De fato, não seguimos fábulas engenhosamente inventadas, quando lhes falamos a respeito do poder e da vinda de nosso Senhor Jesus Cristo; pelo contrário, nós fomos testemunhas oculares da sua majestade. 2 Pedro 1:16

domingo, 28 de agosto de 2011

Simplicidade

Ao mesmo tempo em que estou sendo apresentado à Teologia Sistemática, suas complicações e profunda filosofia, Deus tem me amparado com lições sobre a simplicidade da fé cristã, que transpassa, e muito, todo e qualquer conceito profundamente filosófico. Noutra semana, num devocional, fui apresentado a um conceito que me fez repensar as prioridades: "O cristianismo é muito simples. Se não for simples, não é cristianismo". Aliado à isso, nesse último final de semana ajudei num congresso de mais de 700 mulheres cristãs em Canela e foi ali, longe dos livros, dos textos, da ócio criativo, da erudição solitária, que vi, mais uma vez, como o cristianismo é verdadeiro, uma verdade que vai muito além de qualquer bom raciocínio, A Verdade prática, evidenciada nas faces que choram, nos sorrisos inúmeros, nos olhos que brilham, no serviço voluntário, no amor demonstrado por todos para com todos.

Isso é cristianismo: a simplicidade, a espontaneidade, o amor pelo Filho refletido nos irmãos. E é isso que diferencia o cristianismo genuíno de qualquer outra coisa: você não precisa ter dinheiro, você não precisa de uma máscara, você não precisa de nada além de outras pessoas e de Cristo para desenvolvê-lo. A Verdade se desenvolve simplesmente com o poder do Espírito Santo e necessita apenas doutras pessoas. O lugar, a cultura, as riquezas, nada, nada disso importa - e é por isso que você não deve relevar aquelas histórias de que dinheiro dado à igreja propicia prosperidade, de que um templo maior e mais belo vai atrair mais a atenção de Deus, de que um show pirotécnico no louvor agradará mais ao Senhor... até porque Cristo, o homem mais exemplar de toda a história de nossa fé, o Filho, foi um indivíduo pobre, servo andarilho, humilhado e esmagado pela humanidade, pelos nossos pecados. Nada de luxo, riquezas, renome, tranquilidade.
Sim, Deus tem me feito crer nEle, cada vez mais, sem a necessidade de evidências - pois te digo, mesmo sempre tendo a certeza de que Ele existe, fiquei anos com a minha fé dependendo de uma profunda busca por evidências de Sua existência, e foi isso que me moveu no estudo de Criacionismo, Arqueologia Bíblica, Escatologia... Mas hoje que vejo Deus como o que há de mais importante, Aquele a quem dedico a minha vida, com quem estou e a quem conheço a todo instante, Aquele a quem quero dedicar todo o restante de minha existência, percebo que a Verdade, para ser conhecida e vivida, independe da evidência que, mesmo farta, representa uma fração daquilo que realmente nos faz crer. Essa sensação de imensa paz e segurança, cria um amor imenso pelo Criador, que, mesmo não sendo quase nada perante o que Ele merece de nós, é muito, muito maior e mais valoroso do que aquele que adquiri através da certeza evidenciada de Sua existência. Apenas teoria não transforma, apenas teoria não promove mudanças, mas um relacionamento, a vivência, os fatos experimentados, sim. Nosso Deus, nossa fé, são totalmente voltados para o relacionamento.
Isso é o cristianismo: simplicidade. O mundo estava totalmente caído e as pessoas condenadas, Cristo veio como servo e sacrifício, nos trouxe a salvação, a remissão dos pecados e a possibilidade de uma nova vida com Deus. Jesus é a resposta, a solução, meio já testado e comprovado por milhões. Isso é o cristianismo e qualquer um pode entender. Para mim, o fato de o cristianismo poder ser resumido em uma frase que todos entendem e que se aplica a qualquer um, indica que ele, de fato, é A Verdade, pois não precisa de intermináveis raciocínios e divagações para ser entendido e posto em prática... E por que ele não precisa de grandes e infindáveis esplanações? Porque ele se testa e comprova plenamente na prática e é a excelência prática que o faz, também, ser a derradeira Verdade. Uma dia alguém disse, não me lembro quem, que você só domina e sabe algo se consegue resumí-lo de forma objetiva e eficaz. Para mim A Verdade também deve padecer desse teste para ser constatada: se ela pode resumir-se com coesão e lógica.
Sim, A Verdade. Foi com ela que se depararam os primeiros europeus que se converteram a fé cristã. Eu tento imaginar a retumbância que teve a Boa Nova na Grécia, Roma e no Norte da África: subitamente uma notícia se espalhou e se fez conhecida por todos: "um andarilho judeu foi morto por iniciar um movimento 'herege' na Judeia, mas ressuscitou, como está escrito." Também imagino que tenha sido estranho, do nada, uma série de missionários cristãos, os apóstolos e seus seguidores, começarem a viajar e pregar o Evangelho nas grandes nações mediterrâneas. As defesas apologéticas, os sinais de milagres, os relatos das testemunhas oculares, colocaram o mundo ocidental num frenesi nunca antes visto. O cristianismo era algo totalmente novo, mais vívido, mais próximo, e seus seguidores, de um fervor nunca antes visto, de um anseio por divulgar as palavras do Cristo sem paralelo. Tudo isso chamou a atenção de uma sociedade morna em sua velha e nebulosa religião. Logo os filósofos gregos e eruditos romanos perceberam que, após milênios de busca, finalmente haviam se deparado com algo chamado "Verdade", uma verdade pregada por sábios mais abastados, mas com igual qualidade pelos pobres. Sim, todos os fatores combinados fizeram a filosofia grega se prostrar: era inquestionável, a fé cristã é a Verdade. E as grandes perseguições aos cristãos, promovidas pelos fariseus e pelos imperadores romanos, só fizeram valer com mais força essa afirmação: milhares de pessoas estavam dando as suas vidas em nome daquele que Ressuscitou.
O cético por pensar o que quiser, mas nunca vai conseguir uma explicação viável para a origem e expansão cristã que fuja de uma anomalia, de um fenômeno peculiar e curioso, de algo verdadeiramente espiritual. A vida de um homem mudou o mundo, a vida desse homem inspirou a vida doutros, e esses foram até as últimas conseqüências para fazer conhecidas as palavras de salvação daquele que os motivou e salvou. A vida... a Vida é a palavra que resume toda a fé cristã: Cristo morreu para que a obtivéssemos, mas essa salvação só se desenvolve e consolida no viver, na experiência diária, nos relacionamentos e eventos. É por isso que hoje posso dizer: que não busco razões para crer, antes eu creio e, apenas por isso, vou atrás das razões.
Natanael Castoldi

Segue o último artigo do meu pai, que me inspirou a escrever essa postagem e que me ajudou em minha transformação de mente:

A SIMPLICIDADE DA FÉ

Para a mente crítica, o cristianismo pode parecer simples demais para ser verdade, mas exceto quando deliberadamente queria confundir seus oponentes, Jesus falava de maneira simples, para que até mesmo as crianças pudessem compreendê-lo. Ora, se a compreensão do Evangelho dependesse de uma dedução filosófica ou de um experimento científico, quem seria salvo? Deus mesmo nos criou com a capacidade de fazer perguntas, porém é sábio que num determinado tempo da vida perguntemos se de fato desejamos alguma resposta. Não seria errado, por exemplo, tentar calcular o volume de água de um rio, ou medir a velocidade de suas correntes, mas a pessoa preocupada com muitos detalhes talvez nunca tome tempo para pescar, tomar um gostoso banho, ou simplesmente sentar-se à margem e ficar apreciando o mover das águas. Aqueles que querem saber todos os mistérios do mundo espiritual, infelizmente sairão frustrados, porque Deus não pode ser colocado num tubo de ensaio. Porém, assim como as águas do rio, Deus pode ser experimentado até mesmo pelo mais simples dos seres humanos.

O direito de perguntar é legítimo. Deus jamais desejou anular nossa racionalidade. Se eu não tivesse feito perguntas, provavelmente também nunca teria me convertido. Porém chegou o momento quando entendi que se Jesus fazia sentido, eu deveria segui-Lo. Este é o ponto da coerência que também um dia aconteceu na vida do apóstolo Pedro: “Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras de vida eterna; e nós temos crido e conhecido que tu és o Santo de Deus”João 6.68-69

Sei perfeitamente das dificuldades que podem surgir em nossa mente. Sei que podemos questionar a justiça de um Deus que se levanta para dizer que somos pecadores, quando nenhum de nós pediu para nascer e muito menos nascer já propensos a pecar e ser condenados por Ele. Contudo, ao pensar assim, temos que considerar um fato: O pecado é real tanto quanto a própria vida. Pela experiência universal da humanidade, a única forma de não pecar seria então não existir. Diante desse fato, eu decidi aceitar minha existência tal como ela se apresentava, encarar os fatos de frente e assumir a responsabilidade pelo rumo que a minha vida deveria tomar.

Talvez muitos se sintam seguros mesmo vivendo na dúvida. Talvez muitos consigam viver bem mesmo diante da realidade do pecado e da morte. Talvez muitos ainda se iludam a respeito da própria integridade e a respeito da bondade humana. Eu não consegui essa façanha. Quando entendi que Deus para ser Deus só poderia ser santo, compreendi também que um pecador como eu não poderia argumentar qualquer justiça própria diante dEle. Sabia que poderia resistir a esse fato, que poderia me rebelar, que poderia se quisesse tirar minha própria vida ou jogá-la fora, mas não era essa a minha intenção e não foi essa a minha opção. Por isso, ao compreender que Jesus viveu de um modo absolutamente inatingível para mim e ainda assim morreu pelos meus pecados, eu entendi também que já não tinha mais desculpas para resistir ao Seu chamado. Onde eu encontraria um gesto de amor tão desmedido? Onde encontraria uma porta tão escancarada? A conversão não anula a busca dos demais conhecimentos; a conversão não impede que eu me utilize das tantas coisas boas que a ciência põe à minha disposição, porém a minha alma só achou descanso em Jesus.

Prezado leitor: Há poucos dias passei por uma cirurgia. Saí do Hospital fascinado com os recursos da medicina. Louvo a Deus pelos médicos e outros profissionais que me assistiram, porém, caso eu tivesse partido, não estava nas mãos de nenhum deles o meu destino eterno. Estou feliz por estar aqui e estar bem. Estou feliz por que reconheço a vida como um dom de Deus. Porém aqui ou além, eu já entrei no rio. Não sei que diferença faria isso para você. Para mim, faz toda a diferença!

JESUS, A OPÇÃO DA VIDA!

Armando Castoldi

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