De fato, não seguimos fábulas engenhosamente inventadas, quando lhes falamos a respeito do poder e da vinda de nosso Senhor Jesus Cristo; pelo contrário, nós fomos testemunhas oculares da sua majestade. 2 Pedro 1:16

quinta-feira, 10 de março de 2011

Nova Reforma

->Antes leia "Na montanha"<-
Enfim, uma postagem depois de um bom tempo! Felizmente encontrei um período de calmaria, já que o bloco de História da Igreja, no curso que estou fazendo, acabou antes do esperado. E é exatamente com relação à História da Igreja que escreverei, baseado nas aulas e esplanando o que fora apenas indicado na postagem "Uma triste história".
A verdade é que a História da Igreja é magnífica! Após estudá-la de fato, simplesmente não consigo compreender como na escola é tão ridiculamente estudado esse fundamento decisivo da história mundial, sendo, creio eu, o maior e mais determinante fator de mudança e construção da história humana. Ao estudar o passado daquilo que me norteia, pude, também, encontrar as raízes dos males que afligem e fazem tão caótica a igreja hoje... o ponto em que voltamos, mais do que parcialmente, ao período mais negro do cristianismo.
Bom, não pretendo escrever a História da Igreja aqui, tão pouco detalhar os pontos que usarei, basta-me transmitir de forma objetiva a idéia fundamental. A história da Igreja é bela e, digamos, "imaculada", enquanto perseguida por romanos, gregos e judeus, quando os cristãos eram marginalizados e viviam sob a sobra da morte no Coliseu romano. Apenas os que criam realmente em Cristo como Messias mantinham-se firmes.
... Essas pressões e a necessidade de aceitação, mediante uma crítica violenta, motivaram apologistas, motivaram a organização e o estudo aprofundado do Antigo Testamento em relação à novidade de Cristo. A Teologia nasceu nesse cenário. Porém, o problema de se divulgar textos complexos, infelizmente, levou a formação de heresias... e o cristianismo enfrentou o inimigo externo e interno.
Em situação ainda mais delicada, a risco de ser exterminada, principalmente pelo gnosticismo, a Igreja tomou novas atitudes, como a de indicar lideranças e canonizar o Novo Testamento. Fortaleceu-se e se encorpou. Aqui entra Constantino, que se converte após miraculosa vitória militar e deposita grandes quantias de poder e dinheiro à Igreja do Deus que o salvou. O Cristianismo se torna religião oficial em Roma... aqui começa o problema.
A queda do poder centralizado no Império Romano Ocidental, devido às invasões bárbaras, tira o poder estatal que domava a igreja e esta tomou o vácuo político do Ocidente europeu. Muitos reis bárbaros tornaram-se cristãos e, então, uma infinidade de novos e pequenos reinos passou para o domínio católico. Mediante a riqueza imensurável e o poder absoluto que a igreja passou a receber, tomada de politicagem, se corrompeu terrivelmente no Ocidente, enquanto no Oriente prosseguia ainda encoberta pelo domínio imperial. Dizem que a Igreja Ocidental passou a significar "poder" e a Oriental manteve-se "teológica".
--O cristianismo tem estrutura e potencial absolutamente vastos... e absolutamente vasto pode ser seu poder de influência tanto para o bem como para o mau, dependendo de como for praticado.--
Tomada por homens corrompidos pelo poder, adquirido com a facilidade de dominação das massas sedentas e autoridade sobre reinos, a igreja abandonou o real cristianismo, deixou de ser "cristã" para ser apenas "medieval". Manipulava o povo de tal forma a sugar-lhes uma grande parcela dos bens e impedir-lhes de crescer. Com base em mentiras passaram a consolidar doutrinas favoráveis, por esse motivo, também, a Bíblia foi proibida para uso civil, afim de encobertar a hipocrisia. Os padres não casavam, mas tinham bordéis só para eles, até mesmo papas se envolveram com princesas e tiveram filhos. Adultério, homossexualismo, pedofilia, promovidos de forma até bem escancaradas nos centros religiosos. A crença de que o Reino de Deus já existia na Terra e era a igreja, fazia dos líderes espirituais vermes sugadores dos camponeses e cidadãos, que, sob ameaças de condenação eterna ou besteiras como a de pagar para libertar algum parente do "Purgatório", assim como a venda de indulgências, tão duramente atacada por Lutero, acabaram se permitindo ser hospedeiros.
O povo, cego e mergulhado na miséria e dominação, realmente acreditava no que lhes era pregado e, temendo a igreja e o monstruoso deus defendido naquela época, se deixava levar. Mas não podemos esquecer que alguns homens se levantaram nesse período para desafiar o papado, todos, antes da Reforma, foram calados pela morte, exílio ou suborno.
Pessoas conhecedoras da Palavra e zelosas tentaram se impôr, como os pré-reformadores Thomás Bradwardine e John Wycliffe.
A situação do papado, perdido em adultério e ganância, se tornou evidente. O cativeiro em Avignon mostrou uma igreja mais fraca que o estado francês. A autoridade da igreja diminuiu e, mediante rebeldes, a Santa Inquisição trabalhou de forma ainda mais terrível e diabólica, torturando e matando das mais variadas formas os "hereges"... com todo o patrimônio, a igreja lutaria com suas mais horrendas armas para garantir seu domínio absoluto. Mas, quanto mais matava e se prostutuia, a Igreja Medieval mais fundo cavava sua cova. Para o desespero da "Santa Igreja" logo se ergueram Estados-Nacionais, que se opunham ao absolutismo católico e, também, fortalecia-se o Renascimento da arte e da literatura -retorno ao "pensamento".
Mais cristãos críticos e corajosos se levantaram. O povo exauria suas forças e o crédito para com a igreja. Bastou Lutero publicar as 95 Teses que a Reforma explodiu... e como a igreja não cedeu e marchou com exércitos e fogueiras para repelir os movimentos reformadores, uma inevitável guerra se consumou... que, além de reformar para melhor o cristianismo, o consumiu, diminuindo seu poder e autoridade.
O fato é que, ao longo da história que seguiu, a igreja reformada sempre enfraqueceu após alguns anos de calmaria e movimentos de avivamento a fizeram retornar maior e mais forte... mesmo num mundo cada vez mais hostil ao cristianismo. O problema é recente e principia justamente quando a fé encontra seus inimigos mais poderosos: ideologias e ciências completamente pró-ateístas e anticristãs atingiram os fundamentos cristãos, isso acompanhado de um número cada vez menor de reavivamentos e reavivadores. De modo geral, sempre que o "mundo" atacou ferozmente a igreja, ela se ergueu em oposição... há tempos ela nada mais faz, ou seja: as idéias mundanas estão dinamitando, livremente, as bases da igreja... nem precisam dar com seus aríetes nos portões dos templos, que já estão abertos e sem vigilância. Basta entrar e lançar o caos.
Aliado à carência de reavivamento e o aumento dos ataques mundanos, que poluem cada vez mais os membros das igrejas e seus líderes num sincretismo religioso repulsivo, vem o explosivo crescimento evangélico, nesse caso, Brasil -pois na Europa e outras nações, os protestantes estão ofegantes -além de depravados. Qual é o problema do crescimento evangélico em nosso país? Do jeito que a igreja está contaminada -envenenada- pelo "mundo", estagnada, inerte, dormindo -presenciando falsos "reavivamentos" que se resumem a shows e gritaria-, não adianta apenas expandir a fé... e tirar o incrédulo do pântano mundano para lançá-lo num chiqueiro. Então a igreja cresce sem paralelo no charco pantanoso desse mundo, mas se expande mais rápido do que consegue (ou pode) drenar o lodo fétido, se alicerçando por sobre ele... "quem sabe as serpentes e vermes desse pântano não se sintam melhor numa igreja cheia de lodo? Mergulhada no lamaçal? Mais cabeças equivalem a mais dinheiro e poder político!" Perceba que essa situação é universal, abrangendo a igreja quase que totalmente.
Poder e perdição. Isso fez a Igreja Medieval ser a instituição demoníaca que foi... e isso já contaminou muitas igrejas evangélicas de hoje. Os mesmos agentes, mas em ordem invertida, pois a Medieval primeiro ganhou poder para, depois, se corromper e a atual se corrompe enquanto adquire poder, mas a ordem dos fatores não muda o resultado. Está surgindo, analise bem, uma Nova Igreja Medieval.
Toda a espécie de idéia secular têm tido entrada livre nas igrejas, através de um povo envenenado e de líderes corrompidos. O humanismo, com o homem sendo maior que Deus, o satanismo e a pregação do suprimento de todas as vontades carnais e ambas idéias culminando num egocentrismo completamente antibíblico, se alastram. As pessoas não mais "participam" de celebrações, elas "assistem". O templo se tornou um clube, a quem se deve dinheiro para garantir uma boa estima e tranqüilidade emocional, meras terapias semanais... então se as pessoas pagam, elas querem o serviço completo, o máximo das bênçãos que seus desejos materialistas e pecaminosos inspiram. Prosperidade financeira, é isso que o mundo todo busca, é isso que o mundo cristão busca na igreja. O "eu" torna-se superior ao "nós", da Igreja Primitiva. O "Ide ao mundo", torna-se um "seja como o mundo". Uma comunidade prefere ter um templo cheio, com dez mil pessoas num culto frio e ritual -em nome da imagem, do que cem igrejas menores espalhadas de forma eficiente pela cidade inteira.
Então faz-se baile de carnaval gospel, permite-se o "adulterar gospel", o "homossexualismo cristão", as raves, as orgias e tudo mais que o mundo pode oferecer para o "evangélico" se estraçalhar. Em hipótese alguma se estimula os cristãos a lerem a Bíblia integralmente, ou até mesmo a pensarem e terem uma fé individual - que se apeguem exclusivamente ao líder máximo da congregação e que este seja seu mestre em tudo, a "porca que dá de mamar aos porquinhos". "Não, não conheçam a Bíblia inteira"... e assim o fazem os líderes quando pregam bobagens satânicas como a Teologia da Prosperidade. Dessa forma pode-se pregar ideais antibíblicos sem o povo perceber a hipocrisia.
É claro que uma multidão manipulada, mas com fé sincera, será analisada por Deus, mas, convenhamos, os cristãos brasileiros só se deixam levar por mentiras teológicas porque são preguiçosos, preferem comer a papa já mastigada pelo líder do que se dar ao trabalho de buscar a confirmação bíblica! Isso Deus também vê.
Então o cristão não faz nada que preste ao mundo, tornando-se apenas mais um saco vazio e inútil, e ainda tem a ousadia de chegar perante "Deus" e colocar suas condições, determinar que Deus lhe dará "isso e aquilo", "ligar na Terra para ser ligado no Céu", achando-se grande e, por não matar ninguém, merecedor de todas as bênçãos de seu rico e "Pai". A riqueza que Deus promete na Palavra necessariamente precisa ser financeira e material, necessariamente é a riqueza que corrompeu os corações de bilhões de pessoas e levou ao Inferno uma infinidade de cristãos e incrédulos, a riqueza que fez a Igreja Medieval jogar no lixo o cristianismo... como se a concepção de alegria e riqueza do homem fosse a mesma de Deus. Então a vida cristã se limita a dez metros de caminhada espiritual, do "celeiro ao pasto", só engordar e se entupir daquilo que não durará mais de uma ou duas gerações. O cristianismo então é pregado como o "arco-íris" e quem o seguir encontrará um literal "pote de ouro" no final, então uma corja de mercenários e corsários entra na igreja para conseguir esse tesouro material, apenas por isso e para isso. Alguns até conseguem encontrar o que procuram, ao cobrar R$ 60 mil para aparecer em público e abrir a boca ou na venda de "indulgências e relíquias". Ora, quem lê a Bíblia conhece bem a verdade cristã... e o que se vê hoje nada tem com as Escrituras!
Desestimulando as pessoas a lerem de fato a Bíblia e fazendo-as como pombos ou peixes, que vão onde as migalhas ou grãos caírem, os líderes corruptos podem manipular tranqüilamente. Isso, ao lado da libertinagem, que destrói todo o sendo de moral cristã, fazendo o cristianismo perder a razão e função, aniquila a necessidade de pensar, de lutar, do crescer individual e, estagnado, mofado, podre, empoeirado, o cérebro do individuo atrofia, se reduz e limita, se condiciona, aprisionando o manipulado que se torna, cada vez mais, dependente dos "tradadores". Não prego independência do presbitério, prego contra a total devoção e carência do mesmo. A massa cristã, no mesmo Caminho Largo que a massa mundana, se é que se pode diferenciar as duas, se vê, por fim, numa situação semelhante à dos camponeses cegos e manipulados pela Igreja Medieval, sem conhecimento bíblico e amarrados aos pés dos líderes. Pense nisso: matar o pensamento, a essência do ser, é quase tão terrível quanto matar o indivíduo de fato.
Por sua vez, a liderança está usando de chantagens emocionais para angariar fundos. "Dê o trízimo e será recompensado cem vezes mais no Paraíso", "dê sua oferta e será próspero", "ajude o pastor a comprar seu jato particular e Deus te concederá pedidos", "dê tudo o que tiver à igreja para construírmos o Templo de Salomão, e fazermos sacrifícios de animais ao senhor desse século, oferecendo-lhe o fruto de nossas mentiras, de nossas heresias, de nossas transgressões e profanações, de nossa postura terrível!" Fazem de Deus um comerciante, ou pior, constróem um deus com a fachada do bíblico, mas que se porta como Satanás -se não é o próprio-, exigindo condições para "abençoar". E não duvido que é o Inimigo! Pois, convenhamos, enquanto a igreja se perde deitando-se com o "mundo" ou envaidecendo-se perante seu "espelho mágico", as corjas satânicas têm terreno livre para fazer mergulhar no caos toda a sociedade, completamente abandonada espiritualmente pelos cristãos, lançada à própria sorte e, cega, perdida nas trevas, consumindo-se em perdição...
... E, quem sabe, estas tais corjas até permitam que os cegos do mundo adentrem na cegueira da igreja e se tornem ainda piores, desta vez hipócritas ou, conhecendo uma igreja igual ao "mundo", abandonando-a em seguida e voltando ainda mais perversos para o local de onde vieram.
Analisando bem, parece-me que a igreja pós-moderna deitara com "mundo" há algum tempo e o que temos hoje, nessa segunda ou terceira geração perdida, é mais o fruto dessa união adultera, o filho... uma "igreja não igreja" e um "mundo não mundo", um híbrido, "quase igreja e quase mundo". Ora, eu já não sei mais se o que vemos hoje se espalhando, esse sincretismo religioso, feito de paganismo, misticismo, humanismo, satanismo, animismo, espiritismo e um pouco de cristianismo, pode-se se chamar "igreja"! Mas, se a medieval ainda é chamada assim...
Por um lado temos alguns pregando morte eterna, inferno e dor, afim de extorquir fiéis pelo medo, assim como os que pregam exclusivamente escatologia, lançando um terror sensacionalista e, como pombos que comem apenas o que recebem, o povo se escandaliza e abala, exigindo mais devoção financeira do crente, afim de construir fortalezas anti-apocalipse e anti-demônio para se precaver. Por outro temos os que deturpam a natureza de Deus e a Bíblia, questionando-a ou evitando-a, para pregar a inexistência do Inferno e do caos vindouro, fazendo tudo parecer lindo, maravilhoso e financeiramente próspero - precisa-se, então, construir um império magnífico e suntuoso para esperar a vinda do Rei Jesus. Métodos decididamente medievais.
Um jogo de mentiras tão bem arquitetado quanto o das teorias céticas... muitas igrejas programam verdadeiros teatros com gente atuando de endemoninhado ou fingindo ser curado de paralisia, pelo poder do "deus dessa igreja", pelo poder do pastor. Eu me entristeço e abalo ao lembrar que há pessoas sinceras nesses meios, mergulhadas por ingenuidade e ignorância nesse lodaçal. -Que fique claro: creio em milagres e tudo mais, mas sei que está virando moda forjá-los.-
Falando em pastor, além de único "tratador", ele vem tomando, em muitos lugares, ares quase messiânicos. Só ele pode fazer "isso e aquilo", só ele tem poder para orar, ele é o máximo, o melhor e maior líder do mundo, manda e desmanda, apto a condenar ou salvar almas - muitas vezes só se envolver dinheiro ou vantagem política. Mais um traço Medieval.
Vejo famílias cristãs perdendo-se em pecados terríveis, vejo pastores adulterando, roubando, mentindo, manipulando a Palavra, vejo pastores se levantando e defendendo a prática homossexual, defendendo o feminismo, defendendo a poligamia, defendendo o divórcio, defendendo o aborto, defendendo o sexo antes do casamento, defendendo as "raves cristãs", defendendo "prosperidade" e anarquia, incentivando as "unções animalescas", vendendo "objetos santos" -"relíquias"-... vejo uma igreja defendendo Satanás, uma igreja concordando com o mundo. Bom, de que vale a igreja, então, se não for oposta ao curso mundano? Não é nada mais do que braço dele, nada mais do que inútil!
Censura, mentira, manipulação, exploração, ganância, libertinagem. Vejo todos esses traços da Igreja Medieval na igreja contemporânea. Está chegando a um ponto insustentável, está chegando a um ponto absurdo, terrível! Aquilo que pode ser a coisa mais bela, está sendo deturpada e distorcida em algo perverso!!! O cristianismo está se consumindo nas mãos de uma geração completamente desonrada e desvirtuada! Lutero, quando analisou coisas semelhantes ao que eu vejo, se opôs e quando seu movimento tomou forma, lutou por mudanças... lutou por reformas! Por amor à Palavra, por amor à Deus, por amor ao incrédulo e aos cristãos cegos: façamos uma NOVA REFORMA! Esqueça do conforto e veja as montanhas de mortos que te cercam! Algo deve ser feito!! Estamos no extremo!!!
Sim, posso ser radical demais, mas como se opôr ao urso com uma faca pequena? Posso parecer ridículo, utópico, infantil... tudo bem, mas qualquer bom cristão percebe que algo precisa ser feito, mesmo que não queria ele sujar as mãos! Pensemos no futuro, o que acontecerá à igreja? Que espécie de governo se aproveitará da fraqueza cristã e do trabalho das falanges de movimentos anticristãos que assolam a fé?! Nos levantemos!! Não adianta apenas falar e concordar! Escreva algo, fale algo!! O cristianismo está morrendo, sim, a igreja está mais para um búfalo caçado por leões e sufocado na jugular, se vê morrendo ofegante e, enquanto morre, é comido vivo pelos predadores, fazendo de pedaços seus parte integrante do caçador!
... Estamos repetindo o mesmo erro pela segunda vez... e retornando ao que fora o período mais negro da História da Igreja, com perspectiva de algo ainda pior, já que, dessa vez, parte da massa cristã está concordando voluntariamente com a perdição!!
Eu considero que Aquele que me salvou, que a Palavra que me instrui, que mudou tão largamente o mundo, que sempre se opôs e desafiou os príncipes terrenos, que mudou tantas outras vidas e é inspirada pelo Criador, merece total devoção e crédito, sim, pelo cristianismo eu tenho certeza absoluta de que vale a pena lutar até o fim!
Temos duas opções para o retorno a fé cristã de fato: reformar ou esperar uma perseguição à igreja. O que lhe parece melhor?
*Não duvido nada que boa parte da própria "igreja" de hoje será arma para a perseguição dos cristãos verdadeiros "amanhã", como fora na Idade Média, quando está já não será mais igreja de fato, ou o a areia continua sendo areia quando feita vidro? Não. Quando a igreja cristã se distanciar um pouco mais do cristianismo, se corromper noutra "coisa", então, obviamente, não será mais cristã! Daí não haverá mais limites de perversão (se é que há algum hoje).
E pense ainda: alguém que não tem escrúpulos para destruir a vida financeira de fiéis, destroçar a Bíblia, manipular e assassinar almas, terá algum na hora de perseguir os que se oporem ao seu domínio e ameaçarem seu patrimônio?!
-Não desvalorizo a boa postura de parte das igrejas e nem o trabalho social que a igreja desempenha. O grande problema é que a igreja se tornou quase que completamente "social" e pouquíssimo teológica; em demasia espiritual, emocional, e pouco lógica; pouco bíblica e em largamente pródiga.-

Natanael Castoldi

Leia também:
-Moral? <-

quarta-feira, 2 de março de 2011

Na montanha

Leitores! Infelizmente o blog não será continuamente atualizado durante esse ano, não por preguiça, não por desgosto - até porque quero muito falar de mais temas, como aborto e ciência e sentirei grandíssima falta de meus momentos diários de reflexão, porque escrever me é um dos maiores prazeres -, uma força maior me motiva. Iniciei dia 28 de fevereiro um curso de teologia, ATOS, em Gramado RS, no qual passarei um ano estudando a Palavra minuciosamente, fazendo trabalhos voluntários, lidando com pessoas, participando de viagens missionárias e adquirindo toda a espécie de bom conhecimento cristão. Por isso não terei o tempo adequado para o blog e, antes de escrever coisas correndo -mais rapidamente que o normal- e fazê-las sem qualidade alguma, prefiro evitar e esperar o tempo ideal.
Estarei verificando o blog com determinada freqüência e atualizando com alguma postagem, assim que possível, mas não garanto. Subi a montanha para isolar-me e estudar, aprender, crescer, é uma fase transitória da minha vida... Voltarei mais forte. Estarei absorvendo todo o conhecimento possível e anotando idéias, para, quando retornar à vida normal, recuperar o tempo de distanciamento do blog.

Estejam com Deus! Volto em breve!
Natanael Castoldi

Aproveite para ler as melhores postagens relativas à assuntos importantes:

-Situação desse "mundo"

-Missão da Igreja

-Situação da Igreja

-Posição do cristão

-Jornada do cristão

-Situação do cristão

-Situação do incrédulo

-Oposição entre cristianismo e o "mundo"

-Profecias dos Últimos Dias

-A fraqueza política ocidental

-A torpe política brasileira

-Homossexualismo e feminismo

-Situação do homem

-Decadência humana

-A fraqueza do ateísmo

-A força do cristianismo

-Cristianismo esquecido

-Visão sobre Deus

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Cristianismo teórico

A ignorância é, sim, terrível para o cristianismo. Aquele que não compreende a Palavra facilmente se leva por um fanatismo infundado, adentra o paganismo cristão, com seu politeísmo... Mas, do outro lado, dentro o povo mais versado na Palavra, também existe um grande problema: o cristianismo teórico.
Eu mesmo já fui um "cristão teórico" por alguns anos. Não que eu fosse culto na Palavra dos 12 aos 15, mas tive uma pequena experiência que pode servir de exemplo. Com meus 12, quase adentrando a adolescência, acabei sendo seduzido por aquilo que seduz quase todo o guri nessa idade e acabei me prendendo nisso... porque é muito fácil fazê-lo com internet e liberdade. Nem preciso falar do que se tratava. O fato é que com meus 13 comecei a debater fervorosamente criacionismo na internet, em comundades criacionistas e céticas do Orkut. Por quase dois anos eu tinha um compromisso quase que diário em fóruns, criando e respondendo tópicos com energia interminável. Por mais um ou dois anos eu segui estudando muito esse assunto e, volta e meia, dando o ar da presença em meio aos ateus. O problema é que eu continuava pecando, no final, em parte tentando me livrar, mas não efetivamente. Eu sabia que erraria novamente... ou melhor, eu deixava essa porta aberta.
Enquanto não tentava mudar de fato, fazia questão de defender meu Deus na internet, o Deus que eu desrespeitava terrivelmente em mim. Ainda bem que eu estava selado pelo Pai e, mesmo em fraqueza, Ele continuava me esperando. Nessa época eu defendia algo que não vivia verdadeiramente, orava menos do que debatia, lia menos da Palavra do que escrevia nos fóruns. Em momento algum deixei de freqüentar a Igreja e foi isso que me segurou... embora apenas estivesse de corpo e não em espírito nas celebrações. Cada vez mais obtinha conhecimento, mas, proporcionalmente, perdia sabedoria; ganhava teoria, mas decrescia em vivência. Ironicamente, quanto mais concebia a existência absoluta de Deus, mais o desobedecia. Leia Lucas 16 e Lucas 15:11-32.
Por "sorte" o meu pecado, a minha preguiça espiritual, a minha falta de temor se limitou ao meu relacionamento individual com Deus e ao meu computador com internet e, pela graça de um Pai que não desiste, eu consegui me desvencilhar da arapuca. Satanás colocara a isca, mas minha parte bestial, como humano, é que me fez farejá-la. Depois dessa luta intensa, o grande monstro em meu interior fora diminuído.
"Cristianismo teórico". Foi isso que eu vivi até os meus 15 anos, até tomar uma decisão séria por Deus. É claro que não deixei de errar, mas a transformação faz parte de um processo gradual e constante. Bom, a questão é que, mesmo errando posteriormente, meu cristianismo estava deixando de ser teórico, apenas, se tornava um cristianismo prático, o conhecimento, gradativamente, foi se equilibrando e condizendo com o agir, embora ainda, infelizmente, há um pouco mais de teoria do que prática em meu viver... mas a mudança ainda ocorre.
Ok, chega de falar de mim. Vamos falar do que é, de modo geral, o cristão teórico e qual seu grande problema:
Um cristão teórico é aquele que não poupa seu dinheiro na compra de livros teológicos e cristãos em geral, que possui uma verdadeira biblioteca deles, além de inúmeras versões da Bíblia, em várias línguas e traduções. O cristão teórico pode ter um curso completo de teologia, uma infinidade de versículos decorados e ser o rei dos debates acerca da Bíblia. Mas, embora tenha isso tudo - o que é muito bom -, não vive. Sabe boa parte do que a Palavra diz e não pratica metade. Estuda teologia por esporte, Deus não é mais "alguém" para ele, Deus se tornou um conjunto de letras, uma fria combinação de palavras lidas e concepções filosóficas. Talvez até o indivíduo não seja frio, mas não põe em prática a essência do cristianismo, buscando mais para si do que visando a salvação dos outros... prefere discutir arminianismo e calvinismo do que falar do Evangelho em si.
O cristão teórico não é apenas aquele que possui um acervo admirável que não lhe produz mudança, mas todo e qualquer cristão que tenha algum conhecimento sobre Deus e Bíblia, mas não pratica, era aqui que eu me encaixei uns anos atrás. Vai aos cultos, pensa em mil assuntos durante a pregação e o louvor, sai ansioso para voltar para casa e "jogar computador" ou assistir televisão. Não lembra de nada que o pastor falou. Durante a semana Deus fica por último, os colegas da escola ou outros próximos é que ditam as regras. Não há clara evidência de que ele se trata de um cristão.
Pior ainda é quando esse cristão teórico começa a caminhar para um anticristianismo. Como? Quando coopera para a destruição da imagem e do testemunho da Igreja perante o mundo, largando-se na perdição, na libertinagem, na vulgaridade. Sobre esses eu já falei muito outrora.

O cristianismo teórico produz, por fim, a concepção mais nojenta, mais podre de fé: "o cristão não praticante". Ora! Se um suposto lenhador não corta, nunca lenha, então ele não é lenhador! Se um indivíduo se diz caçador, mas não tem coragem para matar uma mosca, então não é caçador! Poxa, toda a doutrina de vida possui aspectos marcantes e que devem ser vividos... é impossível me dizer ser algo se não faço nada do que ele condiciona a fazer! O "cristão não praticante" simplesmente não é cristão. Ele negou o chamado do Espírito, ele negou a Boa Nova, pois não vive uma novidade de vida. Ele, simplesmente, está condenado. O pior é que pensa que Deus é uma máquina que processa informações, capaz de considerá-lo Filho simplesmente porque o rótulo diz isso. Ora, Deus não é cego, Deus não é manipulável, DEUS É DEUS!
O cristianismo teórico pode ser partilhado não só por cristãos, mas por ateus, umbandistas, satanistas... porque trata-se, apenas, de conhecimento bíblico e teológico, qualquer um pode tê-lo no seu nível superficial. A diferença do cristão, a única que pode ser evidente, é a vivência. Apenas isso! Infelizmente, com a lei que profissionaliza o posto de pastor - o que, de certo modo é bom -, uma corja de pastores quase que ateus poderá adentrar os templos, pois bastará estudo, conhecimento teórico e condição de "dar aula" para a multidão. Algo assim já está acontecendo na Europa e noutros lugares.
O "mundo" percebe a falta de interesse. O "mundo" percebe a ironia, a contradição. Qualquer um que tenha algum senso de moral consegue perceber a pouca vergonha que se abate nas igrejas e, conseqüentemente, não desejar fazer parte dessa sacanagem. É óbvio que se a Bíblia fala algo, este deve ser considerado! Até os incrédulos sabem disso... mas eles não têm dever algum para com a Palavra, nós sim! Ah, eles vêem a hipocrisia de vidas mortas pregando a Vida Eterna! Eles vêem!
Deus, desde o começo, criou o homem para se relacionar com Ele. Por que, então, hoje Ele aceitaria apenas o jogo de rituais e um cronograma frio de vida espiritual? Deus não se importa mais com a quantidade de conhecimento que você possui dEle do que com a quantidade de sua vida que você pode oferecer para Ele! É preferível aquele que pouco conhece, mas regula sua vida com base nisso, do que o que muito sabe, mas vive de forma adversa a tal conhecimento. Deus vê o coração, a vontade, o desejo! Deus vê a integridade da vida espiritual, a coerência da teoria com a prática! -É claro que não desculpas para os cristãos que, tendo oportunidade, preferem não conhecer mais de Deus e permanecer na ignorância... Esses Deus também vê, percebe sua falta de temor e interesse!
A questão é o que o indivíduo faz mediante o que tem oportunidade de conhecer sobre Deus. Por isso, facilmente concebo o fato de que povos primitivos que nunca ouviram falar de Deus, terão um julgamento justo, mediante a coerência de suas vidas para com aquilo que concebiam ser a verdade. Pense só: o membro de uma tribo concebe, analisando a maravilhosa natureza, a existência de uma divindade absoluta e criadora e a respeita, a procura. De certo modo, mediante o acesso ao conhecimento que possui, este indivíduo está, sim, procurando o verdadeiro Deus! E Deus irá, no dia do Juízo, analisar esse fator determinante! Ele é justo!!
Pense nisso, leitor. É preferível viver a mentira como sendo verdade do que viver a Verdade como se fosse mentira! E, não se esqueça: Jesus não veio pregar uma nova religião, ele veio pregar uma nova forma de viver!
Natanael Castoldi
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Aproveito para encaixar aqui um artigo do meu pai, sobre como concebemo Deus, o que está diretamente ligado à nossa postura para com ele:

QUE CONCEITO VOCÊ TEM DE DEUS?

Quando falo da minha infância, uma das lembranças mais vívidas diz respeito ao meu avô materno, João Batista Tiecker. Ele possuía uma personalidade cativante, porém contraditória. Era um homem de grande zelo religioso, mas ao mesmo tempo aprisionado ao vício do cigarro e do álcool. Aliás, essa é uma triste realidade em quase todas as famílias do contexto cultural que herdamos. Mas o que o distinguia dos demais homens que conheci na minha infância, é que ele assumia, mesmo dentro das suas limitações, o papel de líder espiritual de sua casa. Uma raridade!

Já compartilhei isso em outros artigos que escrevi, que muitas vezes ele me colocava sentado em uma de suas pernas e lia para mim histórias bíblicas. Isso marcou profundamente a minha infância. Ali foram lançadas as primeiras sementes que ao germinar, despertaram em mim a busca de Deus. Contudo, se dependesse somente das impressões que recebi dele, eu teria apenas uma parte da revelação; a parte que estava ligada a um conceito reconhecidamente católico: O medo.

É bom que tenhamos medo de Deus, pois a própria Palavra diz: “Horrível coisa é cair nas mãos do Deus vivo”Hebreus 10.31. O Senhor Jesus, ao se reportar a essa realidade, adverte: “Digo-vos, pois, amigos meus: Não temeis os que matam o corpo e, depois disso, nada mais podem fazer. Eu, porém, vos mostrarei a quem deveis temer: temei aquele que, depois de matar, tem poder para lançar no inferno. Sim, digo-vos, a esse deveis temer”Hebreus 12.4-5. Alguns poderiam pensar que Jesus estava referindo-se ao Diabo, mas o contexto mostra claramente que Ele referia-se a Deus.

Deus deve ser temido, sim, pois é o único que possui legítima investidura para julgar todas as coisas. Porém, para formar um conceito verdadeiro de Deus, é necessário considerar não apenas o fato de que Ele é o Todo-Poderoso, mas compreender que tipo de relacionamento Ele deseja ter conosco. Vou dar um exemplo: Um pai possui poder para estraçalhar o corpo de seu filho pequeno. Ao olhar para o tamanho e a força do seu pai, essa criança poderia simplesmente fugir apavorada, e no entanto, ela corre alegremente para os seus braços. Por que ela age assim? Por que ela compreendeu um outro conceito: O pai a ama! Mas, quando ela faz algo errado e recebe alguma ameaça de disciplina, ela deve sentir medo. Esse temor é saudável e a manterá no bom caminho.

Ao longo dos anos de ministério, tenho percebido que são poucas as pessoas que conseguem de fato equilibrar esses dois conceitos: Amor e temor. Alguns exageram no temor e nunca conseguem ter um relacionamento vibrante com Deus. Outros exageram no amor e então sentem-se livres para viver uma vida desleixada e acabam sendo enredados nos laços do Diabo. A grande nova que Jesus Cristo, o Filho de Deus nos trouxe, foi a revelação de uma nova possibilidade: A lei evidenciava Deus como Juiz, a graça nos apresentou o Pai.

Por que usei a expressão “possibilidade”? Deus não é naturalmente pai de todos? Sim e não! Sim, por que de fato Ele é o criador de todas as coisas. Não, porque Ele somente exercerá sua paternidade sobre aqueles que se submeterem explicitamente à condição de filhos: “Mas a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que crêem no seu nome”João 1.12. Para os demais, Deus continuará sendo apenas Juiz. Essa certamente não é uma posição confortável!!!

Prezado leitor: Que conceito você tem de Deus? Minha experiência pessoal é que enquanto vemos a Deus apenas como Juiz, poderemos buscá-lo por senso de necessidade, mas não encontraremos prazer nEle. No entanto, quando o conhecemos como Pai, vamos sentir uma alegria cada vez maior de estar em Sua presença. E o temor? O temor se transformará aos poucos num gratificante zelo de não desapontá-lo, porque já teremos compreendido, que em Seu coração, Deus deseja tão somente ser o nosso PAI. Não fuja de quem te ama!