De fato, não seguimos fábulas engenhosamente inventadas, quando lhes falamos a respeito do poder e da vinda de nosso Senhor Jesus Cristo; pelo contrário, nós fomos testemunhas oculares da sua majestade. 2 Pedro 1:16

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Geração "Y"

Como ver a juventude de hoje me desanima, me entristece... às vezes, confesso, tenho que segurar a repulsa. Não consigo me enquadrar com os "coloridos", com homens usando calças femininas, me enojo com os "bombadinhos", que só falta saírem de sunga pra "caçar meninas". A maioria simplesmente não pensa, segue instintos, famosos ou modas, e o mundo está sendo entregue nas mãos destes. A minha geração, que ainda teve uma boa infância, quando se estimulava a criatividade e havia menos frescuras, está mergulhada no caos... e esse mundo, certamente, entrará em colapso nas mãos da geração seguinte, que já nasceu escravizando os pais.

Não há mais contato algum com a morte, nem a dos animais de estimação, não há mais roupas ou músicas infantis e os filmes perderam o sentido... As crianças não podem ver algo relativamente assustador, mas podem ver pornografia no Carnaval! Ou seja, coisas que fortaleciam e formavam o indivíduo foram trocadas por futilidades e perdição... O mundo está se perdendo e, muito mais dessa forma do que nas questões climáticas.

Segue um magnífico artigo do meu pai. Sua visão é bem mais profunda e certeira do que a minha, já que ele, mais velho e experiente do que eu, viu, por muito mais tempo, mudanças acontecendo.

Natanael Castoldi

Geração "Y"

A última grande guerra (1945) fechou um ciclo que se estendia há milênios, onde a visão do mundo era vertical, onde os conceitos e valores eram rígidos e as mudanças eram extremamente lentas. Os filhos não questionavam os valores dos pais e as mudanças estavam mais ligadas aos deslocamentos do poder político e econômico. O rei Salomão teria descrito assim essa realidade: “O que foi é o que há de ser; e o que se fez, isso se tornará a fazer; nada há, pois, novo debaixo do sol”Eclesiastes 1.9.

Foi essa forma quase estática de encarar a vida que proporcionou àquela geração a força para se levantar das ruínas da guerra. Porém algum desejo novo também nascia ali e eles decidiram que iriam entregar aos seus filhos um mundo diferente. E foi com esse pensamento obstinado que não somente recolocaram o mundo em movimento, mas também moveram o primeiro dente de uma engrenagem que transformaria radicalmente a própria humanidade.

Nas décadas de 1960 e 1970, a geração já nascida no meio do conforto e da segurança, começou a ter uma visão mais imediatista da vida. Surgiram então os movimentos radicais, como os “hippies”, mas de um modo geral foi também uma geração empreendedora e sonhadora, que entendia que o homem poderia criar um mundo ideal. John Lennon expressou isso com muita propriedade na letra de sua canção “Imagine”.

A partir dessa perspectiva, um novo horizonte se abriu e os jovens começaram a conquistar o mundo. A visão vertical da vida podia ser abolida e eles sentiram-se no direito de questionar a tudo e a todos. Nascia assim a chamada geração “X”. E, fazendo um jogo semântico, essa geração literalmente colocou um “X” sobre todas as alternativas que até então eram consideradas corretas.

Eu obviamente vivi esse tempo, embora nunca tenha me identificado com ele. O problema dessa geração é que ela encheu o mundo de interrogações, mas não deixou qualquer reposta. De índole superprotetora, não soube impor limites aos próprios filhos. A Bíblia diz: “A vara e a disciplina dão sabedoria, mas a criança entregue a si mesma vem a envergonhar sua mãe”Provérbios 29.15.

Então, por paradoxal que possa parecer, um mundo que levava séculos ou milênios para produzir mudanças significativas, em poucos anos foi entregue às crianças. Esta é a geração “Y”. Na virada deste século, a autoridade já estava em suas mãos. Com ampla liberdade e farta tecnologia à disposição, foram abrindo seus próprios caminhos.

O mundo criado pela geração “Y” é o mundo da convergência. Eles podem tudo! Sua visão da vida é linear: Não existe nada abaixo e nada acima; não existe nada antes e nem depois. Existe apenas o aqui e o agora. Você olha para eles e não entende como podem assistir televisão, fazer os trabalhos de aula, participar de um jogo “on-line”, conversar com sua rede de amigos, enviar torpedos pelo celular e ainda ficar atentos ao mundo exterior e isso tudo ao mesmo tempo. Eles são únicos, imbatíveis, superiores e pior: Eles sabem disso! Eles podem fazer e podem ser aquilo que bem entendem. Eles vivem o hoje como ninguém viveu antes. Mas a questão é: Como será o seu amanhã?

Olhando para a Bíblia eu vejo nitidamente a nova face dessa geração: “Sabe, porém, isto: Nos últimos dias, sobrevirão tempos difíceis, pois os homens serão egoístas, avarentos, jactanciosos, arrogantes, blasfemadores, desobedientes aos pais, ingratos, irreverentes, desafeiçoados, implacáveis, caluniadores, sem domínio de si, cruéis, inimigos do bem, traidores, atrevidos, enfatuados, mas amigos dos prazeres que amigos de Deus, tendo forma de piedade, negando-lhe entretanto o poder” – 2 Timóteo. 3.1-5.

Prezado leitor: É possível deter esse processo? Eu penso duas coisas a respeito: A primeira, é que independentemente das circunstâncias a minha missão continua sendo pregar o Evangelho. A segunda, é que se esta geração não conhecer algum limite, a geração que a suceder não terá de fato outra alternativa que não tornar-se a geração “Z”.

JESUS, A OPÇÃO DA VIDA!

Armando Castoldi

Isso tudo me lembrou de um vídeo meu sobre apocalipse, postado ->aqui<- e ->aqui<-

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