De fato, não seguimos fábulas engenhosamente inventadas, quando lhes falamos a respeito do poder e da vinda de nosso Senhor Jesus Cristo; pelo contrário, nós fomos testemunhas oculares da sua majestade. 2 Pedro 1:16

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Intento Malicioso

É bom ter tempo para estudar, e, sobrando umas horinhas de folga, poder vir aqui e fazer o que mais gosto: escrever. Por mais incrível que pareça, escrever é um passa-tempo dos mais relaxantes para mim e eu agradeço muito a Deus por isso. Bom, aqui estou mais uma vez e venho com um assunto que refleti, pela primeira vez na vida, há uns minutos atrás, vamos ver no que vai dar.
Hoje é o dia, de cada 15, em que a turma do curso ATOS trabalha com crianças carentes ou em risco de marginalização, PCDs e idosos, meu dia foi todo com as crianças, sendo a segunda vez que trabalho com elas. O detalhe que me marcou, e eu, sinceramente, por inocência, por isolamento, por uma série de fatores, não esperava, foi ouvir guris de seis, sete, oito anos cantando funk, daqueles pesados e obscenos, ou músicas dalgum dos estilos musicais do Nordeste do país que não sei nomear, mas que são tão baixos quanto o funk. Demorou para vê-los contando algo descente, após uma série de interferências. No final das contas eu saí de lá irado, sim, me questionando se funkeiros ou outras espécies de músicos merecem a liberdade, pois o tamanho da destruição que estão promovendo na mente das crianças é inconcebível, o tamanho do estrago que estão causando nas vidas dos pequenos não se pode medir e, sim, esse pessoal pervertido que decide fazer músicas para outros pervertidos ouvirem, está estraçalhando a inocência, a infância, a mente de crianças que deveriam estar há quilômetros de suas "obras". Por isso, reforço: eles deveriam ser presos, pois, além de aniquilar vidas desde cedo, estão lançando as sementes de um caos futuro em nossa sociedade.
É tão triste, é tão deprimente ver crianças de seis anos falando em sexo, em perversão. O pior é que não se pode mais dizer: "elas não sabem o que estão falando", pois a inocência já morreu, eles ouvem e, curiosas, procuram na internet... eles ouvem e tiram as suas dúvidas assistindo novelas, programas de "humor", programas de auditório... Não, elas sabem, sim, o que estão cantando. Parece-me que hoje o melhor e mais saudável que se pode ouvir sair da boca de uma criança que canta é sertanejo universitário, que, de fato, é menos malévolo que funk e outras "pseudo-músicas", mas não deixa de falar de adultério e perversidade. Não existe mais música infantil... pelo menos as crianças não escutam mais. Não existe mais um bom programa infantil... sobraram para os pequenos desenhos sem nexo, programas para adolescentes -99% voltados à romancezinhos- ou programas decididamente adultos. Não existem mais jogos para crianças... poxa, um dos guris com quem trabalhei joga God of War, que pelo que sei é repleto de violência, sangue e tem os seus momentos mais eróticos - e é por isso que é inadequado para menores de 17 anos. Bom, vou simplificar: não existe mais infância depois dos cinco anos - pelo menos é tudo o que parece estar sendo sugerido e almejado pelas mídias e pelo nosso querido governo.
Talvez a questão nem seja prender nossos "bons músicos", mas tentar, como povo, mudar algo em nosso governo, se levantar contra a televisão nacional, que mais parece um verdadeiro portão do inferno. Não sei se você percebe a sutileza: a mídia e nosso governo lançam, minam a cabeça do povo com anúncios anti-drogas, contra a gravidez juvenil, o abuso sexual, as doenças sexualmente transmissíveis... o que, logicamente, não é ruim, não é inválido, mas o que eles querem, de verdade, parece não ser o que pregam na mídia... ou é bem o que na mídia pregam, mas em momentos diferentes, como nas novelas. Você entenderá a seguir.
O governo e os meios de comunicação são os inimigos e os promotores maiores da perversidade em nossa sociedade, fazem os pais de família temerem que seus filhos saiam de casa sozinhos depois de determinado horário, evitem que eles voltem por conta própria da escola -pois sempre pode haver um traficante ou um pedófilo por perto... e por isso eles trancafiam os pequenos em casa. Com a mente em alerta com os problemas externos, acham que está tudo sob controle quando o filho está na segurança do lar, agradecem ao auxílio da bondosa televisão, que os alertou com antecedência, e vão dormir sossegados... enquanto o filho liga a sua televisão no quarto, deixa penetrar em sua mente toda a espécie de sujeira, depois vai para o seu amado computador acessar a internet e, enquanto escuta aquela "inocente" música que seu amigo da escola o enviou, procura e tem a dispor de um clique toda a espécie de pornografia imaginável - centenas de milhões de páginas do mundo inteiro totalmente dedicadas a expôr, gratuitamente, toda a espécie de bizarrice sexual para que o pequeno, com seus 9 anos de idade, aproveite a sua "juventude".
O pai, seguro, dorme tranquilo por ter libertado seu filho das garras dos pedófilos e traficantes da rua, mas se esquece que aquele computador que deu de aniversário ao pequeno para que jogue The Sims e faça os trabalhos escolares, o deixa a mercê de uma outra legião de pedófilos, drogados e traficantes -não só de drogas, mas também de pessoas-, receba toda a espécie de apologia, seja ao sexo, seja ao álcool, seja, até mesmo, à morte. Mas o pai não quer acreditar que seu pequeno, inocente, que doutrinou assistindo as "saudáveis" novelas da Globo ou ouvindo suas "belíssimas" músicas de domingo, tenha a capacidade desobedecê-lo ou ter interesse nessas coisas... mas a criança tem, seus hormônios, sua curiosidade, a influência de seus amigos, a influência dos próprios pais, o induzem a cair no erro. Ela vai, em 99,9% dos casos, olhar pornografia se tiver a oportunidade e, se ela não tiver uma boa orientação, com a porta aberta estará propensa a ser um futuro bissexual, homossexual e daí para coisas mais bizarras. Isso se não terminar num bate-papo com alguém que finja ser outra pessoa, acabando por se expor pela internet e depois, por fim, abusado sexualmente ou sequestrado.
Estou sendo exagerado? Não creio. Veja bem: de que adianta bombardear os pais com informações sobre problemas externos, quando o maior de todos está dentro de casa?! Se nosso governo querido realmente lutasse pelo bem da sociedade não estaria propondo mais restrições à troca de informações entre os internautas, mas propondo uma maior restrição à pornografia. O sistema prossegue: a criança, segura em casa, isolada, com laços afetivos mortos com os pais e quase totalmente virtuais com os "amigos", fria, é educada pelas novelas e programas em geral, que gostam de tratar de assuntos polêmicos usufruindo de muita sensualidade, também é "obrigada" a ouvir as músicas mais tocadas nas rádios, que praticamente na totalidade falam de sexo, de uma ou outra forma, e, por fim, a internet está à disposição, abrindo as portas para toda a espécie de devassidão.
Com a mente totalmente desfigurada, com a sexualidade atenuada, ela vai para a escola na segurança do carro de seu pai e é colocada na porta do prédio. O pai está seguro, pois, afinal, a escola é um bom lugar. Então a criança entra no recinto e já se depara com, no caso de um menino, dezenas de meninas precoces, vestindo as modas indecentes ou aquelas calças que mostram tudo -mais mudam a cor da pele do que escondem algo-, vê casaizinhos -ou "ficantes"- pelos corredores, recebe uma boa orientação em palavras obscenas dos estudantes mais velhos e troca informações bem "produtivas" com seus colegas. No final do dia, após ouvir sua professora de "educação sexual" -aqui estou olhando um pouco pra frente- dar-lhes orientações bem "interessantes", se depara, no fundo do corredor, com uma máquina cheia de preservativos. Ele já estava interessado em uma colega, que mora bem perto dali... com a ajuda de um amigo, tudo se resolve e uma criança de 10 ou 11 anos inicia sua vida sexual. Os pais dela, ao descobrirem, ficam furiosos com a decisão do pequeno... mas esquecem-se que ele não decidiu sozinho: um mundo inteiro trabalhou, incluindo os próprios pais, para que a criança acabasse fazendo isso.
A menina, que não tinha o pai presente e não recebia o afeto necessário de sua mãe, não se preocupou em quebrar as regras, pois não temia as autoridades de seu lar, não temia a sua mãe psicóloga, que achava traumatizante castigar ou privar a pequena. Como ela não recebia, através da disciplina e da presença, o amor necessário dos pais, sentido-se desrespeitada por eles, não temeu desrespeitá-los e, por isso, cedeu. Afinal: a mãe deu-lhe a "faca" e o governo e a mídia deram-lhe o "queijo"... "com a faca e o queijo na mão" parece impossível evitar que a criança "coma". Depois de ter quebrado a grande barreira sexual, a menina não tem mais problemas em continuar a fazê-lo sem o conhecimento de sua mãe... então, buscando também suprir as necessidades afetivas que o pai não lhe proporcionou, a pequena torna-se mais vulgar e promíscua. Com 12 anos acaba por se dizer bissexual, com 14 está presente em todas as festas que mergulham na madrugada. Com 16 se vê quase dependente de bebidas alcoólicas, já fuma e está grávida. Quem doutrinou sua mãe psicóloga a educar-lhe tão "bem"? O governo. Quem doutrinou a menina? A mãe, as mídias e o governo, na figura da escola. De quem a culpa maior? Do governo e das mídias que, para a nossa surpresa, são os mesmos que lançam as mensagens contra drogas, gravidez, DSTs... É fácil orientar para não "comer", quando o governo e as mídias dão a "faca" e o "queijo".
E o guri? Ele ficou conhecido na escola, seus pais tentaram contê-lo, o privando de algumas coisas, mas isso o deu mais motivos para se revoltar. Como não recebia todo o valor necessário dos pais, viu que era viável suprir sua carência de valor criando e mantendo o título de "pegador". Isso lhe dava alguma estima. Como um bom aprendiz, aos 12 anos começou a sair com os maiores, a beber, a encontrar meninas e a ver pornografia com eles. Essas "ótimas" companhias lhe apresentaram alguns tipos drogas e aos 13 anos ele já começou a roubar coisas de casa para vender. Aos 14 ele e seus amigos espancaram a primeira vítima na rua, para roubá-la. Nesse mesmo ano ele conseguiu, ao lado de seus companheiros, assaltar um estabelecimento comercial sem ser pego. Aos 16 ele saiu de casa e passou a morar na rua. Nesse mesmo ano viu uma menina vestida de forma vulgar, tarde da noite, depois de sair de uma festa, passando na calçada... talvez a sua bolsa tivesse algum dinheiro. O fato é que ele assaltou-a e, vendo que era formosa, após dominá-la, a estuprou, sem atentar para o fato de parecer estar grávida há uns dois meses, e matou-a com um tiro na nuca, para evitar que relatasse o fato para alguém. Quem sabe essa não seja a menina que se ofereceu para ele quatro anos antes e que, diretamente, o fez estar nessa situação, na situação que o fez matá-la? Quem sabe o assassino não seja o mesmo que ajudou, três anos antes, a menina a acabar naquele estado? Na verdade, os dois são os assassinos e os dois são as vítimas... produzidos pelo mesmo professor: o governo e sua mídia.
Eu posso ainda contar uma outra história usando do mesmo menino, com 11 anos de idade, liberto das garras dos pedófilos e traficantes da rua e trancafiado em casa, totalmente exposto à pornografia e drogas através da internet. Bom, a história começa assim: a criança, pela primeira vez na vida, tem a permissão de dormir mais tarde e, após assistir um programa relativamente interessante até o final da noite, quando pensa em ir dormir, começa outro programa... mas é madrugada. Esse programa de conteúdo adulto lhe interessa, afinal, é novidade e, mesmo sendo proibido para ele, está passando no exato momento em que ele está sozinho. Pronto. O limite foi quebrado.
Noutro dia, usando a internet, num blog de humor, estimula-se ainda mais, com o "bom" e "puro" humor de nossos dias... bastou um link para descobrir Sodoma na internet. Tudo aquilo que lhe tinha sido transmitido nas novelas e músicas agora fazia sentido. Depois desse dia, tudo mudou. E foi na internet que descobriu mais sobre o homossexualismo - o mesmo que aparecia idealizado nas novelas. Mas a internet foi diferente e despertou nele uma sensação estranha. Como o pai não era presente desde cedo, não tinha um bom exemplo oposto para equilibrar. No mês seguinte, na escola, celebrou-se um dia especial, o Dia do Gay -estou olhando para a frente-, o que lhe despertou algum interesse mais profundo, pois parecia tudo tão alegre e colorido. A gota d'água foi, no começo do ano seguinte, aos 12 anos, quando recebeu, na sala de aula, um kit gay que fora distribuído pelo governo. Após uma verdadeira aula de apologia ao homossexualismo foi para casa assistir o DVD que o estimulou ainda mais, o pressionando para declarar-se homossexual e a iniciar uma vida sexual ativa dentro de sua homossexualidade. Foi o que fez.
No mesmo ano entrou um outro menino homossexual na escola e ambos decidiram iniciar um relacionamento, colocando em prática o que a televisão e os seus kits gays ensinavam. A vida sexual iniciou-se de forma precoce. Aos 13 anos esse mesmo menino se envolveu com um homem na internet e, aos 14 o conheceu. Desse ponto temos dois caminhos: abuso sexual, seguido ou não de assassinato ou a vida continuando "normalmente". Digamos que a vida seguiu normalmente. Aos 15 anos o jovem decide participar da Parada Gay e na seqüência vai com uma legião de homossexuais a um ambiente mais "reservado". Segue nesses ambientes, cercado de sexo e drogas até os 17 anos, quando descobre que está com AIDS. Mas não morre de AIDS, é agredido violentamente à noite, na rua, por um grupo de vândalos, mas é assassinato por outro homossexual, pois, após passar algum tempo com ele, não possuía dinheiro para o pagamento - devido ao custo dos medicamentos. E assim terminamos, doutra forma, a história do mesmo menino.
Quem foi o grande culpado pela morte do menino, nos dois casos, e da menina, no primeiro? O governo e sua mídia, que doutrinou os pais e os pequenos. Foi o governo!! Não o completo culpado, mas o maior deles. Os discursos de "tolerância", "aceitação", "mente-aberta", "imparcialidade"... foram os grandes assassinos. Esses são os discursos que circulam na mídia e que vemos nas aulas escolares, essas são as bandeiras que obrigam nossos pais a carregar, através da manipulação, e que estão determinando a forma como os mesmos educam e orientam seus filhos. A falta de educação e orientação, deixando a criança fazer as suas próprias escolhas -que são impostas pelo governo-, são as grandes causadoras da promiscuidade, das DSTs, dos vícios, da gravidez juvenil e, logo, do aborto, do homossexualismo, dos estupros... Dentro dos vícios ainda relacionam-se os assaltos e consequentes assassinatos. Uma coisa leva a outra, cada causa tem os seus efeitos devastadores e esses efeitos, por sua vez, são a causa de efeitos ainda piores e assim por diante.
Eu sei que as histórias acima podem ter sido um pouco drásticas, mas não fogem tanto da realidade possível e observável. O fato é que o incentivo à libertinagem, à sexualidade exacerbada e prematura, só pode provocar os efeitos dignos e típicos das posturas relativas ao tema, é impossível erguermos uma sociedade sóbria, firme e coesa usando como método a libertinagem... Parece-me que o caos que está se fazendo presente e que cairá como um pesadíssimo martelo sobre a nossa sociedade vindoura, que estará nas mãos dos filhos de nossos filhos, ou seja, na mãos dos filhos pervertidos e insóbrios de filhos pervertidos e insóbrios. Leitor: o que nos resta é o caos e é aqui que entra a incoerência: quem está estimulando e abrindo as portas desse caos é o nosso "amável" governo e a sua mídia.
A psicologia está trabalhando na destituição da autoridade dos pais e consequente morte do respeito dos filhos pelos mesmos - tal descrédito, ao lado da impunidade, facilita o caminho da perversão. A psicologia também está estimulando a soberania dos pequenos na escolha de seu gênero, orientação sexual, hora de começar a namorar e se relacionar sexualmente... Ao lado do avanço do Movimento Homossexual, vanguarda da libertinagem e dos relacionamentos sexuais antinaturais, a psicologia tem sido a primeira e maior fonte destruidora da sociedade. Então a escola vem e ensina que somos apenas animais, explica detalhe por detalhe a vida sexual, oferece preservativos e kits gay... E a criança, se não bastasse a escola, as companhias e os próprios pais, influenciados pela psicologia, chega em casa à noite, assiste novelas e todo o seu leque de perversões, depois um promíscuo programa de humor e, antes de dormir, procura pornografia na internet ao som de um bom funk. Então eu pergunto: que espécie de luta é essa que o nosso governo diz estar travando contra os problemas de nossa juventude - que logo serão problemas também de adultos, já que a juventude cresce? Para mim a fachada de amor pela saúde física e mental do povo não passa de uma mentira, de uma ferramenta de sedução, de uma cortina de fumaça. Tirando os nossos filhos da rua com o pretexto de prevenção, os envenenamos com tudo o que o governo dissemina e estimula - e fazemos isso na maior tranquilidade, pois psicologicamente estamos bem, com nossos filhos "seguros" em casa. Mas o inimigo entra pelas telas e caixas de som, penetra nos olhos dos pequenos, os torna dependentes e os faz procurar isso, posteriormente, fora de casa, amarrando-os cada vez mais em variados vícios. Se o governo quer libertar o povo do jugo das perversidades desse mundo, tirando-os das ruas, por que ele leva tais perversidades, de forma mais sutil, para dentro dos lares? O próprio governo fabrica porque quer, aquilo que, supostamente, condena. Assim ele se passa por bonzinho, enquanto há uma mente satânica trabalhando - a mesma mente satânica que proíbe missionários de pregarem em aldeias indígenas com a desculpa de prevenir a aculturação do índio, sendo que o próprio governo o faz de todas as outras formas possíveis.
Bom, em resumo, para mim, essa ditadura do medo das ruas, com base no terror lançado pelas mídias -com uma chance de, quem sabe, menos de 10% de arranjar problemas, se contaminar, ao estar fora de casa- que obriga as pessoas a se confinarem em seus lares, as coloca numa armadilha, onde a chance de se contaminarem é de uns 99%, pois elas são retiradas de um ambiente onde poucos são maus, e colocadas diante de telas e caixas de som onde quase tudo o que forem obrigadas a assistir e ouvir é mau. Outro detalhe é que as pessoas, na rua, não estão buscando, primeiramente, drogas e sexo, estão fazendo, espera-se, outras coisas, mas quando essas pessoas são retiradas da rua, confinadas em casa e acorrentadas diante televisores -com a "bela" TV aberta brasileira-, ao lado de rádios tocando funk, música sertaneja, forró ou axé ou diante de computadores com acesso a toda a perversidade do Universo, elas são doutrinadas e, finalmente, quando saem à rua, têm uma tendencia muito maior de sair à procura de sexo e drogas do que antes teriam e, logo, a chance de encontrarem um pedófilo ou um traficante se torna muito maior do que outrora seria. De repente me parece mais ameaçador estar em casa, à mercê de uma mente satânica, do que na rua, à mercê de várias mentes, umas poucas malignas e outras muitas não.
Porém, pergunta o leitor, qual é a moral de o governo lançar o caos na própria nação? Ora, isso é fácil de responder: dizer que tudo é verdade, que tudo pode ser praticado, é comodo e prazeroso, pois o homem, movido pelos prazeres carnais, se lançará com tudo na promiscuidade quando ela for estimulada. Todos os seres humanos têm fortes tendências a se deixar dominar pelos instintos e é esse o primeiro passo de nosso governo. As novelas, que mostram traição como normal, promiscuidade como direito, feminismo como regra, crianças como reis e homossexuais como anjos, inserem na mente das massas, que só têm isso para assistir, toda uma ideologia, construindo, assim, a sociedade segundo os seus propósitos. A traição, a promiscuidade, destrói famílias, arruína casamentos, deixa os filhos sem chão e com péssimos maus exemplos; a promiscuidade também destrói a mente e o corpo das crianças e jovens, que se prostituem com cada vez mais intensidade, viciando-se em pornografia e sexo, além de drogas e bebidas como brinde, podendo contrair doenças; o feminismo estimula o divórcio, arruinando famílias e interferindo drasticamente na formação dos filhos, das crianças, além de, também, estimular a vulgaridade e libertinagem, pois a mulher quer ter o direito de ser mais "sensual" e não se prender a um só homem, não se "escravizar"; colocar os pequenos, sem experiência, sabedoria ou bom senso, como reis dos lares, só pode arruinar a família e produzir uma legião de seres mimados, sem pudor ou respeito algum por nada; o homossexualismo arruína as famílias, partindo do ponto de que cessa a transmissão de valores hereditários, ou arruína o futuro de crianças adotadas por homossexuais - ao lado do homossexualismo vem toda uma outra carga de promiscuidade, vícios e doenças. É isso que as massas recebem e aceitam todos os dias e por várias horas seguidas antes de dormir - sem contar com outros programas, músicas e internet.
A mídia começa estimulando as pessoas e deixarem os instintos dominarem e a buscarem os prazeres antes da razão e é isso que as pessoas fazem, se bestializando. Quase todos se deixam viciar e prender por algo que reduz seu senso crítico, sua capacidade intelectual, sua saúde física e mental: uns se perdem no álcool, outro nas drogas, outros no sexo e pornografia, outros ainda em jogos de computador... É muito mais fácil para o governo dominar e fazer o que deseja com pessoas feitas em gado, do que com pessoas plenas. Mas há outros detalhes nisso: promovendo o sexo e, logo, as DSTs, o governo faz com que uma infinidade de pessoas, principalmente as carentes, tornem-se totalmente dependentes dele, afim de conseguirem tratamento. As drogas também tem o seu papel, já que invalidam o ser e promovem a violência, que atemoriza o povo e o faz depender do governo para se sentir seguro. O mesmo método é usado no estímulo ao desemprego e a fome, pois a fome escraviza, ou às bolsas família, cestas básicas e etc, que também promovem a dependência. Para os mais abastados, a escravidão vem com as modas e o consumismo. Ao lado disso tudo está uma educação de péssima qualidade, que apenas visa o "vestibular", quanto muito, sem atentar para o conhecimento saudável, a formação do senso crítico na mente dos estudantes, que, ignorantes, com o cérebro atrofiado pela falta de estímulo, também se tornam dependentes, partindo do ponto que trabalham em postos baixos e que aceitam tudo o que os outros pensarem em seu lugar.
Certo, o governo quer escravizar pela bestialização ou pela dependência. Mas há outro fator de grande valia no "caos": hoje tudo parece lindo e maravilhoso, com todos podendo fazer o que bem entendem, como concebem ser certo, mas não tarda e o problema será irreversível, não tarda e o caos será evidente, não tarda e todos perceberão que tudo está muito errado e que algo precisa mudar. Abater-se-á o desespero, pois a lama, que hoje está na cintura, estará na altura das narinas, e todos estarão se debatendo tentando se libertar do lamaçal fétido, formado quando se diluíram e dinamitaram todos os sólidos alicerces construídos pelos nossos antepassados. Então, mediante o cataclismo, um último fôlego de patriotismo ressurgirá, isso ao lado do arrependimento e da sede por mudanças, então o povo clamará por alguém que os liberte da "morte"... e esse alguém virá, sendo um líder de aparência forte e determinada, respirando nacionalismo, demonstrando amor pelo povo. Ele se prontificará a salvar a nação e o povo, sem outra alternativa, não encontrando forças em si mesmo para tal, se curvará imediatamente mediante o salvador e o idolatrará - principalmente porque ele, de fato, conseguirá consertar muito do estrago... e como não? Se o próprio governo promoveu o caos, quem melhor do que ele para anulá-lo e sair como o herói dessa história?!
Porém não tarda e esse governo se tornará absoluto, totalitário. Mas quem se levantará? Nessa altura, provavelmente, o desarmamento já terá deixado o povo sem "argumento" e coragem, também faltará estímulo, pois, sem a família tradicional, com os indivíduos diluídos como areia, ninguém terá boa causa para lutar, por quem lutar... Então, como cães, todos terão de se curvar. E a igreja? Provavelmente alguns seguirão na surdina, mas ela não conseguirá representar uma grande resistência, partindo do ponto que no passado, nas primeiras décadas do século XXI, ela foi duramente desacreditada e atacada, com base em críticas e na disseminação do ateísmo - primeiro como forma de tirar o valor daquela que detém a Palavra e, portanto, o mais alto padrão moral, em prol da família, da liberdade, da integridade, depois como forma de evitar a resistência dos cristãos.
Leitor, preste atenção! Há muito mais malícia nesse mundo do que normalmente concebemos, há uma mente satânica se movendo nos governos de várias nações, inclusive no da nossa, com o intuito de consumar, no final de tudo, o grande império para o domínio absoluto de Satanás. Eu posso ver as peças se movendo, sim, eu posso. Meu caro: o tempo está se encurtando, os projetos mais diabólicos da história estão se concretizando! Hoje me vejo no limiar de uma batalha da qual não poderei fugir, de uma batalha que envolverá, diretamente, a aniquilação da Igreja, em prol do predomínio das Trevas, uma batalha que vêm para destruir, para dilacerar o ser humano, pervertendo-o ao nível animalesco, uma batalha que vem para fazer da humanidade uma força escrava. Isso já começou há algum tempo e as raízes desse caos já se espalharam no subsolo de todo o nosso mundo, não tarda em demasia e nós, como cristãos, teremos de enfrentar verdadeiros titãs, teremos de enfrentar o maior inimigo da Igreja desde o começo dos seus tempos...
... e eu enfrentarei com todo o prazer!! Totalmente ciente de que Deus é comigo!

Mas, acalme-se, nem tudo está perdido, pois podemos, hoje, evitar - ou retardar - essa situação. Como? Sendo, de uma vez por todas, cristãos verdadeiros, nos opondo às imundícias desse mundo, levantando nossa voz em protesto contra as atrocidades que por aí vemos e que estão prejudicando a sociedade, enfrentando os poderes desse século e fazendo a Igreja com mais qualidade. Sim, podemos evitar o Grande Mal iniciando um movimento de abstinência, ou branda privação, das bobagens que nos são impostas, maliciosamente, na mídia, pelas rádios ou pela internet. Não digo para nos tornarmos eremitas, mas para não estimularmos o Mal e sermos, portanto e finalmente, uma luz extremamente radiante nesse mundo de trevas para que os incrédulos possam ver, com nitidez, que somos diferentes, livres e felizes com o Senhor do Universo. Sejamos intensos, sejamos drásticos, sejamos íntegros, sejamos CRISTÃOS!!!
Natanael Castoldi

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domingo, 28 de agosto de 2011

A Grande Mentira


A Mentira. Esse tem sido um ponto de análise importante em meus raciocínios nos últimos tempos, partindo do ponto que estou estudando A Verdade. Ao olhar para A Verdade, conseqüentemente nos tornamos mais criteriosos e precavidos com A Mentira. Como resultado dessa postura acabo desconfiando daquilo que parece bom, assim como daquilo que parece mau, e com tal desconfiança analisei a História da Igreja em seu momento mais negro: a Idade Média. Dizem que pelo fruto se conhece a árvore e, também, dizem que a Igreja Medieval foi a demonstração máxima de que o cristianismo é prejudicial, devido às atrocidades contra os hereges, ao atraso tecnológico, à manipulação e ganância. De fato, a Igreja Medieval cometeu pecados imperdoáveis, mas, pensemos: até que ponto esses pecados foram fruto de forças e pressões seculares? Até que ponto os poderes mundanos não influenciaram o eclesiástico? Até que ponto a culpa é da fé cristã e não exclusivamente dos homens?

O primeiro ponto de análise para questionar-se a posição medieval mediante a Inquisição, as Cruzadas, as Indulgências e a opressão científica e filosófica, é ver se a dita "Igreja Cristã" era, de fato, adepta da fonte prima da fé cristã: a Bíblia. À partir do momento que A Palavra ordena que o homem não mate o seu semelhante, mas que "ofereça a outra face", que o ame como, ou mais, do que a si mesmo, então toda a postura embasada em exploração, opressão e violência da parte da Igreja Medieval se vê largamente fora do padrão bíblico e, logo, constitui uma igreja não-cristã. Vê-se que a fé cristã não estimula a violência e opressão pelo fato de a Bíblia ter servido de base argumentativa para os pré-reformadores e reformadores da Igreja, como Lutero que, apenas lendo a Palavra, conseguiu encontrar 95 pontos de divergência entre a postura papal e a Bíblia. Mas, mesmo assim, a questão é: como o cristianismo pôde, como árvore, produzir uma igreja tão devassa e belicosa? Eu penso que a pergunta deve ser outra: à partir de que momento a fé cristã fora aniquilada em prol dos interesses pessoais de reis seculares e papas corruptos?! Sim, a Igreja Medieval, hoje representada pela Igreja Católica, teve um começo inocente e se corrompeu com o tempo e devido à influência de vários fatores externos.
1º) A riqueza e o poder da Igreja: o cristianismo nasceu de forma explosiva e cresceu de maneira espantosa - o que evidencia sua natureza ímpar e veraz. Não havia motivos para Constantino não aceitar a fé cristã, não oficializá-la, até porque ele mesmo reconheceu o poder do Deus cristão. Além da experiência pessoal, Constantino preocupava-se com a integridade do Império e o cristianismo estava crescendo demais para continuar sendo perseguido e evitado - o Império se rendeu. Assim que fora aceita, a fé cristã saiu de uma posição marginalizada para se tornar a religião titular do estado mais poderoso do Ocidente e, portanto, conheceu luxo e riquezas dignas de seu posto. Constantino facilitou e ampliou o poder da Igreja no Estado, além de ceder-lhe grandes propriedades e recursos, porque, diz-se, queria obter mais favores do grandioso Deus cristão, que de longe superava quaisquer deuses pagãos.
Para um povo que se via perseguido e repugnado há séculos, era maravilhosa a nova situação, de predomínio e proteção, não importavam as politicagens de Constantino e a forma de que ele usufruiria da fé cristã, não importava o que queria o salva-vidas, importava mais que a Igreja tinha sido salva do afogamento. O início da Igreja foi político, a Igreja, desde o começo -como religião romana-, exerceu grande influência política e serviu para os interesses do Império. Isso é inegável. Mas não devemos esquecer que Constantino não era um cético aproveitador, pelo contrário: provavelmente um imperador ciente da verdade cristã e com certo e bem intencionado temor de Deus. Porém esse poder, nas mãos humanas, sempre é a semente da corrupção e intolerância.
Quando o Império dividiu-se e o Ocidente começou a fraquejar, Constantino transferiu a sede a Igreja de Roma para Constantinopla, assim como transferiu a sede do poder imperial para lá, deixando Roma mais independente e sem uma boa liderança política. Igreja de Roma, mais solitária e mediante um Ocidente parcialmente esquecido pelo Imperador, teve mais espaço para crescer e comportar as necessidades de liderança ocidental - logo, se viu como a força maior do Ocidente. Quando o Império Ocidental finalmente ruiu, o único poder remanescente com capacidade para governar a região, tomada por dezenas de povos bárbaros desunidos e romanos desorientados, foi a Igreja, foi o Bispo de Roma. Como fora o Bispo o líder a defender os povos locais de outros ataques, aquele a suprir as carências e necessidades das populações romanas, o povo, por gratidão e carência, lhe atribuiu poder e domínio, se submeteu de bom grado ao seu governo.
A Igreja Ocidental, poder maior, foi quem ergueu as instituições de ensino, quem esteve por detrás de governos, quem detinha os domínios nas maiores plantações. Isso tornou-a a grande potência medieval e digna de ser paparicada pelos senhores feudais, pelos reis, que queriam favores políticos, culturais e financeiros da grande e monopolista instituição que, com o apoio dos poderes seculares, enriqueceu cada vez mais, virando objeto de aspiração de homens maliciosos que passaram a entrar no clero apenas por ganância. Então, finalmente, a corrupção, outrora da parte de um poucos, se alastrou... mas vale lembrar que até a Reforma sempre houveram remanescentes do bom cristianismo.
2º) A Igreja e a violência: o Ocidente, desprendido do Oriente e caído, sem um Imperador, passou a depender do Bispo de Roma. Então, mediante os ataques de povos pagãos, o único que era capaz, à princípio, de reunir uma força apta a proteger seus domínios e os povos dentro destes, era o tal bispo e sua Igreja. Essa necessidade de lutar, de se defender dos ataques de fora, produzira a primeira raiz de violência e frieza da Igreja Medieval contra o povo, mesmo tendo sido, originalmente, estimulada pelo mesmo.
À medida que homens mundanos entraram no clero e assumiram o papado, à medida que a Igreja enriqueceu e se expandiu, a corrupção aumentou, a ganância se ampliou, a necessidade e o anseio de ter mais e defender a propriedade se intensificou e deteve de maneira cada vez mais ríspida e violenta.
3º) Culto aos mortos: mediante os inúmeros martírios e a falta de local de culto aos primeiros cristãos, as "catacumbas" se tornaram ambiente comum de celebração, onde, à princípio, se reuniam para honrar o falecido. Isso tornou-se tão comum que, não tardando, o culto aos mortos foi semeado. Vale lembrar que os primeiros cristãos, com um legado muito próximo dos apóstolos, tendo um apreço incomparável por eles, tendiam, à medida que a supervalorização dos mortos aumentava, a dar valor extra aos corpos dos apóstolos e mártires. Disso surge o culto aos santos.
4º) A proibição da Bíblia: assim que a Igreja Ocidental tomou o poder, de fato, a Bíblia passou a ser proibida para leigos. Essa idéia, à princípio, fora bem intencionada: imagine o que você faria tendo a Bíblia mediante um público quase totalmente analfabeto e de raiz pagã - pois as investidas bárbaras promoveram o caos intelectual no Império Romano. A solução da Igreja, com o exemplo das grandes heresias do início da Era Cristã, fora evitar que o Livro Sagrado caísse nas mãos de qualquer um, possibilitando a sua análise e leitura apenas aos que decidissem, na vida clerical, ao conhecimento das letras, da filosofia, da ortodoxia. Aqui há o semear preventivo da privação mal-intencionada, para evitar rebeliões.
5º) O poder central e a tradição: mediante uma sociedade de gene pagão e sem liderança, a Igreja centralizou o poder na figura do Bispo de Roma. Afim de evitar-se o levante da cultura pagã, a tradição cristã fora imposta, como forma de proteger a cultura e as nações Ocidentais - até porque uma força belicosa colossal vinda do Oriente-Médio estava ameaçando a religião e a cultura cristã, falo dos muçulmanos. Com o tempo é que a tradição tornou-se o grande determinante da fé e o poder central quebrou as barreiras bíblicas.
6º) As imagens: à princípio a Igreja Ocidental não concordava com as imagens de escultura e pintura nas basílicas e catedrais, enquanto a Igreja Oriental as usava como memorial dos fatos bíblicos. Mas não tardou e o Ocidente aceitou essa proposta. O uso de imagens servia como lembrete aos cristãos, mas, além disso, numa sociedade quase que totalmente analfabeta, as imagens representavam de forma compreensível o Evangelho ao povo. Quando a Igreja começou a evangelizar os povos germânicos, em especial, aproveitou dos ídolos pagãos para se inserir mais facilmente, mudando os nomes destes, cristianizando-os, da mesma forma, as imagens facilitaram a adesão dos bárbaros ao cristianismo pelo fato de serem extremamente comuns em sua cultura pagã. Essa estratégia de evangelização, porém, semeou um irremediável sincretismo religioso e, logo, a adoração dos ídolos - pois os pagãos continuaram adorando as imagens, como antes faziam. Outro fator foi a confecção de imagens dos santos martirizados, que, ao lado do culto aos mortos, promoveu idolatria nessa área.
7º) Corrupção e hipocrisia: outra alegação dos céticos contra a fé cristã está na hipocrisia e corrupção dos cristãos, o que, de fato, ocorre e sempre ocorreu desde que a Igreja Primitiva tornou-se a Igreja Romana, porém, não tem aval bíblico. A questão é que essa ofensa é generalizada, sendo que nem todos os mosteiros eram corruptos e hipócritas. A idéia de mosteiro veio, por sinal, como forma de prevenir os monges do contato com o mundo secular e seus prazeres, isolando-os em comunidades auto-suficientes, para levarem uma vida de estudos, trabalho braçal e oração. Outros inúmeros monges decidiram pela vida eremítica, afim de viver apenas de Deus.
O problema é que, com o tempo, o fervor desses monges se perdia mediante a calmaria e o ritual e alguns acabavam, pelos instintos aflorados, cedendo às tentações, aqui entra o homossexualismo. Mas não se pode generalizar.
Com o tempo alguns mosteiros começaram a produzir mais do que consumiam, então, para ampliar o sustento, passaram a vender seus produtos. Nisso alguns enriqueceram grandemente e começaram a se envolver muito mais no comércio do que a proposta inicial permitia, logo, se envolveram mais com as cidades e com a política. A superprodução de alimentos e enriquecimento seduziram alguns, que caíram na gula ou ganância. Repito novamente: o enriquecimento dos mosteiros foi estimulado por uma sociedade inteira que os prestigiava e queria favores espirituais e, tal enriquecimento atraiu, do mundo secular, inúmeros homens mal intencionados, que procuravam uma vida de calmaria, fartura e poder. Esse homens, sem chamado para o serviço, apenas interessados no lucro, logicamente se corromperam, pois nunca deixaram de ser corruptos, e isso levou ao adultério e exploração. Não tardou e alguns papas eram homens assim.
Nessa época também era costume, em alianças políticas, que o filho de um rei se casasse com a filha doutro e, muito provavelmente, vários reis interessavam-se em ter suas filhas, mesmo que na surdina, envolvidas com um poderoso sacerdote cristão, o que lhes garantiria privilégios. A Igreja não se corrompeu sozinha, a sujeira veio de fora e com total apoio da sociedade. Enquanto a Igreja se corrompia, a proibição da Bíblia aos leigos tornou-se uma arma para evitar que a hipocrisia se tornasse conhecida pelo povo.

A Igreja sob o domínio secular: de fato, a Igreja começou pura e sem mácula, tendo em mente o vívido chamado de Cristo e o fervor apostólico, porém, ao receber o poder do Imperador, também teve de se submeter à ele e como se sabe Constantino não era um cristão dos mais exemplares. Desde então valores antibíblicos começaram a ser inseridos na doutrina cristã. No Oriente a Igreja se manteve controlada, mas no Ocidente, após livre do jugo Imperial, a própria Igreja tomou o papel de imperatriz - sendo a força maior em meio a uma imensa colcha de retalhos tribal, mediante um povo analfabeto e inculto, tendeu a se corromper mais facilmente, pois era mais fácil dominar nesse ambiente. Uns de dentro se corromperam e muitos corruptos de fora entraram no clero e, por fim, a Igreja se viu quase totalmente secularizada... o "mundo" a tinha conquistado, mas ela ainda continuava autônoma, a força maior da Europa... até o cenário político mudar.
No início da Idade Média as novas nações bárbaras eram pequenas e desunidas, mas, ao longo do tempo, algumas começaram a se sobressair e obter poder. Um desses reinos foi o Franco, governado pelo imperador Carlos Magno, responsável por promover uma boa reforma na Igreja e, também, o primeiro que teve condições de exigir a liderança da Igreja nas extensões de seu império, ou seja: ele, e não o papa, seria o líder religioso imperial. Nesses dias o papa Leão III, difamado por má conduta, foi destituído do poder por aristocratas romanos e estava sob ameaça de morte, mas Carlos o salvou e o libertou, possibilitando-o de continuar exercendo o papado, mas apenas sob a sua liderança. A história se desenrola à partir disso, mas é daqui em diante que o papado mergulha definitiva e profundamente na política e passa a disputar com mais fervor o poder com imperadores e reis.
Com o tempo o poder papal passou a sofrer interferências cada vez maiores dos poderes seculares, que viam na Igreja uma fonte de poder ou uma inimiga. Um detalhe interessante é que os poderes seculares conseguiram interferir de tal forma na Igreja que, com imensa pressão, uma família de nobres romanos conseguiu colocar um rapaz de 18 como papa, João XII, afim de angariar mais poder para si. Nesse caos alguns papas também foram assassinados, como Leão V, João X e Estêvão VIII.
O tal de João XII, que não tinha nenhuma aspiração eclesial, moveu-se por interesse e fez com que a Igreja caísse ainda mais nas mãos do mundo secular, por exemplo: quando o rei alemão Oto I conseguiu vencer os magiares, exigiu o titulo de imperador do Sacro Império Romano e João XII logo lhe ofereceu, com o intuito de que esse poderoso rei lhe salvasse das garras de seus inimigos italianos. Nessa época o imperador do Sacro Império dominava o papado, escolhendo ou retirando os papas que lhe convinham segundo seus interesses - fica evidente que a Igreja era uma ferramente totalmente secular nessa altura, pois o imperador era superior aos papas e escolhia, como lhe parecia melhor, quem ocuparia o cargo papal. Tudo se resumia, por fim, em poder, controle, riquezas. A Igreja se corrompeu, mas o mundo secular a subjugou e depravou ainda mais. Não tardou e a Igreja se levantou numa espécie de reforma.
Um dos papas reformadores foi Gregório VII, que reclamou para si o poder absoluto sobre tudo e todos, pois revitalizou a idéia de ser sucessor do apóstolo Pedro. Dessa forma, Gregório comprou briga com os principados seculares. O imperador romano-germânico, então, levantou-se em oposição, mas logo foi excomungado pelo papa e perdeu muito prestígio, implorando o perdão papal, que lhe foi concedido, mas, uma vez perdoado, tomou o controle da Igreja Alemã e, ignorando outra excomunhão, expulsou Gregório de Roma e o exilou no sul da Itália.
Aproximadamente um século depois de Gregório, outro papa soberbo tomou o poder, Inocêncio III, considerando-se o monarca papal de toda a Europa Ocidental. Depois de tomar uma série de medidas, Inocêncio subjugou os grandes príncipes europeus. Nesse clima totalmente depravado é que são lançadas as Cruzadas, ao lado disso a Igreja começou a cobrar altos dízimos. O jogo político prosseguiu.
Vou pular para Bonifácio VIII (1294-1303), algumas décadas depois de Inocêncio. Tal papa colocou as pretensões papais no limite e almejou um poder que exacerbava as suas condições. Com esse espírito, Bonifácio desafiou o rei Filipe IV, da França, questionando de quem era o poder da igreja galicana. Filipe não temeu e tratou, pela força militar, de desafiar, prender e humilhar o papa. Tal rei, agora com o domínio sobre a Igreja, procurou eleger o francês Clemente V como papa e transferiu a sede papal de Roma para Avignon, onde, rodeada pela França, seria mais cuidadosamente vigiada e orientada pelo rei francês. A Igreja, agora sob o domínio francês, foi usada pelo rei como arma para assegurar o domínio da França como potência máxima da Europa na época, o que prejudicou os cristãos de outras nações.
Pulando o Cisma do Ocidente, vamos para os papas da Renascença, no século XV: adequando-se às novas visões de mundo e doutrinados pelas ideologias da época, vários papas secularizados, sem fervor religioso, tomaram o poder. Pio II, Inocêncio VIII, Alexandre VI, Júlio II e Leão X eram homens talentosos, bem educados, afinados com as novidades do mundo, mas pouco religiosos. Foi no cenário que se construiu à partir disso que a Reforma Protestante tomou forma.

Bom, agora me diga: o problema, de fato, foi o cristianismo?! A falha é da Bíblia, do movimento iniciado pro Jesus?! Ao que me parece, o grande problema foi humano, totalmente humano!! A Igreja Medieval virou uma ferramente política e isso não foi culpa apenas da Igreja, isso foi trabalho, também, das potências seculares, que a pressionaram e obrigaram a trabalhar em prol de seus interesses. Agora eu pergunto: o cético, o homem mundano, tem grande moral para criticar a instituição medieval, alegando o problema ser do cristianismo? De forma alguma! Ele também deve se envergonhar, como se envergonham os cristãos de hoje, pela postura da Igreja Medieval simplesmente porque se não fossem as forças seculares infiltrando-a, as coisas não teriam sido assim! Os cristãos e não-cristãos europeus são os culpados.
Os bons cristãos: dentro da Igreja Católica também temos ótimos exemplos de cristãos verdadeiros, bíblicos, o que prova que o problema não era no cristianismo. Vou começar falando de Francisco de Assis (1182-1226): motivado pelo chamado das Escrituras em Mateus 4, o abastado filho de comerciante largou tudo entorno dos vinte anos e saiu de casa afim de viver de forma pobre e itinerante ao lado de alguns amigos. O grupo passou a mendigar com os ricos e ajudar os pobres, enquanto cuidava dos doentes e pregava a tantos quantos podia. Francisco dizia aos seguidores: "O reino dos céus está próximo. Curai enfermos, purificai leprosos, expulsai demônios. De graça recebestes, de graça dai." Os monges mendicantes, chamados de frades, logo formaram uma nova ordem monástica, mas peculiar, diferenciando-se dos outros monges, que isolavam-se do mundo em mosteiros, os franciscanos preferiam estar no mundo para fazer brilhar a todos a excelência cristã, eles queriam levar a fé às pessoas comuns.
Francisco dedicou quase toda a vida cuidando pessoalmente dos pobres nas cidades que floresciam na Itália medieval. O detalhe é que Francisco, antes de morrer, alertou os seus seguidores de que em breve seriam tentados pelos poderes mundanos e, ironicamente, após sua morte, uma imensa basílica foi erguida em sua homenagem na cidade de Assis. Clara, uma amiga de Francisco, também fundou uma ordem, mas essa era feminina, cujas freiras chamavam-se Clarissas.
Os franciscanos tiveram importante papel missionário, enviando frades para o Oriente-Médio, Europa Oriental, Norte da África... e, mais tarde, alguns chegaram até a Índia, Ásia Central e China.
Inácio de Loyola (1491-1556): nascido no País Basco, Espanha, tinha um futuro promissor como cavaleiro, soldado, mas, aos 30 anos, sofreu com o impacto de uma bola de canhão. Fraturado, após um tempo converteu-se ao ler um livro sobre Cristo e outro sobre os santos, então resolveu tornar-se soldado, dessa vez, de Deus. Decidiu estudar latim e cursar na Universidade de Paris, onde, ao reunir alguns outros estudantes para formar um grupo cristão, formou uma nova comunidade, disposta a trabalhar para o papado, mas regrada pelos votos de pobreza, castidade e obediência. Essa comunidade, aprovada pelo papa, foi chamada de Companhia de Jesus, os jesuítas. Essa ordem missionária fundou colégios e conventos em toda a Europa, na América do Sul e até no Japão.
Nessa história temos Francisco Xavier (1506-1552), amigo de Inácio e seu fiel seguidor, que, após converter todos quantos podia em sua terra, decidiu viajar pelo mundo proclamando o Evangelho, visitando a índia, Sri Lanka, Malásia e Japão - morreu enquanto planejava ir para a China. A estratégia dos jesuítas nessas nações era garantir a conversão do governador para que ele mesmo providenciasse a cristianização da nação. Há eventos épicos na história dos jesuítas, como a Guerra Guaranítica, na qual se uniram com os indígenas para enfrentar as coroas da Espanha e Portugal.
Não podemos esquecer dos pré-reformadores, de berço católico, mas que, descontentes com a postura da Igreja no auge de sua corrupção de ceticismo, se levantaram na tentativa de reformar a instituição. Eis alguns que se levantaram - a maioria, senão todos, foram martirizados por isso: Thomas Bradwardine, Gregório de Rimini, John Wycliffe, John Huss, John Hessel, Jan Hus, Jerônimo de Savonarola e Desidério Erasmo. Na seqüência temos os reformadores, como Lutero, Calvino, Zwínglio... Se a Igreja Católica estivesse certa, se o cristianismo dela fosse verdadeiro, então não precisaria de reformas, então ninguém se levantaria com a Bíblia na mão alegando que algo estava errado. Se a Igreja Católica estivesse totalmente depravada, não teria sido o berço dos pré-reformadores e dos reformadores. Mas é claro que, mesmo que a proposta inicial de Lutero fosse pacífica, a Igreja Medieval, mais secular do que cristã, não ficou em silêncio e, portanto, tomou armas para a guerra. É na Contra-Reforma que as atrocidades e privações da Igreja Católica se ampliam.
A desonestidade da oposição: existe uma coisa nessa história de que os protestantes devem se envergonhar e pedir perdão: o exagero. É lógico que os reformadores estavam eufóricos com a Reforma e extrapolaram um pouco em suas atitudes, mas isso não justifica o exagero de suas acusações contra a Igreja Medieval, criando uma imagem terrível para o cristianismo que perdura até hoje.
Henrique VIII (1491-1547) decidiu se desvencilhar do poder romano, afim de justificar seu anseio por divorciar-se de Catarina de Aragão. Enfurecido com a postura do papa e incentivado por Thomas Cromwell, ele começou a atacar frontalmente os mosteiros ingleses, que eram considerados os pilares centrais da tradição católica, mas, ainda, eram atrativos pelo fato de que detinham muitas terras e riquezas que o rei poderia confiscar. Henrique, então, num único golpe, conseguiu fazer transbordarem os cofres ingleses e derrubar os centro do poder católico inglês: Thomas tratou de nomear uma comissão pata investigar os mosteiros e em pouco tempo conseguiu reunir pilhas de relatórios sobre corrupção financeira, espiritual e sexual, que, entregues à Coroa, obrigaram os mosteiros menores a entregar tudo o que tinham ao rei - não tardou e os mosteiros maiores também o fizeram. Com as riquezas Henrique comprou o apoio da nobreza e formou a igreja inglesa, a Anglicana, da qual ele era o líder máximo. O detalhe é que nem todos os mosteiros destruídos eram corruptos: muitos relatórios eram questionáveis, duvidosos, e fizeram com que muitas instituições excelentes e valorosas fossem irremediavelmente destruídas, com suas terras e comunidades arrasadas e dispersas, fazendo a Inglaterra perder um inestimável patrimônio espiritual, cultural e arquitetônico.
O Iluminismo foi outro grande destruidor de mosteiros, o século XVIII foi terrível para a Igreja Católica. Começamos com Maria Teresa, arquiduquesa da Áustria, que tratou de limitar os privilégios clericais. Seu filho, José II seguiu o exemplo da mãe, levando a política iluminista mais a sério: confiscou bens monásticos sem o conhecimento do papa e aboliu todas as casas monásticas que não tinham uma função "útil", ou seja, que fossem voltadas à vida espiritual. Essa postura levou ao fechamento de cerca de 400 mosteiros no império e uma perda de aproximadamente 40.000 monges e monjas. A Igreja da Áustria, porém, sofreu pouco se comparada à Igreja da França revolucionária.
Antes da Revolução há pouca evidência de que a Igreja francesa era demasiado corrupta e, tampouco, que estava em declínio, porém os franceses já começavam a frequentar menos as igrejas, estimulados por "livres-pensadores" céticos. O monstro foi crescendo, adormecido, e quando a Revolução estourou em 1789 um intenso movimento anticlerical se alastrou com violência.
Não demorou e o governo francês confiscou e vendeu as terras da Igreja e atacou todas as ordens religiosas mendicantes e contemplativas. Os mosteiros que tinham algum fim "útil" puderam persistir, mas mais nenhum cidadão poderia fazer votos monásticos, ou seja, esperava-se que todos os monges morressem de velhice e os mosteiros sucumbiriam. A brutalidade contra a Igreja aumentou, conforme a Revolução se intensificou, fazendo fugirem do país algo entre 30 e 40 mil monges - dos que ficaram, milhares foram assassinados. Em 1795 a liberdade da Igreja começou a retornar e os católicos franceses puderam voltar a ir à missa, que reiniciou em residências particulares e ministrada por sacerdotes vestidos com roupas leigas. Mas isso durou pouco, o Diretório francês logo retomou a política antirreligiosa e a impôs aos países sob o domínio da França: Itália, Suíça, Renânia e Bélgica. A República Cisalpina, norte da Itália, dissolveu seus mosteiros e a República Romana proibiu-os, porém o catolicismo ainda tinha forças: levantes populares se consumaram na Bélgica, Suíça e Roma, pedindo o retorno da religião. - Detalhe para os movimentos populares pedindo a religião católica.
A Espanha, em 1820, também tentou derrubar a Igreja Católica, fechando os seus mosteiros e expulsando as suas ordens religiosas. Enquanto isso, na Rússia, Nicolau I fechou cerca de 500 mosteiros.

Perceba: os céticos lutam contra a Igreja atual atacando a postura da Igreja do passado... mas será que eles têm moral para tal? Parece-me que os movimentos antirreligiosos do período iluminista foram tão brutais quanto fora a Igreja Medieval... E nem vou falar do que os regimes "não-religiosos" fizeram, como o socialismo russo, o comunismo chinês, o totalitarismo de Hitler... Mas o pior de tudo é que os levantes contra a Igreja foram movido à puro ódio e ganância, pois as alegações contra os mosteiros foram, nalguns casos, muito forçadas.. e, de repente, o mundo secular, que fez os mosteiros enriquecerem, foi aquele que os aniquilou por serem ricos. O fato é que os mosteiros foram importantes e tiveram um papel fundamental no mundo medieval.
A importância dos mosteiros: a origem dos mosteiros vem com a idéia de os homens da Igreja se isolarem do mundo secular e se dedicarem ao serviço, ao estudo e à oração. Esses poucos homens letrados da Europa Medieval, raridade no continente outrora dominado pelas forças pagãs, por legiões de homens analfabetos e incultos que destruíram, sem pudor, as bibliotecas, instituições de erudição e museus romanos, foram essenciais para a sobrevivência dos documentos da antiguidade clássica, imortalizando as obras de filósofos e escritores gregos, alexandrinos, romanos... ou você pensa que os povos bárbaros teriam dado algum valor à eles, de cultura que desconheciam?
Nos mosteiros os monges também desenvolveram a literatura, a música -começaram a combinar instrumentos e criaram o canto gregoriano- e até mesmo o teatro. A arte foi, sim, trabalhada nessas instituições, ou você pensa que os povos bárbaros tinham um alto nível de dons artísticos?
Como, mediante vários povos sem estrutura, a Igreja era a instituição máxima, ela passou a exercer quase todo o papel educacional, fazendo dos mosteiros verdadeiras escolas, onde os bispos transmitiam o conhecimento da época. Dos mosteiros, logo veio algo maior, fruto do pensamento cristão medieval: as universidades, que se anexavam às catedrais. As universidades mais famosas do período foram fundadas em Paris, Bolonha e, mais tarde, como conseqüência, Oxford e Cambridge. Todos os fundamentos originais da ciência vieram dos estudos desenvolvidos nas universidades medievais - iniciativa cristã.
As ordens monásticas tiveram um papel importantíssimo também na criação de escolas, hospitais, asilos e abrigos para os pobres. As instituições monásticas eram reconhecidas por sua hospitalidade para com toda a espécie de viajantes.

Pense um pouco: de onde veio a explosão científica após a Reforma Protestante? Os cientistas que surgiram subitamente após a reforma foram criados sob o regime católico medieval, educados em suas instituições de ensino, formados dentro desse sistema. O que isso indica? Indica que, apesar de lento, o progresso do conhecimento existia na Idade Média. Me diga onde estavam as raízes da literatura, da pintura, da música, do teatro renascentista... é lógico que o movimento tentou recuperar ideais greco-romanos, mas a sua semente foi medieval, muitos de seus intelectuais e artistas vieram de berço medievo! O detalhe, também, é que os ideais greco-romanos recuperados no Renascimento só puderam ser conhecidos e reutilizados porque os monges medievais perpetuaram os documentos e a cultura antiga. Eu creio que muito da culpa que os céticos e protestantes de hoje jogam sobre a Igreja Medieval, quanto às trevas do conhecimento e da arte, na verdade, não era totalmente da Igreja, mas muito mais dos bárbaros, que arruinaram o mundo greco-romano e encheram a Europa com analfabetismo e precária infraestrutura.
Noutro dia li algo que um ateu falava com fervor: uma pesquisa recente identificou que o ateísmo é maior em países desenvolvidos e, que, por isso, o ateísmo significa desenvolvimento e a religião, atraso. Eis o problema: o ateísmo é um fenômeno relativamente recente e está se desenvolvendo dentro de nações que se alicerçaram, desenvolveram e enriqueceram dentro de uma cultura cristã! O ateísmo não é sinônimo de desenvolvimento, ele é sinônimo de branco europeu... por que? Pense bem: quantos ateus que não sejam descendentes de europeus você conhece?! A verdade é que o europeu é mais inquieto em relação à verdade e procura a todo custo respostas, enquanto outras culturas apenas aceitam a herança que receberam. Outro detalhe é que o ateísmo cresce nos países desenvolvidos porque o povo abastado tem uma tendência maior de achar Deus desnecessário, pois não sofre. No final, contata-se: desenvolvimento é conseqüência do cristianismo e o ateísmo e conseqüência do desenvolvimento.
As ordens de cavaleiros: creio que também há imensas precipitações dos céticos e protestantes nessa questão, por isso vejo ser interessante comentar algo.
As Cruzadas formaram várias ordens de cavaleiros, sendo consideradas ordens monásticas. Uma das mais antigas ordens é a dos Cavaleiros Hospitalários, que foram fundados para cuidar de peregrinos doentes e de cruzados feridos, mas, logo, aderiram à guerra. Outra ordem é a dos Cavaleiros Templários, criados para proteger Jerusalém e a Terra Santa dos muçulmanos e, para tal, construíram vários castelos e fortalezas na região, tornando-se excessivamente ricos. Porém foram dissolvidos após acusações do rei Filipe IV, da França, alegando homossexualismo e necromancia da parte deles - alegações baseadas em provas extremamente frágeis. Outra ordem foi a dos Cavaleiros Teutônicos, fundada como um hospital feito de tendas, afim de servir os peregrinos alemães no porto de Acre, mas logo assumiu caráter militar.
Bom, não creio que seja necessário prosseguir na argumentação, todos já sabem dos feitos gloriosos dos missionários cristãos dos últimos séculos, sendo os primeiros a se deparar com povos selváticos e a convertê-los. Todo mundo sabe do papel valoroso da Igreja em clínicas de dependentes químicos, orfanatos, asilos, escolas para pessoas com deficiência mental, crianças carentes, criminosos em presídios... A minha intenção nessa postagem não é dizer que a Igreja Medieval foi santa e pura, pelo contrário, ela foi satânica, mas, também, quero deixar claro que sempre existiram pessoas realmente fiéis, que as acusações contra a Igreja Medieval são, muitas vezes, desonestas e precipitadas, que o cristianismo não é falho, mas, sim, que falho é o homem. Nós protestantes, ajudamos a difamar mais do que de fato foi a Igreja Medieval como forma, também, de mostrarmos que ela estava errada, mas sejamos honestos e não compactuemos com todas as acusações que os céticos lançam, pois mal sabem eles que foram as forças seculares que mais depravaram a Igreja - a sujeira não veio de dentro dela, mas de fora. O problema dela não foi o cristianismo, foi o secularismo que a dominou.
Por fim, mais uma vez concebo: a Igreja, a Noiva de Cristo, é imaculada, pura e bela, pois nem tudo o que se diz igreja é de Cristo e a que é de Cristo vai segundo a Palavra - e sempre há aqueles que são cristãos de fato. Devemos cuidar, como Igreja, para não cometermos o mesmo erro que foi cometido na Idade Média: não nos deixemos levar pelo poder, não nos deixemos levar pelas forças mundanas, não deixemos que o sincretismo se abata sobre nós... pois há igrejas por aí que estão adorando velas, vassouras, sabonetes, martelos, pastores, construções, dinheiro, demônios. Nessa questão eu falo da necessidade de outra reforma protestante, uma nova reforma, mas não proponho isso com base no desejo de destruir o que existe, de mudar tudo, apenas creio que precisamos varrer, mais uma vez, a imundície que está sendo lançada para dentro dos templos - pois a Igreja precisa, volta de meia, de uma varrida.
No mais, fica a minha sugestão para, como protestantes, pensarmos em dar algum crédito aos católicos, pois eles se dizem cristãos também e, portanto, temos lutas comuns, causas comuns, principalmente em tempos como os que vivemos, onde se levanta o homossexualismo, o feminismo, a libertinagem... Não seria melhor se nós, protestantes, gritássemos com o mesmo poder que o papa contra o Movimento Homossexual, o aborto e outras questões complicadas? Não seria melhor se gritássemos junto com ele?! Convenhamos, enquanto falamos mal da Igreja Católica, ela está sendo mais positivamente efetiva em questões polêmicas e relevantes do que nós, que mais queremos, ao que parece, encher os templos.
Base: livro "Os Cristãos", Tim Dowley. Editora Martinsfontes.

Natanael Castoldi

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