De fato, não seguimos fábulas engenhosamente inventadas, quando lhes falamos a respeito do poder e da vinda de nosso Senhor Jesus Cristo; pelo contrário, nós fomos testemunhas oculares da sua majestade. 2 Pedro 1:16

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Discurso de batalha

No clima de algumas postagens anteriores e inspirado com o discurso de Aragorn diante do Portão Negro, O Senhor dos Anéis III, decidi escrever uma rápida postagem, mais voltada ao vídeo relacionado. Sempre fui fascinado com discursos que precedem batalhas, são palavras profundas em momentos únicos, quando dois grandes grupos humanos se encontram para se matarem, dispondo do melhor de suas tecnologias e massas humanas e preparados tanto para desferir golpes fortes e cortantes na carne do inimigo, quanto recebê-los. Por honra, pelo seu povo, pelos que se foram, pelos que virão, pelo que vale a pena lutar. Segue com as palavras de Aragorn. Analise o que ele disser, há muito o que tirar da legenda.
"Vejo em seus olhos o mesmo medo que tomou meu coração. Poderá vir o dia em que a coragem dos homens termine, quando deserdarmos nossos amigos e trairmos os laços de amizade; mas esse dia não é hoje! Uma hora de lobos e escudos despedaçados, quando a era dos homens for destruída; mas este dia não é hoje! Hoje nós lutamos! Por tudo que amam nesta bela terra, eu os conclamo a resistir, homens do -Sul \o/- Oeste."

O Rei Theoden, também o terceiro filme, fala belíssimas palavras antes dos poucos milhares dos seus mergulharem no mar de inimigos:

"Acordem, acordem, Cavaleiros de Théoden!
Duros feitos despertam: fogo e massacre!
Quebrada será a lança, trincado será o escudo,
em dia de espada, vermelho, antes de o sol raiar!
Avante agora, avante! Avante para Gondor"

"Para a ruína, para o Fim do Mundo!!"
No princípio do livro 1 dO Mirante para Verstellen, aos 12 anos, eu escrevi algo sobre batalhas. A passagem que segue está inclusa em todo um contexto, não relevem pequenos detalhes incômodos, quero compartilhar a idéia. Refere-se a uma conversa entre a personagem principal e um velho senhor, iniciada com a lamentação de Caudebec para com a morte de seu pai:

" -(...)Todos nós já nascemos praticamente mortos, somos todos fracos, todos iremos, com toda a certeza, morrer algum dia, a questão é a maneira que escolhemos para que isto ocorra: querer ficar parado, a esperar sedentariamente a morte vir nos ceifar e morrer como uma vergonha ou desejar ir para a guerra e morrer como alguém digno de ser lembrado. Seu pai morreu lutando, não lamente, ele morreu da forma mais honrada que se pode morrer: com honra de guerreiro. –Caudebec ficou pensativo, foram palavras sábias e reconfortantes. Vendo o silêncio, o velho prosseguiu:

-Está bem, vamos parar de andar um pouco. –Sentando em uma pedra, ofereceu outra para que Caudebec descansasse, prosseguiu: - Você já ouviu falar em batalhas?

-Já sim, quando meu antigo mestre me ensinou as coisas de Verstellen. Por quê?

-Queria te falar sobre elas... Mas você nunca esteve em uma não é?

-Vendo que eu morei entre as árvores minha vida toda, não... –Respondeu o andarilho. O velho animou-se e continuou:

-Você certamente não está entendendo o porquê de eu iniciar um assunto como esse, mas logo este assunto lhe servirá como um conforto... –Um suspiro: - Pois bem: batalhas são coisas feias de se ver. Ambos os lados que lutam o fazem por um objetivo pelo qual vale a pena morrer. Uns por liberdade, outros por terras e outros pelo seu povo. Para um homem, a batalha é o momento de maior honra de sua vida, é o apogeu de sua existência. Todos se lançam com ira suicida sobre as lanças do inimigo, tudo por honra: se morrer, será recebido com festas no mundo celeste, se viver, terá ainda maior grandeza nesse mundo. – Ele prossegue:

-Todos que pisam em um campo de batalha sabem que a chance de não saírem dele e ficarem expostos aos abutres é de uma em duas, este é o intervalo ente vida e morte. Porém, o guerreiro não tem medo disso. Mais vale ir à luta do que morrer dormindo, na alta idade. Todos pensam em desafiar a morte para que seu povo fique seguro, para que o futuro seja melhor. No momento da batalha, o calor que emana do exército, a tensão, os pensamentos, um embate entre inimigos os transporta para um mundo paralelo, um misto de morte e vida, um momento indiscutivelmente mágico, mas, porém, ao mesclar o que há demais belo e bestial, torna-se coisa tenebrosa. Impossível compreender tudo o que se passa na batalha, menos ainda, medir o poder que emana daqueles campos!
-Amigo: seu pai sabia que correria um elevado risco de vida quando te resgatou da morte. Ele sabia que te proteger não seria fácil, mas ele fez tudo pela honra, pelo amor, por tudo pelo qual vale a pena morrer. Honre a morte de seu pai, não lamente. Fale com orgulho que ele morreu por você, como se você fosse a coisa mais preciosa na vida dele!- Caudebec novamente enchia os olhos de lágrimas. O velho sentiu-se satisfeito com suas palavras. O estranho então abriu a boca:

-São realmente muito sábias suas palavras... Em toda minha vida, ninguém me falou coisas tão belas, tão necessárias de se ouvir!- Com uma lágrima escorrendo sobre a face, que por sinal, foi a única que se revelou, Caudebec ficou a pensar, até completar:

-Como você adquiriu tanto saber nessa floresta? Você lutou em guerras?

-Meu amigo, em meio a uma natureza tão antiga, como não aprenderia coisas da vida? De fato, os nativos também me ensinaram. E a propósito, nunca estive em batalhas de grande porte, mas já batalhei contra a morte de doença, lutei contra ladrões... Gostaria de morrer em uma batalha colossal, mas claro, jamais desejaria que A Grande Guerra reiniciasse, muitos de nós, humanos, morreríamos, seria a ruína da humanidade, dos lichtns e tleins. Não se sabe o tamanho do poder que se esconde além-mar.

-Mais um que fala sobre a Grande Guerra. Eu li um livro de meu Mestre que falava dela. Deve ter sido algo horrível!-O ancião dá uma gargalhada e prossegue:

-Ela ainda não acabou meu amigo! É sempre a mesma ladainha, um ano de paz, dez anos de batalhas. A propósito, essa Guerra é a primeira e única Guerra que ocorreu e a única que ocorre nesse mundo. Iniciou-se na mais profunda antiguidade e não acabará até que os homens ou weins entrem em ruínas.

-Eu não sei se um dia irei me acostumar com a guerra. Nasci na mais pura natureza, onde todos se respeitam, aprendi muito com ela e minhas únicas batalhas sempre tinham sido as caçadas que fazia para garantir carne na mesa... –Respondeu o andante.

-De fato, a natureza nos ensina que a vida deve seguir pacífica e alegre, sempre trabalhando. Porém, nesse mundo existe uma hostilidade, uma força maligna tão poderosa, que faz com que aquele que se manter pacífico, por assim dizer, venha a definhar. Não devemos seguir o mesmo curso dos animais e plantas, que fogem da luta, nós devemos nos prontificar a, com o machado empunhado, ir para a guerra. Não podemos só lutar pela nossa sobrevivência, no estado em que estamos, a luta é para que exista algum futuro. Amigo, mais cedo ou mais tarde você terá de se acostumar com o cheiro do sangue, com os retumbantes tambores de guerra, com o estalido de armaduras e escudos se chocando e com o de espadas duelando. Quem nasce em Verstellen, nasce para ser guerreiro.- Caudebec absorve novamente tudo o que ouve e comenta:
-É uma triste realidade. Porém, com suas palavras, a morte parece tão mais amistosa e a guerra tão menos monstruosa!

-É meu amigo! Já que a realidade é essa, por que, então, não fazer dela algo mais interessante, mais reconfortante? Tem gente que sai por aí reclamando aos quatro ventos da guerra e da morte, fica se mutilando por dentro ao invés de buscar aceitar tudo isso, sendo que a peste e a espada nunca deixarão de existir? Não, eu não digo para ir a uma vila e pedir para que seus guardas o matem, não! Sim, digo que, já que todos conheceremos aquilo que virá depois de deixarmos esse mundo algum dia, devemos estar preparados de imediato para isto."
Já parou pra pensar? A sociedade atual se move por interesse. Dos poucos que hoje casam, muitos o fazem pelo lucro individual (pelo bem que a pessoa lhe trará), estudamos para pisar nos demais e nos sobressair, fazemos academia para sermos mais trouxas... fortes do que os outros, compramos, nos vestimos, vivemos para esmagar os demais. Trocar de 'parceiro' quando ele já não mais dá o que lhe agrada, mandar os pais pro asilo, pois estão ocupando muito do seu tempo e dinheiro, não ter filhos, pois filhos dão trabalho... Quem... Quem hoje lutaria numa batalha pela salvação de terceiros? Ninguém. Não há mais honra, não há mais fraternidade, não há mais relacionamentos incondicionais. A humanidade é toda feita de sanguessugas impetuosos e sutis.

O cristão é o diferencial nessa questão. Os filhos de Deus ainda preservam costumes milenares e tem um incentivo inquestionável para viver de forma íntegra e reta, para viver lutando pelos que não conhecem a Verdade e estão presos nas masmorras de Satanás. Jesus nos convoca para essa luta em Mateus 28:18-20, quando pronuncia uma espécie de discurso de batalha. É quase como: "Vão, adentrem, desafiem as trevas para encontrar os que estão perdidos nela!" Isso é uma grande guerra. Adentrar o Império de Satanás e libertar seus prisioneiros. Todos os cristãos devem estar ciêntes disso, entusiasmados e dispostos para tal! E, ao contrário do trecho de meu livro, nenhuma batalha nos matará!!
Termine essa reflexão tomando a Espada e lendo Efésios 6:10-12; 2 Coríntios 10:3-4; Marcos 16:17; Lucas 9:1; Lucas 10:17-19; Marcos16:18; Lucas 11:20-22 (passagens coletadas no capítulo 2 do livro Porcos na Sala). Erga-se, guerreiro, há uma guerra para lutar, uma missão para cumprir!!!

Natanael Castoldi

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2 comentários:

  1. Incrível, parabéns pelo post! Muito bom!

    Se quiseres acesse o meu blog que temos alguns temas em comum: http://nerdwayoflifegroup.blogspot.com/

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  2. Fico agradecido anônimo ^^ HAUHAU, muito obrigado pelo comentário e espero que goste das demais postagens! Lerei seu blog!

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