De fato, não seguimos fábulas engenhosamente inventadas, quando lhes falamos a respeito do poder e da vinda de nosso Senhor Jesus Cristo; pelo contrário, nós fomos testemunhas oculares da sua majestade. 2 Pedro 1:16

terça-feira, 21 de junho de 2011

A Razão

-Trabalhos de fim de semestre e férias na seqüência. Prioridades / Na montanha.-

Bom, eu tenho falado tanto em santidade, sacrifício e obras, mas, para o cético que porventura esteja lendo meu blog ultimamente, isso tudo pode não passar de palavras vazias, já que não há aparente razão a fundamentar meus dizeres - "ora, pra que me entregar de tal maneira a algo que possa falhar na análise lógica?" Eis, então, o resultado de algumas reflexões que fiz pensando nisso.
Antes de tudo, pensemos sobre a quantas anda nossa sociedade laica e se a opção não-cristã de vida tem mais sentido do que o cristianismo. Vamos falar sobre um dos maiores fundamentos anticristãos da atualidade: a ciência - ou a "pseudo-ciência". Origem do Universo: havia o Nada, sem tempo, sem espaço e, portanto, sem matéria, apenas Vazio Absoluto. Mas, paradoxalmente, num dado espaço de tempo -num universo sem tempo- e nalgum lugar no espaço -num universo sem espaço nenhum-, algo material, surgido da não-matéria, conseguiu originar-se a si mesmo - teve tempo, espaço e matéria para tal, tudo o que não pode existir num universo inexistente. Leitor: o Vazio Eterno não teria condições espaciais, materiais e temporais para deixar de sê-lo, pois não há novidade no eterno, ele é o que é e nada o modifica. A lógica da nossa sociedade consegue aceitar a idéia de que a existência possa surgir da inexistência, que o tempo possa surgir -ter tempo para tal- em uma realidade atemporal, que o espaço possa "ganhar espaço" em cenário sem espaço algum.
A Causa-e-Efeito, lei irrefutável, diz que um efeito sempre é resultado de uma causa maior do que ele, o Big Bang na visão cética, portanto, trabalha em tremenda oposição à lógica, à razão, à tal lei que, em tudo, é coerente e óbvia. As duas principais leis da termodinâmica também trabalham em prol da impossibilidade da Origem ao estilo cético: energia não se cria, apenas se perde, portanto o Universo não veio de algo menor, mas de algo maior e está decaindo, consumindo-se - o Big Bang exige o inverso. De onde viria o aumento de energia e complexidade? Do Vazio? Do Nada? Se aprendemos algo com a genética é que sempre o fruto de uma reprodução carrega as caraterísticas de seus genitores, logo, o Vazio só tem vazio para oferecer. É óbvio que Deus é a única alternativa!
Origem da vida: os céticos só podem sugerir que a vida veio da matéria bruta, o que é óbvio absurdo. Não me darei o trabalho de escrever sobre essa questão, pois o mesmo argumento usado na idéia dobre a Origem do Universo cabe na Origem da Vida: Causa-e-Efeito (morte=vida (?), termodinâmica (caos=complexidade (?)... Se refutamos essa idéia assim como refutamos a anterior, então chegamos na mesma conclusão: Deus é a resposta!

Evolução da vida: vou repetir o que já disse várias vezes no blog: de que adianta falar sobre essa questão, se o cético tropeça no início da caminhada? Bom, de qualquer forma, é válido fazer algum comentário: evolução não dá total aval ao ateísmo e ela é impossível com base lógica, com base nas mesmas leis citadas acima. Há mais argumentação a ser analisada nas seguintes postagens: "Por que se opor?", "Perdidos no pântano", "Pelo que luto", "Geocentrismo", "Desespero", "Involução"?", "Ufologia?", "Ilusão", "Dor de cabeça", "Mente invertida", "Desafio profético", "Os Melhores Contos da Mitologia Cética".

Agora sigamos para a filosofia que norteia nosso pensamento: a regra de nossos dias é o relativismo que, por si só, é um absurdo. Se o Universo teve uma ÚNICA origem, veio de um ÚNICO lugar e existe por um ÚNICO motivo, então o pluralismo de verdades, por si só, é impossível, já que, à partir da Origem ÚNICA, o Universo que conhecemos carrega os genes de seu iniciador ÚNICO. Só existe uma verdade sobre a Origem e sobre nós, nossa razão, nosso objetivo de existir, pois temos UM único originador. Existe uma Verdade Única a dar sentido para um universo cuja a origem é uma só, isso é óbvio - daí você pensa a quantas anda a mente da sociedade de nossos dias, o quanto está bagunçada, deteriorada, podre, à ponto de refutar a verdade óbvia. O fato é que a idéia de Verdade Absoluta é tão verdadeira que seu opositor, por si só, apela para ela: "não existe Verdade Absoluta!" Quem afirma isso crê ser essa uma verdade absoluta?
Lendo o livro Por que confiar na Bíblia?, Amy Orr-Ewing, descobri algo novo sobre a mentalidade estúpida e infantil, que beira a insanidade e está abaixo do pensamento dos povos selváticos, do homem pós-moderno: a própria linguagem não tem significado único, o seu significado verdadeiro é aquele que o leitor concebe e somente este. Se é assim, de que vale a legislação nacional? A constituição? Ela significa o que eu quiser... Que absurdo! É tão óbvio que o que está escrito tem o significado que evidencia, é tão óbvio que o que está escrito tem um significado único, já que único foi o seu autor! Até mesmo o estudo da história tem sido dado como interpretativo, sem uma verdade por detrás, negando a questão mais lógica desde universo: o que aconteceu ACONTECEU e aconteceu devido a UMA causa, de UMA maneira e em prol de UM resultado. Ah, essa cabecinha-oca do homem pós-moderno, me dá vontade de pegar algum filósofo desses modernos, dar um chacoalhão, meter um tapa na orelha e enfiar alguma coisa dentro de sua caixa craniana - mas fica só na vontade mesmo... até porque ele pode interpretar meu tapa como um sinal de afeto e minhas palavras como um incentivo para continuar falando besteiras mentirosas e destrutivas.
A situação chegou a tal ponto que, se não me engano, no ano passado, numa das aulas de biologia do terceiro ano do ensino médio, ouvi a professora afirmando com um ar de vitória: "vocês sabiam que um dia os homens desaparecerão, pois o gene Y está sumindo?" A sua expressão e entonação de voz me soaram como: "vocês sabiam que as mulheres são superiores e que vencerão dos homens?" Eu simplesmente não entendi qual era o motivo daquele sorriso orgulhoso: sem homens as mulheres também deixarão de existir, ora! Ou conseguirão se reproduzir por brotamento?! Deus, dai-me paciência. A pouca vergonha continua numa crítica que li num blog quanto ao filme Paixão de Cristo, que dizia algo assim: "o Brasil também tem ateus, por isso esse filme é ofensivo", como se o Brasil não tivesse também todo um outro leque de religiões e o cristianismo como a maior, sem paralelo. Por fim, a marcha mais insana da história humana: a Marcha das Vagabundas, SlutWalks, que batalham pelo direito serem vulgares e promíscuas sem serem abusadas sexualmente - é a mesma coisa que eu semear trigo e esperar colher feijão. Leitor, estes são só alguns exemplos, quero que reflita e conceba: é da mente desta sociedade esquisita que estão brotando as ideologias que fundamentam o ceticismo moderno. É possível confiar?! -Leia: "O Ideal", "Presságio", "Passado revivido" e "Certo e Errado".
No cartaz: "Sou vadia, mas isso não te dá o direito de me estuprar" (?!) - Então "feche a porta", "apague a luz" e não distribua "convite" algum!

A insanidade da mente moderna só indica uma coisa: estamos decaíndo. É evidente: estamos com problemas, grandes problemas! Desde tempos imemoráveis o homem tem lutado em prol do sanar de suas fraquezas, do encher de seu vazio, do reencontrar dO Paraíso perdido. Algo no passado, que apreciamos com tanto carinho, nos diz que já fomos maiores um dia e que, nas areias do tempo, nas veredas da história, esquecemos, perdemos o que era essencialmente nosso. A correria insana da sociedade pós-moderna indica isso: queremos, a todo custo, encontrar a felicidade, preencher o Vazio, compensar nossa decadência, pisar nO Paraíso - essas marcas em nossa mente, em nosso corpo, em nosso espírito, apontam para uma verdade pouco questionável: se buscamos reencontrar O Paraíso, é porque um dia, no passado, vivemos nele; se buscamos compensar nossa decadência, é porque, um dia, fomos maiores; se queremos preencher o evidente e insaciável Vazio que nos toma, então é porque um dia já fomos completos... se tememos em demasia a morte e nunca estamos preparados ou conformados em morrer, é porque um dia a morte não nos era companhia - e até hoje o fenômeno da morte é um mistério que a ciência pouco sabe explicar. São essas as possíveis e mais prováveis causas para os efeitos com os quais, desafortunados, temos que conviver. C.S. Lewis, genial, compreende essa questão: "Se eu encontro em mim um desejo que nenhuma experiência neste mundo pode satisfazer, a explicação mais provável é que eu fui feito para outro mundo."
Com uma breve análise lógica, chegamos a conclusão de que existe um mundo espiritual e, portanto, um deus -pois somente um pode ser a força maior. Existem incontáveis religiões, portanto uma delas deve indicar o deus verdadeiro. De todas as religiões, a mais científica e coerente é a cristã -"A Opção", "Sucessão religiosa" e "Apologia ao suicídio". Considerando-se a existência de um problema a ser resolvido, devemos crer que a Verdade Absoluta está naquilo que o explica e soluciona de fato, pois, se estamos nesse mundo para viver, a verdade está naquilo que auxilia na perpetuação da vida. O cristianismo é, de fato, A ÚNICA OPÇÃO.

A fé cristã responde todos os dilemas existenciais do homem: Vazio, involução, Paraíso Perdido, morte. As explicações para a existência desses aspectos em nosso subconsciente, em nossa "memória genética", estão no Gênesis: Deus criou o Universo e o homem. Você pode ler muito sobre isso nas postagens: "Grande Guerra", "Visão", "A História do Mundo" e "A Máquina do Tempo".
O homem fora criado como criatura única, superior na Criação, com corpo, alma e espírito, além de uma capacidade intelectual sem medida -isso hoje, que usamos bem menos de 10% de nosso cérebro. Deus criou o homem e colocou-o para cuidar de um belíssimo jardim e, em sua capacidade, nomear todas as criaturas terrestres. Deus não queria mais um ser para Seu serviço, adoração e louvor, apenas, dessa vez Ele queria se relacionar de fato e, de preferência, com um "igual", alguém à Sua imagem e semelhança. Você consegue entender a dimensão disso? Deus criou o universo inteiro apenas com palavras, mas o homem, Ele tirou do barro e fez viver com um sopro nas narinas, fez viver com algo que saiu dEle, com parte dEle! Gênesis 1:26; 2:7. Deus criou um semelhante, com quem queria, de fato, se relacionar, tomar um chima -o que fazia todo dia no fim da tarde, Gn 3:8-, mas, como um semelhante e afim de se construir um relacionamento genuíno, Deus teve de dar a opção para Sua obra-prima de querê-Lo ou não -não se constrói um relacionamento de amizade verdadeiro através da obrigatoriedade.
Aqui entra o importantíssimo papel da Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal -Gn 2:16-17: a porta de saída do Éden. As palavras de Deus para o homem em relação ao Fruto Proibido não foram de maldição, caso ele fosse comido, mas, sim, baseadas na lógica: "no dia em que dela comeres, certamente morrerás". Por que, morrer? Simples: o homem poderia escolher se afastar do Deus Vivo, mas, distante da fonte de vida, certamente encontraria a morte - e essa distância de Deus se chama "pecado". Na seqüência entra Satanás, que se rebelou contra Deus para tentar tomar Seu lugar ou, ainda, em resposta à criação do homem. Assim como os homens, os anjos têm personalidade e liberdade de agir e foi isso que motivou Lúcifer e, através dele e dos outros anjos que caíram, a origem do Mal: negando o reinado de Deus e Sua glória, do Deus Vivo, Bom, Puro e Perfeito, os insurretos anularam-se do Pai e de Seus atributos e se tornaram Seu oposto, o resultado de Sua ausência. Deus, em sua santidade e juízo, precisa punir os rebeldes, os emissários da morte - adúlteros, assassinos, ladrões... Para Eles Deus preparou um local adequado: o Inferno, onde a total ausência dEle, que não pode conviver com o Mal, produzira um abismo torturante.
Satanás só precisou se aproximar e instigar Eva a fazer o que ele tentou fazer outrora: ser como, ou maior, do que Deus. Adão e Eva comeram do Fruto e, portanto, optaram por se distanciar de Deus e pela morte. Aqui entra a involução, o Vazio, o Paraíso Perdido, o estranhamento com a morte. O homem genuíno era completo, 100% de sua capacidade, seja intelectual, física ou espiritual, mas o distanciar de Deus e a modificação de sua biologia original o fez iniciar uma grande decadência, resultado da ausência do Pai e do distanciamento humano da fonte de glória - que o fez caminhar para o oposto dEle. O homem também não conhecia a morte até conhecer o pecado, até se distanciar do Deus Vivo - por isso morrer, até hoje, é algo estranho para nós. O Vazio que sentimos veio com o abandono de Deus, que o preenchia e nos fazia completos. A perda do Paraíso, dO Ideal, veio com a expulsão do Éden. Aqui inicia-se o processo de retorno, a preparação para o Cristo. Leia "Passado Perdido".
Desde que o homem escolheu a Morte, Deus manteve a porta para a Vida aberta, afim de que aquele que optasse por Ele a conseguisse encontrar. A seqüência da história humana se baseia na escolha entre dois extremos: Vida ou Morte. Essa é uma opção humana e Deus quer que o homem faça essa escolha, sem Sua derradeira interferência, que culminaria na escolha forçada. Deus está esperando um determinado tempo para consolidar, de uma vez por todas, o retorno à realidade original do Éden e, para tal, Ele espera, apenas, homens que realmente queiram estar com Ele, cuja opção seja embasada na vontade, na razão e no desejo genuíno de Viver, por isso o Eu Sou não pode demonstrar muito de Sua glória para este mundo, pois Sua presença visível iria fazer com que o homem não tivesse opção... a única possibilidade de haver opção é quando há espaço para a dúvida.
Então: o que é o pecado? Não é meramente a transgressão das regras do Criador, é o caminho que leva o homem a morrer, ou você, analisando bem e honestamente a Bíblia, consegue me falar de alguma regra que seja fruto de mero capricho de Deus? Tudo o que consideramos imoral leva à morte física, emocional, intelectual e espiritual! O pecado, a distância de Deus, é, meramente, resultado de Sua santidade que, perfeita e imaculada, naturalmente nos anula em nossa natureza impura e tenebrosa.
E os sacrifícios de animais? Sobre isso já falei noutras postagens, mas posso repetir com alguma novidade: as palavras de Deus sobre "haver morte através do Fruto" indicam a necessidade de algo morrer por causa do ato pecaminoso -daquilo que, passo por passo, nos afasta ainda mais de Deus. Não há vida após o pecado, portanto o sacrifício animal servia como lembrete de que, com o pecado, sempre há morte e prejuízo, que o preço do pecado é o sangue de algo ou alguém - a morte só gera morte. Deus é justo, por ser perfeito, e a justiça O faz ter de cumprir Suas palavras sobre a morte seguida do Fruto - por ser justo, Deus precisa castigar o homem pela desobediência. A Lei trabalha com restituição: morte se paga com morte, portanto, a única forma de cobrir o ato de morte, o pecado, é através doutra morte. Isso, além de lógico, fazia com que o homem se mostrasse apto a servir e obedecer a Deus, trabalhava seu caráter e servia como mecanismo de escolha, para este ser encontrado apto a viver eternamente com Deus.
Vamos exemplificar essa situação: um ferreiro mágico, um dia, decidiu forjar vários machados com vontade própria. Ele queria que estes machados lhe fizessem lenha para os invernos frios - criou-os com o objetivo de lenhar e, no frio invernal, lhes poliria, afiaria e estaria com eles. Um dia, porém, estes machados perceberam que sua cabeça e lâmina não apenas podia lenhar, mas servia muito bem para matar os seres do bosque e assim, curiosos, buscaram experimentar essa sensação que desconheciam e para a qual não haviam sido forjados. Gostaram da nova experiência e perverteram sua função original, o ferreiro não poderia mais contar com eles - mas ele, que tinha criado esses instrumentos, sabia muito bem como desligá-los, tirar-lhes a magia. Qual a opção mais viável: deixá-los prosseguir na matança ou desativá-los e destruí-los, para fazer outros sem a mesma falha? Destruí-los é o melhor a fazer. Dizem que Santos Dumont se suicidou a ver sua criação, o avião, tendo o uso pervertido, deixando sua função de transporte e servindo para a guerra - se ele tivesse tido como fazê-lo, certamente destruiria sua obra. O mesmo aconteceu conosco: Deus nos criou para o relacionamento com Ele, nós decidimos por não fazê-lo, portanto, pervertemos nossa função original, mas Deus não pôde, simplesmente, nos destruir como Obra, pois, apesar de santo e nos anular, apesar de justo e ter que nos julgar, Ele é AMOR e nos ama incalculavelmente. O que Ele fez foi simples: "que o homem escolha destruir-se a si mesmo, na "matança", que leva à morte, ou que decida voltar a mim e retomar sua função original."
Mais uma ilustração: havia uma bela vila, em meio a um bosque rico e florido e, diante dela, um abismo com uma ponte velha para o outro lado, uma terra de espinhos e aridez. Curioso, sem ter ciência da sensação do sol escaldante a queimar a pele e da sede a corroer a garganta, um daquele povo, um dia, atravessou a ponte, mas ela, muito antiga, ruiu e o indivíduo ficou preso no outro lado. Havia, porém, uma imensa árvore seca ali, na beira do abismo, que, se derrubada, faria uma ponte para o outro lado. Mas ele só tinha um bordão em mãos e seu esforço em tentar derrubar o cedro com esse bastão era vão. Nós, como humanos, fizemos isso e, assim como esse homem, não tínhamos como voltar, pois, uma vez conhecido o Mal, sempre o será. Deus deu-nos uma serra para cortar essa árvore, mas continuamos, na ignorância, fazendo como fazíamos com o bordão: batendo na árvore. Como é óbvio, a serra não corta com golpes. Deus, então, vendo o poço em que nos metemos, fez o impensável: mandou Seu filho se humilhar e vir a este mundo para ajudar-nos a serrar corretamente a árvore e voltarmos ao ponto de onde saímos. Aqui entra a razão máxima da fé cristã: o sacrifício de Cristo. Cabe a nós aceitar ou não essa ajuda - e, logicamente, quem não aceitar, morrerá no processo exaustivo de tentar voltar sozinho.
Por que Cristo, e não um súbito perdão de todos os pecados, sem sacrifício? Leitor: Deus precisa cumprir o que diz. Morte se paga com morte. Deus fez o impensável: quebrou a era em que os homens tinham que sacrificar para se aproximar dEle para iniciar outra, aquela em que Ele sacrificou para se aproximar dos homens. Cristo foi a resposta de amor mais sábia, afim de cumprir as palavras de Gênesis da forma mais branda possível. Deus é santo e anula o pecado, por isso enviou Seu filho em carne, passível de tentação, para poder aproximar-se, de fato, dos pecadores. Deus é justo e precisa condenar a desobediência, por isso enviou Seu filho para morrer no lugar dos pecadores, substituiu a morte da humanidade pela morte de Seu filho -morte pela morte-, a morte de Cristo foi o sacrifício derradeiro para sanar os atos de morte da humanidade. Deus desviou sua ira contra o pecado dos homens para Cristo, ele pagou o preço que deveríamos pagar, ele sofreu em nosso lugar, ele padeceu do irrevogável juízo de Deus, em sua justiça e santidade. Jesus foi a grande resposta de amor do Pai: se Ele não podia destruir-nos por amor, então fez com que Seu filho, anulando o pecado, iniciasse o regresso ao Ideal do Éden, ao ideal do relacionamento com Ele: Deus não nos destruiu para criar outros melhores do que nós, Deus nos manteve e decidiu, através do Seu filho, nos modificar para virmos a ser aqueles com quem o Deus santo quer se relacionar eternamente. Cristo tornou-se nosso advogado, ele passou a defender nossa causa, a pureza dele anula nossas trevas, a imagem dele em nós, o seu caráter em nossos corações, através do Espírito Santo, torna-nos justificados e santificados perante Deus. O cristianismo é uma resposta genial de Deus, segundo o Seu amor pelos homens e Seu senso de justiça e o livre arbítrio humano: o homem escolhe condenar-se a si mesmo, destruir-se, ou se, através de Cristo, aceita a Vida Eterna. Deus não precisa condenar nem destruir ninguém, as pessoas o fazem porque querem!
Além de toda essa questão, a única forma viável de Deus anular o pecado humano sem Ele descer em Sua glória, evitando o livre arbítrio, fora enviar Seu filho em carne para morrer e, assim, através de seu exemplo santo de vida e seu sacrifício, nos servir de espelho, de alvo, de inspiração, facilitar a nossa escolha por Deus, por santidade. Simplesmente perdoar os pecados, não manteria a humanidade pura, logo ela recairia. Modificar e santificar a todos, mesmo os que não querem Deus, burlaria o livre arbítrio e não resolveria o problema inicial: pessoas que não querem Deus, simplesmente não devem estar com Ele enquanto assim pensarem.
Mas como Cristo teria condições de pagar pelos nossos pecados? Eis a minha reflexão acerca desta questão: o pecado significa morte, Romanos 6:23 é claro: o salário do pecado é a morte. A Bíblia nos ensina que Jesus não teve pecado algum, não cometeu nenhuma infração ao padrão moral de Deus, mesmo sendo ele humano. Sem pecado, Cristo não estava passível de receber o salário do pecado: morte, pois não fazia nada para se distanciar de Deus, para rumar as veredas da aniquilação. Mesmo assim, mesmo sem pecado e sem a promessa de morte, Cristo morreu. Naturalmente o pecado individual é a conseqüência fundamental da morte humana, é o preço que cada um paga pelos atos de morte, cada um paga com a vida -ela se anula- pelo distanciamento do Deus Vivo. Mesmo sem pecado, Cristo morreu, mas a morte é resultado do pecado, eis o paradoxo. Se morremos pelos nossos pecados, e Cristo não morreu pelos seus pecados, mas, mesmo assim morreu, então, sem dúvida, o fez pelos pecados de outros, porque, se há morte, há pecado. Jesus morreu pelo pecado - pelo meu pecado, pelo teu pecado. Pense mais: se Cristo morreu pelo pecado de outros, pelos nossos, então ele tomou estes pecados sobre ele, esvaziou-nos deles e encheu-se com eles -uma troca-, para que, morrendo, também os aniquilasse. Ele tomou a morte que cabia a nós! Esse é o valor do Messias totalmente puro!
A importância de Cristo não ter tido pecado algum vai além: só se pode encher uma vasilha se ela estiver vazia. Jesus era vazio de todo e qualquer pecado, portanto, pôde receber toda a carga dos pecados humanos e cobrí-los com seu sacrifício - no final, ele morreu num colapso, devido ao imenso peso que recebera. Só alguém totalmente puro poderia ter condições de anular a impureza, só uma luz poderosa e radiante poderia dissipar as trevas, só o calor trepidante poderia afugentar o frio. Opostos se anulam, se repelem e apenas Cristo, totalmente avesso à este mundo, pôde retorcer as trevas mundanas; totalmente avesso ao pecado, poderia quebrá-lo; somente aquele que, sem pecado, estava mais próximo à Fonte de Vida, poderia reverter a morte! Jesus é necessário. Aqui entra o papel fundamental de Cristo na restauração do Ideal do Éden, do retorno: ele nos provoca o efeito inverso que o pecado provocou: o esfriar, escurecer, morrer no distanciar de Deus. Enquanto a distância dEle nos corrompe, o aproximar, através de Cristo, nos aprimora!
--Estando nós mortos -Efésios 2:1-5-, Cristo teve de morrer para aproximar-se de nós, primeiro tornando-se mortal e, segundo, padecendo da morte física. Após a morte entrou em jogo a natureza divina do Filho, que, descendo ao Sheol e retornando ressurreto, ainda como humano, representou-nos na empreitada de regeneração. A única forma de fazer uma ponte entre os dois lados do Abismo, Morte e Vida, fora o Deus Vivo morrer, atravessando para o lado da Morte e, revivendo, traçar uma ponte para a Vida. Assim como o pecado tornou-se parte de nossa genética humana por meio de um só homem, Adão, por meio de um só, a nos representar, ele deixou de nos dominar, pois ele, o Messias, o venceu, não pecando e aniquilando o seu salário -o que nos é válido apenas se aceitarmos a Sua proposta. Romanos 5:12.
Vamos aprofundar essa questão com um conceito simples: a vitória de um general é a vitória de todos os guerreiros, de toda a sua nação. Vejamos com uma analogia em Tolkien: os anões de Moria escavaram, em sua ganância e orgulho, fundo demais nas suas minas e, por isso, despertaram um demônio das profundezas, o Balrog. Abriram uma porta que permaneceu escancarada por muito tempo -já que ninguém tivera força para aniquilá-lo-, até o dia em que a Comitiva do Anel se deparou com esse rei das trevas, feito de sombras e fogo. Gandalf se sacrificou para detê-lo, despencando com ele num abismo quilométrico, fechando a porta que os anões outrora abriram e, portanto, através de sua liderança, salvando a vida dos outros oito membros da Sociedade. Não que Tolkien tenha pensado assim, mas pode-se comparar a atitude dos anões à postura de Adão e a de Gandalf, a de Cristo. A morte tem apenas uma causa, uma essência e, portanto, como o Balrog de Moria, é como um só monstro que, como fez Gandalf, uma vez derrotado, para sempre e por todos está caído. Jesus derrotou o monstro chamado Morte! Quem quer partilhar da vitória da Vida deve, portanto, aceitar o caminho dO único que sabe como fazê-lo, deve viver como Ele viveu, deve seguí-Lo! "A morte perde metade de suas armas quando negamos, em primeiro lugar, os prazeres e interesses da carne", Richard Baxter.
Agora um exemplo histórico: a derrota dos 300 de Esparta mediante os exércitos persas, em Termópilas, tem apenas um nome, o do traidor: Efialtes e, da mesma forma, a vitória dos franceses perante os ingleses no Cerco de Orleans, na Guerra dos Cem Anos, tem um só nome: Joana D'Arc. O fato é que a corrupção de Efialtes afetou os 300 como um todo e a vitória de Joana não foi apenas dela, fora de toda a nação a que representou e pela qual lutou. O fracasso mortal vem de Adão e a quebra dessa maldição é resultado da obra de Jesus - e ele o fez em nome de todo um povo -nós- que, portanto, pode, como sendo Sua nação, partilhar dessa mesma conquista - mas apenas quem O considerar, de fato, o seu líder, o seu general, é contado como cidadão de Seu Reino, leia a Parábola das 10 Virgens (Mateus 25:1-3; 8-13) e a das Bodas (Mateus 22:9-14).--
Jesus é a Causa Viva da nossa vida! Pense mais: numa humanidade inteira de pecadores, apenas quem não é pecador pode fazer alguma diferença evidente. Estamos no fundo de um poço de pecados e não conseguimos sair sozinhos, mas Jesus, sem pecados, está fora dele e, com uma corda em mãos, oferecendo-se para nos tirar do buraco e nos ensinar a viver como ele viveu. E a Lei? Jesus a cumpriu sem falha em nosso lugar, assim como morreu por nós.
Aprendemos nO Senhor dos Anéis que o Mal só pode ser destruído na sua própria matéria, onde fora forjado -o Um na Montanha da Perdição. Da mesma forma, só foi possível vencer a morte através da morte, conhecendo-a e padecendo dela, mas, em seguida, desvencilhando-se de suas garras e voltando a vida, invertendo o processo, revertendo-a. Jesus, sem pecado algum, fora o único homem com o diferencial necessário para fazê-lo, com a receita, pois, penetrando na profundidade das trevas da morte com sua luz de pureza e Vida indescritível, pôde anula-la, dissipa-la. E mais: somente sendo mortal, como foi, ele pôde vencer a morte, pois, para tal, fora necessário morrer. Leia: O Conquistador.
João 1:1-3, 9-14 nos diz que Jesus é o Verbo, por meio de quem Tudo se fez. Gênesis 1:3, 6, 9, 11... mostra-nos o Verbo em ação. A Palavra é igual a Cristo, Cristo é igual a vida e, portanto, ao Criador. Somente O Criador pode recriar! E nossa salvação, nosso retorno gradativo à parte da natureza genuína, é uma "re-criação", através do nascer de novo -João 3:7.
Gênios ingleses como C.S. Lewis, N.T. Wright e J.I. Packer foram autores de belíssimas frases sobre Cristo, que tirei da 323 da Revista Ultimato:
N.T. Wright: "Deus veio ao mundo através de Jesus justamente porque as coisas não andavam bem por aqui e precisavam ser endireitadas."

"No Getsêmani, Jesus estava como em trabalho de parto, esperando unir do céu e a terra, como alguém tentando amarrar dois pedaços de corda com pessoas puxando-as de ambos os lados."
"A cruz é o lugar e o meio pelo qual Deus mais nos amou."

"O que Jesus conquistou com a sua morte e ressurreição é a base, o modelo e a garantia do propósito final de Deus: livrar o mundo completamente do mal e estabelecer sua nova criação de justiça, beleza e paz."

"A morte de Jesus de Nazaré pode ser interpretada como um equívoco absurdo, totalmente inútil e sem sentido, ou como o ponto central, o eixo, em torno do qual gira a história humana."

J.I. Packer: "Pela vontade do Pai, Jesus Cristo se fez pobre e nasceu em um estábulo para, trinta anos depois, ser pendurado em uma cru. Esta é a mensagem mais maravilhosa que o mundo já ouviu e ouvirá".

"No paganismo, são os culpados que fazem propiciação de seus pecados aos seus deuses. No cristianismo, Deus propicia a sua ira por sua própria ação."

"A expiação é uma substituição representativa - o inocente assume o lugar do culpado, em nome e em favor dele, sob a espada da retribuição judicial de Deus."

"A justiça de Deus só é satisfeita porque os pecados de todos aqueles que jamais seriam perdoados foram julgados e castigados na pessoa do Filho de Deus."

C.S. Lewis: "Jesus é o pioneiro da vida. Ele arrombou uma porta que esteve fechada desde a morte do primeiro ser humano. Ele encarou o rei da morte, lutou com ele e o derrotou. Tudo é diferente pelo fato dele ter feito isso. Esse é o início da nova criação - um novo capítulo na história cósmica foi aberto."

"O filho de Deus tornou-se homem para possibilitar que os homens se tornassem filhos de Deus."

"Aprendemos que Cristo foi morto por nós, que a sua morte lavou os nossos pecados e que, morrendo, ele venceu a morte. Eis o verdadeiro cristianismo. É nisso que devemos acreditar."

"O pai nos perdoou porque Cristo fez por nós o que nós deveríamos ter feito. Fomos lavados pelo sangue do Cordeiro e Cristo venceu a morte."
Falamos sobre o pecado e a Queda e sobre aquele que veio anular a maldição de Adão, Cristo. Agora faltam poucos pontos para que a razão fundamental do cristianismo se complete, a Doutrina do Inferno é um deles.
Muitos cristãos da atualidade estão negando a existência do Inferno, como incompatível com o Deus de Amor. Os céticos atacam a fé cristã muito em função da existência desse local tenebroso. Na verdade pouquíssimas pessoas param para pensar sobre ele, ou gostam de fazê-lo - em meio a correria individualista de nosso dia-a-dia, a dor fica pra depois; em meio à prosperidade, bênçãos e vitórias sem fim das teologias atuais, o Inferno está sendo esquecido - e, por isso, recebendo uma quantidade imensa de novos hóspedes. Para mim é um assunto muito importante e crucial para se entender a natureza de Deus e, em nada, afeta em Sua pureza e perfeição, pelo contrário.
A questão fundamental para se entender a existência do Inferno é o livre arbítrio. Deus, desde a Queda, está nos dando duas alternativas: estar com Ele ou não. Deus quer que estejam com Ele apenas aqueles que assim desejarem e buscarem - os que não querem, que seja feita a vontade deles. Inicialmente o Inferno fora criado para abrigar os anjos caídos num tempo vindouro, mas, depois do pecado, passou a receber também os homens que repudiam Deus - que não O querem. Como Deus não pode influenciar no livre arbítrio, não obrigará ninguém a estar com Ele, a estar diante do menor pingo de Sua glória. Como já disse outrora, Deus não lançou maldade e terror num abismo e criou o Inferno, Ele apenas privou um determinado local de Sua presença, um local para onde irão os impuros, que Deus não suporta e com quem Deus não pode dividir espaço. Se Deus é totalmente bom, perfeito, a essência do amor, então o Inferno, sem Ele, é o Seu oposto: terrível, torturante, corrompido. Se existem dois caminhos, existem dois destinos e Deus, por amor, não obrigará ninguém a estar com Ele, portanto, os que não querem o Céu, onde Ele está, irão para um lugar onde Ele não está, porque assim desejam. De qualquer forma, o corrompido, impuro, não poderia estar com Deus, pois Ele, em Sua pureza e justiça, automaticamente o aniquilaria.
O Inferno não é a representação de algo mal em Deus, mas uma resposta à vontade de alguns anjos e muitos homens de buscarem a distância total do Pai. Não é o desejo de Deus, é o desejo das criações que não O querem. O Inferno, por fim, é o local para onde irão os "machados" que insistem na matança, que continuam, por vontade própria, pervertendo a sua função original e ali, isolados de seu criador, que não os suporta por estarem corrompidos, serão incinerados - porque sua opção de continuar se pervertendo escancara, também, o repúdio ao desejo de seu antigo mestre e o maior interesse por tê-lo longe. Quem não quer a Vida, escolhe a Morte. Simples. Leia também: "Pequeno detalhe" e "Lago de Fogo".
Nesse âmbito, parece-me que a Queda pode ter sido simples conseqüência da criação de um ser com personalidade e anseios, assim como é quase lei que o escultor se machuque uma hora ou outra enquanto trabalha numa obra. Deus criou um ser sem conhecimento do Mal, porque Ele não tem mal para inserir em Sua criação, mas o conhecimento do Mal se faz necessário para que o homem saiba se prefere, de fato, a morte que lhe bate a porta ou estar com Deus - a história humana se desenvolve nesse ambiente de escolhas e rumo à regeneração total, quando nós voltarmos ao ideal do Éden e, conhecedores do Mal, concebendo a sua inferioridade absoluta mediante a glória perfeita de Deus, valorizemos mais o Pai e desejemos, sem titubear, a Sua eterna presença. Lúcifer não tinha conhecimento ou ciência do Mal -que ainda não existia- e isso o levou a apostar nele -sem dúvida de forma ingênua, sem conceber a grande besteira que estava fazendo-, da mesma forma Adão e Eva não tinham ciência do Mal, não concebiam exatamente o seu potencial de destruição e tortura e, sem noção do que significava morte ou dor, pois em sua natureza original não havia traço algum disso, acabaram, ingenuamente, cedendo. A regeneração da Criação, tendo passado por Dias Maus, resultará em algo maior e melhor do que no Princípio: o Mal, sendo algo já estudado e experimentado, será repudiado e mais ninguém ousará, na perfeição do Paraíso, experimentá-lo. Uma conclusão óbvia, pelo menos para mim, é que, analisando assim, a Criação não terminou completamente no Sexto Dia, mas é um processo que ainda está em andamento e hoje se encontra na etapa do conhecimento do Mal e, consequentemente, plena ciência de que ele é abominável. Parece-me, sinceramente -e pessoalmente-, ser um processo necessário, o meio ideal para se chegar a um determinado fim - sermos, de fato, as criaturas com quem Deus pode se relacionar. Com base nisso a Criação só terminará com a Segunda Vinda de Cristo e a nossa total regeneração - com o Mal sendo aniquilado e a boa criação de Deus retornando ao que fora. Nosso tempo, de escolha, é a peneira do livre arbítrio, quem escolhe e se aprofunda no Mal, morrerá com ele, quem luta contra as trevas e busca a Deus, fará parte do eterno futuro com Ele.
"Mas como Deus não insiste no homem, se a melhor opção é o Céu, deixando a humanidade ir ao Inferno?" A verdade é que Deus insiste, no limite do livre arbítrio humano. Leia a Bíblia e perceba. A questão é simples: Deus criou o homem como Seu semelhante para poder estar perto dele, mas o homem não quis estar perto de Deus e se corrompeu, regredindo e se tornando incompatível ao Pai, pois tornou-se trevas longe dEle. Deus, então, fez-Se em carne humana para poder se reaproximar do homem - Ele se assemelhou ao homem, Ele se rebaixou a tal nível apenas por amor a nós, pelo desejo de estar perto!! Isso não é insistência?!
"Mas e a maldade no mundo? As mortes? A dor? Deus não nos abandonou?" Aqui entra outra pergunta: nós não abandonamos Deus? Se nós não O aceitamos, não queremos uma vida com Ele, por que exigimos algo da parte dEle? Na hora tranquila, de estar com Ele, tratamos a nós mesmos como deuses, mas na hora do caos o problema é de Deus? Se existindo mal, Deus não existe, então, existindo mendigos descabelados, barbeiros também não existem. Leitor: da mesma forma que o Inferno é caos mortal por não ter Deus ali, este mundo, ao se distanciar de Deus e Sua glória, tende a ficar cada vez mais tenebroso e corrompido, assim como os homens. A culpa é totalmente nossa!! Deus apenas está nos deixando experimentar a dor de não O desejarmos e de não estarmos com Ele, isso é livre arbítrio e isso é um mecanismo de escolha - melhor que um pouco de dor te faça se render a Cristo, do que nenhuma, sendo que há um Inferno horripilante à espreita - nisso Deus também demonstra amor: Ele dá um jeito de nos alertar, mesmo que não O queiramos! Deus não burlará a lei do livre arbítrio! Ele não pode estar com quem não O quer, Ele não suporta a imundície do pecado.
C.S. Lewis disse: "O sofrimento é o megafone de Deus para um mundo ensurdecido". Isso faz todo o sentido!
Sem uma opção aos que não querem Deus, não haveria sentido. Se só existisse Céu, não haveria motivo para estarmos ainda aqui, não haveria motivo para a Bíblia, para o evangelismo, para Cristo! Pois todos estariam salvos, mesmo contra a vontade. Pense: a Doutrina do Inferno é importantíssima para dar sentido ao cristianismo!

Voltando às famosas frases, agora sobre o Inferno:
C.S. Lewis:
"Não existe doutrina no cristianismo que eu mais adoraria ver extinta do que a detestável doutrina do Inferno. Porém, ela tem o pleno apoio das Escrituras e, especialmente, das palavras do Nosso Senhor. Ela sempre foi sustentada pela cristandade e está fundada na razão".

"No fim das coisas, só existem dois tipos de pessoas: as que dizem a Deus: "Seja feita a tua vontade", e aquelas a quem Deus diz: "A sua vontade seja feita". Todos os que estão no Inferno, escolheram estar. Sem essa possibilidade de escolha não poderia haver Inferno."
Já comentei sobre Satanás anteriormente, mas voltemos para ele, aquele para quem, ao lado dos demais anjos caídos, o Inferno fora arquitetado -e para onde o homem pode ir, se quiser e preferir os demônios deste mundo ao Deus Eterno. Assim como o Inferno, Satanás e os demais seres malignos são fruto do total afastamento de Deus, o Seu oposto extremo: absoluta maldade e malícia. De certo modo, o próprio Inimigo é um mal necessário para fazer valer o livre arbítrio de fato, e ele se aproveita disso - enquanto seus dias não exaurirem e a extrema ira de Deus não se derramar por sobre ele e sua legião. A única forma de evidenciar a possibilidade de escolha entre duas alternativas é a justa existência de defensores dos dois lados, portanto, a única forma válida de se existir, honestamente, livre arbítrio, é a existência de Satanás, oferecendo o caminho Infernal, e a existência de Deus e Sua Palavra, oferecendo a Vida Eterna. Cabe ao homem, com sua liberdade -que só o profundo amor de Deus por nós poderia gerar- avaliar as propostas dos dois lados e escolher a que for de sua preferência. Quando o tempo de escolher terminar, quando o Dia do Senhor se abater sobre a Terra, então todo aquele que optou pelo Mal, sejam anjos ou homens, será exterminado. Deus trabalha com transparência e justiça, portanto, não nos priva de sabermos dessa realidade, por mais dura que seja.
O Mal que assola este mundo e seu mentor, Satanás, Deus também permite que, volta e meia, aproximem-se e ataquem ou tentem os cristãos verdadeiros. Aqui entram duas outras funções do Mal para o livre arbítrio: lembrar aos cristãos de que eles ainda podem mudar de idéia, pondo-nos à prova, tentando o nosso caráter, avaliando as dimensões de nossa fé e de nossa decisão por Cristo - uma espécie de peneira - ou, ainda, fazer-nos fortalecer em Deus, pois, oprimidos ou tentados, se nosso caráter e nossa decisão já for firme, cresceremos ainda mais e buscaremos uma segurança ainda maior no Pai. Muitas vezes a própria queda numa ou outra tentação é fonte de crescimento para o cristão: a culpa nos mostra o quanto somos fracos e dependentes do Criador e derruba nosso orgulho - porque os cristãos são presas vulneráveis para o orgulho, mas Deus, em Seu amor, não nos permite mergulhar na raiz de todos os pecados, como diz C.S. Lewis: "O orgulho leva a todos os demais pecados: trata-se de um estado mental totalmente anti-Deus." " Uma pessoa orgulhosa está sempre olhando os outros de cima para baixo. É claro que, enquanto você estiver olhando para baixo, não terá como enxergar o que se encontra acima de você."

C.S. Lewis, genial em sua simplicidade, nos mostra a natureza original do orgulho: "Foi pelo orgulho que o Diabo se transformou em Diabo." E, sobre Satanás, fala um pouco mais:

"Estamos vivendo em uma parte do universo que está ocupada por um rebelde."

"Os cristãos acreditam que um poder maligno se tornou o príncipe desse mundo na atualidade."
--O livre arbítrio dá sentido a TUDO! Creio ser peça fundamental para que possamos compreender nossa existência, a existência do Universo, a existência da Bíblia, a vinda de Cristo... Por isso, também, sou arminiano. Haveria algum sentido para existirmos, se nosso destino final já estivesse selado? Algum sentido para a Palavra? Para Cristo?! Estamos aqui só porque podemos escolher! A Bíblia existe para facilitar a escolha e o crescimento, Jesus morreu para quem ESCOLHER pela Vida! Se os salvos o estão independente do que fazem ou querem e se o Espírito Santo nos empurra, sem opção, a fazermos e sermos o que Deus quer, então por que a Bíblia nos orienta para sermos e fazermos, voluntariamente, uma série de coisas, mesmo que tenhamos que nos submeter a duras disciplinas?! Nós somos relevantes!--
Você acha que Deus gosta de ver Sua criação corrompida? De ver tamanho Mal em nosso mundo? Para Ele deve ser difícil se segurar e não explodir tudo. Mas Seu amor é tão profundo que Ele esforça-se, Ele suporta a dor do Mal e da corrupção de Sua obra, para nos dar opção, oportunidade de escolher. Ele está nos dando MUITO tempo para decidir, Ele tem deixado Seu plano de restauração para depois - bem mais do que os antigos esperavam -, tudo isso para escolhermos!! Se Ele aniquilasse este mundo subitamente, quem seria justo para ter o direito de estar com Ele? Pouquíssimos! Portanto aproveitemos bem o tempo que nos é dado! É POR AMOR! É GRAÇA NÃO MERECIDA!!
Meu caro, o que me diz diante disso tudo? O que VOCÊ está fazendo? Pois é, somos uns malditos ingratos, temos a ousadia de debochar de Deus, de questioná-Lo mediante isso tudo! Desvalorizamos todo o Seu amor, desvalorizamos tudo o que Ele tem feito por nós! Se não por Cristo, pela Suas morte na Cruz, que destino mereceríamos nós?! Criemos alguma vergonha na cara! Há um mundo inteiro de falsos cristãos e incrédulos que precisam conhecer nosso Deus, precisam conhecer a Cristo! Deus é mal pelo fato de muitos não conseguirem conhecê-Lo? Não, nós o somos, porque o evangelismo é papel nosso -Deus não o fará, até porque burlaria o livre arbítrio, portanto é a nossa missão- e, também, mais uma ferramenta de escolha: através da divulgação da Boa Nova mostramos o quanto somos gratos pelo que Deus fez por nós, o quanto a nossa fé é real! Além disso, nos molda: trabalhamos com disciplina, ousadia e reavaliamos nossas prioridades. O evangelismo também trabalha profundamente os dois grandes mandamentos: o amor à Deus e o amor ao próximo! Uma vida dedicada à Deus é uma vida dedicada aos outros!!
Hoje li uma notícia que me impressionou: idosos japoneses estão se oferecendo para limpar e arrumar as coisas em Fukushima, onde a tsunami do 12 de março de 2011 atingiu uma usina nuclear e para onde o governo japonês está tendo receio de enviar profissionais, temendo a radiação e a morte que a sucede. Esses idosos, da Unidade de Veteranos Qualificados, que engloba aposentados de diversas áreas, crêem que o restante de suas vidas vale menos que o bem geral e decidiram pelo sacrifício em nome da vida dos outros, em nome da sua sociedade. Nós, cristãos, deveríamos nos envergonhar com nossa postura, mediante atos de honra desse nível! O quanto nossa vida serve para a vida dos próximos?! 1 João 3:15 é bem claro. Esse mundo está podre demais para ficarmos parados. O Mal está em todo o lugar e, por amor aos que são atormentados, façamos algo!
O que temos feito? Como temos vivido?! Após toda essa lógica, não consigo deixar de atentar para a necessidade da busca por santidade em nossas vidas, caso queiramos ver a Deus. Nós sabemos que o Pai é PURO e SANTO e, se desejamos partilhar uma eternidade com Ele, nossa vida deve ser de constante busca por pureza e santidade. Isso vai além do interesse pela Vida Eterna, isso se trata do desejo de sermos amigos de Deus, de não O entristecermos, de não O desprezarmos! Ora, quem sabe que Deus é santo e, mesmo assim, decide, volta e meia, se perverter nas trevas, O está desmerecendo, agredindo!! Ele se entristece, sim, mas quem pagará pela própria perversão é o pervertido. A busca ou não por santidade no cristão, no âmbito do livre arbítrio, indica o desejo ou o repúdio por Deus. O mero título de cristão não muda o destino do impuro!! Apocalipse 22:14: "Felizes os que lavam as suas vestes, para que tenham direito à árvore da vida e possam entrar na cidade pelas portas."(NVI), "Bem-aventurados aqueles que guardam os seus mandamentos, para que tenham direito à árvore da vida, e possam entrar na cidade pelas portas." (Almeida). Note: aquele que lava as suas vestes da imundícia verá a Deus (Mateus 5:8), aquele que se dá ao trabalho de lutar contra sua natureza humana e contra este mundo, que se esforça e dedica tempo lavando suas vestes, purificando-se em Cristo, aproxima-se de Deus por ser mais compatível com a pureza dEle, mas, além disso, por demonstrar interesse, apreço e anseio por estar com o Pai! Isso Deus, que não é irracional ou bobo, como às vezes imaginamos, certamente relevará!! Ele nos quer como amigos! Mas não confudamos isso com igualdade, Deus é nosso mestre supremo e, enquanto quer comunhão conosco, também quer que ergamos a Espada e lutemos em nome dEle nesse mundo enegrecido! Não fazer o que o Pai manda, é o mesmo que não desejá-Lo, logo, quem não o faz, escolhe por não estar com Deus. EU OPTEI POR DEDICAR MINHA VIDA NA EMPREITADA CRISTÃ!!
Natanael Castoldi

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quinta-feira, 16 de junho de 2011

A Fenda Abissal

Enfim, após meses de preparo, nesse final de semana realizamos, como turma do curso de teologia, ATOS, um retiro para crianças carentes, de sábado à domingo. Foi exaustivo, mas pude ver Deus trabalhando com grande poder - até porque a previsão era de chuva o final de semana inteiro e, justamente na primeira viagem que fizemos, sexta à noite, para fazer a decoração, parou de chover e voltou a chover somente ontem de noite, pouco menos de duas horas depois de termos voltado. O fato é que deitei bem cedo pra dormir e descansei 14 horas -pelo menos duas noites bem dormidas em uma- e, no sono pesadíssimo, vivi sensações que há tempos não vivia ou lembrava: sonhar. Tive, pelo menos, uns 10 sonhos diferentes e destes, dois ainda estão claramente em minha mente -não sei até que ponto é viagem ou não, mas consegui dar uma boa analisada neles.
A verdade é que muita coisa sobre satanismo veio a mim em sonho e destas, a imagem mais nítida de que me lembro era da palavra satanismo em diagonal e, sobre ela, como uma escada, figuras humanas, todas desfiguradas. A primeira, no topo, estava gemendo, gritando de dor, mas, ao mesmo tempo, muda, sua boca aberta revelava um verdadeiro abismo escuro, uma continuidade do fundo negro nessa imagem. A segunda possuía os olhos em trevas, trevas espectrais, assim como a boca do primeiro. A terceira figura estava com as pernas cortadas, em agonia. Talvez a informação que consegui extrair dessa imagem não lhe seja muito nova, mas creio que valha a pena comentá-la. Espero não ser confuso.

A escada parece-me o símbolo de decadência e o que ocorre com as figuras, uma gradação. A primeira figura representa o primeiro estágio do aprisionamento, referente ao que colocamos para fora, às dimensões de nossa natureza carnal - mostra o estado interior, o quanto ele nos domina, que o grande problema está em nós. O objetivo dos senhores desse mundo, criando um sistema intrincado de manipulação e estímulo à corrupção moral e física, é lançar para dentro de nós uma quantidade tal de trevas que, somadas à escuridão natural de nosso ser, da nossa boca apenas trevas sairão -o indivíduo, então, é uma continuação das sombras externas. Isso presenciei no retiro social: crianças de 10, 11, 12 anos pensando constantemente, e sem estímulo, em sexo e colocando pra fora, de cada cinco palavras, quatro bobagens mortais - parece-me que estão sendo criadas como cães soltos, sem dono, a receber e comer toda a imundícia encontrada ou oferecida por alguém desconhecido. O resultado é que tive grande pena dos pequenos que cuidei: eu vi, na face deles, um grande vazio e uma imensa falta de perspectiva, eu vi a morte.
Até umas duas gerações atrás o próprio sistema parecia incentivar o correto, disciplinar, repudiar o imoral -outrora as prostitutas, por exemplo, eram muito bem identificáveis e se viam isoladas da sociedade normal, hoje, porém, você pode estudar, na escola, com umas oito, ser colega de faculdade de umas vinte ou trabalhar ao lado de dez. Antigamente coisas eram bem separadas, o maligno e o benigno eram bem discriminados e recebiam o tratamento que mereciam, a norma era honrar a família, ter algum temor de Deus e preservar a tradição. Hoje, infelizmente, a norma é lutar contra a família, Deus e a tradição, a imundícia é a lei, a destruição é a regra, a prostituição é geral.
Perceba a gradação na exposição de idéias da maior rede televisiva do Brasil, Globo, que fora fundada aqui por um grupo norte-americano: desde o começo suas novelas apresentaram assuntos polêmicos e cenas que "deram o que falar", já que transgrediram razoavelmente os limites morais do povo brasileiro, mas a insistência e a manipulação fizeram com que o povo aceitasse, se acostumasse e, por fim, achasse bonito. Hoje não falta muito, estamos no limite entre novelas sujas e pornografia explícita - e a massa não só irá aceitar, como aplaudir e incentivar esse próximo passo. Esse é o trabalho em prol da bestialização do povo, que caminha em parceria com a descristianização, incentivando o ateísmo ou uma espiritualidade ancestral: quando ouvi falar da última música de sucesso da tal de Lady Gaga, Judas, fui atrás para ter ideia do que estava acontecendo e fiquei pasmo: aquilo que um ano atrás permanecia subliminar, agora está evidente: satanismo. Vi a cantora "namorando" com uma caricatura afeminada que representava Cristo, mas desejando Judas, um valentão. Vi a cantora e os "discípulos" quase que numa orgia e, por fim, ela lavando os pés de Cristo. A letra da música é ainda pior: "Eu amo Judas, Judas", "Judas Gaga", "Quando ele me chama, estou pronta / Eu lavaria seus pés com meu cabelo se preciso / Perdoaria-o quando sua língua mentisse para seu cérebro / Mesmo depois de três vezes, ele me trai", "No sentido mais bíblico estou além do arrependimento / Prostituta, vagabunda, vadia, vomitam sua cabeça / Mas no sentido cultural só falo em um tempo futuro
Judas beije-me se ficou ofendido", "Jesus é minha virtude / Mas Judas é o demônio ao qual me apego
Eu me apego". E uma mensagem dela -ou da imensa equipe por detrás, para Cristo: "Eu vou derrubá-lo, derrubá-lo", "Um rei sem uma coroa".
Qual a reação do maior país protestante -EUA- diante disso? Nenhuma evidente. Qual é a reação do maior país católico do mundo -Brasil- diante disso? Aceitação total. Sim, o método da gradação funciona, pois uns anos atrás essa mensagem jamais seria aceita. Crianças estão ouvindo essa música, meninas estão dançando a coreografia de Gaga no clip. Sim, as crianças que, como disse, estão sendo tidas como cães de rua, recebendo com prazer toda a imundícia que encontram ou que lhes é oferecida: a mensagem imoral e contra a família da Globo e a mensagem anticristã -e imoral- da Lady -essas duas figuras são só a ponta do iceberg. A morte se espalha na velocidade da internet e toma o mundo com poder e potencial destrutivo como nunca visto antes -em cerca de 10 anos diz-se que a pornografia será explícita e ao ar livre no Brasil -como na Holanda- e que, em três gerações, a humanidade será bissexual. Dois fatores? A própria involução do homem e a influência mortal e mal intencionada da mídia e dos governos que usam das fraquezas humanas como arma letal. Uma sociedade movida à prostituição e conforto não possui vontade ou iniciativa alguma para lutar por qualquer coisa.
O relativismo, onde tudo pode ser a verdade e é certo, estimula e acelera o caminho do homem nas veredas bestiais: um homem acéfalo e em busca de prazer terá como caminho mais confortável e fácil o da libertinagem total. O caminho mais fácil é viver sem lutar contra a natureza caída e se deixar levar pelo vontade carnal, o caminho mais fácil para o homem moderno está sendo o homossexualismo, a pedofilia, o incesto (e outras coisas que prefiro não citar), o repúdio à reflexão e à busca por conhecimento, o medo de pensar, a condenação eterna -pois, se você não percebeu, quem canta a música da Gaga está, diretamente, negando Cristo e os resultados disso eu nem consigo imaginar. Prova de que o governo brasileiro tem desincentivado a inteligência está numa das últimas medidas aceitas pelo MEC: a linguagem informal -de blogs e afins- pode ser considerada português correto. Ah, o fim se aproxima... esse genocídio intelectual é prova derradeira disso. No final das contas, o que o governo e a mídia fazem é simples: usar de mecanismos que instiguem e remexam as trevas internas do homem caído, dar respaldo ideológico para a perdição, aplainar e alargar o caminho para facilitar a crescente depravação da sociedade. Os senhores desse mundo apenas jogam mais lenha na fogueira maligna que persiste em nós desde a Queda.
O homem é feito de três partes: corpo, alma e espírito. Hoje estimula-se a destruição do corpo, aniquila-se o pensamento e o bom senso, envenenado com toda a espécie de imundície, e lança-se o espírito no Abismo. O homem está vazio, vazio de tudo o que lhe dá alguma faísca de vida. Um abismo profundíssimo, quase que sem fim, domina as suas entranhas e, em desespero, programado para o suicídio, caminha com ímpeto para a morte. A figura da boca negra representa a única coisa que está saíndo do homem pós-moderno: escuridão (espiritual, moral, intelectual) e, portanto, evidencia aquilo que se encontra no seu interior, como diz a Bíblia em Mateus 12:34: "Raça de víboras, como podeis vós dizer boas coisas, sendo maus? Pois do que há em abundância no coração, disso fala a boca." E Lucas 6:45: "O homem bom, do bom tesouro do seu coração tira o bem, e o homem mau, do mau tesouro do seu coração tira o mal, porque da abundância do seu coração fala a boca."
A boca negra representa ainda mais: manipulação, massificação, globalização. A mídia e os governos têm conseguido lançar uma cultura mundial, um padrão moral geral, um conhecimento unificado. Você é errado se não for como todos são, você é antiquado se não pensar como todos pensam, você está perdendo boas oportunidades de se estragar se não fizer o que os outros fazem - se você não aceitar toda a espécie de trevas que vêm de fora, não passa de um tremendo idiota, é assim que a mensagem dos incrédulos chega a mim. Então o indivíduo perde a voz, pode gritar o quanto quiser, ninguém vai ouví-lo, ninguém estará preocupado com ele. Todos estão nivelados, todos foram esvaziados de igual maneira e preenchidos com o esterco de mesma qualidade. Não adianta gemer, se rebelar, buscar auxílio com os outros massificados: eles, tão podres quanto o que grita, não terão atributo algum que lhes dê uma real possibilidade de ajudar. Sem identidade, ninguém saberá quem tentou gritar. A verdade é que, totalmente acorrentado, com raízes de maldade crescendo e tomando todo o seu aspecto externo e interno, o próprio indivíduo não conseguirá nem ao menos gritar, não conseguirá se desvencilhar sozinho. Seus gemidos de dor não encontrarão o caminho para fora, o abismo profundo o abafará e dissipará. O sistema destrói e inibe a ação de restauração voluntária e individual. Mas, por que, necessariamente, ele tentaria se libertar?
Simples: o vazio é geral no homem desde o distanciar de Deus e ele tentará preenchê-lo com o que estiver à sua mão - o cão de rua se alimenta daquilo que lhe é oferecido. Com falsas esperanças e movido por sua natureza carnal, se aprisionará e, quando perceber na latrina em que se enfiou, tentará se libertar e simplesmente não conseguirá. Resta-lhe agonia e anseio pela morte. Leitor, você vê uma sociedade insana atrás de algo que traga alguma satisfação. Todos estão querendo berrar para o mundo ouvir e, simplesmente, não conseguem. Estão com a mente aprisionada. O sistema os proíbe de falar contra ele, de falar o que ele não ensina. O grito de dor, noutro âmbito, vêm com a agressão externa e deixa de se fazer presente quando, cauterizado, o indivíduo não tem mais o ataque mundano como agressivo, mas prazer a ser procurado e saciado.
A figura dos olhos enegrecidos lembra-me muito da face de um dos guris de quem cuidei no retiro social: olhos, de certo modo, opacos, tomados de escuridão, a refletir um espírito enegrecido, abatido, dominado. Dor. Não é tão difícil distinguir o cristão de fato de todo o restante desse mundo: basta olhar seus olhos. O sistema, cujo senhor é Satanás, usa largamente da "janela da alma" para dominá-la - o olho é o receptor das trevas internas. A boca mostra o que sai, os olhos são a porta de entrada e, de fato, uma demonstração ainda maior de decadência do que a boca negra -tudo começa com a fraqueza interna, mas piora quando somada aos dardos externos. Todos os homens pecam, todos os cristãos pecam, eu peco, eu FAÇO coisas erradas, elas saem de mim, tendo como figura a boca, projetora do mal. Todos nós, de certo modo, estamos presos num grau pequeno ou imenso do primeiro estágio, mas nem todos estão no segundo, quando o estímulo de fora FAZ algo através de nós, nos invade e nos abusa -potencializa nossa corrupção natural. De certo modo, muito o que falei acima se aplica também aqui: a música e a TV. Os olhos negros são uma das causas da boca negra: levam para dentro aquilo que envenena a alma e que, involuntariamente, escapa pela boca, mas não são a causa total: algo da natureza humana caída nos faz desejar o mal, a morte, sem a necessidade de estímulos externos - o que só se intensifica quando há algum destes tais estímulos.
Quanto aos olhos, lembrei-me de algo que li sobre a Guerra dos Tronos, nova saga de romance épico, do escritor George R.R. Martin, no artigo havia uma comparação com O Senhor dos Anéis, de J.R.R. Tolkien, dizendo ser a obra de Martin superior à de Tolkien por 10 motivos - que escancaram bem como andam os olhos de nossa humanidade, aquilo que procuram colocar pra dentro de sua alma:

1-É uma fábula para adultos: "No primeiro volume, Guerra dos Tronos, fica estabelecido que todo mundo vai ao banheiro, transa, escarra e fica de ressaca – até as ladies. Enquanto Tolkien parece viver um platonismo cego, Martin leva o realismo às últimas consequências. (...) descrições vívidas de sexo e violência. Nas batalhas, há estupros e infanticídios. Nos castelos, prostitutas luxuriosas e banquetes cheios de gula."

2-A linha entre bem e mal é muito mais tênue – se é que existe: "Em Tolkien, Frodo nunca se sentaria para dividir um pedaço de lemba e uma caneca de cerveja com os Orcs. Mas em "As Crônicas...", Jon Snow e Tyrion Lannister, de clãs inimigos, compartilham traumas e conversas regadas a vinho. Enquanto o digno e honrado Aragorn, de Tolkien, luta contra inimigos distantes, os personagens das "Crônicas" têm, muitas vezes, o pior inimigo morando dentro de casa."

3-Martin não tem qualquer princípio: "O autor de "Crônicas" não está preocupado com leitores de estômago fraco. Tudo que é sujo e já existiu na humanidade está presente na trama: traição, incesto, prostituição, roubo, estupro, violência, crueldade, infanticídio, eutanásia, aborto. Pode pensar no que quiser de sórdido e moralmente questionável, estará lá."

9-Há personagens para todos os gostos: "Os personagens vivem todo tipo de drama: da deficiência física à paixões incestuosas. Enquanto as criaturas de "O Senhor dos Anéis" são movidas por honra ou ódio, os moradores de Westeros respondem à chantagem, rancor, paixão, amor, luxúria, fidelidade, ambição e confusão - motivações muito mais próximas da realidade."

10-"As Crônicas de Gelo e Fogo" duram mais: "Só em número de livros já escritos "As Crônicas de Gelo e Fogo" já superam "O Senhor dos Anéis". As páginas também são abundantes: mais de 550 por livro (versões em inglês chegam a 1.000 páginas). E a promessa é que a série some sete títulos. A melhor parte? Martin ainda está vivo, então pode aumentar esse número nos próximos anos - se quiser. Coisa que Tolkien só conseguiria se arrumasse um médium para psicografá-lo..." Veja -09/05/11
Interessante, não? NÃO! Você percebe o tamanho da decadência humana nas últimas décadas? Já não estamos, como humanos, mais nem aí pra algo que construa, edifique, auxilie -"o que vale é o realismo". Eu não sei qual é a graça de ler algo que repete a triste realidade e que, portanto, só estimula em intensidade as atrocidades de nossos dias. Sabe, qual é o problema de ser idealista, como Tolkien foi? A idealização sempre moveu a humanidade, sempre moveu homens corajosos em nome da paixão por uma causa, em nome da honra -sem ela, o individuo é mais facilmente dominado. Sem um objetivo, sem perspectiva, sem um ideal de mundo, sobra só a imundície do momento e sua aceitação. É aqui que entra o perigo da característica 2: se o bem e o mal inexistem, não há distinção, não há boa motivação: o homem só se mexe por ganância. A raiz disso tudo está no terceiro ponto: o escritor não quer nem saber de princípios morais, portanto, sua mensagem não será positivamente produtiva. Por fim, o último ponto teve, ao meu ver, ares de deboche, só faltou dizer: "Tolkien foi ridículo e infantil." Você percebe? É isso que os olhos de nossa humanidade estão ansiando por ver, por ler, por receber. Nesse caso não é algo que o sistema obriga a ser recebido, é algo que está à disposição e que, por vontade própria, é procurado e aceito. Não sei se você consegue disntiguir: a música, as novelas e a perdição em geral são empurradas para dentro da parte grossa da massa que, sem opção ou cultura, escuta o que a rádio tocar ou assiste o que a TV transmitir, mas na questão literária e do cinema, a história é outra. Primeiro o aspecto carnal, interno, cresce e, maior, ele busca alimentar-se com o que vêm de fora.
A mídia e os governos de nossos dias têm um papel mais fácil nessa questão: eles não precisam produzir a mensagem e dar um jeito de fazê-la chegar, sem cerimônia, no âmago dos alvos, eles apenas usufruem do trabalho de uma mente mal intencionada, promovem-no, e diminuem o das mentes bem intencionadas. Fazem do prato que querem que a classe mais culta aceite algo bem mais chamativo e interessante do que o alimento que vai contra seus objetivos. O mesmo fenômeno aconteceu com Harry Potter e acontece com Crepúsculo -tanto nos filmes quanto nos livros. Ocultismo e esoterismo sendo bombardeados na mente da juventude que lê. Até mesmo aquele que tem condições culturais de se desvencilhar da vala comum, é aprisionado pela sua sede de conhecimento e leitura. É difícil separar a área de atuação da boca negra e dos olhos negros, pois ambos são parceiros e andam quase que em paralelo, o primeiro refere-se à divulgação das prisões internas, adquiridas através dos olhos e os olhos enegrecidos, por sua vez, evidenciam a morte geral da alma e resumem a segunda ordenança do sistema: "não veja nada que não queremos que seja visto, não procure nada que vá contra nossos objetivos, não se alimente daquilo que pode aniquilar as prisões que construímos." De certo modo, o indivíduo dominado nesse âmbito nem ao menos conseguirá buscar o que desagrada o sistema, pois está dominado, a escuridão o levará a buscar e viver na escuridão -Mateus 6:23 e 1João 2:11. O degrau mais baixo da escada é resultado da união das duas figuras acima: o indivíduo com as pernas cortadas.
Primeiro você deixa sua natureza pôr pra fora o que ela realmente é (boca), que ela cresça, para, logo e involuntariamente, começar a buscar saciá-la (olhos), por fim, põe pra fora, dessa vez, o produto de sua natureza com o estímulo externo - Satanás e seu sistema é especialista em se aproveitar de nossas fraquezas e potencializá-las. Quando chegamos nesse ponto, quando aceitamos e buscamos o mal, anestesiados e totalmente dominados, nossas pernas são cortadas. O que isso significa? Que, nesse momento, a decadência chegou no seu ápice e a dominação é tão profunda que o individuo não mais tem condições de se mover, está totalmente aprisionado, não há mais luta alguma, se entregou completamente, está exausto. Foi assim que funcionou a gradação global, por exemplo: primeiro se estimula a vontade carnal, à ponto de a público aceitar e buscar mais para, no final, aprisioná-lo e corrompê-lo de fato. O saco vazio em que se tornou serve para ser carregado pelos emissários de Satanás de um lado à outro, recebendo (olhos) e despejando (boca) a matéria pútrida que seu portador desejar. Não se move por conta, é peça para uso e abuso do Inimigo e ficará no lugar em que seu senhor o colocar, não mover-se-á por conta. Não fará nada, senão o que for feito através dele, com ele. Está perdido. Esse é o objetivo final de todas as ferramentas do sistema: invalidar o homem totalmente, para que não se levante, para que nada faça, para que não encontre a liberdade em Deus! É assim que está grande parte da humanidade.
Outro sonho que tive essa noite pode resumir bem o que acontece com o individuo nessa questão: eu vi a mim mesmo segurando dois gatos negros, pequenos, e de longe, observava um grande gato branco. Eu sabia que um só dos gatos pretos não conseguiria derrotar o branco, precisava dos dois e os dois, juntos, não teriam medo e, portanto, não iriam fugir da luta. Soltei-os e os inimigos de tempos, os inimigos mortais, se perceberam e o sonho terminou com o início da briga entre os gatos pretos e o gato branco. Concebi, na análise deste e do outro sonho, que um gato preto representa a escuridão de minha própria natureza e o outro, a vontade satânica, o estímulo externo. O segundo gato preto nada pode sozinho, sem a parceria com o primeiro e, somente juntos, têm potencial para destronar a parte em mim que guarda a moral, que guarda o anseio por estar completo e por encontrar O Paraíso, que guarda o desejo por Deus. Se descuidar, se deixar o gato negro dentro de mim encontrar e se unir ao gato negro de fora, ambos, em seu ódio contra Deus, poderão vir a derrubar a fé em mim, a luz que habita meu ser, Deus. O sistema satânico, da mesma forma, une esses dois gatos para destruir toda a luz interna e impedir que ela retorne: alimentando o gato negro interno, que exala em poder pela boca, unindo-o e construíndo habitação para o gato negro externo, através da porta, dos olhos, a batalha contra o que resta de anseio por algo melhor, por Deus, está vencida. O coração, o cerne, está dominado. A fortaleza de nosso ser está infestada de escuridão. A vontade carnal e o estímulo externo reinam. Estes sonhos me foram um aviso, sem dúvida. Deus quer de mim a santidade, senão... o que me ocorrerá, na gradação decadente de uma vida entregue ao sistema? Eu já presenciei uma branda gradação e poderia, hoje, estar totalmente dominado pelo mal: primeiro, minha vontade carnal, a preguiça, fez-me não desejar ler a Bíblia ou orar com freqüência. Isso me fez desistir de ler e orar e, em seguida, ver o que não devia na internet -passei a buscar saciar o que minha carne desejava, meus olhos estavam sendo dominados. Graças a Deus e, somente a Deus, não terminei no terceiro estágio.
Leitor, analisando com mais profundidade toda essa complexa masmorra, que começa numa cela simples, de sobressaltos da natureza carnal, prossegue para uma solitária, onde a frieza e a escuridão externa arrombam os portões da alma, e termina num cemitério, com chances quase nulas de retorno, percebi na Bíblia algo que vai além das palavras do Deus Verdadeiro: o manual da liberdade -o que é evidência de ser fruto da mente do Único Deus. Ela estimula a luta contra nossa carne mortal, contra nossos instintos, impedindo que nos deixemos dominar pelos hormônios, pela corrupção (boca). Ela estimula a luta contra o mundo externo, opressor, caído nas trevas de uma infindável fenda abissal, cujo único destino é a destruição completa, a aniquilação (olhos). Ela nos estimula, por fim, a buscar o reinado de Deus em nossas vidas. A Bíblia nos leva a viver sem o comodismo, nulos a toda a espécie de prisão mundana, a viver de forma sábia, a buscar o conhecimento sadio, a irritar e desafiar com poder o senhor desso mundo escuro, Satanás. Nós temos sobre nossas vidas o Governante do Universo! Somos rebeldes nos territórios satânicos. Não se iluda: tudo o que foge da natureza criada, da vontade e do domínio de Deus, tem seu gene satânico, pois é trevas sem a Glória do Pai.
Qual é o assunto, por fim, mais relevante na Palavra, a chave para ser uma fortaleza de Deus na escuridão? Para ser uma voz a bradar para que todos escutem, para ser aquele cujos olhos só se sintam em paz mediante o que é bom? Para diminuir nossa natureza carnal, exalando apenas o que é benigno e não nos deixar levar pelas amarras do Inimigo? A entrega total à Cristo é passo fundamental, mas, junto com essa estrega, está a honestidade de seguí-la à risca -entrega total: corpo, alma e espírito - até porque Deus só aceita uma entrega total. A honestidade, por fim, nos leva à buscar santidade e essa busca, de fato, é o que nos garantirá a liberdade de nós mesmos e deste mundo mortal e possibilitará o reinado absoluto de Deus em nós e, portanto, uma Vida Eterna onde Ele reinará eternamente: no Céu.
Lendo o livro de Malaquias tremi nas bases: o padrão de justiça de Deus é ainda maior do que imaginava, Sua percepção é, de fato, completa sobre tudo. O livro de Malaquias mostrou-me, ainda melhor do que os outros livros proféticos, o quanto a igreja de meus dias está infestada, tomada pelo sistema satânico: os cristãos estão colocando Deus em último lugar, como uma lata de lixo a receber como oferta o nosso pior, o refugo; os cristãos estão crendo como crê o mundo: serem deuses, deuses de Deus! QUE ABSURDO! Analise alguns versículos do capítulo 1:
"O filho honra o pai, e o servo o seu senhor; se eu sou pai, onde está a minha honra? E, se eu sou senhor, onde está o meu temor? diz o SENHOR dos Exércitos a vós, ó sacerdotes, que desprezais o meu nome. E vós dizeis: Em que nós temos desprezado o teu nome? Ofereceis sobre o meu altar pão imundo, e dizeis: Em que te havemos profanado? Nisto que dizeis: A mesa do SENHOR é desprezível. Porque, quando ofereceis animal cego para o sacrifício, isso não é mau? E quando ofereceis o coxo ou enfermo, isso não é mau? Ora apresenta-o ao teu governador; porventura terá ele agrado em ti? ou aceitará ele a tua pessoa? diz o SENHOR dos Exércitos.
Agora, pois, eu suplico, peça a Deus, que ele seja misericordioso conosco; isto veio das vossas mãos; aceitará ele a vossa pessoa? diz o SENHOR dos Exércitos.
Quem há também entre vós que feche as portas por nada, e não acenda debalde o fogo do meu altar? Eu não tenho prazer em vós, diz o SENHOR dos Exércitos, nem aceitarei oferta da vossa mão. / Mas vós o profanais, quando dizeis: A mesa do Senhor é impura, e o seu produto, isto é, a sua comida é desprezível. E dizeis ainda: Eis aqui, que canseira! E o lançastes ao desprezo, diz o SENHOR dos Exércitos; vós ofereceis o que foi roubado, e o coxo e o enfermo; assim trazeis a oferta. Aceitaria eu isso de vossa mão? diz o SENHOR. Pois seja maldito o enganador que, tendo macho no seu rebanho, promete e oferece ao Senhor o que tem mácula; porque eu sou grande Rei, diz o SENHOR dos Exércitos, o meu nome é temível entre os gentios."
"Se não ouvirdes e se não propuserdes, no vosso coração, dar honra ao meu nome, diz o SENHOR dos Exércitos, enviarei a maldição contra vós, e amaldiçoarei as vossas bênçãos; e também já as tenho amaldiçoado, porque não aplicais a isso o coração. Eis que reprovarei a vossa semente, e espalharei esterco sobre os vossos rostos, o esterco das vossas festas solenes; e para junto deste sereis levados. Então sabereis que eu vos enviei este mandamento, para que a minha aliança fosse com Levi, diz o SENHOR dos Exércitos.
Minha aliança com ele foi de vida e de paz, e eu lhas dei para que temesse; então temeu-me, e assombrou-se por causa do meu nome. A lei da verdade esteve na sua boca, e a iniqüidade não se achou nos seus lábios; andou comigo em paz e em retidão, e da iniqüidade converteu a muitos. Porque os lábios do sacerdote devem guardar o conhecimento, e da sua boca devem os homens buscar a lei porque ele é o mensageiro do SENHOR dos Exércitos.
Mas vós vos desviastes do caminho; a muitos fizestes tropeçar na lei; corrompestes a aliança de Levi, diz o SENHOR dos Exércitos. Por isso também eu vos fiz desprezíveis, e indignos diante de todo o povo, visto que não guardastes os meus caminhos, mas fizestes acepção de pessoas na lei. / Judá tem sido desleal, e abominação se cometeu em Israel e em Jerusalém; porque Judá profanou o santuário do SENHOR, o qual ele ama, e se casou com a filha de deus estranho. O SENHOR destruirá das tendas de Jacó o homem que fizer isto, o que vela, e o que responde, e o que apresenta uma oferta ao SENHOR dos Exércitos.
Ainda fazeis isto outra vez, cobrindo o altar do SENHOR de lágrimas, com choro e com gemidos; de sorte que ele não olha mais para a oferta, nem a aceitará com prazer da vossa mão. E dizeis: Por quê? Porque o SENHOR foi testemunha entre ti e a mulher da tua mocidade, com a qual tu foste desleal, sendo ela a tua companheira, e a mulher da tua aliança. E não fez ele somente um, ainda que lhe sobrava o espírito? E por que somente um? Ele buscava uma descendência para Deus. Portanto guardai-vos em vosso espírito, e ninguém seja infiel para com a mulher da sua mocidade.
Porque o SENHOR, o Deus de Israel diz que odeia o repúdio, e aquele que encobre a violência com a sua roupa, diz o SENHOR dos Exércitos; portanto guardai-vos em vosso espírito, e não sejais desleais.
Enfadais ao SENHOR com vossas palavras; e ainda dizeis: Em que o enfadamos? Nisto que dizeis: Qualquer que faz o mal passa por bom aos olhos do SENHOR, e desses é que ele se agrada, ou, onde está o Deus do juízo?"
Apenas duas colocações: o que temos de melhor a oferecer para Deus? Nós mesmos. Quem é sacerdote em nossos dias? O sacerdócio é de todos os crentes, pois não há intermediário humano entre Deus e os homens. A palavra de Malaquias serve diretamente pra nós!!! Se damos para Deus o nosso pior e queremos de Deus o melhor, queremos para nós o que há de mais prazeroso, então não estamos nos colocando no lugar dEle, não estamos nós mesmos reinando em nossas vidas?! Leitor, você ainda tem dúvidas sobre os motivos da rispidez de Deus? Os motivos de esse texto ser tão forte? Ele o é simplesmente porque o assunto nele tratado é de decisiva importância! A santidade, a pureza perante Deus, é o fator essencial, aquilo que os distingue do restante desse mundo, a única coisa que nos liberta das prisões insanas e agonizantes construídas por Satanás, a ÚNICA! Por isso Deus fala com tanta clareza e crueza: se não formos totalmente puros -ou tentarmos ser- diante dEle, iniciamos, voluntária ou involuntariamente, a gradação satânica citada ao longo da postagem: as trevas de nossa natureza carnal começam a se expandir, nossa boca passa a exalá-las, as trevas externas arrombam nossa alma e a infestam com ainda maior poder e, por fim, acabamos totalmente imobilizados. Deus julgará com grande juízo os que mal usarem Seu nome, aqueles que, pela boca, transmitirem uma mensagem destrutiva, uma deturpação das palavras dEle e, com isso, estimularem outros cristãos a crescerem em rebeldia e abrirem seus olhos para as trevas. Ah, os que fazem isso são declarados inimigos do Senhor dos Exércitos e grande retribuição receberão!
Cristãos, o assunto é mais sério do que pensamos. Analise a escada, talvez a ordem entre a boca negra e os olhos negros seja diferente ao teu ver, mas isso não importa, importa que você saiba se está nalguns destes estágios e tema ser dominado completamente pelo Maligno. O que importa é que saiba que só existe salvação, relacionamento com Deus, quando você se mostrar a Ele como sacrifício santo e agradável (Romanos 12:1)! Procure perceber nas pessoas e ao teu redor a quantidade de trevas e veja em ti mesmo o quanto tem alimentado o gato preto dentro de ti, o quanto tem chamado para perto de ti o grato negro deste mundo, o quanto tem ameaçado a sobrevivência do reinado de Cristo em tua vida. Cuidado! O mundo, sem muita excessão, quer te destruir, você mesmo quer se destruir! Aceite sem titubear Aquele que é o único que pode ter salvar deste mundo e de ti mesmo: Deus! Sim, só com o reinado absoluto dEle sobre tua carne, sobre teu corpo como um todo, irá calar a tua natureza humana e dissipar as trevas próximas!
"Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo. Ao que vencer lhe concederei que se assente comigo no meu trono; assim como eu venci, e me assentei com meu Pai no seu trono."
Natanael Castoldi

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