De fato, não seguimos fábulas engenhosamente inventadas, quando lhes falamos a respeito do poder e da vinda de nosso Senhor Jesus Cristo; pelo contrário, nós fomos testemunhas oculares da sua majestade. 2 Pedro 1:16

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Morte Súbita

Acabei de ver um dos documentários mais interessantes de minha vida. 102 Minutos que Mudaram o Mundo, no History. Falava do ataque terrorista da terça-feira, 11 de setembro de 2001, nas Torres Gêmeas, compreendendo todos os 102 minutos, um por um, com imagens filmadas por civis. Não tardei a começar a refletir... Acabei convergindo para a efemeridade da vida, para a morte súbita e inesperada, que já falei aqui outra vez, mas não tanto da forma como virá na rápida reflexão. -Segue a música sugerida (daqui há uns tempos eu atualizo a trilha sonora)-
Toca o despertador, são 6:30. Espreguiça-se, não deseja sair das cobertas, mas deve fazê-lo, pois precisa trabalhar. Levanta-se, fita com carinho a esposa que ainda dorme e lava o rosto no banheiro. Dirige-se, de pantufas, é claro, para a cozinha e põe o leite de ontem no fogo, separa o pão e os frios e retorna ao banheiro. Regressa a cozinha, toma o jornal matinal e lê as notícias do dia anterior, enquanto o leite aquece.
Uma bela xícara de café com leite, algumas rosquinhas e, deixando a mesa apronta para a esposa, que logo levantará, vai arrumar-se. Toma um banho aquecido, veste-se finalmente, preocupa-se com cada detalhe estético e parte para o trabalho, não tão animado, pois ainda é terça-feira, "mal espero pela sexta", pensa consigo mesmo. Mas o dia seguinte também é esperado com anseio, já que os sogros irão lhes visitar para um agradável jantar.
Dentro de seu carro negro sente-se imponente. Segue o mesmo caminho de tantos outros dias, transpassando a Ponte do Brooklyn e, logo mais, adentrando o canyon de arranhas-céus da magnífica NY, maior e mais rica cidade do mais imponente império do mundo, do qual ele se orgulha muito. Pelas ruas largas e já movimentadas segue, está quase atrasado, como sempre.
Não tarda, quando o sol bate já forte no cume espelhado dos prédios, ele vê um dos mais altos edifícios do mundo, se orgulha de trabalhar em uma empresa na Torre A, seu patriotismo aflora cada vez que tem que erguer sua cabeça para ver por completo um dos maiores símbolos do poder de seu país. Um típico norte-americano. Dirige-se ao seu local de trabalho, cumprimentando muitos dos seus conhecidos e amigos feitos no local, ao longo de anos. Hoje, estranhamente, Bertha não quis lhe cumprimentar... Será por causa da piadinha de ontem? Ele não se importa muito, já acontecera outras duas vezes... Amanhã ou depois estaria resolvido, tinha certeza.
Compra mais um café antes de tomar um dos elevadores e subir uma centena de andares.
... Gosta de trabalhar perto do topo da Torre A, têm uma vista privilegiada do escritório.
São 8:26, quase se atrasa! Cumprimenta seus colegas e 'vê' com Alan para almoçarem juntos, apressando-se, em seguida, para entrar em sua sala. Tira o casaco e senta-se na confortável cadeira. Pela janela vê... Toda aquela velha cidade está intacta, e que bela cidade! O sol já reflete no mar azul-escuro. "Será que Eliza encontrou o bilhete que deixei ao lado do telefone?" Pensa, esquecera de lhe avisar ontem sobre o telefonema... Tenta se concentrar, respira fundo, começa, então, a organizar os papéis da escrivaninha e recebe mais um bolo de outros.
Por volta de 8:42 levanta-se para se livrar do copo plástico em que bebera seu obrigatório segundo café matinal, aproveitando para beber água, afim de tirar o gosto. Ali, na frente do filtro, escuta, abafado, um som estranho... Mas não dá atenção. Até que, subitamente, o assoalho treme, o vidro da janela a sua frente trinca de imediato. Um estrondoso som ecoa, acompanhado de um corte na energia. O terror começa.
Em menos de um minuto sobem alguns funcionários de andares inferiores, feridos, queimados, choram em pânico. Uma fumaça negra se alastra. O calor se intensifica. Estão ilhados. Não recebem muitas informações, apenas dos que subiram dos andares mais abaixo. Ali, em desespero, vêem a fumaça tomar conta de tudo. Sufocados se amontoam nas janelas. Destroços voam aos milhares nos céus, pessoas se lançam das janelas. O tempo é eterno... A estrutura range, as pessoas gritam, pedem ajuda para os de dentro e os de fora. "Isso não está acontecendo!" Mas acontece... Da janela podem ver a Torre B, já também em chamas. Outros tantos nas janelas.
O caos se instala quando vêem a Torre B implodir... Minutos depois seriam eles, distantes de qualquer socorro dos bombeiros. O mundo mudou. A história jamais seria a mesma.
Como a vida é efêmera!! Como somos frágeis... Como tudo pode mudar subitamente! NY amanheceu como uma das cidades mais urbanizadas e organizadas do mundo, antes da metade da manhã se via em caos. Em menos de 2 horas os EUA foram da paz para a guerra. No início da manhã, dezenas de milhares de pessoas tinham um local onde trabalhar... Na final dela, nenhum mais existia.
Aquele que, no dia seguinte levou flores para a esposa, na metade da manhã se via despencando no ar. Aquele que faria aniversário amanhã, nessa hora se via sufocado por uma fumaça tóxica. Aquela que, ontem brigara com o parceiro, agora jazia, nos escombros de um avião. Aquele que ontem traíra sua esposa, agora só pensava nela e nos filhos, arrependido, enquanto sentia o prédio vir abaixo. Aquela que parou de ira à igreja há um mês, morrera tão subitamente que não sabia exatamente o que fazia no macabro local do Julgamento. Como a vida é sensível!
Não podemos confiar em nós mesmos, confiar cegamente que o futuro é certo. Jamais! Uma pedra de 100g, ou um inseto de 2, podem nos matar, somos fracos de mais para que depositemos tudo em nós. Em 102 minutos, um habitante de NY vai de seu confortável café da manhã para parte de uma evacuação em massa. Pense nisso! Quantas pessoas, após comer uma pizza, caminham tranquilamente em retorno para casa e, do nada, são atropeladas? Pois é! Mas isso não é o mais triste, o pior é que muitas delas, há alguns meses, decidiram que não mais queriam buscar de verdade o Eu Sou e, por esse mês ou dois, definiram uma eternidade em tortura. Começar o dia em sua boa poltrona, lendo o jornal e tomando café e terminá-lo fadado a uma eternidade de tortura... É possível, tanto que acontece a toda hora e está acontecendo nesse exato momento para muitos!
Fique atento! Mantenha-se fiel, sempre!! Um descuido espiritual aliado a um descuido físico, pode resultar no fim absoluto de sua boa vida terrena e eterna. Depositar confiança em si mesmo é o princípio desse erro catastrófico. Perante uma vida tão incerta e traiçoeira, apenas o se apegar a Deus é eficaz e seguro. Cuide, não tire um descanso dEle, não abra cinco minutos para o pecado, não faça o que sabe ser errado, que exigirá arrependimento mais tarde... O que virá depois pode ter surpreender! Se algo fatal ocorrer, bom será simplesmente acordar no Paraíso e diante da glória do Pai, podendo desfrutá-la eternamente, não é?
Natanael Castoldi

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