de escolher! Mateus 7:13-14. É claro que alguns têm menos oportunidade de conhecer O Pai, mas Deus, sabendo disso e justo como É, não lhes cobra além da sua pequena medida - Lucas 12:48; Romanos 2:11-16 e 14:12.
Nessa questão me dou o direito de repetir aquilo que já falei outrora, vide a postagem "A Razão": o livre arbítrio, aquele no qual você realmente escolhe se quer ou não ser de Deus - não o falso, que alguns ainda ousam chamar de liberdade, no qual você é predestinado a ser salvo ou não e, independendo de sua vontade, Deus te faz querê-Lo e, para os que Ele não o faz, não há chance nenhuma de virem a conhecê-Lo, porque Ele não quer, o que me soa muito estranho -, o real livre arbítrio, baseado pura e simplesmente em escolha sem manipulação, sem teatro, parece-me um dos pontos-chave para uma compreensão sóbria do cristianismo. Por que estaríamos aqui hoje, nesse mundo, sofrendo e sendo testados, se o veredicto já foi dado? Por que a Bíblia existe para nos orientar à salvação, se ela vem independentemente de nossa vontade e se desenvolve sem o nosso aval? O sacrifício de Cristo é representativo num universo onde as pessoas já estão predestinadas à salvação desde antes da fundação do mundo, independendo de qualquer coisa?! Ora, como podemos entender as motivações das ações de Deus nesse mundo sem tomarmos ciência da liberdade imensa que temos, aquela que, por sinal, derrubou-nos no Éden? A liberdade de escolha é uma verdade bíblica massivamente apresentada ao longo de TODA a Palavra; Deus, justo juiz, não seria plenamente justo se julgasse os seres humanos por algo que eles, predestinados a desagradá-Lo ou não, fizeram sem opção - estando tudo, de antemão, determinado. Veja bem: leis só servem para o reino dos livres, afim de pôr limites aos que têm opções de "ser ou não ser", já numa masmorra, onde os prisioneiros estão acorrentados à parede e nada podem fazer, nenhuma lei é necessária, pois eles não precisam de limites, já que limitação é tudo o que conhecem. Eles são obrigados a permanecer presos no mesmo metro quadrado, sem liberdade de escolha, sem alternativas e, logo, sem terem como quebrar lei alguma. Da mesma forma, havendo a Bíblia para nos auxiliar, parece-me que a liberdade plena é inescapável - se, independendo de nossa vontade, somos escolhidos e usados, predestinados a agradar à Deus, então nenhuma lei, nenhuma regra, nenhuma orientação é realmente necessária, pois tudo o que formos fazer, presos à obrigação, o é simplesmente por sermos predestinados para tal.
Nessa postagem não estou falando de "calvinismo" e "arminianismo", ou "teísmo aberto", não quero defender o pensamento de Armínio e julgar o pensamento de Agostinho, quero, simplesmente, compreender essas questões à luz da Bíblia, chegando o mais próximo possível do "cristianismo", a compreensão das coisas pela ótica de Cristo, que é Deus. O próximo tópico que abordarei acerca dessa questão se refere à textos que não nos trazem doutrina explícita e que, por isso, não são comumente lembrados quando discutimos o assunto dessa postagem, mas que, nas entrelinhas, no fundamento da questão, apresentam uma verdade eterna, que serviu de parâmetro para a ação de Deus em determinado evento e que, portanto, se aplica também a nós. Todo o Antigo Testamento se fundamenta em liberdade de escolha, já que vemos Israel constantemente se rebelando contra a Lei e se afastando de Deus - ora, é lógico que isso não era a vontade de Deus, não fazia parte dos Seus planos, mas, havendo livre arbítrio para os homens, foi um resultado da opção humana, logo, não havia uma "predestinação" inserida nesse contexto. Os Livros Proféticos são a maior prova de que Deus nos dá plena liberdade de escolhermos ou não por Ele, caso contrário, por que Ele irar-se-ia tanto com os filhos de Israel quando O entristeciam? Num contexto de predestinação para "ser ou não ser", a ira se torna de complicada natureza, pois aos que erram não há oportunidade para virem a acertar e aos que acertam, não há oportunidade para escolherem errar. Por que irar-se contra quem obrigamos a não fazer o que é correto? Ora, na predestinação há muitos que não podem escolher por Deus, porque não foram predestinados, permanecendo, então, sem opção, em seu estado de morte e maldade, distantes de qualquer chance de agradar à Deus, somente poderão desagradá-Lo e a ira por esse desagrado, inescapável, torna-se questionável. Agora, se analisarmos do ponto do livre arbítrio, então sim, a ira faz todo o sentido, porque tendo a opção de agradar à Deus, segundo a Sua vontade, os homens, livres, decidiram por ignorá-Lo, tratando-se, então, de uma ira legítima, fundamentada sobre uma culpa verdadeira, advinda de uma maldade real, produzida intencionalmente, não obrigatoriamente. Nos Livros Proféticos Deus também trabalha com condições, como vemos em Malaquias 2:2: "SE". Ora, condições indicam alternativas e alternativas indicam liberdade de escolha. De que adianta dar alternativas, se não houver liberdade? Dar a "liberdade" de o homem agradar à Deus quando ele é incapaz de fazê-lo é como oferecer uma jarra vazia e permitir que tua visita mate a sede. Permitir o impossível é o mesmo que não permitir - além disso, é irônico e me soa mais como maldade do que qualquer outra coisa. Parece-me que Deus só pode cobrar do homem aquilo que, de fato, o homem, em sua liberdade, fez ou deixou de fazer. A oportunidade de "ser" e "fazer" com base em liberdade é muito clara na Palavra - João 15:14.
O raciocínio que quero aplicar aqui é o seguinte: havendo um "paradoxo" no Novo Testamento acerca de predestinação incondicional e livre arbítrio, sabendo que os versículos de ambos os lados são passíveis de interpretação, posso recorrer a uma realidade explícita no Antigo Testamento, uma verdade eterna por detrás do contexto histórico, para desempatar. Se a liberdade de escolha é determinante no Velho Testamento, há grandes chances de continuar existindo no Novo Testamento. Dessa forma, interpreto os versículos mais usados em prol da predestinação à luz do livre arbítrio, decisivo em grande parte da narrativa bíblica. Vemos muito mais liberdade explícita e implícita na narrativa das Escrituras, do que imposição, indicando que o padrão de Deus prioriza o livre arbítrio e, como sabemos, Deus não muda, Ele É.
Até agora vimos que o livre arbítrio é uma opção bem mais viável e aceitável partindo do ponto da lógica e razão, da natureza e necessidade do cristianismo, segundo o padrão moral de Deus e com base nos conceitos que o Antigo Testamento nos mostra. Mas nada disso faz sentido se não entendermos alguns fundamentos da questão aqui tratada:

O primeiro ponto, a fundamentar a idéia de que somos predestinados, está na natureza do homem caído. Os adeptos dessa doutrina acreditam que o homem é tão naturalmente vil que jamais, em hipótese alguma, pode desejar algo bom, desejar Deus, pois seu coração é terrivelmente enganoso e inimigo dO Pai, havendo a necessidade de o Espírito Santo entrar, purificar e fazer renascer o espírito do indivíduo, para que, santificado, tenha uma genética espiritual apta a "escolher" por Deus. Portanto a única possibilidade, segundo eles, é que o novo nascimento aconteça antes da conversão, o que parece não combinar com a verdade bíblica. Eu simplesmente não consigo ver o homem caído dessa forma, para mim é um mito essa história de que o homem sem Deus é incapaz de fazer qualquer coisa boa, qualquer coisa nobre, é incapaz de optar pelo que é bom, pois, na prática, vemos incrédulos falando verdades, ajudando necessitados e morrendo em prol doutros - se a prática mostra isso, então a teoria está precipitada. O homem possui, numa região do cérebro, uma área onde estão inseridas as verdades morais, portanto todo o homem naturalmente sabe quando está fazendo algo certo ou errado e esse mecanismo, em nós colocado por Deus, é um incentivo às boas ações e, mais ainda, ao natural reconhecer de nossa postura incoerente, que faz gritar a nossa consciência. Isso pode servir de estímulo para o incrédulo procurar uma igreja, simplesmente porque a sua consciência gritou alto o suficiente para que, reconhecendo a sua conduta vil e mortal, busque uma solução. Aqui entra outra questão: o ser humano instintivamente busca a sobrevivência, logo, quando a vida está desmoronando, é natural que ele olhe para uma realidade oposta e deseje se inserir nela, portanto, quando o incrédulo está padecendo de infindáveis problemas, ver uma igreja alegre e a Bíblia como solução, é alternativa gritante. Vamos esclarecer um conceito: quando a Bíblia diz que o incrédulo não pode agradar à Deus, ela não diz que ele não pode fazer boas escolhas, simplesmente afirma a verdade lógica de que, distante dO Pai, nada do que fizer terá alguma valia para Ele, pois a salvação não é por obras. De todas as boas escolhas, a única escolha boa que o incrédulo pode fazer afim de agradar a Deus é aceitando-O como Senhor e Salvador - o detalhe é que, à partir do momento em que o incrédulo começa a fazer essa escolha, ele simplesmente deixa de ser incrédulo, concluindo-a na posição de um filho de Deus.
A realidade colocada acima é vastamente observada em nossos dias, até porque muitos incrédulos buscam uma igreja com as intenções erradas, procurando prosperidade e comodidade, idéia essa que o Espírito Santo não iria inserir na mente deles, pois Deus não mente -Tito 1:2-, o que mostra que, por conta, o homem que sofre pode olhar para uma igreja e passar a frequentá-la, com intenções boas ou ruins. O fato é que, mesmo sendo ruim a intenção inicial, Deus pode trabalhar aos poucos na vida do incrédulo através de outras pessoas ou da ação do Espírito Santo, não dentro do corpo, pois não o faria sem a vontade do indivíduo -Deus não "arromba portas", Apocalipse 3:20-, mas "cochichando" no seu ouvido, martelando a sua consciência, afim de fazê-lo compreender a realidade da Nova Aliança. O livre arbítrio prossegue como aquilo que mais perto está do que se observa e experimenta.
O segundo ponto que favorece a idéia da predestinação está no conceito de "tempo". O raciocínio dos defensores dessa idéia é de que Deus, sendo maior do que tudo, está acima do tempo e, sendo eterno, só pode ser atemporal. De fato, a questão do tempo é importantíssima, pois se Deus sabe todo o futuro, então o livre arbítrio inexiste, já que nada iremos fazer que já não esteja determinado, mas como o livre arbítrio é uma doutrina evidente na Palavra, então parece que as coisas futuras não estão determinadas, logo, são passíveis da influência do presente momento. A idéia de que Deus está acima do tempo é precipitada, pois parte do pressuposto de que o tempo é alguma coisa em si mesmo, algo criado, algo para se estar acima, mas não, o tempo não possui imagem, não é uma matéria nem energia, o tempo não é nada além de uma conseqüência e um causador da matéria e do espaço: ele existe quanto algo se movimenta, se desenvolve, e algo só se movimenta e desenvolve onde ele existe. Essa idéia me faz crer que Deus, existindo e se movendo, possui a realidade do tempo em Si mesmo - leia "Ad aeternum". De qualquer forma, se Deus é atemporal, a realidade não muda, o tempo não está totalmente pronto e visível do início ao fim, pois, independendo da atemporalidade de Deus, o universo material é temporal - o que aconteceu não existe mais para ser revisitado e o que acontecerá ainda não existe, pois não aconteceu para ser conhecido. Estar acima do tempo em Si mesmo não implica o pleno conhecimento futuro daquilo que está imerso no tempo, pois a matéria, na qual se desenvolve o tempo, não pode estar em "dois momentos ao mesmo tempo", logo, se toda a matéria do passado está no presente e ainda não chegou no futuro, nem passado e nem futuro podem ser visitados e o futuro prossegue desconhecido. As duas únicas formas de o futuro estar visível agora são: a existência de infindáveis dimensões de espaço e tempo, onde as coisas se repetem num eterno presente, ou se o tempo inteiro, do início ao fim, já aconteceu uma vez e agora está se repetindo novamente, traçando exatamente o mesmo caminho. Ambas opções parecem-me insanas, desnecessárias. Isso diminui a soberania de Deus? Não, pelo contrário, a idéia de que "Deus sabe o que vai acontecer no futuro" é que parece problemática, pois indica que o que acontecerá está determinado, fadado a acontecer, independentemente de Deus e que a Ele somente cabe "saber". Prefiro crer num Deus cuja vontade seja o grande determinante do futuro.
Aqui entramos noutro mérito dessa mesma questão: Deus sabe o futuro! É muito simples compreendermos isso ao entendermos que nada nesse universo é maior do que Ele, O Criador, e que, portanto, nada tem o poder de fazê-Lo fracassar. Se Ele quer fazer algo e tem isso como ponto determinante em Seu trabalho em prol da humanidade, então Ele automaticamente já sabe o futuro: o que Ele planeja acontecerá, pois Ele levantará pessoas, talvez nesse caso até escolherá alguns, promoverá eventos de todo o tipo, enviará anjos... em prol da consumação daquilo de que não abrirá mão. O Velho Testamento, mais uma vez, nos evidencia essa realidade: a Lei Mosaica, desenrolada em Êxodo, Levítico e Deuteronômio, era condicional, fonte de bênçãos aos obedientes e maldição aos desobedientes -Deuteronômio 30:19-, Deus estava dando a chance de Seu povo acertar ou errar, por isso Israel fracassou, porém outra importante aliança, a Abraâmica -Gênesis 12:1-3-, era incondicional, o que significa que, independentemente da liberdade de escolha do povo, O Pai trabalharia num plano irrevogável, Ele mesmo o realizaria por completo, sem a necessidade de aceitação ou rejeição humana, e foi exatamente o que Deus construiu de Abraão até Jesus, o ápice dessa aliança. Isso nos mostra que há coisas fundamentais para Deus dentro de Sua obra, afim de reconstruir a realidade perdida no Éden e, para tais, Ele mesmo trabalha para assegurar o sucesso, outro exemplo disso está na Segunda Volta de Cristo, que O Pai promoverá de uma forma ou de outra, independendo de qualquer fator, Ele sabe que isso acontecerá no futuro simplesmente porque Ele fará acontecer. Por sinal, 2 Pedro 3:9 dá a entender que o futuro realmente está em aberto, pois a volta de Cristo está sendo adiada em prol de uma maior disseminação de Seu nome. Outra questão sobre Deus saber o futuro é muito simples quando Ele é O Criador e, logo, conhecedor de todos os mecanismos de Sua criação, podendo prever as ações e reações daquilo que Ele conhece perfeitamente. Como conclusão dessa parte, com base na razão bíblica, ao lermos um versículo que fala da presciência de Deus, parece viável pensar nessa "presciência" como o conhecimento de algo que ainda não aconteceu, mas que o próprio Pai fará acontecer; de algo que ainda não aconteceu, mas que, conhecendo o funcionamento da criação, Deus sabe que acontecerá.
A próxima questão a ser abordada refere-se aos versículos que falam explicitamente sobre "predestinação". Ao longo de todo esse trabalho eu já lhe dei alguns parâmetros interessantes nos quais basear a tua interpretação dessas passagens e no ponto acima podemos tirar algumas lições importantes. O que farei na seqüência é aplicar o que tenho dito desde o começo:
Romanos 8:30
"E aos que predestinou a estes também chamou; e aos que chamou a estes também justificou; e aos que justificou a estes também glorificou."

Em primeiro lugar, "predestino" não significa algo derradeiro e final, mas parece uma vontade, um desejo, um anseio por fazer acontecer algo antes que de fato ele ocorra. Deus "predestina" ao desejar que sejamos salvos, mas é um "destino prévio", que irá se consolidar segundo a nossa vontade, já que da vontade de Deus já é desde O Princípio. Em resumo: você se converte, se entrega ao Pai, que, então, te predestina à salvação, mas, no processo, o teu destino final é opção tua. Deus é quem te predestina, te chama, te justifica, e te glorifica, Ele é quem tem tal poder, você não, mas ainda assim te cabe aceitar toda essa graça imerecida - aceitar é produto de livre escolha.
Deus "predestinou", sim. A "vontade prévia" de Deus ao criar o ser humano era a perfeição, o relacionamento, o homem, originalmente, é predestinado a ser como Ele. Antes da fundação do mundo Deus, quando planejava criar o homem, já o predestinava à perfeição nEle. Com base nesse raciocínio, toda a humanidade, antes da criação do mundo, fora predestinada à perfeição, TODA A HUMANIDADE. A humanidade foi quem Deus predestinou desde o princípio. Mas veja a ordem das coisas no versículo de Romanos: "predestinou"..."chamou". O "predestino" vem antes do "chamado", ou seja, antes de haver um chamado geral para a salvação, a humanidade fora predestinada à ela, havendo um nítido problema entre esses dois momentos, pois, se já há um "predestino", por que "chamar"? Se é um destino definido, não seria mais fácil deixar o tempo passar e a coisa se consumar naturalmente, como predito? Pois é, Deus predestinou a humanidade, que caiu, mas chamou-a de volta para si, Deus chamou toda a humanidade! É aqui que entra outro versículo bíblico, que completa em a idéia de Romanos, este, porém, dito por Jesus: "muitos são os chamados, mas poucos os escolhidos" -Mateus 22:14. Ora, se Deus chamou muitos, mas escolheu somente alguns, então o ato de escolha de Deus vem depois do ato de predestinar, já que vem depois do ato de chamar. Ele primeiro predestinou a humanidade inteira a ser como Ele, mas ela caiu, então Ele decidiu chamá-la novamente para Si, porém escolheu somente alguns dos que chamou. Repito: a escolha vem depois do predestino, dando a idéia de que, sendo a escolha um ato de seleção, o predestino não o foi, sendo, portanto, uma realidade universal. A questão é: quem Deus escolheu? Essa "escolha" não significa uma eleição incondicional? Não, não significa uma eleição incondicional, pois não parece haver motivos para chamar todos sabendo previamente quem deverá ser escolhido, pois se houve um chamado geral, então há uma oportunidade geral de escolha, caso contrário, seria mais efetivo chamar só os que seriam escolhidos. Por sinal, perceba a ordem das coisas nesse versículo: "chamados"..."escolhidos". O que isso indica? Ora, algo muito simples: Deus escolhe depois de chamar, não antes. Se a predestinação, da forma como é pregada, fosse a regra, então Ele primeiro escolheria e, somente depois, chamaria - porém não é assim que se lê. A lógica de todo esse raciocínio é muito simples: Deus chamou muitos, mas só escolheu aqueles que aceitaram, voluntariamente, a Sua proposta. Jesus, em Mateus 11:28-30, faz esse chamado ao dizer "vinde", mas, repare: Ele apenas chama, não obriga, Ele faz uma proposta que pode ou não ser aceita, que depende da vontade daquele que ouviu, resultando em dois destinos: serão escolhidos, achados em Cristo, os que ouvirem e responderem positivamente a esse chamado -Mateus 7:24- e condenados, lançados nas trevas, aqueles que, ouvindo, não derem bom retorno -Mateus 7:26.
Romanos 8:29
"Porque os que dantes conheceu também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos."

Todo o raciocínio anterior se aplica aqui, mas há algo que quero ressaltar: então fomos predestinados, antes da fundação do mundo escolhidos para sermos conforme a imagem de Cristo? Sim, de fato esse era o plano original da criação e agora é o plano final para a mesma. A mesma humanidade que fora, inicialmente, predestinada para a santidade em Deus, mas que perverteu-se, é a humanidade de hoje, que agora se vê predestinada a ser novamente como no princípio fora. Sim, como humanidade seremos refeitos segundo a imagem de Cristo, que é o plano original e final da Criação, quem aceita essa verdade, portanto, está concordando com esse predestino, esse "destino prévio", almejado antes do "destino real". De qualquer forma, o versículo acima não se refere à salvação, refere-se à formação da imagem de Cristo naqueles que conheceram a Deus -João 8:32-, o que é o "predestino" de todo aquele que se converte, que aceita o sacrifício e o senhorio de Jesus.
João 10:26-28
"Mas vós não credes porque não sois das minhas ovelhas, como já vo-lo tenho dito. As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu conheço-as, e elas me seguem; e dou-lhes a vida eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará da minha mão."

É óbvio que aquele que não crê em Deus não O escuta e que, quem crê e tem um relacionamento com Ele distingue a Sua voz. É óbvio que somente que segue Jesus pode ser considerado discípulo, cristão, e quem não o faz, não é dEle. Também é óbvio que nenhuma força maligna ou humana tem condições de competir com Deus quanto ao senhorio das "ovelhas", Deus jamais permitirá que um salteador entre no Seu aprisco para roubas as Suas ovelhas, aquelas que estão nEle e querem permanecer nessa situação. Mas aqui entra outra questão: é impossível que alguém entre no aprisco para roubar as ovelhas, mas é possível que a ovelha, tendo livre arbítrio, tome a iniciativa de sair dele - essa é a mesma realidade aplicada no Éden, quando Adão e Eva saíram do Jardim de Deus por vontade própria, após pecarem conhecendo a condenação. Esse texto não dá indícios de que trata de predestinação, de que homens escolhidos naturalmente atenderão ao chamado e irão ao encontro de Deus, o texto, na verdade, fala de uma realidade desenrolada depois do primeiro passo, tal é o entregar-se à Cristo, pois as ovelhas ali figuradas já habitam o aprisco de Jesus, não o escutam de longe para chegarem-se à Ele, mas, estando com Ele, O escutam de perto e O seguem num relacionamento de intimidade, tal desenvolvido com o tempo de vivência.
Os versículos acima podem ser melhor compreendidos à luz dos primeiros versos desse mesmo capítulo de João, que mostram as ovelhas já na segurança do aprisco, visitadas e guiadas pelo pastor. O versículo 3 apresenta uma realidade diferente do versículo 9, pois o primeiro trabalha com uma realidade de salvação estabelecida e o outro dá a entender que aqueles que estão seguros no verso 3 um dia tiveram de tomar a iniciativa do verso 9 e entrar no aprisco, ou seja: as ovelhas que no verso 3 conhecem bem O Pastor, O escutam e O seguem, um dia não O conheciam, não O ouviam e nem O seguiam, tendo que ter dado um passo determinante para chegarem no estágio de eterna segurança. Vale ressaltar que o verso 9 trabalha com uma condição, não uma predestinação, pois utiliza-se do "SE", indicando que aqueles que passaram a fazer parte do aprisco de Cristo o fizeram por livre vontade.

O texto anteriormente citado de Apocalipse 3:20 é derradeiro para compreender o texto de João - até porque, quem sabe, o João do Evangelho é o mesmo João de Apocalipse. Novamente falamos de "chamado". Jesus "caminha" entorno do mundo batendo todas as portas e chamando aqueles que habitam além delas, esperando que alguém O escute e O receba em sua casa. O texto de Apocalipse também é condicional, utilizando-se do "SE". Jesus chama a todos, mas escolhe quem, voluntariamente, lhe abre as portas. Jesus chama a todos, mas tem como ovelhas Suas apenas aqueles que atendem ao chamado e O seguem.
Romanos 9:21
"Ou não tem o oleiro poder sobre o barro, para da mesma massa fazer um vaso para honra e outro para desonra?"

Uma coisa é certa: tanto o cristão quanto o incrédulo foram criados por Deus. O ímpio, sendo como for, é criação de Deus e só existe porque Ele permite, assim como o justo. Talvez esse raciocínio ajude a compreender melhor esse texto. A questão é: como ser "vaso de honra"? Enchendo-se do único que agrada a Deus, Cristo. Como ser "vaso de ira"? Permanecendo cheio de si mesmo. De um lado está O Filho, que viverá eternamente com Deus, do outro está o homem carnal, fadado ao juízo. Sobre Jesus fora despejada a ira de Deus que caberia a nós, logo, aceitando-O, a ira dO Pai já não cairá sobre nós, pois caiu sobre Aquele que, então, passa a nos representa, porém, fora de Cristo, a ira de Deus impera, pois sem Jesus a dívida não está paga e o fogo infernal é o destino. Tanto o condenado quanto o salvo são obra do mesmo oleiro, mas um deixa-se trabalhar melhor pelo Pai, tornando-se o recipiente mais nobre da casa, usado para servir o vinho e a água pura, enquanto o outro, rebelde e mal trabalhado - isso por ter resistido -, servirá para levar restos de comida aos porcos e, quando desgastado, ser estilhaçado. Ora, o mesmo Paulo de Romanos é o de 2 Timóteo e esse mesmo Paulo repetiu a idéia dos "vasos" enquanto instruía seu seguidor, deixando mais claro esse conceito, vide o capítulo 2, versos 20-21:
"Ora, numa grande casa não somente há vasos de ouro e de prata, mas também de pau e de barro; uns para honra, outros, porém, para desonra. De sorte que, se alguém se purificar destas coisas, será vaso para honra, santificado e idôneo para uso do Senhor, e preparado para toda a boa obra."

Percebe? Mais uma vez aparece o "SE", indicando condição. No verso 19 Paulo exorta para Timóteo apartar-se de toda a iniquidade, pois, fazendo-o, tornar-se-ia um vaso de honra. Não me parece necessário falar mais muito sobre o assunto, pois você pode ligar essa idéia ao que já fora falado anteriormente.

Romanos 9:18
"Logo, pois, compadece-se de quem quer, e endurece a quem quer."

O contexto fala do Faraó que, no livro de Êxodo, tem o coração endurecido por Deus. A questão, porém, que temos que levar em conta é que Deus endureceu o coração do Faraó só à partir da Sexta Praga, ou seja, o Faraó endureceu seu próprio coração por cinco vezes, isso porque quis, então, só na sexta, Deus passou a endurecê-lo. É o conceito de Romanos 1:24: se o homem insiste em lutar contra Deus, fazendo constantemente o que Ele odeia, num dado instante O Pai larga-o a sua própria sorte, permitindo que faça o que tanto procura, pois, no final das contas, temos livro arbítrio. Gálatas 6:7 é claro: quem semeia morte, colherá morte!
Romanos 9:11-12
"Porque, não tendo eles ainda nascido, nem tendo feito bem ou mal (para que o propósito de Deus, segundo a eleição, ficasse firme, não por causa das obras, mas por aquele que chama), foi-lhe dito a ela: O maior servirá o menor."

Aqui entra a questão do plano irrevogável de Deus: Ele quer, Ele fará. De qualquer forma, esse texto fala uma verdade que eu nunca discuti: não podemos comprar Deus, suborná-Lo, como imperfeitos, nada do que formos como seres humanos carnais poderá nos levar ao Perfeito, como seres feitos de matéria caída, nada daquilo que sair naturalmente de nós será puro para O Pai. Isso tudo é graça de Deus, que recebemos dEle de maneira incondicional, não importa em que situação de depravação estivermos. De qualquer forma, o texto em questão não está falando de salvação, mas de uma profecia acerca da nação de Israel. Jacó não foi eleito para a salvação e Esaú para a morte, Deus apenas colocou Esaú numa situação de servidão em relação ao seu irmão.
De fato, não planejada escrever um texto exaustivo, como tem sido costume, mas meu raciocínio, que está se desenvolvendo enquanto escrevo, acabou delongando-se, mas como hoje pretendo resolver definitivamente, pelo menos para mim, a questão proposta, não temo demorar-me, já que isso certamente terá valia para a vida inteira. Espero que você também esteja nesse espírito e, por isso, te convido para prosseguirmos. Sigamos para os versículos decididamente pró-livre arbítrio.

João 1:29, João 3:16, 1 Timóteo 2:4 e 2 Pedro 3:9 deixam bem claro que o chamado para a salvação é para todos, para o mundo inteiro, não apenas para alguns poucos. Romanos 10:9 é decisivo: você não está salvo por predestinação divina, mas porque, com a tua boca, voluntariamente, confessou o senhorio de Cristo. Os versículos em questão geralmente são pouco usados na discussão do tema aqui desenvolvido e é esse um dos maiores problemas para a resolução desse assunto: versículos decisivos são ignorados. Outro versículo desse tipo que chamou-me a atenção está em Tito 1:6, que diz que é necessário que os bispos tenham filhos fiéis, ordem que não pode ser encaixada num universo de predestinação, no qual os pais não têm condição nenhuma de cooperar na salvação de seus filhos, sendo que são ou não salvos, porém, se isso está sendo pedido, então há plenas condições dos pais doutrinarem corretamente seus filhos para que venham a se converter - logo, não estão de antemão predestinados para a salvação ou condenação, isso é algo aberto.
Lendo Romanos, escrito pelo mesmo Paulo dos textos anteriores, encontrei uma passagem totalmente embasada na doutrina do livre arbítrio, que, de tão clara, me parece inescapável. Vejamos o que diz Romanos 11:19-24:
"Dirás, pois: Os ramos foram quebrados, para que eu fosse enxertado. Está bem; pela sua incredulidade foram quebrados, e tu estás em pé pela fé. Então não te ensoberbeças, mas teme. Porque, se Deus não poupou os ramos naturais, teme que não te poupe a ti também. Considera, pois, a bondade e a severidade de Deus: para com os que caíram, severidade; mas para contigo, benignidade, se permaneceres na sua benignidade; de outra maneira também tu serás cortado. E também eles, se não permanecerem na incredulidade, serão enxertados; porque poderoso é Deus para os tornar a enxertar. Porque, se tu foste cortado do natural zambujeiro e, contra a natureza, enxertado na boa oliveira, quanto mais esses, que são naturais, serão enxertados na sua própria oliveira!"
O contexto histórico não é necessário aqui, pois a verdade eterna por detrás de qualquer interpretação é evidente e derradeira: aquele que permanece em Deus, não permanecendo na incredulidade, será salvo. Ora, "permanecer" é um verbo que designa continuidade, vontade! De qualquer forma, a idéia de enxerto é bem clara: é possível que aqueles que estão em Cristo uma vez sejam cortados e lançados fora, mas, de modo condicional, acabem sendo novamente colocados na árvore, enxertados. Estamos tratando, então, de perda da salvação, mas um retorno à realidade salvífica. Esse texto me lembra de João 15:1-11, que nos trata, sendo cristãos, como ramos ligados à Cristo, a Videira, mas que, uma vez improdutivos, seremos cortados e aniquilados, porque deixamos de receber a seiva de Cristo em nossas folhas, bloqueados pelo pecado. Esse texto fala muito sobre permanência na Videira, o que exige esforço e atitude voluntária. O defensor da predestinação irá dizer que "os ramos cortados na verdade nunca foram ramos ligados à Videira", mas isso atenta contra o que está explícito no texto! Os que foram -são- cortados, só o foram porque estavam ligados à Videira, pois se não estivessem, não seriam cortados, porque isso seria desnecessário - eles definitivamente saíram de uma situação de liga com Cristo para uma de fogo eterno. O mesmo raciocínio é válido para Hebreus 6:4-6 e 10:25-27; 2 Pedro 2:20-22; 1 Timóteo 5:8, 12, 15, 6:10 e 21; 2 Timóteo 2:5, 18, 25-26 e 4:10. É evidente que quando alguém se desvia, sai de uma realidade boa e ruma uma realidade péssima - se na verdade ele nunca esteve salvo, então não se desviou, pois nunca saiu de uma realidade para outra. Não se pode resistir ao evidente.
Hebreus e Timóteo são cartas cheias de apelos para perseverança, conceito que, por si mesmo, já evidencia a realidade que a salvação pode ser perdida, porque se não pudesse, seria totalmente desnecessário trabalhar essa questão. Se é necessário perseverar, então é possível, deixando de perseverar, desviar-se, segundo o que se leu no parágrafo anterior. 1 Timóteo 4:16: "Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina. Persevera nestas coisas; porque, fazendo isto, te salvarás, tanto a ti mesmo como aos que te ouvem."

Leitor, para não me delongar mais nessa que, certamente, é uma das maiores postagens desse blog, vou encerrar por aqui, esperando que todo esse trabalho tenha te servido de alguma coisa, solucionado uma questão que, por ventura, estivesse te incomodando. Desde então peço perdão se fui precipitado ou falei besteira nalguma questão, pois não é minha intenção, já que quero, antes de tudo, esclarecer, nobremente, a verdade que me foi colocada. Creio ter chegado a uma conclusão decisiva e que, pelo menos para mim, tranquiliza, não me fazendo crer mais, mas respondendo uma questão intrigante e com a qual não consigo conviver facilmente. Também quero deixar claro que é possível que a idéia que rebati nesse estudo seja a verdade, porém parece-me que Deus, deixando essa parte da verdade em mistério, não espera que tenhamos uma opinião correta sobre a questão, mas que nos posicionemos segundo a melhor compreensão que tivermos. Hoje, mais do que nunca, eu compreendi e, estando certo ou errado, me sinto imerso em grande paz para expôr a minha opinião, que é, segundo a minha sinceridade, o mais bíblica possível, entendo que a Bíblia está, em tudo, de acordo com a mais pura e profunda lógica.
Natanael Castoldi

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