De fato, não seguimos fábulas engenhosamente inventadas, quando lhes falamos a respeito do poder e da vinda de nosso Senhor Jesus Cristo; pelo contrário, nós fomos testemunhas oculares da sua majestade. 2 Pedro 1:16

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Linguagem

Hoje me deparei com um dilema. Foi trazia a mim uma questão em relação ao blog, o que me fez pensar em demasia: minha crítica aos cristãos insóbrios e a grande parte da Igreja deturpada, que às vezes é bem ácida, parece pouco amável. Falo sem amor? Bom, se isso fato fosse, eu estaria me colocando numa posição de contradição em relação à Bíblia. Verdadeiramente me preocupei e, no momento, fiquei desanimado ("Como assim?" Pensei). Ora, é por amor que eu venho aqui, quase todo dia, de livre e espontânea vontade, dedicar meu tempo repreendendo e alertando aqueles que não estão numa boa com Deus!
Com base no ocorrido, acabei refletindo mais profundamente sobre essa situação. Como a Igreja hoje concebe amar e demonstrar amor? Fazê-lo com incrédulos ou cristãos frios e mornos? Só sei que a concepção de amor e sua prática não está funcionando muito bem em nossos dias, porque a Igreja não se vê, de forma alguma, muito bem das pernas.
Existem duas formas de demonstrar amor, mas uma é um pouco mais falsa e perigosa, e você descobrirá à seguir.

A forma com que os membros da Igreja demonstram amor é bem simples: não critique, não repreenda, não seja duro, não seja firme! Temos que demonstrar aquele amor de cinema por todo mundo, "só love", fazer cafuné no adúltero e dar um abraço apertado no traidor, dizendo pra ele, se rindo todo: "Não faça mais isso, amiguinho! Não traia mais sua esposa, pobrezinha dela, irmãozinho!" Então, o medo de, por ventura, ofender ou afugentar o indivíduo, cria todo aquele clima de libertinagem e frieza espiritual. O pastor não pode disciplinar as ovelhas, pois a "varinha" não é demonstração de amor, "é brutalidade"! Quanta frescura. Típico traço da destrutiva psicologia de nossos dias! "Nada de disciplina... isso traumatiza." Falácia!
O maior problema do cristão que trabalha com esse conceito de amor é que, por "amor", ele deixa seus irmãos apodrecerem, evita falar coisas duras, evita desagradar, evita enfrentar os problemas. Por ser tão "amável", deixa seus companheiros fazerem tudo o que querem sem repreendê-los. "Por amor". Parece que a única forma de expressar amor é aquela toda melosa, com pétalas de rosa caíndo ao redor e uma música romântica. Não! Isso é, em muitos casos, um perigo!! Essa passividade toda NUNCA vai chocar o hipócrita, NUNCA! Então, sem disciplina, ele continua no pecado e, pior, com mil mãos apalpando os "caracóis dos seus cabelos", se envaidece, se acha importante: "tanta gente correndo atrás de mim e me abraçando!" Mas não muda, pois não é desafiado...
...Pode continuar prosseguido terrivelmente e ainda ser paparicado ao mesmo tempo. Que "maravilha"!

Eu também não sei até que ponto essa concepção estranha de amor não é movida pelo interesse de ser "amiguinho" de todo mundo, de "ampliar território" na igreja, de não perder membros e ter uma grande massa nos cultos. Apenas número.
Por "amor" o adolescente que "fica" não é disciplinado. Por "amor" o pastor não proíbe a have gospel dos jovens da igreja, "pois isso seria muito duro pra eles, coitados!" Por "amor" o pai de família pode continuar alcoólatra e ameaçando sua esposa, "pobrezinho dele!" Por "amor" a libertinagem se instala e o relativismo toma conta da Igreja.
Esse tipo de linguagem do amor Deus não pratica. Deus disciplina! Ou tudo tinha "cheirinho de morango" na Lei de Moisés (Números 15:30; 16)? E quando João Batista falava, o fazia sob forma de uma doce melodia? ("Raça de víboras", Mateus 3:7). E Jesus, tinha todo o cuidado para não ofender? (Mateus 25:41). Tiago, por acaso parecia um desses psicólogos frescos de hoje (Tiago 2:10-26)? A Bíblia, nem de perto, é um clássico da Disney (1Coríntios 16:22)! É EXTREMAMENTE NECESSÁRIO ser duro com aquele que não quer mudar! Ou o pastor deve deixar sua ovelha fugir do aprisco, fazer suas proezas e voltar, trazendo, sem querer, uma matilha de lobos consigo? E se ela o fizer, o pastor deve permanecer passivo e fazer carinho nela enquanto explica: "queridinha, não faz mais isso não, tá? Minha linda!"? Ora, uma pessoa que não quer mudar, dificilmente será tocada por esse tipo de linguagem que, sem dúvida, dará o aval para a continuidade na velha criatura. É LÓGICO QUE EXISTEM PESSOAS MÁS!!! Que só querem contendas e poder... Esse tipo de gente não pode ser tratado com "talco de bebê"! Tipo perigoso... É óbvio que aquele que ameaça, voluntariamente, a integridade da igreja, DEVE ser repreendido COM AUTORIDADE e rispidez!!
... EU JAMAIS VOU DEIXAR UM BANDO DE HIENAS DESTRUIR A OBRA QUE TEM SIDO MARAVILHOSA PARA A VIDA DE TANTAS PESSOAS!! Não permitirei por amor à Obra, por amor à Deus, por amor ao serviço dos que se envolvem, por amor aos irmãos que querem o Pai e, por que não, por amor aos que promovem a contenta, não sabendo com que Deus estão brincando? É aqui que entra a outra forma de linguagem do amor. -O pastor que disciplina, tosquia a ovelha. - O pastor que não afugenta os lobos, está matando as ovelhas!-
O cristianismo não tem excessões, não se pode abrir portas para um pecadinho aqui e ali, por "amor". A Verdade deve ser defendida como algo imutável e inviolável e aqueles que a desafiam por vontade própria, logo repreendidos e disciplinados - claro, com sabedoria. É isso que eu faço aqui no blog: em alguns casos só um choque fará a pessoa mudar e temer errar novamente, só a dureza nas palavras transmitirá consistência, certeza, segurança! Muita gente, sim, só muda através disso... Além do que, esse tratamento, quando necessário, facilita o "cristão" de escolher: ou É ou NÃO! Já que inibe o "meio-termo" -coisa que nem ao menos existe!
Essa é uma linguagem de amor sóbria, pois, por amor, a pessoa vai atrás do indivíduo frio na fé e lhe fala o que ninguém tem coragem de dizer, lhe coloca termos muito claros, o abala, afim de que decida de uma vez mudar ou não, pois a sua situação indefinida é uma situação já de morte eterna! Isso é amor! Sim, falar a verdade, se expôr e correr o risco de ser odiado por ser sincero e se preocupar com a realidade da Igreja e dos membros, é AMOR, pois para quem o faz não há grande lucro imediato e retorno da maioria, pelo contrário! Mesmo assim, se porta dessa forma, pois só através disso a Igreja poderá se fortalecer!
Quando a concepção errônea de amor comanda, passamos uma imagem fraca, chorona, emotiva, insegura e, abrindo espacinhos para determinados pecados, indecisão e incosistência! Agora, quando algo é defendido com fervor, ousadia e determinação, é outra história, já que mostramos como vivemos algo pelo qual vale a pena lutar! O desamparado logicamente irá buscar abrigo nesse tipo de igreja, que cresce menos, mas é muito mais sólida - como as sequóias: para atingirem seu porte levam várias e várias décadas, mas nem os incêndios florestais as matam!
Repito: a linguagem de amor que a Igreja, de modo geral, usa hoje tem dado certo? Muito pouco. Então, que tal amar um pouco mais a esse mundo e menos a nós mesmos, colocarmos "a cara a bater" - como diz meu irmão -, nos expondo de verdade para pregar o verdadeiro amor? Aquele amor que fala a verdade e disciplina para o bem, para facilitar a salvação eterna dos que tocamos? Isso está faltando, pois essa concepção atrairia menos massas e dispersaria muitos "indecisos", o que dificultaria os negócios da empresa lucrativa que se tornou a Igreja hoje. SEJAMOS SÓBRIOS!!! Deus é ORDEM e clareza! A missão da Igreja nesse mundo é em demasia séria e importante para nos bobearmos!!
--Não digo para sair dando patada em todo mundo. Deve-se achar o ponto ideal, ser moderado e evitar ser rude quando isso não se faz extremamente necessário. Lembre-se que alguns são fracos na fé, mas estão tentando mudar, estão numa batalha difícil. Esses devem ser honrados... Mas não se esqueça que existem pessoas MÁS e precisam ser interceptadas, freadas!--

Leia a postagem que segue nesse link: "Minha carta aos desviados."

Natanael Castoldi

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-Temor <-

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