De fato, não seguimos fábulas engenhosamente inventadas, quando lhes falamos a respeito do poder e da vinda de nosso Senhor Jesus Cristo; pelo contrário, nós fomos testemunhas oculares da sua majestade. 2 Pedro 1:16

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

O Príncipe dos Exércitos

À princípio essa postagem será pequena, pois não pretendo fazer todo um estudo sobre o assunto que aqui tratarei, mas tudo, como sempre, pode mudar quando se escreve sem rascunho, esqueleto de texto, técnica ou tempo. Como de costume, vou sentar e pôr pra fora, numa sentada só, o que está em minha cabeça, sem muita revisão e, tampouco, reformulação - pobres de vocês, leitores, que sempre leem o produto bruto de meu pensamento, mas agradeço pela paciência! O que segue é uma reflexão que fiz acerca dos Evangelhos.
Digo mais uma vez: ler os 4 Evangelhos em uma semana foi uma das experiências espirituais mais profundas que já tive em minha vida. Mais do que dores de cabeça curadas no instante da oração, mas do que ataques demoníacos à noite, mais do que mãos vermelhas segurando carros, mais do que depressão desaparecendo do  nada. Sim, muito mais! Há algo definitivamente divino nas Escrituras, isso é inegável! Uma força poderosíssima age por meio de suas letras, nos prendendo à narrativa, nos dando certeza de que os determinados escritos saíram, de fato, da mente dO Criador. A Bíblia é incomparável!! Quando a lemos, nos humilhamos, toda a nossa arrogância, todo o nosso orgulho, cai por terra, pois em suas páginas há uma sabedoria sobre-humana, há conhecimento e complexidade em suas páginas, à ponto de termos de nos curvar e admitir que somente Deus pode ter trabalhado ali. Além disso a Bíblia tem o poder de nos dizer exatamente aquilo que não queremos ouvir, apontando com exclamações as nossas falhas, os nossos pecados, a nossa mortal natureza e, com a mesma potência, afirmar que há um refúgio onde podemos nos salvar de nós mesmos. Esse refúgio vem na pessoa de Cristo, apresentado no começo do Novo Testamento de maneira evidentemente honesta e simples, sob a perspectiva de testemunhas oculares e pesquisadores dos primeiros anos após a morte de Jesus.
Creio que há dois motivos para a existência de 4 Evangelhos: primeiro para derrubar todo o ceticismo acerca da existência de Cristo, que poderia facilmente ter sido forjado se existisse apenas um documento e um autor alegando-o, mas não, são 4 autores de nações e formações diferentes, escrevendo isoladamente, cada um o seu próprio relato dos dias de Cristo na Terra. O detalhe é que dos 4 Evangelhos, 3 são idênticos, o que indica que os atos de Jesus foram reais, sendo o quarto Evangelho, João, o mais largamente diferente, o que também é evidência, pois se fossem documentos forjados, não seria inteligente escrever um evangelho tão peculiar. O outro motivo para a existência de 4 Evangelhos está na riqueza de conteúdo, pois são quatro testemunhas diferentes, com personalidades e experiências únicas, captando, assim, aspectos únicos do ministério de Cristo e remetendo-os à determinados públicos, para culturas ímpares. Eu, por exemplo, que sou menos prático, gostando de grandes narrativas e descrições, prefiro Mateus ou Lucas, enquanto os mais práticos irão gostar mais de Marcos e João.
Independente do Evangelho que você sentar para ler, e eu recomendo-o a fazê-lo, certamente alguns aspectos do que estiver narrado saltarão aos teus olhos. Primeiro você entenderá que é simplesmente impossível que tais escritos tenham sido forjados, essa confiança virá naturalmente devido ao conteúdo e ao especto do texto, que não está interessado em apresentar um romance épico, persuasivo pela sua estética e poesia, mas, sim, um relato simples e objetivo de algumas coisas que Cristo fez, te servindo a mensagem de Deus num prato de plástico, não de porcelana, para que a mensagem, a essência, seja o atrativo da obra, não a aparência e a maciez - aquele que, mesmo sendo áspera sua mensagem, compreender os Evangelhos, se curvará à Cristo com sincera devoção ao que Ele é e fez, não como alguém persuadido, por exemplo , por Chico Xavier e suas novelas saborosas, de boa aparência e "desejáveis para dar conhecimento" -Gênesis 3:6. A sabedoria do homem é abominável para Deus -1 Coríntios 3:19-, aquilo que é glória para o homem, não serve para Deus, por isso somos comparados à vasos de barro -2 Coríntios 4:7-, por isso Deus fez Gideão ir para a guerra com 300 homens, não 10 mil -Juízes 7-, por isso os Evangelhos não se apresentam a nós como uma obra de Shakespeare e é por isso que Jesus Cristo foi considerado louco aos olhos dos homens, que a Sua sabedoria foi contrária ao padrão humano - e, exatamente por esse motivo, é que os homens o mataram.
Outra coisa que te salta aos olhos é que, se os Evangelhos são verídicos, e sua estrutura já evidencia a natureza divina, Cristo realmente existiu - idéia já bem aceita atualmente, tamanhas as evidências bíblicas e extra-bíblicas - e se o Jesus dos Evangelhos é aquele que aqui esteve, então todas as tuas possíveis dúvidas sobre a existência de Deus caem por terra. É simplesmente, simplesmente impossível que o homem chamado Jesus, que viveu na Galiléia nos primórdios do primeiro milênio - por sinal, só por causa dele temos essa idéia de "primeiro milênio" - não foi Deus na Terra. Sua personalidade, Sua coragem, Sua sabedoria inconcebível, Sua natureza ímpar, à ponto de não se encaixar em nenhum partido judeu, de alvoroçar o Templo e de acusar publicamente os fariseus, são evidência derradeira de que Deus existe e esteve entre nós. Isso é algo extremamente maravilhoso, é tão belo e constrangedor que custamos a acreditar! Deus, O Criador, esteve entre nós!! É fácil conceber isso através de Cristo, quando vemos que Sua postura em nada combina com o padrão do mundo de Sua época, que Ele, de fato, era um "peixe fora do aquário". Sua eventual grosseria e rudez mediante os homens, falsos e pecadores, é bem esclarecida quanto entendemos que O Criador simplesmente tinha dificuldades de aceitar a estupidez e rebeldia humana. Antes de Cristo não havia nenhum sinal de uma revolução no judaísmo, não havia nenhuma raiz daquilo que Ele veio pregar - que João Batista falou foi muito pouco perto daquilo que Jesus disse. Não há antecessores para Jesus ter sido o que foi, tudo o que Ele pregou brotou dEle mesmo, a revolução que mais tarde conquistou o Império Romano, nem sequer era sonhada antes de Jesus morrer e ressuscitar. Essa é a Verdade: Deus veio ao mundo e com a Sua sabedoria insondável, trouxe aquilo que era totalmente novo, a Boa Nova, em Si mesmo e com isso mudou eternamente os rumos de nossa história. 
Jesus não poderia ser um louco qualquer, pois Sua sabedoria nos intriga até hoje; Jesus não poderia ter sido apenas um homem bom, pois Ele deixaria de sê-lo ao mentir afirmando-se Deus; Jesus era um homem sábio dizendo-se Deus e evidentemente honesto, pois Ele abriu mão de toda e qualquer riqueza, comodidade, fama e glória humana, sendo um andarilho maltrapilho que falava exatamente aquilo que os outros não queriam ouvir e que deixou uma nação inteira o odiando profundamente, à ponto de pregarem-No na cruz. Um espertinho qualquer não compraria a própria morte, como Jesus fez - propositalmente - desde que começou Seu ministério. Um espertinho qualquer não daria a vida e não se permitiria torturar em nome daquilo que pregava; um espertinho qualquer teria permitido-se fazer rei pelos seus seguidores e jamais os teria enxotado com duras palavras, como aconteceu em João 6:26. Jesus foi um homem sábio, que afirmou ser Deus e o fez sem interesses pessoais... pelo contrário. Jesus foi, não somente um bom homem, impecável, mas alguém que morreu por amor e isso parece-me o suficiente para considerá-Lo único na história, para considerá-Lo, de fato, Deus. Cristo fez tanta diferença que todas as grandes religiões do mundo querem um pouco dEle, apresentando explicações para Sua natureza dentro de suas determinadas perspectivas - a idéia de Jesus está no espiritismo, no budismo, no hinduísmo, no islamismo... evidenciando ser Ele alguém ímpar, porém somente conhecido por meio dos Evangelhos, que não nos dão outra alternativa, senão de O considerarmos Deus, O Filho, não abrindo brechas para nada que vá além do cristianismo. Se todas as maiores religiões pregam algo de Cristo, o que te impede de optar logo pela única religião que O tem como centro? Parece a coisa mais óbvia desse Universo... e é! Por esse e outros infindáveis motivos é que sou cristão.
O Filho é até bem conhecido pelo povo no que diz respeito aos Evangelhos, mas o que pouquíssimos sabem é que Jesus existia muito antes disso e que apareceu no Antigo Testamento algumas boas vezes, dando-nos uma idéia mais ampla da natureza dO Filho e da magnitude do serviço em Sua Primeira Vinda como Messias. O que segue é um breve estudo que fiz uns dias atrás, com base na minha perspectiva teológica:

O Homem

-Não há nome mais conhecido na história humana.
-Nunca a vida de um homem influenciou tanto a humanidade.
-Toda uma milenar cultura, dominante nesse mundo, se formou em torno de Cristo.
-Em três séculos, aquilo que começou com um andarilho galileu, se tornara a religião oficial do maior império de sua época para nunca mais perder seu posto.
-Seu nome dividiu a história.
-Seu nome está sendo proclamado no mundo inteiro.
-Bilhões de pessoas nasceram e morreram envoltas no cristianismo.
-Ateus, hindus, muçulmanos, budistas... se curvam à qualquer contato relativamente profundo com a Sua pessoa e a Sua mensagem.
-Não há personagem mais festejada e lembrada, assim como é o maior nome da história, da literatura, das religiões e até mesmo do cinema.
Infelizmente, embora tão conhecido e prestigiado, pouquíssimas pessoas O conhecem verdadeiramente e compreendem aquilo que Ele fez nesse mundo nos 3 anos em que ministrou e um número ainda menor de pessoas sabem que Jesus já existia muito antes de ter sido feito humano e que já caminhara pela face da Terra outras muitas vezes. O intuito desse trabalho cristocêntrico é fazer um apanhado de toda a história do Filho de que temos conhecimento. 

O Verbo

Há duas possibilidades para a origem do Filho: Ele foi gerado pelo Pai ou não tem princípio. A análise das passagens bíblicas parece apontar para O Filho como gerado de Deus, não coeterno. O Filho parece não ter sido criado por Deus, mas gerado de Deus.
“O qual é imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação.” Colossenses 1:15. O primeiro vindo de Deus. “Deus nunca foi visto por alguém. O Filho unigênito, que está no seio do Pai, esse o revelou.” João 1:18. O único GERADO. “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” João 3:16. “Nisto se manifesta o amor de Deus para conosco: que Deus enviou seu Filho unigênito ao mundo, para que por ele vivamos.” 1 João 4:9. “E ao anjo da igreja que está em Laodicéia escreve: Isto diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus:” Apocalipse 3:14. “Ouvistes que eu vos disse: Vou, e venho para vós. Se me amásseis, certamente exultaríeis porque eu disse: Vou para o Pai; porque meu Pai é maior do que eu.” João 14:28. “Feito tanto mais excelente do que os anjos, quanto herdou mais excelente nome do que eles.  Porque, a qual dos anjos disse jamais: Tu és meu Filho, Hoje te gerei? Eu lhe serei por Pai, E ele me será por Filho?  E outra vez, quando introduz no mundo o primogênito, diz: E todos os anjos de Deus o adorem.” Hebreus 1:4-6.
Mas qual é a diferença de criado e gerado? Você é capaz de criar um carro de madeira ou um belo texto, mas tuas criações sempre serão diferentes de você, nunca terão a tua essência, a tua complexidade ou o teu valor, serão inferiores, pois nenhum causador pode criar algo, um efeito, maior do que ele, sempre menor. Deus criou o Universo menor do que Ele. Agora, você gera um filho, que herda a completa essência do teu ser e possui o mesmo valor e complexidade que você - é, noutras palavras, um igual. Deus gerou O Filho, não O criou.

O Filho, gerado de Deus, parece ter sido o meio pelo qual Deus criou o Universo:
“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.  Ele estava no princípio com Deus.  Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez.” João 1:1-3.
“E ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por ele.” Colossenses 1:17.
O “Verbo” de João 1 significa, simplesmente, “palavra” e em  Gênesis 1 vê-se Deus usando de palavras, “dizendo”, para criar o Universo, o que parece indicar que O Filho foi o princípio pelo qual Deus criou.

O Deus que procura

Gênesis 2:16-18 relata um Deus presente, cumprindo com Seu desejo primordial ao criar: relacionar-se com a criatura. Com base no que entendemos anteriormente, O Filho é o herdeiro de toda a Criação, pois tudo foi feito por meio dEle e para Ele, então parece-me que Ele mesmo é a figura zelosa - e responsável pelo que está sob seu domínio - a visitar o homem no Éden.
O Filho, como herdeiro da Criação, parece ter sido Aquele que foi ter com Adão e Eva após o primeiro pecado, o da desobediência, e que, por meio de Seu infinito amor e justiça, os puniu, segundo a vontade dO Pai, sem destruí-los. Gênesis 3:8-24.

O Herdeiro da Criação, após a Queda do homem, tomou para si a responsabilidade de resolver o imenso problema originado na obra que estava em Suas mãos. Como, sendo Verbo, foi por Ele que as coisas foram criadas, parece natural que Ele tenha aceitado tornar-se, milênios mais tarde, a carne necessária para expiar o Juízo mortal do Pai e derramar o sangue necessário para lavar os pecados humanos.

O Deus Guerreiro

Engana-se quem pensa que O Filho só voltou à Terra na pessoa de Jesus. Na verdade Ele apareceu várias vezes aos homens durante o período do Antigo Testamento, pastoreando visivelmente Israel e preparando o cenário mundial para a Sua famosa Primeira Vinda, como humilde servo e cordeiro sacrifical.

No Antigo Testamento as menções do Deus Pai ou Deus Filho em forma humana são tidas, normalmente, sob a nomenclatura de “Anjo do Senhor”. A Bíblia condena a adoração de anjos, pois só O Senhor é Deus –Êxodo 20:2-3- e somente à Ele pode ser dado o louvor –Apocalipse 19:10 e Colossenses 2:18-, portanto, quando o Anjo do Senhor aparece e é adorado pelos homens sem problema algum, esse é Deus em qualquer pessoa da Trindade.
Como “anjo” significa “mensageiro”, então parece-me plausível crer que o Anjo do Senhor é, de fato, um mensageiro do Deus Pai e, ainda assim, Deus, indicando, provavelmente, a ação do Deus Filho.
Abraão parece ser o primeiro, depois do Éden, a receber uma visita física de Deus sob uma teofania. A passagem de Gênesis 18 diz que três homens apareceram à Abraão, dois anjos e o outro, Deus, pois é chamado de Senhor. Não há menção de ser este o Anjo do Senhor, o que deixa dúvidas se é o Deus Pai ou o Deus Filho, mas com base no que já foi dito, posso incluí-lo, com uma interrogação, nesse trabalho.
1 Timóteo 6:16  diz que O Pai nunca foi visto por olho humano e Mateus 11:27, assim como outras passagens, diz que Cristo revela O Pai, então parece, também com isso, que tratava-se Do Filho.
Em Gênesis 32:24-32 Jacó enfrentou a Deus e viu-O face a face, mas, como foi tido anteriormente, O Pai nunca foi visto por ninguém senão pelo Filho e O Filho é quem O revela, então parece plausível crer que foi O Filho quem lutou, à mando do Pai, com Jacó.
Em Êxodo 24:9-11 Moisés e mais 70 anciões recebem uma visita física de Deus em teofania, mas como Deus Pai nunca foi visto face a face e, quando apresenta-Se uma outra vez à Moisés não mostra Seu rosto, pois quem ver o rosto de Deus Pai, certamente morrerá, tamanha a Sua glória -Êxodo 33:19-23-, então há de se crer que no primeiro caso foi O Filho e, no segundo, O Pai.
O relato mais óbvio e indiscutível está em Josué 5:13-15, quando o líder de Israel se depara com "O Príncipe dos Exércitos do Senhor", que recebe a sua adoração e, portanto, só pode ser O Filho.
Gideão também recebeu uma visita do Anjo do Senhor, que apresentou-se à ele como o próprio Senhor, sendo, portanto, Deus mensageiro de Deus, ou seja, O Filho. Vide Juízes 6:11-24.
Em Juízes 13, especialmente no verso 22, o Anjo do Senhor também apareceu aos pais de Sansão, preparando-os para o nascimento do famoso juiz. Dessa vez também o Anjo é identificado como sendo Deus.
Há ainda outras passagens, mas mais questionáveis: o quarto homem em Daniel 3:25, o fato de Salomão ter visto Deus duas vezes -1 Reis 11:9- e aquele anjo que destruiu Sodoma e Gomorra em Gênesis 16:24-25. 

O Sacrifício


Então, por causa da porcaria que eu e você fizemos, esse que, como Verbo, se via dotado de toda a glória e domínio, mais nobre do que qualquer ser, o mais belo de toda a Criação, o emissário especial do Deus Pai ao longo do Antigo Testamento, o glorioso e transbordante em honra cavaleiro dO Pai a aparecer como rei diante dos homens para profetizar, ensinar e julgar ao fio da espada, teve de se despir de toda a Sua divindade, honra e poder, para nascer como humilde criança e viver como homem pobre, como andarilho sujo e surrado pelo vento, frio, sol, esforço e fome, de aparência rude e desprezível -Mateus 8:19-20; Isaías 53:2-3. Ele teve de se despir de tudo o que era -Filipenses 2:5-8-, para vir como Filho do Homem, digo isso enfatizando a Sua plena natureza humana - no sentido pleno do ser - para, vivendo em perfeição, sem falha alguma, instituir um novo ensinamento de conduta perante Deus e fazer valer a Nova Aliança, na qual um representante da humanidade, um humano, sem pecado algum, em perfeição de natureza, se entregou como sacrifício geral, pagando a pena de juízo de todos os homens pecadores e condenados, substituído-os e recebendo sobre si todas as máculas que Deus, em Sua justiça, deveria despejar sobre eles. Ele se fez vergonha em nossa lugar, Ele se fez abominação por nós. Isaías 53.
Não sei se você entende a razão dessa morte, mas é bem óbvia: aquilo que é perfeito simplesmente não tem fim, está acima de todo o nosso entendimento, pois é a perfeição, o máximo concebível. O perfeito é infinito, portanto, ele pode cobrir a imperfeição, que é finita, e continuar pleno e infinito, pois não se desgasta ou diminui, já que não tem quantidade mensurável. Jesus, em Sua perfeição, foi, e é, capaz de cobrir toda a imperfeição de bilhões de seres humanos e foi isso que Ele fez na cruz, para que ainda hoje possamos ser justificados conforme a Sua imagem, segundo a Sua obra em nosso lugar, para sermos salvos em Seu nome, sob o Seu governo e sem a necessidade de obra alguma, já que Ele o fez por nós, bastando, portanto, crermos. O que O Filho fez, em resumo, foi, como Deus, como perfeito homem, restabelecer uma ponte entre O Pai e o homem, ponte essa que não poderia ser feita com nenhuma matéria profana, humana, mundana, apenas com matéria divina, pois somente Deus está em Deus, por isso O Filho, Deus, veio à este mundo, fazendo valer o pleno juízo e amor dO Pai e inserindo em nós a Sua própria imagem e a autoridade de Seu santo nome. Nenhuma obra pode salvar, pois não podemos construir, com matéria humana, uma ponte para o puro e santo Deus, apenas Deus pode fazê-lo por nós - e Cristo o fez. Romanos 11:6.
Então, entre nós esteve, como o mais humilde dos homens, Deus. Pra quem lê sobre a situação de Jesus e Sua morte, deve pensar que, em comparação com o que Ele fizera no Antigo Testamento, estava numa situação vergonhosa e humilhante, mas, na verdade, esse foi o momento em que O Príncipe dos Exércitos do Senhor mais demonstrou heroísmo, pois obrigou-se a não usar uma gota de Seu pleno poder, se submetendo por vontade própria, com base no amor, aos deboches, à perseguição e aos chicotes da criatura que Ele mesmo outrora criara. Sim, O Criador permitiu-se, certamente contendo-se profundamente, agredir e surrar por Sua criatura. Isso é inimaginável, isso é maravilhoso, isso é extremamente heróico!! Sem dúvida, hoje amo Cristo mais do que ontem!! Ele é incrível!!! Onde mais você é capaz de encontrar alguém assim? No universo das demais religiões, onde os deuses são gananciosos, orgulhosos e arrogantes? Isso é impossível. Na nossa humanidade, que construiu esses tais deuses conforme a sua própria imagem caída? Jamais!! A única explicação para o cristianismo, que, diferentemente das demais religiões, prega o oposto daquilo que o homem é, é que ele é fruto da mente do próprio e único Deus!!
Na Primeira Vinda de Cristo há dois momentos, em especial, que quero ressaltar, tais dando credibilidade total ao que Ele fez aqui: o primeiro está no Seu batismo, onde as outras Duas Pessoas da Trindade, Deus Pai e Deus Espírito, uniram-se ao Filho, confirmando-O -Lucas 3:21-22- e o evento da Transfiguração, quando Elias e Moisés apareceram à Cristo, Elias representando os profetas e Moisés representando a Lei, significando que a Nova Aliança em Jesus Cristo estava em perfeito acordo com a Lei e com os Profetas . Os dois pilares da Velha Aliança agora se curvavam perante O Messias -Marcos 9:2-7.


O Primogênito


Após ressuscitado, Cristo inspirou Seus apóstolos a entregarem suas vidas em nome dEle e isso, de fato, aconteceu. Agora, com Seu corpo restaurado em matéria eterna, O Filho advoga a nossa causa perante O Pai, isso à partir do momento em que, aceitando-O, passamos a fazer parte da Sua família - 1 João 2:1; Romanos 8:29. Jesus, novamente em glória, sendo o nosso sacerdote, intercede por nós diante dO Deus Pai - Hebreus 7:24-25. Você percebe o quanto isso é maravilhoso? O Deus Filho está intercedendo por nós nesse exato momento! Certamente essa oração é poderosíssima, não?! Isso Ele está fazendo desde que ressuscitou, desde que, após Sua morte, desceu ao Hades e retornou ressurreto, para, em seguida, ascender aos céus. Hoje Ele intercede, esperando O Grande Dia do Senhor.

O Juiz

Depois do Arrebatamento, quando Cristo nos esperará, como Igreja, nas nuvens, com a glória do Rei dos reis -Apocalipse 4; 1 Tessalonicenses 4:16-17-, virá O Dia do Senhor, quando o juízo do Pai se derramará em definitivo sobre esse mundo, quando Cristo retornará, "à moda antiga", como poderosíssimo e glorioso cavaleiro, afim de julgar ao fio da espada aqueles que Lhe são oponentes, afim de aniquilar eternamente o Mal. Como cavaleiro branco, Ele também voltará para os que são Seus, os que se prostraram perante Ele. Você prefere enfrentar o cara descrito em Apocalipse 19:11-21, ou largar o orgulho e rebeldia e se curvar de uma vez por todas diante dEle?!
Esse é O Príncipe dos Exércitos do Senhor, esse é o nosso Salvador, esse é o nosso Senhor! A figura mais poderosa a heroica da história de nosso mundo, a figura mais decisiva para o desenrolar da saga humana na face da Terra. O Filho, de fato, é incrível!! Nem de perto é aquela figura magricela e chorosa que estamos acostumados a imaginar, Ele está muito mais para um poderoso conquistador, um imbatível guerreiro, o maior emissário do Deus Pai, apto tanto para julgar quanto para ser julgado, tudo por amor a nós. Jesus, como Anjo do Senhor ou Messias, resume o máximo que podemos conceber de ousadia e coragem, de poder e magnitude. Que podemos fazer diante de um homem assim, senão tirarmos nossos sapatos e nos curvarmos, com o rosto rente ao chão, perante a Sua majestosa presença?!
Tudo isso me remete à Davi e alguns de seus salmos que, mesmo dedicados aO Pai, lembram-me dO Filho, até porque Ele e O Pai são UM -João 10:30. Segue o verso 10 de Salmos 24 e o Salmos 29:


"Quem é este Rei da Glória? O SENHOR dos Exércitos, ele é o Rei da Glória."
"Dai ao SENHOR, ó filhos dos poderosos, dai ao SENHOR glória e força. Dai ao SENHOR a glória devida ao seu nome, adorai o SENHOR na beleza da santidade.
A voz do SENHOR ouve-se sobre as suas águas; o Deus da glória troveja; o SENHOR está sobre as muitas águas. A voz do SENHOR é poderosa; a voz do SENHOR é cheia de majestade. A voz do SENHOR quebra os cedros; sim, o SENHOR quebra os cedros do Líbano. Ele os faz saltar como um bezerro; ao Líbano e Siriom, como filhotes de bois selvagens. A voz do SENHOR separa as labaredas do fogo. A voz do SENHOR faz tremer o deserto; o SENHOR faz tremer o deserto de Cades. A voz do SENHOR faz parir as cervas, e descobre as brenhas; e no seu templo cada um fala da sua glória.
O SENHOR se assentou sobre o dilúvio; o SENHOR se assenta como Rei, perpetuamente. O SENHOR dará força ao seu povo; o SENHOR abençoará o seu povo com paz."
Também lembrei-me da descrição de Joel do Dia do Senhor, no capítulo 2, que mostra quão magnífico, amoroso e justo é o nosso Deus:

"Tocai a trombeta em Sião, e clamai em alta voz no meu santo monte; tremam todos os moradores da terra, porque o dia do SENHOR vem, já está perto; Dia de trevas e de escuridão; dia de nuvens e densas trevas, como a alva espalhada sobre os montes; povo grande e poderoso, qual nunca houve desde o tempo antigo, nem depois dele haverá pelos anos adiante, de geração em geração.
Diante dele um fogo consome, e atrás dele uma chama abrasa; a terra diante dele é como o jardim do Éden, mas atrás dele um desolado deserto; sim, nada lhe escapará. A sua aparência é como a de cavalos; e como cavaleiros assim correm. Como o estrondo de carros, irão saltando sobre os cumes dos montes, como o ruído da chama de fogo que consome a pragana, como um povo poderoso, posto em ordem para o combate. Diante dele temerão os povos; todos os rostos se tornarão enegrecidos. Como valentes correrão, como homens de guerra subirão os muros; e marchará cada um no seu caminho e não se desviará da sua fileira. Ninguém apertará a seu irmão; marchará cada um pelo seu caminho; sobre a mesma espada se arremessarão, e não serão feridos. Irão pela cidade, correrão pelos muros, subirão às casas, entrarão pelas janelas como o ladrão.
Diante dele tremerá a terra, abalar-se-ão os céus; o sol e a lua se enegrecerão, e as estrelas retirarão o seu resplendor. E o SENHOR levantará a sua voz diante do seu exército; porque muitíssimo grande é o seu arraial; porque poderoso é, executando a sua palavra; porque o dia do SENHOR é grande e mui terrível, e quem o poderá suportar? 
Ainda assim, agora mesmo diz o SENHOR: Convertei-vos a mim de todo o vosso coração; e isso com jejuns, e com choro, e com pranto. E rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes, e convertei-vos ao SENHOR vosso Deus; porque ele é misericordioso, e compassivo, e tardio em irar-se, e grande em benignidade, e se arrepende do mal. Quem sabe se não se voltará e se arrependerá, e deixará após si uma bênção, em oferta de alimentos e libação para o SENHOR vosso Deus? Tocai a trombeta em Sião, santificai um jejum, convocai uma assembléia solene. Congregai o povo, santificai a congregação, ajuntai os anciãos, congregai as crianças, e os que mamam; saia o noivo da sua recâmara, e a noiva do seu aposento. Chorem os sacerdotes, ministros do SENHOR, entre o alpendre e o altar, e digam: Poupa a teu povo, ó SENHOR, e não entregues a tua herança ao opróbrio, para que os gentios o dominem; porque diriam entre os povos: Onde está o seu Deus? Então o SENHOR se mostrou zeloso da sua terra, e compadeceu-se do seu povo."
Natanael Castoldi

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-Logos
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-No calor da batalha

domingo, 30 de outubro de 2011

Inegável

Após uma série de postagens sobre vida cristã e antes de outras ainda, decidi escrever novamente sobre apologética, que é, de fato, a área do conhecimento cristão que mais me inspira, onde sinto, a cada novo achado arqueológico, geológico ou paleontológico, meu coração bater mais forte e minha fé fortalecida, já que vejo a verdade do Deus Criador ser reforçada e consolidada mediante um mundo que quer destruí-Lo mais por rebeldia e egoísmo do que por anseio de conhecer o que é verdadeiro. Esse artigo é fruto, primeiramente, de algo que encontrei por acaso enquanto vagava na internet, o que segue é a minha reflexão acerca de uma relativamente velha notícia.
A seguinte notícia circulou massivamente pelos meios de comunicação no final de março de 2008, cuja manchete dizia -e ainda diz: "Placa de 700 a.C. traz relato de 'destruição de Sodoma'" -leia-a aqui. A notícia da BBC Brasil (31/03/2008) relata que, no ano em questão, cientistas britânicos conseguiram decifrar os escritos cuneiformes de uma placa de argila datada de algo entorno de 700 a.C. e se depararam com o testemunho feito por um astrônomo sumério sobre a passagem de um asteróide na região onde residia. Essa placa foi encontrada em meados do século XIX por Henry Layard e fora nominada de Planisfério, porém seu conteúdo permaneceu nas sombras até a citada tradução. Alan Bond e Mark Hempsell, através de computação gráfica, reconstruíram o céu visto há milhares de anos e descobriram que o evento relatado é do dia 29 de junho de 3123 a.C. (calendário juliano). Segundo eles, metade do tablete informa sobre a posição dos planetas e das núvens no dia do evento e a outra metade relata a trajetória do objeto em questão - que deveria ter cerca de um quilômetro de diâmetro. Obs: percebo que a datação se encaixa no período provável da existência das antiquíssimas cidades do período dos patriarcas e, também, o quanto os nossos ancestrais tinham um conhecimento assombroso de astronomia, o que parece ir contra a teoria predominante de que viemos de homens extremamente rudimentares.
A notícia segue: Mark Hempsell diz que, pelo tamanho do objeto e pela rota que ele traçou, é provável que seja aquele que se chocou contra os Alpes Austríacos, na região de Köfels, onde há indícios de um grandíssimo deslizamento de terra. Não há uma cratera para esse asteróide, que, segundo os pesquisadores, voou rente ao chão, deixando um rastro de destruição e, só então, se chocou à terra num golpe cataclísmico. Tal asteróide teria produzido uma bola de fogo de até 400 ºC e devastado uma área de cerca de 1 milhão de quilômetros quadrados. O pesquisador credita a descrição bíblica da destruição de Sodoma e Gomorra -Gênesis 18:20 - 19- ao evento em questão, devido às semelhanças entre as descrições - cidades cuja existência já está confirmada desde a década de 70, quando G. Pettinato e P. Matthiae divulgaram o que acharam na década de 60 nas ruínas de Ebla, a maior cidade síria em 3 mil a.C: entre 17 mil tabletes cuneiformes, havia um que citava em ordem as mesmas cinco cidades de Gênesis 14:2-8, dando ênfase à Sodoma e Gomorra. Isso entra em concordância com outro achado nas margens do Mar Morto: camadas de metros de cinzas, que indicam uma imensa catástrofe envolvendo chamas - leia aqui. A notícia termina dizendo que a interpretação bíblica para este evento é um juízo de Deus sobre a imundície moral dos habitantes dessas cidades.
Eu acho isso tão engraçado! Após uma série de fortíssimas evidências de que a Bíblia está certa e de que Deus verdadeiramente está trabalhando, consideram que a Bíblia "apenas relata" uma "interpretação" dos fatos, dizendo que, embora ela fale de algo que aconteceu, precipitou-se ao afirmar os motivos desse ocorrido. Ao ler essa notícia -e conceber isso- comecei a refletir sobre a malícia, a maldade por detrás do pensamento cético acerca das evidências da veracidade bíblica e da existência de Deus: se não existe nenhuma evidência arqueológica ou de qualquer natureza, então, automaticamente o relato bíblico é fraudulento, mitológico, e se encontram alguma evidência arqueológica ou de qualquer natureza acerca da ocorrência de um evento bíblico, então a Bíblia apenas "interpretou", já que o evento passa a ser explicável com base em causas totalmente naturais. Ou seja: sem evidência, não aconteceu; com evidências, então não foi Deus, porque a natureza pode tê-lo promovido. Quanta desonestidade!! Os céticos são geniais ao se utilizarem de um mecanismo assim, pois, dessa forma, nunca, jamais, poderão alegar a existência de Deus. A mesma coisa estão fazendo massivamente acerca das 10 Pragas do Egito e da travessia do Mar Vermelho -Êxodo 7-11; 13-15-, pois havendo uma explicação natural para a vinda de dez terríveis pragas consecutivas para destruir a nação egípcia e a passagem de mais de dois milhões de homens pelo meio do mar, eles apelam para a casualidade, como se fosse provável tão grande número de coincidências. Segundo  eles, esses eventos, por serem naturalmente explicáveis, de fato aconteceram, mas os outros todos - que, se os citados foram reais, também deveriam ter sido -, como a abertura do Rio Jordão por Josué -Josué 1-, são tidos como mitos, porque "não possuem explicação natural". De repente somos nós, os de hoje, que têm o poder para determinar a verdade dos antigos?! É fácil estabelecer um padrão de verdade segundo nossos anseios e necessidades e julgar os fatos históricos com base nesse tendencioso padrão.
O problema dos céticos nessa questão é que se esquecem de que o mesmo Deus que promoveu os milagres que eles alegam terem sido frutos da casualidade e ação da natureza, é o Deus que criou toda essa tal natureza e que, por conseqüência, pode ter se utilizado da matéria que Ele mesmo criou para destruição ou salvação. O relato da destruição de Sodoma e Gomorra fala de fogo literal, não espiritual, logo, se foram encontradas evidências naturais desse tal fogo, não estão alegando nada menos do que a ação de Deus nesse evento em questão. E que ação!! Deus queria destruir Sodoma e Gomorra e, com um toque de Seu poder, devastou com uma bola de fogo uma região de aproximadamente 1 milhão de quilômetros quadrados, cozinhando-a à 400 ºC e fazendo uma nuvem de fumaça chegar-se até o Egito. Parece coincidência demais com o relato bíblico para que o evento tenha sido meramente natural. A questão é que, concebendo esse fato, temos de aceitar, ou pelo menos nos aproximar a isso, a existência real de Abraão, o que nos remete à descendência profética do patriarca que, de fato, chegou ao Egito por meio de Jacó, José e seus outros irmãos para, posteriormente, ter saído de lá por intermédio de Moisés, que foi o libertador dos hebreus com base nas 10 Pragas -verídicas- e na Travessia do Mar -também verídica. Concebendo verdade bíblica acerca das personagens e dos fatos de Abraão até Moisés, não nos custa muito creditar nos demais fatos e nas demais personagens. A questão é que, entendo a historicidade honesta e inquestionável das Escrituras, devemos também aceitar eventos totalmente sobrenaturais, como a destruição de Jericó -Josué 6-, comprovada pelas escavações de Kathleen Kenyon em 1950, datando-a como ocorria em 1550 a.C. ou, segundo Bryant G. Wood, 1410 a.C. O interessante é que no relato bíblico da destruição de Jericó temos a cananéia Raabe -Josué 6:17-, auxiliar dos espias hebreus, que está inclusa na genealogia de jesus -Mateus 1:5. Se formos ligando os pontos, com base nas evidências arqueológicas, logo temos que aceitar toda a narrativa bíblica e, como conseqüência, a existência de Deus - do Deus cristão.
Voltando ao evento da destruição de Sodoma e Gomorra, temos outro detalhe: como Moisés, que escreveu a Torá e, logo, o Gênesis, teria arranjado informações de milênios passados, de um povo e uma região que desconhecia, no meio do Êxodo? Como teria escrito, sem vastos estudos -talvez com base nalgum conhecimento obtido, como príncipe egípcio, nalguma escola faraônica- algo tão preciso sobre uma história, um povo e uma terra tão nebulosa para ele? O problema do cético é que ele se apega à pontos muitos superficiais quando quer desmanchar a verdade bíblica, pois o fato de o relato do Gênesis ter sido escrito não muito antes de um milênio e meio antes de Cristo, torna assombrosa a idéia de ter sido extremamente certeiro ao relatar algo ocorrido mais de mil e quinhentos anos antes dele. Isso, para mim, é uma evidência explícita da ação de Deus, que inspirou o grande profeta no momento em que escrevia aos hebreus, afim de fazer-lhes conhecer sua história e dar-lhes uma nova identidade. Então, desapegado da superficialidade, questiono: se Moisés acertou sobre Sodoma e Gomorra, por que estaria errado sobre os dias da Criação? Se há evidência da ação espiritual na confecção das Escrituras, por que não há de ter havido atividade espiritual nO Princípio? Então, estranhamente, eu uso da historicidade da queda de Sodoma e Gomorra como evidência de que o Universo fora criado!! O ateu precisa aprender a ligar todos os pontos, pois se Moisés recebeu essa informação precisa, sobre Sodoma e Gomorra, da parte de Deus, então é mais provável que fora Deus quem destruiu tais cidades e, também, é mais provável que foi Deus quem, de fato, deu origem ao Universo. Parece-me uma resposta bem decisiva!
Noutro dia constatei esse pensamento cético, de se apegar num único ponto para fundamentar todo o seu ceticismo, ao assistir um documentário no Discovery sobre o pensamento do andróide Stephen Hawking e suas novas idéias sobre a probabilidade da inexistência de Deus. Confesso que não entendi muito bem o que ele falou, pois tratava-se da "verdade" sobre o Universo ter surgido do Nada, com base na insana suposição de que existe algo como o oposto da matéria, a matéria negativa que, em equilíbrio com a matéria positiva, resultava em zero, alegando a possibilidade de a "matéria positiva" ter vindo do nada. Eu acho isso, embora provável matematicamente, um atentado à razão, pois é impossível que haja alguma matéria abaixo do nível zero de matéria, para ser "matéria negativa" - até porque "matéria negativa" é logicamente impossível. De qualquer forma, com base no seu raciocínio matemático, ele disse que Deus não existe - afirmando verdade naquilo que é mera teoria, já que nunca foi observado nem experimentado na prática. Desse ponto, apenas com base nisso, parece continuar havendo um empate técnico entre a idéia de Deus e de "não-Deus", com 50% de chances de cada lado estar certo, pois trata-se do Eterno, do simplesmente "ser ou não ser". O problema é que Hawking baseia seu presente ateísmo num único ponto, que é O Princípio, mas esquece de analisar todos os demais pontos dessa história, porque logo depois dO Princípio há a formação de um Universo extremamente complexo, mais bem ajustado do que qualquer circuito ou máquina que venhamos a construir, trabalho tão perfeito que exige a existência de um Projetista Perfeito - leia a postagem "Geocentrismo". Depois ele precisa vencer a barreira da Origem da Vida à partir da não-vida, o que é um absurdo - leia a postagem "Ilusão". Se não tropeçou, ele agora precisa entender se é possível haver uma evolução dos seres vivos sem o trabalho de um Zelador, de um Arquiteto por detrás de todo o processo - leia a postagem "Encontro inesperado". Se ele vencer essa barreira, ainda precisa tentar ligar o ponto acerca da colossal humanidade de que temos evidência no passado, aquela que contradiz a Teoria da Evolução, ao mostrar um ser humano desenvolvido demais para ter vindo de uma criatura rudimentar - leia a postagem "Ufologia?". Se ele conseguir explicar isso sem apelar para alienígenas, terá de explicar ceticamente o porquê de tantos relatos de demônios e criaturas sobrenaturais ao longo da história - leia a postagem "Bestiário". Se, ainda assim, ele permanecer de pé, terá de arranjar uma explicação para a natureza excepcional da Bíblia em relação aos demais livros - leia a postagem "Por que se opor?". Se ele ainda tiver fôlego, terá de explicar ceticamente toda a evidência histórica das Escrituras - leia a postagem "Espantosas letras". Se for possível que chegue até aqui, ainda não poderá dizer-se bem-sucedido, pois falta entender como a Bíblia, historicamente viável, é tão precisa em suas profecias - leia a postagem "Desafio profético". Para concluir, terá de explicar os próprios problemas acerca de seu ateísmo -leia a postagem "Perdidos no pântano". Se ele, por milagre, sair vitorioso, terá de se deparar, simplesmente, com a razão de Deus, que é inescapável - leia as postagens "Pelo que luto" e "Inescapável". O problema do cético é que se ele tropeçar num só desses pontos, então faz cair por terra todas as suas idéias, já que, por exemplo, não adianta creditar seu ateísmo à possibilidade de o Universo ter se originado casualmente, se todo o resto das evidências exige Deus. Pela Lei de Hess, há um número maior de fatos que necessitam de Deus do que o inverso, logo, a idéia de Deus vence. Não adianta se basear no número 100 se a contagem pára no número 1! Os céticos se fundamentam em evidências que, para existirem, sucederam eventos que necessitaram de Deus. Isso é extremamente ilógico!
A minha conclusão, com base em toda a gama de esferas do conhecimento que exigem a ação de Deus, é que, entre o "não-Deus" e O Deus nas Origens, fico com Deus, pois Ele foi necessário em momentos posteriores às tais Origens. Entre o "não-Deus" e O Deus no fato de Sodoma e Gomorra, eu fico com Deus, porque Ele fora necessário antes desse evento e se mostra evidente em eventos posteriores. Ligando TODOS os pontos, eu sou obrigado a reconhecer a ação de Deus!!

Para você continuar refletindo, vou introduzir a conclusão com outro evento bíblico interessante: Daniel 8 é tão certeiro em sua profecia, recebendo interpretação no próprio capítulo, que muitos historiadores negam-se a acreditar que o texto em questão fora escrito antes dos eventos ali profetizados, pois parecem-se mais com o relato posterior de uma testemunha, do que as predições de um profeta, tamanha é a precisão. Isso, de fato, assombra a todos os que leem esse e outros textos, como Isaías 53, que fala, explicitamente, de Jesus Cristo, principalmente quando se compreende que a os manuscritos foram escritos antes dos tempos para os quais profetizam. Daniel, por exemplo, é um dos livros do Antigo Testamento com maior respaldo arqueológico, a evidenciar ser anterior ao cumprimento dos dizeres de seu oitavo capítulo. A profecia de Daniel 8 cita, entre outras coisas, a ascensão dos gregos, a subjugar os persas, mas o livro só apresenta três palavras gregas, o resto se lê em hebraico e aramaico, o que mostra ser obra anterior ao predomínio da cultura e do alfabeto grego no Mundo Antigo. Há cópias inteiras do Livro de Daniel nos achados dos Manuscritos do Mar Morto, que o colocam, no mínimo, para antes do século II a.C. e, com a evidências lingüísticas, já que o aramaico do livro indica os dias do Exílio, o temos como original dos tempos de domínio babilônico e persa. Escavações em Ur, no templo de Nabonido, também trouxeram à luz uma personagem até então exclusivamente bíblica do livro de Daniel, de nome Belsazar. Entendendo, então, que tratamos de um livro anterior ao domínio grego, não podemos fugir da profecia e da existência de Deus, pois todo o relato de Daniel 8 consumou-se após os dias em que fora escrito:
Versículos 20-25: os medos e persas são representados pelo bode com dois chifres, este que dominava nos dias de Daniel. A Grécia, com um só governante potentíssimo, é representada pelo bode de um só chifre, que vêm rapidamente do Ocidente para derrubar a Medo-Pérsia. Não demora e o grande chifre se quebra e é substituído por 4 chifres menores, que o texto deixa claro serem 4 governantes a dividir o reino do primeiro, sendo eles mais fracos do que seu antecessor. Exatamente isso aconteceu com o império de Alexandre Magno: após sua morte, seus maiores generais dividiram seu império em quatro partes: o Egito e a Palestina para Ptolomeu I; a Síria e, em seguida, a Palestina, tomada de Ptolomeu, para Seleuco I; a Pérsia para Lisímacro e a Grécia e Macedônia para Cassandro. A profecia ainda diz que um desses reis destruiria o Povo Santo e foi o que aconteceu quando os selêucidas dominaram a Palestina entre 204 e 166 a.C., não tardando para desestimular o judaísmo e tornarem-se anti-semitas sob o governo de Antíoco Epifânio, que massacrou 40 mil judeus e, depois, entrou no Santo dos Santos e sacrificou uma porca, animal imundo aos olhos judaicos, no local mais sagrado de Israel, derramando seu sangue por todo o Templo e, em seguida, tornando-o um templo dedicado à Zeus. Vários costumes hebraicos acerca da Lei foram proibidos, inclusive a circuncisão - tudo isso foi desencadeando a famosa Revolta dos Macabeus. 
Josefo, famoso historiador judeu, alega que no dia em que Alexandre Magno entrou vitorioso em Jerusalém o Sumo Sacerdote apresentou-lhe uma cópia do livro de Daniel, mostrando-o tal profecia, que naquele exato dia se via cumprida em parte. Diz-se que  próprio Alexandre creu no que lia e, dizendo, considerou que tal livro, de fato, relatava a sua vindoura vitória definitiva sobre os persas, o que logo mais se cumpriu. Esse momento espetacular desenrolou-se aproximadamente 150 anos antes da suposta falsificação que é sugerida pelos críticos. Alexandre, de fato, parecia crer que o Deus de Israel estava levando-o à vitória, o que pode explicar o por quê dele ter privilegiado sobremaneira o povo hebreu, indo muito além dos privilégios dados a qualquer outro povo conquistado, por exemplo: privando-o do pagamento de impostos ao Império no Ano Sabático. Alexandre parecia reconhecer que, havendo uma profecia favorável à ele da parte do Deus de Abraão, deveria favorecer o Seu povo, afim de seguir próspero. O que o cético diz à respeito disso?!
Isso te parece suficiente? Então vou te dar mais uma carga de profecias cumpridas em Daniel, dessa vez o capítulo 2. Nabuscodonosor teve um sonho misterioso que apenas Daniel conseguiu interpretar, tratando de uma grande estátua feita de ouro, prata, bronze, ferro e barro. Vamos direto ao que se diz nos versículos 38-45: a "cabeça de ouro" representava o presente reinado de Nabucodonosor, a imagem da glória neobabilônica, repleta de vitórias militares, riquezas imensuráveis e esplendor. A Babilônia é representada como "cabeça de ouro" porque, de fato, era uma cidade abundante em ouro e riquezas e Nabucodonosor era o maior rei de seus dias. Mas esse reinado, disse Daniel, seria subjugado por outro, representado pelo "peito e os braços de prata" -versos 32 e 39-, que foi a Medo-Pérsia, "dois braços". A Medo-Pérsia ocupou mais espaço e durou mais tempo do que a Babilônia, assim como o "peito e os braços" são mais do que a "cabeça", mas foi feita de matéria inferior, "prata", o que se vê, de fato, ao concebermos que houve menos luxo e magnitude entre os persas do que entre os babilônicos, além de terem eles, os persas, cultura e ciência menos desenvolvidas, obrigando-os a adotar a cultura e o conhecimento babilônico. O "ventre e as pernas de bronze" -versos 32 e 39- representam a Grécia, vinda depois da Medo-Pérsia, para subjugá-la e, feito isso, conforme relata o verso 39, dominou o "mundo inteiro", ou melhor, o Mundo Antigo, tanto militar e politicamente, quanto culturalmente - o bronze pode se referir à indumetária de guerra dos gregos. As "pernas de ferro", que aparecem na seqüência, referem-se, nitidamente, ao Império Romano, que engoliu o mundo grego e dominava absoluto em seus dias de plenitude, mas a profecia também fala do dia em que esse reino seria divido ao meio, como foi com o Império Romano Ocidental e Oriental - uma metade, fraca, caiu nas mãos dos bárbaros e a outra, mais forte, prosseguiu no Oriente ainda por vários séculos. Roma, embora não exista mais como Império, sobrevive no Ocidente com o que veio das nações bárbaras, que, como os francos medievais, consideravam-se um Novo Império Romano, e, noutro âmbito, através da Igreja Católica Romana. De qualquer forma, a profecia ainda conta com a vinda de uma pedra a esmagar todos esses reinos - falamos de Cristo. A queda atual das potências ocidentais e a perda de poder da Igreja Católica parecem ser indícios da proximidade do cumprimento dessa maravilhosa profecia - essa é minha interpretação.
Há ainda outras profecias assombrosas no Antigo Testamento, mas parece-me suficiente terminar por aqui, afinal, assim como alfabetizamos nossos filhos e esperamos que depois eles leiam por conta própria, orientamos os céticos ao conhecimento correto e esperamos que eles, por sua própria vontade, o ampliem posteriormente.  O que fica das passagens de Daniel e de Gênesis, no começo da postagem, é simples: se elas se comprovam pela evidência histórica, então a Bíblia é extremamente confiável historicamente e, se a Bíblia está adequada com a história, esses fenômenos proféticos e cataclísmicos só podem evidenciar a ação de Deus - isso é inquestionável!! Se eu parto desse ponto, então sou obrigado a reconstruir toda a minha compreensão das origens do Universo e da Vida com base na existência inviolável do Criador - ou partir da evidência desse Criador para creditar de maneira sólida os eventos cataclísmicos, proféticos e milagrosos da Bíblia como fruto de Sua ação, não do acaso. De qualquer forma, sempre, ligando todos os pontos, chegarei à verdade de Deus, pois não adianta discutir: com uma análise honesta sobre toda a plenitude da história natural e humana, não podemos fugir dO Pai. O cético e sua mídia tentam ignorar Deus, mas isso só é possível com base em "pura" e desonesta rebeldia. Hoje eu te escrevi isso para exortar-te a alimentar um verdadeiro senso crítico, que não aceita simplesmente porque alguns dizem e que não ignora apenas porque não quer crer e prefere ir na onda da maioria. Analise a plenitude das coisas, a plenitude das ciências, ligue todos os pontos, não só o que te convém. Einstein -físico e um dos maiores cientistas da história-, Pasteur -grande biólogo e químico nas áreas da medicina- e Francis Bacon -famoso filósofo- fizeram isso e, unanimemente, concluíram: “Um pouco de ciência nos afasta de Deus. Muito, nos aproxima." O filósofo Francis Bacon ainda leva isso à sua área de domínio: “Um pouco de filosofia leva a mente humana ao ateísmo, mas a profundidade da filosofia leva-a para a religião.” Isaac Newton, grande matemático e físico, após tê-lo feito, é determinante: "A maravilhosa disposição e harmonia do universo só pode ter tido origem segundo o plano de um Ser que tudo sabe e tudo pode. Isto fica sendo a minha última descoberta." Assim como fez e concluiu Voltaire, o grande iluminsta: "É preciso tapar os olhos e o entendimento para pretender que não há nenhum desígnio na natureza; e se há desígnio, há uma causa inteligente, Deus existe." E por que não citar o maior astrônomo de nossa história, Galileu Galilei? Pois ele mesmo disse, pra quem pensa que ele era um ateu inimigo de Deus: "A Matemática é o alfabeto que Deus usou para escrever o Universo". Timothy Ferris, portanto, tem toda a razão ao afirmar que "o homem encontra a Deus detrás de cada porta que a ciência logra abrir." Não adianta tentar fugir, é tudo muito simples, como bem disse Fernando Pessoa, um dos maiores escritores portugueses, acerca do Pai: "Deus é o existirmos e isto não ser tudo". Realmente simples. Que isso tudo te faça refletir.
Natanael Castoldi

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segunda-feira, 17 de outubro de 2011

De fato cremos?

Ler os 4 Evangelhos em uma semana foi incrível! Ler Mateus e Marcos em dois dias e Lucas e João numa tarde me fez absorver de maneira mais plena a mensagem de Cristo, sem dúvida hoje creio mais do que há duas semanas. A leitura dos Evangelhos, da vida de Cristo narrada à partir de quatro pontos de vista diferentes, me fez repensar muito sobre a minha fé, sobre o quanto compreendo o que Jesus disse e fez, sobre o quanto sou cristão. O que segue é fruto dessa análise.
Uma coisa é certa: ou Jesus não era cristão, se o padrão de cristianismo for a postura geral de nossos dias, ou hoje existem pouquíssimos cristãos, se, de fato, o cristão é um imitador de Cristo. Eu simplesmente não sei onde os evangélicos de nossos dias baseiam sua fé, pois, de modo geral, está muitíssimo longe da realidade sugerida pelo Filho. Quem disse que Deus tem um gráfico onde Ele marca quantas vezes tu orou e por quanto tempo o fez, para saber se tu merece ou não um presentinho -Mateus 6:7? Quem disse que Deus tem um medidor de decibéis pra analisar se você gritou alto o bastante para merecer uma remuneração -Mateus 7:21? Quem disse que Deus elegeu uma comissão julgadora para avaliar o teu desempenho no sapateado, no rodopio ou na dramatização de personagens e, com base nas notas, te dar a devida recompensa -Mateus 7:22-23; Mateus 6:1-6? Quem disse que Deus nomeou banqueiros celestiais para depositar teu dinheiro e, mais tarde, devolvê-lo com juros -Mateus 6:19-21; Marcos 8:36; João 6:26 e 27? Quem disse que Deus dorme até a hora do culto e só te observa durante o teatro dominical -Romanos 12:1-3; 1 Coríntios 10:31? Quem disse que Deus "ama de paixão" o louvor antropocêntrico de nossos dias, que exalta mais o "eu" do que o Eu Sou -"onde eu pisar abençoado será"; "eu comerei o melhor dessa terra"; "eu sou do meu amado e Ele é MEU"-Romanos 7:24, 16:27; Filipenses 3:11-14? Quem disse que louvor é só música e que quanto mais espetacular e orquestral ele for, mais Deus abençoará -Mateus 18:4 e 20? Quem disse que não tem problema algum "abrir uma excessão pro pecado" -Colossenses 3:1-10? Quem disse que Deus tem uma balança onde mede o quanto estamos sendo bons e o quanto estamos sendo maus -Romanos 3:23; Isaías 64:6-7? Quem disse que merecemos algum mérito pela nossa religiosidade e pelas nossas obras -Lucas 17:7-10? Quem disse que nós mandamos em Deus, determinando-O a fazer o que desejamos -Isaías 64:8; 1 Coríntios 10:22; Romanos 9:20, Isaías 45:9; João 15:14? Quem disse que Deus precisa responder a tua oração da forma como tu quer -Isaías 40:12-31, 55:9?! Quem disse que Deus é pequeno o bastante para habitar dentro das quatro paredes do prédio da igreja -2 Crônicas 2:5-6; Atos 17:23-29? Quem disse que Deus age com mais poder em objetos e relíquias, como sabonetes, vassouras e martelos ungidos -Salmos 115:1-7? Quem disse que o pastor é melhor e mais digno do que você -1 Pedro 2:8-10; Efésios 4:4; 1 Coríntios 12:11-27; Mateus 23:11-12? Quem disse que Deus é como uma máquina, que liga ao som do shofar e desliga quando a porta da igreja é fechada ao fim do culto -Lucas 12:1-2? Quem disse que a bandeira de Israel no altar tornará o prédio mais cheio de Deus -1 Coríntios 3:16? Pois é... o que se vê hoje é um grande abandono da fé cristã, apoiado por um retorno à realidade judaica de antes de Cristo e um apego ao paganismo.
Existem três grandes problemas na igreja evangélica de nossos dias: estamos fazendo o Criador menor do que a criatura, estamos tentando chegar ao Pai através de obras, rituais e méritos, numa relação interesseira de trocas, como se fôssemos pagãos -e capazes de salvarmos a nós mesmos- e como se Deus fosse comerciante, e estamos reduzindo o onipresente e onipotente Senhor à matéria, como se Ele dependesse de templos erguidos, de objetos fabricados, do som de instrumentos. Toda essa postura, além de representar um terrível atentado à razão, pode ser considerada blasfêmia, idolatria, pois o homem e a matéria se tornam o centro e Deus apenas um meio de se obter aquilo que é desejado. Em que a igreja evangélica de hoje, de modo geral, crê? Não sei... mas parece que não crê, pelo menos plenamente, no Deus que lemos na Bíblia, já que o rebaixa ao nível dos ídolos de pedra e madeira, O faz menos que o homem. Uma coisa é certa: o modo de culto indica a que deus servimos, por exemplo: oferecer o primogênito como sacrifício nas chamas era ato típico do culto à Moloque, portanto, quem o fazia, adorava à Moloque, não se podia adorar a Deus dessa maneira, mesmo que o indivíduo o quisesse -Deus negou o método de culto egípcio de que os hebreus tentaram usufruir para adorá-Lo, vide Êxodo 32-, da mesma forma, por mais que se queira, não se pode servir à Deus da forma como nos portamos como igreja hoje, os métodos citados anteriormente são típicos do paganismo e o Pai não se agrada deles. O que, então, agrada à Deus? Um "culto racional", que se resume em estar o tempo todo O servindo, de coração, com base numa verdadeira fé, com base no caráter, no conhecimento da Sua vontade e soberania sobre nós, que somos pouco mais que escória - Romanos 7:24 e 25, 12:1. Deus não quer o mero sacrifício, ritualístico, Ele quer misericórdia, santidade, respeito, temor, compromisso -Mateus 9:13; 1 Samuel 15:22-23; Salmos 40:6-8, 51:16-17 e 69:30-31. Com base na postura dos evangélicos, de modo geral, em nossos dias, eu novamente pergunto: de fato cremos?!
Parece que não cremos muito, numa igreja onde a juventude conhece melhor e prefere ler a história do bruxo Harry Potter, por exemplo, do que a história de Cristo. Isso é alarmante!! Parece que não cremos muito, falando de uma grandíssima maioria que dedica, senão todo, 23:45 do dia para seu próprio prazer e 15 exaustivos minutos para um ritualístico "encontro" com Deus, afim de pôr um "Ok" na agenda, no roteiro diário. Parece que pouco cremos quando o frio, a chuva, o calor, um resfriado, a canseira, o estudo ou uma desavença boba nos servem de argumento para conseguirmos ficar o sábado ou o domingo em casa, longe da celebração dos cristãos, da igreja - seis dias são "nossos por direito" e o sétimo é, de preferência, também nosso... quem sabe, se minha carne permitir (?), esse será o dia em que, por 2 horas, me "dedicarei" ao Senhor -sendo que metade desse tempo se resume em ansiedade para a celebração terminar, pois minha carne já está cansada de Deus nessa altura. "Belos" cristãos que somos!! Sem querem exagerar, mas em termos de devoção, por mais legalista que sejam, os muçulmanos dão um banho em nós, que cuspimos na Palavra de Deus, que ignoramos nosso Senhor -se é que O consideramos de fato- o tempo inteiro e lhe damos as sobras de tudo o que temos, isso quando damos. O pecado, seja a perversão sexual, seja a ganância, seja o egoísmo e arrogância, têm tido cadeiras cativas em nossas almas, enquanto Cristo temos, por grande parte do tempo, como inconveniente ou uma peça adicional em nosso viver, que podemos ligar e desligar, conforme a nossa vontade. E Deus? O temor pelo Criador se perdeu, como se Ele não fosse justo e reto Juiz, como se Ele não tivesse poder algum ou não relevasse o pecado e falta de respeito. Nosso "louvor", que hoje só se resume à música e a música cristã só se resume à dita "adoração", tem acompanhado a decadência moral do homem e a sua insubmissão, fruto de uma criatura cada vez mais egocêntrica, individualista, mimada. Vou ser bem sincero: há "louvores" extremamente intrometidos, desrespeitosos, ofensivos para com Deus, onde o "adorador" afirma chegar diante de Deus sem cerimônia, sem temor, sem tremor e, antes de se curvar e tapar os olhos mediante  o  glorioso Criador, quer logo abraçar-Lhe, acariciá-Lo e, se duvida, beijá-Lo. Eu nem sei o que dizer!! Que vergonha! Ou melhor, que "falta de vergonha"! Quem pensamos que Deus é? Quem pensamos?! Se pensamos que Deus é conforme a maneira que nos portamos e "louvamos", então estamos "adorando" a pessoa errada, pois não me parece possível que Aquele que apareceu à Moisés -Êxodo 3:1-6- e Isaías -Isaías 6:1-5- se alegra com a imagem que estamos fazendo dEle e de Sua Palavra, com a forma com que estamos tentando adorá-Lo. Se assim O tratamos, sem temer o Seu juízo e sem amar o Seu nome, de fato cremos nEle?! Não me parece. Lucas 11:42.
Eu quero que você pense sobre o que acabou de ler e tente responder, com total sinceridade, a pergunta já muito feita: de fato você crê? Isso se mede no quanto você respeita quem Deus é e o que Ele fez, pois falta de temor indica descrença e falta de amor indica descrédito. Mas há um outro aspecto que pode nos ajudar a analisar a veracidade de nossa fé em Cristo: o quanto acreditamos em Sua ação? Em Seu agir? O que vejo atualmente na maioria dos lugares é uma fé extremamente superficial, à ponto de crermos que nós somos mais capazes de agir corretamente por conta própria do que dependendo de Deus, achamos que nós garantimos melhores resultados por nós mesmos do que depositando a questão nas mãos do Criador - o que, além de uma insana irracionalidade, resume-se numa tremenda falta de fé. Jesus, em Marcos 11:20-24, diz que a nossa fé nEle tem o poder, até mesmo, de mover montanhas, da mesma forma que Ele secou a figueira. Uns dizem que isso é apenas figura, algo para exemplificar uma verdade espiritual, como se Deus não fosse capaz de fazê-lo literalmente, outros acham que a questão da figueira até pode se repetir, mas a das montanhas é exagero, mas eu penso que o mesmo infindável poder que pode fazer o impossível, que é secar a tal figueira, no mesmo nível pode fazer outro impossível que é mover montanhas. O fato é que questão da fé na Bíblia tem sido interpretada de uma forma muitíssimo superficial e distante, como se fosse apenas "acreditar", ou melhor, "achar que, quem sabe, Deus, podendo, te ajudará", havendo, portanto, grandíssima dose de dúvida na capacidade do Pai de fazê-Lo, o que não deixa de ser ceticismo. É óbvio que, com base na dúvida, Deus pouco nos fará, pouco responderá nossas orações, pois mal acreditamos que Ele pode e consegue, não temos certeza que Ele, que não vemos, é capaz -Hebreus 11:1 e 6.
Parece insano eu acreditar que é realmente possível, literalmente, fazermos secar figueiras e movermos montanhas? Quem diferença tem isso, que diferença tem a Fonte desse poder, daquela que, por meios de alguns cristãos, ressuscitou mortos? A questão é que ninguém, absolutamente ninguém, senão Cristo, alguns profetas e apóstolos, tiveram fé suficiente para constatá-lo na prática. Todos nós temos certeza absoluta de que é impossível fazermos qualquer coisa como o que fora citado em Marcos 11 e exatamente por isso essas coisas nunca conseguiremos fazer. É claro, há três outros motivos para que não venhamos a fazê-lo facilmente: Deus não pode ser testado, provado, pressionado para fazer algo -Mateus 4:7-, pois nosso mundo não é um picadeiro e Ele, tampouco, um mero mágico, Deus não quer suprir nossos meros caprichos  -Isaías 55:9; João 6:26 e 27- e Ele não faz nada inútil, sem uma função, um objetivo -Gênesis 1:31, mas não entremos nesses méritos da questão, quero falar sobre a verdadeira fé, embasada no temor perante Deus, fé esta que impede a supremacia da curiosidade e dos caprichos humanos. Voltemos ao cerne da reflexão: por que duvidamos tanto?! Quem verdadeiramente crê de modo tão profundo quanto Cristo nos orientou? Sim, para Jesus o medo dos discípulos em meio à tempestade, por mais brava que tenha sido, representava falta de fé -Mateus 8:24-27- e, noutra situação, mesmo que Pedro tenha conseguido, pela fé, caminhar alguns metros sobre a água, o fato de ter começado a afundar, o simples fato, indicou que sua fé ainda não era grande o bastante -Mateus 14:28-31. Se Pedro, tendo conseguido, pela fé, andar alguns passos sobre a água e, por ter afundado, indicado uma fé ainda bem pequena, imagina o tamanho insignificante, minúsculo, à ponto de se tornar invisível, de nossa fé, pois jamais acreditaremos que, pela fé, conseguiremos dar um passo sequer sobre as águas... Que bom será se alguns cristãos de nossos dias cultivarem uma fé do tamanho do diminuto grão de mostarda! Lucas 17:5-6. O quanto cremos? Nosso ceticismo quanto ao poder e agir de Deus indica que cremos muito pouco... Bem diferente dos grandes heróis da fé, que citarei abaixo.
Moisés: um homem como eu e você, certamente habitado pelo Espírito Santo, o mesmo que age em nós, foi capaz, por meio de sua fé em Deus, de fazer coisas maravilhosas. É claro que ele foi a ponte para a realização de algo que O Senhor já planejava e também é claro que Moisés tinha tudo para crer profundamente em Deus, já que Ele mesmo se apresentou ao hebreu. Mas pensemos: temos tão menos evidência para crer do que teve Moisés? Que queremos mais, para termos certeza de Deus, do que a visão de um bosque florido? Do céu num noite estrelada? De nossa imagem no espelho? Da leitura da Palavra?! Não, não temos argumento -Romanos 1:20! Moisés não tinha muito mais recursos do que nós temos e não me venha com desculpas. Você, apenas vendo uma sarça ardente e ouvindo Deus falar, teria ousadia de chegar-se diante do Faraó e se impôr? Creio que, pelo menos eu, não, pois já vi demônios, por exemplo, e, mesmo assim, minha fé em Deus continua pequeníssima. Mas Moisés tinha fé, tinha fé do tamanho de um grão de mostarda, e foi com essa fé que, obedecendo as ordens de Deus, lançou as 10 Pragas -Êxodo 7:20-12:29-, abriu o Mar Vermelho -Êxodo 14:21-28- e tirou água da rocha -Êxodo 17:1. O que Moisés tinha de diferente de você e eu? A única diferença é que ele  realmente acreditava que Deus era capaz de fazer o que lhe mandava - que certamente iria fazê-lo. Nós não acreditamos, simplesmente isso - se acreditamos, o fazemos para não mais do que coisas muito superficiais.
Josué: o sucessor de Moisés não fez coisas muito menos espantosas do que ele. Moisés abriu o Mar Vermelho e Josué abriu o Rio Jordão, ou melhor, por meio de sua fé no que o Senhor lhe dissera, enviou os sacerdotes com a Arca da Aliança pisarem nas águas e o rio simplesmente parou de correr e parte dele secou-se para as tribos de Israel atravessarem -Josué 3:15-17. Posteriormente, Josué, por meio da fé em Deus e da obediência, derrubou as muralhas de Jericó, uma típica cidade fortificada da Palestina, cujos muros, segundo se têm conseguido analisar atualmente, possuíam 20 metros de altura e, nalguns pontos, 60 metros de comprimento: por 6 dias todos os guerreiros hebreus caminharam ao redor da cidade e no sétimo o fizeram por sete vezes e, ao fim disso, ao som das trombetas e de gritos de guerra, Deus fendeu e ruiu a grandiosa fortificação -Josué 6. A fé. Se Deus, porventura, lhe falasse para ir diante de uma grossa árvore e, com um forte grito, a arrancar do chão, você o faria? Você acreditaria que Deus falara sério e que fosse capaz de fazê-lo? Você acreditaria na possibilidade de isso acontecer? Ou começaria a argumentar consigo mesmo, alegando ter sido coisa da tua cabeça, um desvaneio? Nós sempre estamos cheios de argumentos para ocultar o fato de que nossa fé é extremamente insignificante e é por isso que somos poucos usados por Deus, é por isso que pouca diferença fazemos em nossa sociedade.
Elias: o Grande Profeta para os judeus, foi, de fato, um dos maiores nomes do Antigo Testamento e é uma das grandes figuras da Bíblia. A vida de Elias foi repleta de fatos miraculosos, como ocorreu nos dias em que fugiu para o ermo, afim de manter-se longe da violência de Acabe e, ali, foi sustentado por Deus por meio de corvos -1 Reis 17:2-7-, ou na multiplicação da farinha e do azeite da viúva de Serepta -1 Reis 17:8-16- e a ressurreição do filho desta -1 Reis 17:17-23, mas há um evento em especial que marcou a vida desse profeta: o embate com os profetas de Baal, quando Elias, em nome do Senhor, enfrentou sozinho cerca de 450 profetas pagãos numa disputa para ver qual era o deus verdadeiro, o Eu Sou ou Baal. Após o fracasso dos profetas de Baal, que não conseguiram fazer fogo ascender instantaneamente em seu altar, Elias conseguiu, por meio da fé, fazer grandes labaredas brotarem até mesmo na água, com a qual encharcara seu altar -não há lei natural que possa contra Deus, 1 Reis 18:17-40. Não esqueçamos que, assim como Moisés, Elias era homem como nós o somos, nascido de pais humanos e herdeiro da mesma maldição pecaminosa de que nós somos, o seu único diferencial era a fé, o apego, a confiança em Deus, que o fazia apto para ser usado com  mais poder pelo Criador. Imagine-se na situação de Elias: você teria tido fé suficiente para resistir sozinho à perseguição do rei? Você confiaria que Deus o sustentaria de forma tão miraculosa no ermo? Você conseguiria dar certeza à viúva de que Deus multiplicaria seus mantimentos e ressuscitaria seu filho? Você teria ousadia para enfrentar todos os profetas inimigos e realmente acreditaria que Deus faria brotar fogo no altar e, até mesmo, na água?! Eu, sendo sincero, não acreditaria. A prova do quão pouco cremos está no fato de termos os relatos bíblicos como fatos nebulosos, extremamente distantes e impossíveis de se repetirem em nossos dias, como se fossem mitos ou apenas figuras.
Eliseu: assim como Josué fora sucessor de Moisés, Eliseu foi o sucessor de Elias e, assim como Josué manteve o nível de fé de seu senhor, Eliseu o fez. O calvo profeta esteve com Elias até o dia em que ele fora arrebatado aos Céus numa carruagem de fogo e, nesse mesmo dia, tomando o manto de seu mestre, abriu o Rio Jordão para que pudesse atravessá-lo -2 Reis 2:13-14. Pela fé Eliseu repetiu muito do que Elias fizera, multiplicando o azeite de uma viúva -2 Reis 4:1-7- e ressuscitando mortos -2 Reis 4:32-37-, mas também curou leprosos -2 Reis 5:1-6, 9-10, 15-17- e fez a cabeça de um machado flutuar nas águas -2 Reis 6:1-7-, mas o mais assombroso da história de Eliseu está no fato de, mesmo morto, seu corpo ter sido capaz de ressuscitar outro morto -2 Reis 13:20-21-. Elias foi assunto aos céus antes de morrer, Eliseu, mesmo em morte, trouxe a vida, também não se sabe o que aconteceu com o corpo de Moisés, não se sabe nem se de fato morreu. Pessoas cuja fé é do tamanho de um grão de mostarda são realmente especiais, Deus as honra grandemente e, através delas, revela Seu poder, por que? Porque essas pessoas realmente acreditam no Seu poder. Nós pouquíssimo cremos, por isso Ele não revelará uma fração de Sua força através de nós.
Qual o segredo desses grandes heróis da fé? Não foram semi-deuses, como costumamos pensar, foram homens comuns em termos de constituição e fraquezas, mas eles tinham fé, como já disse. Porém essa fé não veio do nada, não era algo inato em sua alma, eles não nasceram crendo tanto quanto criam, mas houve todo um processo para chegarem onde chegaram: eles reconheceram a sua inferioridade perante Deus, como Moisés, quando tapou os olhos diante da face do Senhor, eles reconheceram sua dependência do Criador e desenvolveram um relacionamento verdadeiro com Ele, vivendo em busca de Sua presença e dedicando tudo o que eram e tinham para o serviço do Senhor - sua carne, suas vontades, nada disso falava mais alto do que os planos de Deus em suas vidas. A comunhão produziu temor, o temor produziu obediência e a obediência ampliou a fé - e foi ampliada por ela. Se nós deixamos Deus em último lugar na nossa vida, não honrando-O como Lhe é devido, então não reconhecemos nossa inferioridade e dependência dEle, não procuramos viver em comunhão com a Sua pessoa, pois não O tememos, o que culmina em desobediência e numa fé medíocre - nem ao menos confiamos que, servindo a Deus, Ele nos suprirá plenamente -Mateus 6:25-34. Se não somos o que Deus quer, se O desvalorizamos, então é impossível crermos de fato nEle. O primeiro passo para uma vida de real fé no Criador está na submissão, na entrega, na comunhão com Ele, santificando-se e buscando agradá-Lo, o que falta vem como conseqüência -Mateus 6:33- e é nisso que Josué se apegou para fazer o que fez, vide Josué 1:7-9:


"Tão-somente esforça-te e tem mui bom ânimo, para teres o cuidado de fazer conforme a toda a lei que meu servo Moisés te ordenou; dela não te desvies, nem para a direita nem para a esquerda, para que prudentemente te conduzas por onde quer que andares.
Não se aparte da tua boca o livro desta lei; antes medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer conforme a tudo quanto nele está escrito; porque então farás prosperar o teu caminho, e serás bem sucedido.
Não to mandei eu? Esforça-te, e tem bom ânimo; não temas, nem te espantes; porque o SENHOR teu Deus é contigo, por onde quer que andares."

A conclusão mais óbvia que se pode ter com essa postagem é que a igreja de nossos dias só está como está porque não crê verdadeiramente em Deus - e não crê de fato porque os crentes não mais reconhecem sua posição delicada e miserável perante o Criador e a necessidade de mudarem de vida, de se entregarem por completo ao Eu Sou. Não há mais uma busca por comunhão com Deus, por uma vida com Ele, mas, sim, pelo êxtase que Ele pode proporcionar na hora do culto. Não, não cremos verdadeiramente nEle, pois se acreditássemos, O temeríamos e O buscaríamos em primeiro lugar, se acreditássemos não teríamos dúvidas quanto ao tamanho do Seu poder. "Crer", é isso que nos falta! "Crer" não é algo que se valida apenas pelas palavras de nossa boca, mas pelo que sentimos em nosso coração e pelos nossos atos: não adianta falarmos que cremos, quando há dúvida em nosso ser e quando fazemos exatamente o oposto do que deveríamos. Por isso que a igreja de nossos dias está cada vez mais cheia de descrentes, que vão na onda dos apelos para conversão, sem conhecerem de fato a Deus e a Sua proposta, "aceitando-O" na emoção e afirmando crer quando, no fundo, não têm certeza disso, por isso a entrega é superficial e inválida, por isso não há transformação, por isso a corrupção e a perversidade se alastram nos templos, tomados, cada vez mais, por ímpios travestidos de justos - uns por ignorância e outros por malícia. Dos cristãos, pouquíssimos realmente creem, pouquíssimos!! Logo, parece-me viável dizer que um pequeníssima fração dos que se dizem cristãos são, de fato, filhos de Deus. Lembre-se: Deus nos leva à sério, como ocorreu com Zacarias, que, duvidando da promessa de Deus, ficou mudo por um bom tempo -Lucas 1:11-20. "Crentes", voltemos a crer!! Esse é o meu apelo.
Natanael Castoldi

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