Quebrada será a lança, trincado será o escudo,
em dia de espada, vermelho, antes de o sol raiar!
Avante agora, avante! Avante para Gondor"
" -(...)Todos nós já nascemos praticamente mortos, somos todos fracos, todos iremos, com toda a certeza, morrer algum dia, a questão é a maneira que escolhemos para que isto ocorra: querer ficar parado, a esperar sedentariamente a morte vir nos ceifar e morrer como uma vergonha ou desejar ir para a guerra e morrer como alguém digno de ser lembrado. Seu pai morreu lutando, não lamente, ele morreu da forma mais honrada que se pode morrer: com honra de guerreiro. –Caudebec ficou pensativo, foram palavras sábias e reconfortantes. Vendo o silêncio, o velho prosseguiu:
-Está bem, vamos parar de andar um pouco. –Sentando em uma pedra, ofereceu outra para que Caudebec descansasse, prosseguiu: - Você já ouviu falar em batalhas?
-Já sim, quando meu antigo mestre me ensinou as coisas de Verstellen. Por quê?
-Queria te falar sobre elas... Mas você nunca esteve em uma não é?
-Vendo que eu morei entre as árvores minha vida toda, não... –Respondeu o andarilho. O velho animou-se e continuou:
-Você certamente não está entendendo o porquê de eu iniciar um assunto como esse, mas logo este assunto lhe servirá como um conforto... –Um suspiro: - Pois bem: batalhas são coisas feias de se ver. Ambos os lados que lutam o fazem por um objetivo pelo qual vale a pena morrer. Uns por liberdade, outros por terras e outros pelo seu povo. Para um homem, a batalha é o momento de maior honra de sua vida, é o apogeu de sua existência. Todos se lançam com ira suicida sobre as lanças do inimigo, tudo por honra: se morrer, será recebido com festas no mundo celeste, se viver, terá ainda maior grandeza nesse mundo. – Ele prossegue:
-Todos que pisam em um campo de batalha sabem que a chance de não saírem dele e ficarem expostos aos abutres é de uma em duas, este é o intervalo ente vida e morte. Porém, o guerreiro não tem medo disso. Mais vale ir à luta do que morrer dormindo, na alta idade. Todos pensam em desafiar a morte para que seu povo fique seguro, para que o futuro seja melhor. No momento da batalha, o calor que emana do exército, a tensão, os pensamentos, um embate entre inimigos os transporta para um mundo paralelo, um misto de morte e vida, um momento indiscutivelmente mágico, mas, porém, ao mesclar o que há demais belo e bestial, torna-se coisa tenebrosa. Impossível compreender tudo o que se passa na batalha, menos ainda, medir o poder que emana daqueles campos!-São realmente muito sábias suas palavras... Em toda minha vida, ninguém me falou coisas tão belas, tão necessárias de se ouvir!- Com uma lágrima escorrendo sobre a face, que por sinal, foi a única que se revelou, Caudebec ficou a pensar, até completar:
-Como você adquiriu tanto saber nessa floresta? Você lutou em guerras?
-Meu amigo, em meio a uma natureza tão antiga, como não aprenderia coisas da vida? De fato, os nativos também me ensinaram. E a propósito, nunca estive em batalhas de grande porte, mas já batalhei contra a morte de doença, lutei contra ladrões... Gostaria de morrer em uma batalha colossal, mas claro, jamais desejaria que A Grande Guerra reiniciasse, muitos de nós, humanos, morreríamos, seria a ruína da humanidade, dos lichtns e tleins. Não se sabe o tamanho do poder que se esconde além-mar.
-Mais um que fala sobre a Grande Guerra. Eu li um livro de meu Mestre que falava dela. Deve ter sido algo horrível!-O ancião dá uma gargalhada e prossegue:
-Ela ainda não acabou meu amigo! É sempre a mesma ladainha, um ano de paz, dez anos de batalhas. A propósito, essa Guerra é a primeira e única Guerra que ocorreu e a única que ocorre nesse mundo. Iniciou-se na mais profunda antiguidade e não acabará até que os homens ou weins entrem
-Eu não sei se um dia irei me acostumar com a guerra. Nasci na mais pura natureza, onde todos se respeitam, aprendi muito com ela e minhas únicas batalhas sempre tinham sido as caçadas que fazia para garantir carne na mesa... –Respondeu o andante.
-De fato, a natureza nos ensina que a vida deve seguir pacífica e alegre, sempre trabalhando. Porém, nesse mundo existe uma hostilidade, uma força maligna tão poderosa, que faz com que aquele que se manter pacífico, por assim dizer, venha a definhar. Não devemos seguir o mesmo curso dos animais e plantas, que fogem da luta, nós devemos nos prontificar a, com o machado empunhado, ir para a guerra. Não podemos só lutar pela nossa sobrevivência, no estado em que estamos, a luta é para que exista algum futuro. Amigo, mais cedo ou mais tarde você terá de se acostumar com o cheiro do sangue, com os retumbantes tambores de guerra, com o estalido de armaduras e escudos se chocando e com o de espadas duelando. Quem nasce em Verstellen, nasce para ser guerreiro.- Caudebec absorve novamente tudo o que ouve e comenta:
Incrível, parabéns pelo post! Muito bom!
ResponderExcluirSe quiseres acesse o meu blog que temos alguns temas em comum: http://nerdwayoflifegroup.blogspot.com/
Fico agradecido anônimo ^^ HAUHAU, muito obrigado pelo comentário e espero que goste das demais postagens! Lerei seu blog!
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